História Butterfly - Vigia

•Mark•

- Eu disse andando! - Apontei a arma para a rapaz.

Minho - Onde estamos? - Ele perguntou.

- Não te interessa! - Empurrei.

Estávamos no meio de uma floresta, me certifiquei de colocar um saco preto na cabeça de Minho, o impossibilitando de ver o caminho.

Nós estamos andando a mais ou menos 25 minutos, entre a mata fechada.

Bem eu tenho uma segunda casa, uma chacara, eu herdei ela de meu pai, mas quase nunca ia para lá, ficava muito longe da cidade e eu não gostava de usar algo que veio de meu pai.

Ela tem uma estrada principal, mas optei por não usar para não chamar atenção, então me enfiei em meio a mata com aquela praga mirim.

- Estamos quase chegando. - Afirmei.

Minho - O que vai fazer comigo?

- Está com medo?

Minho - ... - Ele não respondeu.

- Onde está o corajoso Minho? O capanga de Lee? 

Chegamos no muro da casa, não era tão alto, e feito de pedras, o que é o suficiente para poder fazer um esforço e subir.

Minho foi primeiro, eu o ajudei e depois o segui.

Ele havia ficado de joelhos na terra úmida e esperou que eu aparece ao seu lado e o guiasse.

Eu retirei o capuz, me dirigi até a casa.

Por sinal a casa era bem grande, feita de madeira e com dois andares, ela tinha grandes vidraças e uma varanda.

Tudo estava bem cuidado, nós tínhamos um cuidador que morava lá. Na verdade era um velho amigo que precisava de um lugar, tanto para se esconder, quanto para viver. Lá era perfeito para isso.

Subi na varanda, as tábuas de madeira fizeram um barulho alto.

Bati na porta e logo um rapaz alto e forte me atendeu com uma arma na mão.

- Wow! Sou eu cara. - Sorri.

Suho - Mark? Sério? - Ele abaixou a arma.

- Kkk Quanto tempo, já faz o que? Uns 2 anos que não te vejo?

Suho - Mais ou menos por aí.

- Então... Eu estou com uns problemas e trouxe um sortudo aqui.

Suho - Você deve estar muito puto para trazer ele aqui.

- Talvez um pouco. - Entrei na casa e empurrei Minho para dentro, o fazendo cair no piso e madeira.

Suho - Mas fiquei sabendo que tinha morrido kkk. - Ele fechou a porta.

- É eu ressuscitei. - Brinquei.

Suho - A notícia se espalhou rapidamente pelos ouvidos dos becos.

- Não é todo dia que o maior assassino da cidade morre.

Suho - Todos ficaram revoltados, se perguntando quem iria liderar a bagaça.

Tirei o capuz de Minho, agachei ao seu lado, pequei em seu queixo e olhei em seus olhos.

- É por esses motivos que eu digo que pra brincar comigo tem que saber as regras do jogo. - Deixei ele cair ao chão denovo.

Suho - Um dos capangas de Taemin?

- É mais um daqueles Cachorinhos que Taemin tem. - Guardei a arma na cintura.

Suho - Você não consegue mais ser tão malvado né?

- Bem eu não queria mais ter que voltar a ativa, só queria viver minha vida, mas não ele tinha que me atormentar.

Olhei para Minho amarrado é praticamente babando no piso, ele não conseguia levantar.

Fui até a cozinha, busquei por uma boa faca, voltei até o rapaz jogado ao chão.

Ele me olhou assustado, achou que faria algum mal, mas eu só queria me livrar de suas cordas e amarras.

- Se você aprontar alguma coisa, seja a menor possível, saiba que nós dois - Apontei para Suho - Não vamos perdoar.

Ele confirmou com a cabeça e eu soltei suas cordas.

Suho - Tem um banheiro no final do corredor lá em cima, tome um banho e troque essas roupas sujas!

Minho não falou nada, só ficou surpreso com o gesto tão inesperado.

Assim como Suho ordenou ele subiu, tomou seu banho e desceu novamente com as roupas trocadas, eu ainda estava sujo, com sangue escorrendo pela boca e todo suado.

Nos sentamos na sala, nós dois, de frente para a praga mirim.

- Pode começar a falar! Tudo. - Encostei no sofá.

Suho - Não esqueça dos detalhes.

Minho - Não sei o que falar...

- Porque Taemin está me enchendo as paciências agora?

Minho - Bem, no começo ele falou que queria só falar com você, e depois ele já disse que queria ser melhor que você!

- Ainda nisso? Lee não cansa de fazer esses joguinhos sujos não?

Suho - O que mais?

Minho - Bem, ele veio com um papo que você estaria namorando um rapaz rico, e iria pedir grana em troca de sumir da sua frente.

- Mercenário!

Minho - O estranho é que ele queria que nós fossemos junto com ele.

Suho - Nós quem?

Minho - Eu e Key.

- Fosse a onde? Pedir grana ao meu namorado?

Minho - Sim, exatamente... Mas aí ele se tocou que ele não tem nada haver com mundo do crime, e que não saberia do que estávamos falando.

- Afinal ele não tem nada haver com isso.

Minho - Ele começou a ficar paranóico, seguia Jackson por todo lado, cada canto.

- É um filho da puta mesmo, que ódio! - Levantei do sofá, e andei até a janela, o breu tomava conta do jardim, a mata parecia tenebrosa.

Minho - Eu e Key percebemos que ele ficou estranho, sai no meio da noite, recebia ligações na madrugada, tudo era muito incomum para nós.

Suho - Ele não contava nada?

Minho - Por isso era estranho, ele nunca deixou de nós incluir em um plano.

Suho - E dessa vez ele não disse nada?

Minho - Não, nem uma palavra. Até que Key descobriu.

Virei para Minho e o encarei.

Minho - Não se tratava mais de honra em ser o melhor criminoso, ele estava trabalhando para alguém.

Suho - Quem?

Minho - Eu não sei o nome!

- Para fazer o que? Em troca de que?

Minho - Pelo que entendemos, eu não sei muito bem... Mas ele está recebendo uma boa grana pra vigiar Wang.

- Pra vigiar Wang? Mas o que ele faria de mal?

Minho - Esse cara é da elite, ele pediu pra deixar você longe do Jackson.

- Mas eu estava morto!

Minho - Ele queria que Taemin apagasse qualquer detalhe da existência do Mark, como se apagasse tudo que vocês dois viveram.

Suho - Então Taemin está encarregado de eliminar de verdade Mark?

Minho - Então, algumas vezes ele convenceu Jackson a beber, para extrair informações, ele descobriu que Tuan poderia estar vivo.

- E essa pessoa pediu para ficar de olho?

Minho - Sim! Eu realmente não sei quem é... - Ele estava nervoso, suava com as informações, suas mãos estavam inquietantes, os dedos mexendo uns com os outros, sua expressão era confusa.

- Relaxa, as informações são úteis.

Suho - Resumindo tudo, no início Lee queria só ser o melhor, mas aí alguém entrou no jogo e está financiando esse circo todo, para que Mark seja de vez eliminado, tudo isso pra que Jackson siga a vida sem ele.

- Acho que eu sei quem pediu tudo isso.

Suho me encarou e depois deu risada, Minho achou estranho eu saber e eles não.

- Quem é a única pessoa que passou a me odiar mais que Taemin nesse último ano, é alguém da Elite, e paranóico com os passos de Jackson...

Suho - O pai de Jackson?

- Na mosca baby.

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Depois daquela conversa e de várias descobertas resolvi relaxar o corpo, descansar, tomar um belo banho.

Subi então até o banheiro da casa, retirei as roupas sujas de sangue, terra e suor. Essas mesmas foram jogadas sem preocupação alguma no canto do banheiro, havia um grande espelho na parede.

Analisei com cuidado meu estado de destruição.

Haviam marcas vermelhas, hematomas que ficaram roxos e esverdeados.

Toquei nas feridas, elas doiam, meu corpo todo estava dolorido, mas meu braço... Ele estava em uma calamidade sem tamanho, não era de não se esperar, o pequeno corte que eu achei que a faca havia feito, não era tão pequeno assim.

Os cantos da minha boca estavam avermelhados, e como em um filme de vampiro um rastro de sangue escorria até o queixo, ele já estava seco por fazer tempo que estava ali.

Sai daquele transe de querer analizar meus machucados, entrei no box, liguei o chuveiro, deixei no morno.

Tomei coragem e entrei debaixo da água, tudo ardia, parecia fogo queimando. Até os pequenos ralados estavam doendo.

Fazia tanto tempo que não me machucava, a sensação era estranha.

A dor me fazia lembrar de cada momento da briga, cada pensamento que correu na minha cabeça.

Sai do chuveiro depois de uns 30 minutos, relaxado e limpo busquei por uma toalha, me sequei e sai do banheiro, subi as escadas com certa dificuldade, entrei em um dos cômodos, arrumei a cama, tranquei a porta.

Me deitei nu, coloquei minha arma debaixo do travesseiro, me cobri com apenas uma coberta e me deixei ficar por ali mesmo.

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Acordei na manhã seguinte com a claridade em meu rosto, como ninguém ficava na casa para usar os outros cômodos, não haviam cortinas nos quartos de hospedes.

Tentei me levantar, não consegui, a dor percorreu meu corpo. Todas aquelas emoções de êxtase pós briga, aquela adrenalina que corria no corpo transformada em puros hematomas e músculos doloridos.

Não conseguia me mexer direito.

Meu celular tocou, fiz um esforço para alcança-ló e virar meu corpo de lado.

Ligação de Youngjae

Suspirei, me conformei e atendi.

- Oi Jae.

Jae: Oi Jae é o caramba! Porque você não veio aqui em casa ainda? Primeiro finge de morto, depois some, se mete em briga e quebra a casa do Yugy que eles já me contaram... Agora está sumido e não dá sinal de vida... Cadê você?

- Estou na sua casa daqui a 2:00, me aguarde! - Sorri tirei o telefone do ouvido e escutei a voz ficando baixa e se afastando.

Por fim, desliguei.