Acordei, levantei e fui fazer as devidas higienizações.
Fui para a cozinha tomar meu café. Minha mãe e tia Maria já estavam na mesa.
- Bom dia mãe. Bom dia tia.
- Bom dia filha.
- Bom dia Ju.
- Mãe a senhora vai trabalhar hoje?
- Vou, estou tentando inocentar um homem acusado injustamente de assassinato.
- Boa sorte!
- Obrigada.
- E você, como foi seu dia ontem? Cheguei e você já estava dormindo.
- Ah, foi o de sempre. Pessoas falando do meu pai, aula, atividade e TV. Dormi cedo porque estava com dor de cabeça.
- Ah sim, já está melhor?
- Sim.
- Bom, tenho que ir filha. Até mais.
- Vai almoçar aqui?
- Não.
- Ok, beijos. Até mais mãe. Te amo.
Terminei o café e fui para a escola de ônibus.
Foi uma manhã normal como qualquer outra. Conversei com minhas amigas sobre assuntos aleatórios. Mike sentou novamente do meu lado e parece que
Cada vez mais estamos mais próximos. Isso porque só tem dois dias e ele já me trouxe até em casa de moto.
Fiquei me perguntando porque ele no primeiro dia não foi de moto para escola, até que falei com ele e ele falou que era um jeito mais fácil de fazer amizade, em bancos de ônibus. Rimos.
Cheguei em casa, almocei e tirei um cochilo pela tarde.
Acordei às 17:00 e resolvi correr pelo bairro, já que pela manhã eu vou para escola. Levei a Star comigo. Corri bastante, parei na praça e me alonguei.
Na volta resolvi passar na Coffee Black. Amarrei a Star em um poste e entrei. Lá estava ele, Ed, comprando um belo capuccino. Fui até ele.
- Olha senhor Ed. O senhor não tem o direito de fazer isso comigo.
Falei com a voz alterada.
- Fale baixo menina.
- Falo baixo não. Você pensa o que? Fica dizendo que tem uma fotos de meu pai só para me atrair para tua casa e fazer não sei o que lá.
Ele tampou minha boca e me puxou para um canto da cafeteria perto dos banheiros.
Mordi a mão dele.
- Aí aí aí.
- Ainda pensa que consegue me abusar em uma cafeteria. Que nojo.
- Cala a boca menina. Me deixe falar.
- Falar o que? Que você é um tarado?
- Eu estou sendo seguido.
- Não me diga?! Você deve ter muitas "inimigas" né. Até porque ninguém gosta de ser abusada.
- Eu não abusei ninguém menina e muito menos quero abusar você. Naquele dia eu ia vim, porém recebi uma mensagem anônima de ameaça e fui direto para meu trabalho. Acho que o mesmo cara que matou seu pai tá me perseguindo.
- Você tá brincando comigo.
- Eu sou um cara sério, não brinco com essas coisas. Eu trabalhei no mesmo grupo que seu pai. E estamos investigando quem é esse assassino.
- Vocês tem pistas, alguma idéia de quem possa ser?
- Isso é secreto. Não sei nem porque te disse isso. Aliás eu sei, porque você estava gritando loucamente dizendo que eu sou um estrupador maníaco.
- Não foi bem isso. Mas e as fotos?
- Posso te mostrar agora.
- Ok.
Comprei meu café, peguei a Star e fomos até a casa dele. Optei por esperar na varanda. Já era noite e depois da última que aconteceu, é melhor prevenir.
- Aqui está as fotos.
Olhei cada uma. Não vi nada de mais. Apenas uma em que eu estava presente junto com meu pai e um homem que não me recordava. Fiquei encarando.
- Não me lembro muito.
- Depois você só recorda as coisas boas.
- Não me refiro ao meu pai e sim ao homem ao seu lado.
- Esse era o Livinho, um apelido sabe por causa do nome dele. Ele era amigo de seu pai, porém se envolveu em coisas erradas e aí aconteceu coisas.
- Qual era o nome dele? E Quais coisas aconteceu com ele?
- Não me lembro, chamavamos muito ele assim, aí acabou que ficou na mente. E é secreto.
- Sempre secreto.
- Trabalho.
- Sei.
- Eii, quer levar as fotos com você?
- Sim. Ah, obrigado.
Por mais que minha mãe quisesse esquecer tudo, eu não conseguia. Mentir não é meu forte e muito menos fingir que nada aconteceu. As pessoas perguntam se estou bem e a única resposta que dou é sim, porque essa é o que elas querem ouvir. Por isso eu aceitei as fotos, quero dizer que estou bem quando realmente estou. E eu so vou estar bem quando saber quem matou meu pai e vingar-me. E talvez essas fotos me ajude.
- De nada. Qualquer dia vai lá na RSC, vai ter muitas pessoas que vão querer contar histórias do agente 06.
- Claro. Vou indo, foi bom ter falado com você. E me perdoe por ter falado daquele jeito lá na Coffee.
- Ah, que nada. Você estava apenas alterada. Talvez um pouco louca.
- Mas com razão. Até mais.
- Até mais.
Nos cumprimentamos. Peguei a Star e fui para casa.
Estava correndo dessa vez sem fone de ouvido. E novamente vejo Romeu, não lavando o carro, estava com a senhora Helena.
- Juliet.
Helena me chamou.
- Olá senhora Helena.
- Oi Juliet.
- Oi Sr Montenegro.
- Ju, estamos fora da escola, pode me chamar como o de costume.
Nessa hora dona Helena entrou em sua casa.
- Desculpe, é só para na hora eu ser tão acostumada a ponto de as outras pessoas pensarem algo diferente.
- Se importaria com o que os outros iriam pensar?
- Na verdade, o que acha que elas iriam pensar?
- Talvez pensariam a mesma coisa que insinuou a poucos instantes. Mas você ainda não respondeu a minha pergunta.
Nossos olhares se encontraram. Helena interrompeu na hora de minha resposta. Graças a Deus. Eu não saberia o que dizer. Parecia que estávamos flertando. Talvez estivéssemos.
- Juliet fiz esses biscoitos aqui para sua mãe. Nunca mais ela veio aqui em casa. Aliás, gostava muito quando vocês viam aqui. Lembra daquela vez que peguei você e o Romeu se beijando? Haha, seu pai não gostou muito de saber disso.
Meu Deus. Eu estava realmente envergonhada. Como ela lembra de uma coisa dessas.
- Mãe, você está deixando a Ju envergonhada.
- Vocês fazem um belo casal. Já está com quantos anos Juliet?
- 17 anos dona Helena.
- Não tem muita diferença de idade.
- Mãe, sabia que sou o professor dela?
- Se for, é o último ano dela. Não tem nada de mais gente. Os anos passam e a única coisa que fica é a saudade.
- A saudade.
- Poxa mãe. Você falando coisas erradas em.
- Desculpa minha filha. Eu não quis tocar nesse assunto.
- Não senhora Helena, tudo bem.
- Faz assim, amanhã a noite você e a Emily vem jantar aqui em casa. E não aceito não como resposta.
- Não é necessário.
- É sim Juliet. O Romeu vai cozinhar para vocês. Ele cozinha muito bem.
- Cozinho mãe?
- Cozinha sim. E vocês podem vim as duas, por favor. Como nos velhos tempos.
- Está bem. Vou indo. A Star tá com fome, sempre que corre fica assim.
- kk vai lá.
- Xau Juliet. Não se esqueça viu. Às 19:00 horas.
Peguei os biscoitos e agradeci. Sai dali o mais rápido possível. Estava extremamente encomodada. Perguntas de Romeu, lembranças do passado, jantar amanhã. Que loucura.
Enfim, fui para casa. Minha mãe estava assistindo.
- Mãe, biscoitos da senhora Helena. E jantar amanhã na casa dela, às 19:00 horas.
- Não vou poder ir Ju. Tenho um jantar com empresários da revista EibC. Agradeça a ela por mim e peça desculpas em meu nome.
- Ok.
A rotina dela voltou. Viver em prol do trabalho. Mas é melhor do que viver em prol da tristeza.
- Já jantou?
- Sim.
- Tá bom.
Levei a Star até a casinha dela, coloquei ração e água para ela. Depois fui fazer minhas higienizações, tomei banho e fui assistir mas minha mãe.
Terminou os progamas que sempre assistimos e fomos dormir.
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