Acordei. Estou em um lugar escuro e úmido, mais parecido com um cativeiro.
Não tem ninguém, apenas eu e umas baratas. Há uma janela toda fechada com madeira e pregos e uma porta.
Tem uma mesa onde com um prato com comida e copo com água e um colchão no chão.
Estou meio tonta.
- A-al-guem me a-ajuda.
Um pessoa abriu a porta.
- Coma.
Era voz de um homem. Mas não mostrava o rosto, estava todo coberto. A voz parecia familiar, mas não me lembrava e talvez estava alterada por conta da máscara preta no rosto que abafava a voz.
- Porque eu estou aqui?
- Coma a comida garota.
- Que dia é hoje?
- Domingo.
- Estou dois dias aqui. Como assim?
- Coma.
- E-eu es-t-ou dro-gada?
- Apenas coma.
- Qual é o seu nome?
O homem fechou a porta.
Ouvi sussurros do lado de fora: "Agora tá batendo papo com a garota é?" "Não, não" "Acho melhor mesmo. Ela pode reconhecer nossa voz" "Ela não vai, segue o plano mano"
Comi a comida e em segundos, desmaiei.
...
Depois de umas horas acordei. Já era noite.
Então comecei a gritar:
- SOCOOOORRO. ME AJUDEM. ESTOU PRESA.
Pensei: Lógico que estou presa né. Deve não ter ninguém aqui. Meu Deus, o que eu vou fazer? Pensa em algo pra ajudar idiota.
- Meu celular!
Pensei: Deixei em casa.
- Droga.
Pensei: Grampos.
- Eureca!
Peguei uns grampos do meu cabelo e fui tentar abrir a porta.
Pensei: Isso funciona em filmes, vamos tentar né.
Fui girando para lá e para cá. A única coisa que consegui foi fazer o grampo enganchar na fechadura.
- Nunca fui tão trouxa com filmes até tentar fazer isso.
Pensei: E agora?! Mesa, isso!
A mesa tinha umas pernas de ferro e era bem pequena.
Peguei a mesa e comecei a bater no chão, até que a mesa quebrou.
Puxei uma das barras de ferro e comecei a bater na fechadura, uma, duas, três, quatro. Na quarta vez que bati, a fechadura quebrou e a porta abriu.
- Que lugar é esse?
Ouvi um barulho. Comecei a correr desesperadamente. E entrei em corredor que tinha uma porta no final, parecendo a saída.
Ouvi alguém gritar: "Droga, ela fugiu" "Ela deve estar por perto" " Vamos"
Sair de fora do lugar e corri para o mato.
Depois me virei e olhei para o lugar, tentando saber que lugar era aquele.
Pensei: Eu conheço.
- Fábrica.
Ouvi barulho de galhos quebrando.
Voltei a correr, parecia que tinha encorporado Usain Bolt, talvez um pouco menos.
Passava por cima de galhos e sentia que estava sendo seguida.
Até que esbarrei em alguém que segurou meus braços.
- Me solta. Socoooorro, me ajuuudem.
Bati na cara da pessoa.
- Li, sou eu, o Gus.
- O que você faz aqui?
- Venha comigo. Calma, você está protegida agora.
- Não, não, eles estão aqui.
- Calma, olhe para mim.
Eu olhei.
- Respira fundo Li.
Respirei.
- Olha, você não está só. Tem policiais e investigadores para tudo que é lado. Se acalma.
- Como me acharam?
- Um chip. Coloquei em você para rastrear, caso acontecesse algo como um sequestro.
- Ah.
- Está mais calma?
- Sim.
Ele me levou até a base da RSC, improvisada no mato.
Havia policiais para tudo que é lado, carros e cães.
Um homem veio em minha direção.
Homem: Onde ela estava agente 66?
Gus: No meio do mato, rumo a oeste perto da fábrica.
Homem: Avisa o pessoal.
Gus saiu.
Homem: Sou o Sheldon, chefe do caso.
Eu: Ta.
Sheldon: Precisamos do seu depoimento agora e depois encaminharemos você a Los Angeles para passar uns dias junto com sua mãe. Para proteção.
Eu: Ta. Só estou meio tonta, é muita coisa.
Sheldon: Vai ser atendida por eles antes.
Ainda estávamos no meio do mato. Fui atendida pela Dr Jhenifer, médica da RSC. Ela disse que precisarei fazer alguns exames, mas que a princípio está tudo bem e que eu só estava um pouco nervosa e assustada.
Depois fui levada ao departamento da RSC para dar meu depoimento.
Estávamos em uma sala reservada.
Sheldon: Agora diz o que realmente aconteceu?
Eu: Eu estava no baile. Fui no banheiro e depois fiquei esperando Mel do lado de fora.
Sheldon: Se aprofunde mais.
Eu: As pessoas começaram a criar tumulto. Nisso, uma pessoa me agarrou, colocou um pano no meu rosto, resultando em desmaio.
Sheldon: Dava pra ver essa pessoa?
Eu: Não, estava coberta.
Sheldon: E no cativeiro? Passou dois dias lá.
Eu: Não sei bem. Acordei hoje pela manhã. Havia um homem, ele mandava eu comer. Só falava coma, coma garota, apensa coma. E depois desmaiei.
Sheldon: Então ele te obrigava a comer e logo após você desmaiou.
Eu: Isso.
Sheldon: Suponho que eles estavam te drogando, terá que fazer os exames o mais rápido possível. Mas como conseguiu sair?
Eu: Também considerei essa hipótese. Bom... Eu acordei agora a noite, minutos antes de fugir. Peguei o ferro da mesa e quebrei a fechadura.
Sheldon: E correu para o mato?
Eu: Sim.
Sheldon: Então era apenas um sequestrador?
Eu: Vi apenas um. Mas ouvir sussurros de duas pessoas conversando. Diziam que eu os poderiam os reconhecer.
Sheldon: Então são pessoas próximas.
Eu: Talvez. Eu não sei.
Sheldon: E ontem? O que houve ontem?
Eu: E-eu não s-sei.
Sheldon recebeu uma ligação. Ele se afastou e foi até a porta.
Sheldon: Só um minuto.
Assenti com a cabeça.
Ele bem baixo: "Fugiram?" "Pois tratem de procurar" "Tragam qualquer coisa que liguem eles ao pai dela"
Desligou o celular.
Sheldon: Se acalma. Mandaremos você para Los Angeles agora.
Eu: Eles sumiram do nada? Não tem como. Tinha alguém me perseguindo na floresta.
Sheldon: Resolveremos logo isso.
Eu: Ok.
Sheldon:Tem um avião particular aqui no departamento. Vou te levar até lá.
Eu: Eu vou sozinha?
Sheldon: Vai com uns agentes.
Eu: E o Gus?
Sheldon: Precisamos dele no momento.
Eu: E minhas coisas?
Sheldon: Não se preocupe. Já demos um jeito.
Eu: Ok.
Ele me levou até a área de decolagem. Me embarcou e fui com 4 agentes no avião.
Eu estava um pouco assustada mas não traumatizada. Meu corpo aparentemente estava em ordem, o que me dava tranquilidade.
Assisti metade de um filme que não sabia o nome e dormir ali na poltrona.
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