História Buscando o sentido da vida - O que deu em mim?!

—Lara,você vai ficar ai fora?

—Oi Íris, sim eu vou ficar aqui mesmo.

—Mas está tão divertido lá, além disso não tem ninguém na rua.

—Eu estou bem aqui, depois eu entro.

—Lara,você não acha melhor parar de beber agora.

—Fica tranquila Íris, já falei que estou bem.

—Não precisa falar assim, eu só quero seu bem.

—Desculpa, mas não precisa se preocupar.

— Então ta, vou entrar. tchau!

Eu não queria a tratar mal mas eu estou sem paciência. Minha vida estava tão boa, mas agora me sinto uma merda. As vezes tudo parece ir contra mim.

Deixei lagrimas escaparem e senti o gosto de derrota e tristeza que elas me traziam ao escorregar pelos meus lábios, foi quando ouvi um choro que vinha de trás de um carro. Me levantei caminhei bem devagar quando vi uma pessoa com uma blusa preta de moletom e seu capuz cobria seu cabelo, ela estava sentada na calçada de costas para mim.

— Ei, o que você tem? Está tudo bem?

—Não, não está!!— me respondeu ainda de costas.

— Você quer conversar?

— Conversar? Você não vai querer saber da vida de uma derrotada.

—Olha não vai ser tão diferente, minha vida também está uma droga. Por que não se vira pra gente conversar melhor?

— Pelo menos isso nós temos em comum. Me virar? Você não vai querer ver meu rosto, se me conhecer melhor vai saber a pessoa horrível que eu sou.

— Claro que não, pode confiar. Deixa eu ver quem você é.

Ela se virou lentamente, quando me deparei com aquele rosto que fazia morrer de angústia e de medo.

—Camilla, você?

— Sim, agora ta vendo o meu fracasso, ta satisfeita aposto que era seu sonho me ver assim.

Ela estava toda machucada com o olho roxo, seu nariz sangrava. Eu estou em dúvida, não sei se devo ajudar. O que ela fez comigo, ainda tenho raiva dela, mas não posso deixá-la naquele estado.

— O que aconteceu, por que está assim?

— Não precisar ser boa comigo, eu sei o que te causei, se fosse você eu não teria dó de mim.

— Eu não esqueci o que você fez, mas ao contrário de você eu não consigo ser má.

Sentei ao seu lado, ela estava muito mal, toda quebrada, estava igual a mim quando ela me batia. Eu ainda tenho raiva dela mas não vou deixá-la nesse estado.

— Espere aqui eu vou buscar gelo para aliviar, você deve está sentindo dor.

— Não se preocupe essa dor não é nada, perto da magoa que eu sinto.

—Espere aqui.

Fui até a cozinha peguei um copo onde coloquei gelo e peguei também um pano. Quando estava voltando meu estômago parecia que ia sair pela boca, joguei tudo pra fora ali na rua mesmo, meu corpo parecia mais pesado.

— Eu não sei quem está pior se é eu ou você. — Camilla disse me olhando vomitar.

— Eu estou morrendo de rir. Está aqui o gelo, vira para mim, deixa eu limpar seu rosto.

Peguei o pano molhei no gelo que estava um pouco derretido, e passei levemente sobre seu rosto, enquanto ela reclamava de dor e me olhava timidamente com seus olhos azuis.

—Camilla você quer que te acompanhe até sua casa?

—Minha casa? Não eu não posso voltar para lá hoje.

—Como assim não pode, onde você vai ficar?

— Prefiro ficar na rua.

—Não, claro que não. Que ir para minha casa só hoje?

Eu não acredito que vou fazer isso, mas eu não posso deixar ela na rua.

— Você deixaria, mesmo depois do que eu fiz com você?

— Olha eu acho que em sã consciência eu não deixaria, mas hoje eu coloco a culpa disso na bebida.

— Nossa muito engraçada você.

— Mas é verdade. Só não ache que eu te perdoei. Então vamos?

—Espero que consiga me perdoar.

P.O.V Tom

Eu me sinto culpado por ter mentido para Lara, ainda mais depois da Anne ter me beijado, mas eu não queria, não sou assim. Quer saber vou agora na casa da Lara e vou falar o quanto eu aprendi ama-la.