História Butterfly - Lágrimas na Chuva

Jae - Jackson acabou de estacionar o carro, está do outro lado da rua.

Mark - O QUE?

JB - Ele não iria vir hoje para pegar as coisas dele que ficaram aqui?

Jae - E-eu...

Mark - Você sabia que ele viria aqui e mesmo assim me chamou?

Jae - Eu não lembrei... Eu juro! - Ele justificou desesperado.

Olhei em todas as direções, procurei lugares, mas conhecia a peça, ele iria ficar andando pela casa, é arriscado demais ficar aqui pensei.

Fui até a porta, sai para fora, faltavam quatro andares para o elevador chegar no andar.

Mark - Jackson não pode me ver, ainda não pelo menos!

JB - Calma vamos dar um jeito.

Alguém abateu na porta.

Jack - Oiê gente, sou eu, Jack!

Mark - Fodeu!

Jae - Se esconda.

Mark - Jackson vai andar na casa, não posso arriscar que ele me veja.

JB - Já vou amigo, estou procurando a chave.

Jack - Okay, não demore.

Jae - O que vamos fazer então?

Fui até a janela, ela estava fechada.

Mark - Me da a chave da janela.

Jae - Está louco?

Mark - Isso eu já sou! Me dá a porra da chave!

JB me jogou a chave, e foi atender a porta.

Mark - Não demore, não sei quanto eu aguento no batente.

Jae - Não! Mark!

JB - Fala baixo!

Jack - Jaebum? Achou a chave.

Abri a janela, me apoiei no pequeno parapeito e andei alguns passos para o lado, até ficar fora do campo de visão da janela.

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•Jaebum•

Abri a porta, Jackson estava parado impaciente com os braços cruzados. Olhei para trás mais uma vez assutado, Mark não estava mais lá. Concedo a passagem.

Jack - Já era hora. - Ele falou adentrando no apartamento.

- Olá...

Jae estava deitado no sofá, ele praticamente se jogou nele, fingindo que nada estava acontecendo.

Jack - Tem mais alguém aqui? Escutei vozes. - Ele se sentou no sofá.

Troquei olhares com Choi por poucos segundo, buscando por uma resposta. Jackson olhou estranho e então Jae falou.

Jae - Foi a TV KKK.

Jack - Nossa, esse perfume, me lembra... - Ele levou a mão no queixo. - O Mark...

JB - A que estranho não? - Sentei no sofá.

Jack - Vocês estão tão estranhos, o que foi? Tem algo para me contar?

Youngjae engoliu seco, seu rosto agora tinha algumas gotículas de suor.

Jack - Nossa você está suando, vou abrir a janela.

JB - NÃO! - Eu impedi de levantar.

Jack - Pra que gritar?

Jae - É que eu estou gripado, por isso, é a febre sabe... E não posso tomar friagem, pioraria tudo.

Jack - Ah okay... Vou pegar água na cozinha.

Jackson levantou do sofá assustado e foi até a cozinha tomar água. Enquanto isso eu e Jae cochichavamos na sala.

JB - Eu vou ver o Mark, fique de olho na cozinha.

Fui até a janela, abri devagar para não fazer barulho.

JB - Está tudo bem?

Mark - Anda logo, está difícil se equilibrar aqui, ainda mais com essa garoa, meus pés estão escorregando.

Jae - Amor!

JB - Só mais um pouco, eu prometo. - Falei fechando a janela, mas escutei a resposta.

Mark - Eu não prometo que não vou cair daqui.

Jack - Nossa a casa está diferente né?

JB - Bastante... Você não quer pegar a gripe do Jae né?

Jack - Claro que não... Porquê?

Jae - Então é melhor ir embora! - Ele foi curto e grosso.

Jack - Vocês estão estranhos de mais. Se quer que eu vá embora é só falar, não precisa de desculpas esfarrapadas.

JB - Não é isso, é que...

Jack - Eu já entendi, e já estou indo. Onde estão as minhas coisas?

Ficamos em silêncio pelo desconforto da conversa.

Jae - Eu vou buscar.

Jack - Ótimo.

Passado uns 2 minutos Choi voltou com as coisas de Wang, assim que ele as pegou se despediu.

Jack - Até... Qualquer hora aí, espero né... - E bateu a porta.

JB - Aish! - Corri pra janela. - Entra!

Mark - Graças!

Ele se jogou para dentro do cômodo.

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•Mark•

Fiquei de pé, por mais que minhas pernas estivessem me matando. E Repousei meu olhar sob a pela janela.

O moreno logo apareceu com um caixa de pertences na mão, o vento forte que estava lá fora bagunçava as madeixas do cabelo escuro de Wang.

Ele abriu o porta malas, colocou as coisas dentro, e olhou para a janela. Me abaixei, não fiz contato visual.

Agora ali mesmo, eu me sentei no piso, encostei minhas costas na parede e fechei os olhos.

Entre as muitas coisas que se passavam em minha cabeça, uma delas foi.

 "Só mais um pouco, espere mais um pouquinho é só o que vou exigir de você".

Abri os olhos e a claridade tomou conta da retina, fazendo-a arder.

Jae - Meu Deus! - Ele colocou a mão no rosto.

JB - Jack deve estar puto conosco.

- Ele supera! - Falei ficando em pé.

JB - Onde vai?

- Já está tarde!

Jae - Me desculpe Mark.

- Está tudo bem, já me acostumei com seu jeito atrapalhado. - Baguncei os cabelos de Choi.

Me despedi decentemente, eles me acompanharam até a porta, desci de elevador e cheguei ao térreo. Me certifiquei de colocar o capuz e sai.

Desci a rua, ao chegar em meu carro, entrei e analisei o ambiente, nada de suspeito, mas uma sensação estranha de que algo estaria errado.

Comecei a dirigir tranquilamente, já estava tarde então não havia tanto movimento.

Pensei comigo, porque não passar no orfanato? Sem descer, só para olhar da janela. Peguei a principal e direcionei o caminho ao meu destino.

Passado uns minutos estava lá, parado em frente ao antigo casarão, a casa parecia acabada, como no começo de tudo. A grama estava alta, as flores mau cuidadas e mortas. Havia lixo para todos os lados.

Escutei uma movimentação estranha, foi aí que me toquei de que fui um tremendo idiota. 

Estava parado em um local da qual eles esperavam de que eu iria.

Acelerei o carro e busquei sair o mais rápido possível, peguei novamente a principal e quando achei que já estava longe o suficiente eu diminui a velocidade.

Parei em um sinaleiro, minhas mãos soavam, algo estava errado.

E ficaria ainda pior, olhei para o lado, como quem não quer nada, deixei a brisa bater em meu rosto. O que eu não esperava era que o Cadillac de cor chumbo que estava ao meu lado era o carro de Wang.

Ele estava perplexo, olhou para mim. E a única coisa que pensei foi. "Merda".

Jack - Mark?

Olhei para o sinaleiro, ele estava vermelho, calculei a probabilidade de dar errado, eram 9,99 de 10.

Acelerei o carro contra o cruzamento, vinha um carro em minha direção, escutei o som estridente da buzina, passei por um raspão, a velocidade era tão alta que o vento da janela machucava meu rosto, foi aí que percebi que havia um carro me seguindo, e logo atrás do carro, Jackson.

Quem estava me perseguindo era Key.

Pisei mais fundo no acelerador, chegando aos 85 km, dentro de uma via pública vazia, os pequenos pingos de garoa de quando sai da casa de Jae eram agora grossos pingos de chuva, as luzes da cidade me cegavam.

Mais um cruzamento, quando eu olhei para trás, era tarde demais, Key estava com a arma para fora da janela, ele acabara de disparar.

O tiro pegou na roda do carro, os pneus derraparam, perdi o controle. Fui contra um poste.

Não consegui escutar mais nada direito, tudo se passou em câmera lenta.

A batida, o vidro quebrando, o estalo do começo de uma explosão, tudo ficando quente e eu sabia que o veículo estava em chamas.

Senti o sangue escorrer no canto do meu rosto.

Meio apagado alguém me carregava, achei que era Key, pensei que iria me levar para Taemin. Mas na verdade escutei a voz da pessoa.

Jack - Vai ficar tudo bem, fica calmo.

Sorri, apesar de toda a confusão e dor, eu sorri.

Ele me colocou no chão, olhou em meus olhos. E correu até o carro para pedir ajuda.

Fora o fogo que carbonizava o carro escutei alguém estacionando. Era Key.

Ele vinha em minha direção apontando uma arma. Tentei levar a mão em minha arma, não deu tempo. Houve um disparo, que não era da arma dele.

Vinha de trás de mim. Era de Jackson.

Sabia que seria útil deixar minha antiga arma para ele, e avisar na carta que pegasse ela na caixa dentro do guarda roupa.

O tiro pegou no ombro do capanga, e ele sentiu a dor. A única luz que tinha para ver aquilo, eram as chamas do carro, e os relâmpagos wue cortavam o céu.

Jack - A ambulância já está vindo. - Ele correu para mim.

Porém, a chuva caia, o carro pegava fogo, a dor me consumia, o sangue se misturava com a água, as luzes dos carros em meio a uma avenida deserta e tudo que eu consegui escutar foi mais um disparo.

Eu o vi cair, vi a dor em seu rosto, ele se ajoelhando, e caindo próximo ao meu corpo, ele olhou mais uma vez para mim, esticou o braço tentando alcançar minha mão. Tentei me mover, não conseguia.

Vi a silhueta de um homem, o desgraçado que havia atirado em Wang.

Ele veio em minha direção, escutei barulhos da ambulância, o sangue do moreno agora corria na água como o meu, os passos e a água respingando ficando cada vez mais distante. O rapaz correu. O desgraçado covarde fugiu.

A polícia chegou.

E no meio da chuva fria, nosso sangue corria, minhas lágrimas quentes se misturavam.

Sempre em dias tempestuosos, todos os acontecimentos ruins estavam ligados a chuva. E como não é possível ver lágrimas na chuva, ninguém conseguia ver a minha dor.