Era uma noite fria, a floresta densa cercava a estrada completamente deserta por onde uma figura vestida toda de preto com uma mochila nas costas caminhava a passos largos. Logo a sua frente outras duas figuras encapuzadas estavam a sua espera. A primeira, mais baixa e delicada passa por entre as outras duas, altas e mais fortes e entra floresta a dentro, abrindo caminho para as outras que vinham logo atrás.
- Lean já está uma fera, nessa sua velocidade ele vai querer te matar.- Disse uma voz pouco grossa logo atrás dela.
- Cale a boca Scott! – Disse ela irritada.
Não demora muito e eles chegam a um dos bairros fantasmas da cidade, construídos a muito tempo e abandonados por seus moradores por um motivo desconhecido. Alguns acreditam ser por alguma doença, outros chegam a creditar que o lugar é assombrado. Sobrados destruídos, pequenos prédios em construção e casas ainda com alguns moveis foram abandonados a pressas. As três figuras entram no maior prédio do lugar, que aparentava desmoronar a qualquer momento. Após três andares chegam ao cômodo que tinha pedaços de madeira tampando o que seriam as janelas e cheira a bebida e cigarro, algumas pichações na parede mostravam que eles não eram os únicos a estar naquele lugar. Outras duas pessoas estavam à espera. Um rapaz forte com músculos definidos, de cabelos escuros em um corte undercut e uma barba por fazer, seus olhos eram escuros e sem brilho. Estava vestido com uma calça jeans e um moletom preto e aparentava ter uns 21 anos. No outro canto, de pé na parede outro garoto, também com suas roupas pretas que marcavam seu físico, All Star e mais ou menos 1.80 de altura, aparentava ter 19 anos e estava a fitar a porta observando os outros entrarem.
- Você se atrasou de novo Sophia.- disse o rapaz sentado no sofá encarando agarota que entrou primeiro na sala.
- Eu avisei.- o rapaz magro e alto disse enquanto se sentava no sofá.
-Ok pessoal, já entendi.- disse ela revirando os olhos- qual o motivo da reunião?
A garota estava de pé no meio da sala. Ela é magra, de cabelos escuros e compridos, os olhos são azuis como o mar. Quando percebe que ninguém a responde ela olha para todos, irritada, principalmente para Lean que estava no sofá.
-Sobre seu pai Sophia. – O garoto encostado na porta diz após arrumar seu óculos.
- O que vocês descobriram Allan?
- Na verdade - ele fez uma pausa e olhou para Lean – a gente não...
- Nada Sophia. Nada como sempre.- Lean o interrompe já sem paciência. – Já estou cansado disso!!
- Mas...vocês disseram que estavam conseguindo.
- Pois é nós dissemos- diz Lean acendendo um cigarro. E um silencio toma conta da sala.
- Eu pensei que...
- Cale a boca- Lean diz soltando a fumaça entre seus lábios e encarando sophia- perdi as contas de quantos caras tive que espancar para conseguir alguma pista inútil. Seu pai nem lembra de você. Não seja inocente.
- Lean vá com calma- o rapaz de pé na parede diz com pena da garota.
-Cale a boca você também Natanael!!- ele se levanta em direção a garota- você está sendo uma idiota, procurando por alguém que abandou você e sua mãe. Você não era inocente assim quando começamos a namorar. Esquece isso caramba!!
- Não é você que cresceu sentindo a falta do pai e se jogou nesse inferno que é a terra com um pingo de esperança. – Sophia cerrou os dentes enquanto encarava Lean- e o idiota aqui é você!! Onde eu estava com a cabeça quando resolvi namorar você?
- Me deixa em paz garota.
Lean empurrou Sophia para o lado e saiu pela porta sem olhar para trás.
-Uiii, essa doeu em.
- Será que você pode calar a boca um segundo Scott? - Sophia disse jogando uma das garrafas que estavam no chão na direção de Scott.
- Ele só está nervoso Sophia. Foi um dia cheio.- Allan tentou conforta-la.
- Preciso ficar sozinha.
Sophia desce as escadas lembrando de cada palavra de Lean ficando cada vez mais confusa. Corre pela estrada até chegar na cidade. Com a cabeça baixa anda esbarrando nas pessoas que ainda estavam pelo centro. Ela senta na calçada perto de uma arvore que ficava em frente ao Emperius, seu bar preferido. Ela observa a garota ao seu lado, sentindo um arrepio estranho, como os que sentia quando encontrava alguém do clã heroico. Mas de alguma forma era diferente. A garota estava aflita, e reclamava de vozes que a atormentavam. Parecia estar com medo e confusa. Sophia olhou em volta e se aproximou.
- Ei, precisa de ajuda?
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