Sophia bate desesperada no portão da casa de Clarice. Após um tempo Arthur aparece e abre o portão. Os dois se olham em silêncio por um tempo.
- Eu preciso falar com Clarice. - Sophia diz seria.
- Em primeiro lugar, boa noite. Prezo a educação.
- Boa noite. - Sophia força um sorriso. - Será que eu posso? - Ela aponta para dentro da casa.
- Entre. - Sophia o acompanha até dentro da casa. Ele coloca o molho de chaves em um pote no balcão da cozinha. - Clarice venha aqui. - Grita ao pé da escada e depois se dirige até ela. - Sophia, não é?
- Sophia Ciprano. Não tivemos tempo de nos apresentar aquele dia, eu não estava muito bem. Me desculpe.
- Arthur Backer. - Ele estende a mão para Sophia.- Sobre isso. Não quero minha Clara com más companhias. Ela já sofre com....
- Problemas emocionais. - Sophia o interrompeu.- eu sei, fica tranquilo. Sou um anjo senhor.
- Anjo?
- É, digo. - Sophia limpa a garganta. - Um amor de pessoa, sabe?
- Sim. Me conte mais sobre você, sua vida. Sua mãe como vai?
- Minha mãe? - Ela o encara.
- Digo. Você mora com ela, não é? Como ela fica sabendo que tem uma filha com tantos problemas?
- Problemas? - Sophia sorri de canto. - Moro sozinha. Não tenho país. Meu pai me abandonou quando criança. E minha mãe. - Ela fez uma pausa.- ela morreu. Isso aí.
- Morreu? - a expressão no rosto de Arthur se fechou.
- Sim. - Sophia o olhava confusa.
- Deve ter sido difícil. Esse colar, é lembrança?
Ainda mais confusa Sophia pôs a mão sobre o pingente.
- Ela me deu. Na verdade, foi presente do meu pai. Ganhei antes de partir.- mais uma pausa.- dela partir.
- Você sente remorso por seu pai?
- Não, ainda tenho esperanças.- Ela sorri.
Os dois continuam em silêncio. Sophia observava os olhos de Arthur, que também a observavam. Nesse instante um arrepio tomou conta de seu corpo. Aquele olhar. Uma pontada em sua cabeça, e ela se desequilibrou por um instante.
Clara desce as escadas, e os observa em um silêncio com cara de que achou tudo aquilo estranho.
- Sophi!! Você aqui! - Diz sorrindo e a abraçando- Obrigada por recebê-la pai!
- Que isso filha! - Força um sorriso - Irei deixá-las sozinhas e ver se sua mãe precisa de alguma coisa. E Sophia, fique à vontade, sinta-se em casa.
Sophia o observa subir as escadas e encara Clarice.
- A gente precisa conversar!
- O que aconteceu?
- É sobre hoje. Tá na hora de agir.
- Aah sim! Claro! Melhor irmos para outro lugar. Pegue seu carro! - Diz Clara animada
- É, o carro. - Ela põe a mão sobre a cabeça. Vamos?
- Você tem alguma coisa? Está estranha.
- Estou ótima - ela forçou outro sorriso.
Dirigiu na estrada em direção a um campo, de onde era possível observar a cidade mais a baixo e as estrelas perfeitamente. Elas desceram e se sentaram na grama.
- Que céu lindo! Está tão perfeito... - ficou em silêncio por um minuto - Melhor ainda se tivesse alguém aqui. - Virou-se para Sophia sorrindo.
Sophia riu alto e a cutucou.
-Natanael?
- Não sei - tentou disfarça - Okay, Okay... É...
- Eu sabia!!! - Ela continuou a rir - já senti o clima. - As duas se olharam e riram.- mas vamos ao que interessa. Meu pai está atrás de mim!! Isso é incrível.
- Af! Não tem como esconder as coisas de você - Risos - Sim! Isso é muito importante... Só precisamos arrumar alguma forma de descobrir algo a mais para vocês conseguirem se encontrar. Lean não conseguiu sentir um cheiro, ver alguma tatuagem, alguma coisa que não é todo mundo que usa, ou até algum lugar?
- Nada. Isso complica muito. Mas ele estava com uns caras do clã. - Ela fica em silencio.
- Eu lembro disso... porque até briguei com o Nata. Mas enfim, será que não tem nada que possamos fazer para atraí-los? E se matarmos um dos mais importantes... seria importante se Lean lembrasse da voz de um deles. Tenho certeza que viriam atrás. Podíamos fazer algo que os prendam e conseguimos alguma informação importante
- Sequestro!!! - Ela se levanta animada - o Lean, pegou um deles esses dias. E pode pegar de novo. A gente aproveita para ter alguma informação
- Sabia que era por aí que precisávamos chegar! Ótimo! Vamos fazer isso então. Precisamos falar com os demais. Você irá falar antes com Lean? - Silêncio - Aí... que dor estranha... algo me diz que será perigoso Sophi, sei lá... parece que o que vamos descobrir pode me machucar ou até machucar você. Não sei ao certo. Mesmo assim, não iremos desistir, não tenho mais medo.
- Eu não posso desistir agora. Faz anos que estou atrás de uma resposta. E ele está atrás de mim!! Corro qualquer risco. Amanhã a gente se encontra no bar com os garotos. Vou te levar pra casa.
- Okay! Combinado!
Sophia andou até o carro rindo e muito animada.
- Isso é incrível! Dá para acreditar? Vai dar tudo certo! Será que Lean vai me ajudar?
- Gosto de te ver assim! Olha, aí já não sei. Mas se ele já chegou até aqui né? - Responde sorrindo.
- Tenho que contar isso pra ele! Entra aí.
Elas seguem de volta até a casa de Clara. Música alta e Sophia dirigia fazendo manobras arriscadas pela estrada. Ela freia bruscamente no portão de Clarice.
- Amanhã eu passo aqui. Beijo gata. - Sophia acelera e corre até sua casa.
- Doida mesmo!
Clara sorri e entra dentro da sua casa. Sobe as escadas. Toma banho e se arruma para dormir. Se deita e logo adormece.
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