Clarice dizia em voz baixa:
- Ai meu Deus! Essas vozes, essas vozes! O que elas querem de mim? Me deixar louca? Essas vozes!
- Ei, precisa de ajuda? – Disse a garota do outro lado, se aproximando de Clarice.
- An? Oi...não sei se você pode me ajudar. Mas quem é você? -Levantando a cabeça e olhando na direção da garota para poder ver seu rosto.
-Sophia- ela estende a mão para a garota e sorri - Sophia Ciprano. E você?
-Prazer, eu sou a Clarice Backer!- disse retribuindo o sorriso.
-E qual o problema Clarice Backer?
-Pode me chamar só de clara, Clarice Backer é muito formal, ainda mais se eu for contar o que anda acontecendo, é porque já criei uma confiança em você. - Sorriu e continuou - Eu não entendo, mas ando escutando umas vozes, uma voz de homem, grave mas suave em tom de paz, vive chamando meu nome, sem contar as estranhas sensações q sinto em meu corpo.
-Uau! Você usa drogas ou coisa assim? Isso é muito grave moça. Posso te ajudar com o psicólogo ou aqueles lugares de reabilitação.
Clarisse riu alto e o som se misturou ao do vento que soprava naquela noite e da banda que se apresentava no bar.
-Não, odeio essas coisas, mas se quiser saber, tenho problemas emocionais sim, mas acredito que não seja relacionado a nada disso.Bem que eu queria que fosse isso em! – Rindo continuou - Mas é algo que nem eu mesma sei, isso me deixa angustiada!
-Tenho uma droga melhor para você -Sophia aponta para um café do outro lado da rua- ali tem café e muito chocolate e para sua sorte devo ter algum dinheiro.
- Gostei. Nestas drogas sou bem viciada! - Olha animada para Sophia.
Elas entram no café e se sentam em uma mesa próxima a janela. Haviam poucas pessoas no local, afinal já era tarde da noite. O lugar não era lá grande coisa. Mesas de madeira, decoração improvisada, e um pequeno balcão no meio do salão.
-Ei! O de sempre por favor - Sophia grita para uma garçonete balançando os braços desesperadamente e a mulher acena positivamente com a cabeça- mas então? Desde quando você tem esses surtos?
-Bem, desde pequena eu escuto as vozes, mas não era sempre. Essas sensações estranhas no meu corpo começaram a partir dos meus 16 anos, Não era tão frequente, mas agora está sendo todos os dias. Está tudo junto ao mesmo tempo.
- E como são as sensações? -Sophia olha para Clarice curiosa e desconfiada.
- Não sei explicar, é algo um pouco que involuntário sabe? Dá uma...
-Com licença, seu pedido- a garçonete a interrompe entregando o pedido para Sophia.
- É para ela- Sophia aponta sorrindo para Clarice.
A mulher sai rapidamente para atender a outros pedidos. E Clarice continua após provar um pouco do café.
- Então, dá uma sensação no corpo, que quer se mexer, algo bem estra...
Sophia olha para os lados sem entender e encontra Clarice em uma mesa no canto escuro do café, sem entender corre para sentar ao seu lado.
- Como? Como você fez isso? Não é possível!!! Você...- Sophia faz uma pausa- isso acontece sempre?
De cabeça baixa e fixa na mesa Clarice vê duas iniciais “L + M” envoltas por um coração rabiscada por algum casal apaixonado e sorri passando os dedos sobre as iniciais. Ela volta os olhos na direção de Sophia
-Eu não sei o que aconteceu!! Foi do nada, tipo do nada mesmo!! Não, nunca aconteceu!! Que dahoraaaa!!
-Eu vi que foi do nada! Nunca mais faça isso. -Sophia olhou em volta-as pessoas podem ver e aí já era. Mas isso foi incrível!
-Eu não sei controlar isso Sophi... foi sem querer! - Ela sorri sem entender.
-Meu deus - Sophia revira os olhos e encara Clarice- você precisa de ajuda.
- Sophi, você pode me ajudar? Bem... Mano - ri alto por um momento - eu nem te conheço direito, mas sei lá, algo me diz que é você que vai me ajudar e em quem devo confiar, bem estranho... E a mesa ali, melhor voltarmos.- Apontado para a mesa q que elas estavam sentadas anteriormente.
Uma voz diz na cabeça de Clarice "Minha luz, é nela mesma que você deve confiar."
-Sophi... -Ela coloca a mão na cabeça como se estivesse com dor- eu ouvi aquela voz novamente, só que dessa vez bem claramente. Ela dizia "Minha luz, é nela mesma que você deve confiar.". Afinal, quem realmente é você? Estou confusa.
-Olha, você precisa mesmo da minha ajuda. Eu vou estar um pouco ocupada essa semana.- Sophia olha para o relógio acima do balcão- minha nossa!!! Eu tenho que ir. – Ela se levanta e anda de costas até a porta- eu encontro você quando der. Foi um prazer. E fique bem.
-Ok...
Sophia sai do café às pressas tentado se proteger do vento do lado de fora. E sem entender Clarice pega o café e volta para casa.
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