( Happy - Jamz ♪ )
Quando o intervalo acabou a orquestra afinou os instrumentos. Então veio o silencio. Lexa ficou quieta no camarote, com olho vidrados e fixos no palco, cheio músicos trajando smokings. E durante todo esse tempo, Clarke permaneceu aguardando nos bastidores. Lexa pensava como será que ela aguentava isso? Finalmente Clarke Griffin entrou no palco, logo atrás veio Bellamy Blake e o maestro. Clarke usava um vestido de cetim na cor vermelha. Os braços nus eram claros, da cor do marfim. E o cabelo puxado para trás longe do rosto. Os brincos de diamantes que Lexa tinha lhe dado cintilavam. O maestro ajustou a partitura, Bellamy se posicionou ao violoncelo. E depois de olhar rapidamente os dois solistas, o maestro ergueu a batuta.
E a orquestra tocou as notas. Lexa permaneceu sentada, quieta, esperando. Clarke que também esperava permanecia distante. Regina começou a se questionar porque Clarke precisaria dela quando ela tinha sua própria musica? A violinista jamais se apaixonaria por Lexa Woods. Ao menos, ela estaria livre dessa complicação. Isso era para lhe dar segurança, mas a empresaria se sentia mal por isso e queria entender o porque ou no fundo ela sabia e apenas não queria admitir para si mesmo o obvio. Assim que orquestra parou de tocar Blake começou a tocar. E Clarke se juntou a ele. Os dois pareciam em completa sintonia.
E hora ou outra se olhavam de jeito que pareciam intimo demais. Lexa pensava que jamais poderia compartilhar tal intimidade com Clarke. Se fosse se comparar a Bellamy Blake, ela era uma leiga em questão de musica. Blake era um homem bonito, charmoso e muito mais jovem pessoalmente do que nas fotos que saiam na impressa. Lexa começou a ser tomada por sentimento perigoso, algo que corroía por dentro.
A morena começou a sentir ciúmes, nunca sentira isso antes. Jamais se importara com alguém o suficiente para sentir ciúmes e lidar com isso era complicada. Mas com Clarke tudo era diferente. E Lexa sabia disso desde primeiro encontro. Quando o primeiro compasso acabou, Clarke tinha um sorriso nos lábios. E a empresaria percebeu que Clarke estava fazendo exatamente o que tinha nascido para fazer. E acordes finais provaram isso, eram triunfantes e encheram o magnífico salão. Logo houve um grande silencio na plateia que pareciam apreciar as notas finais tocadas pela violinista e logo depois o salão se encheu pelo som dos aplausos todos para Clarke Griffin. Em seguida Clarke e Bellamy deram as mãos. O maestro desceu do pódio e veio ate eles, cumprimentou Blake e beijou Clarke no rosto. E depois Blake se virou para Clake se inclinou um pouco mais e a beijou na boca, as mãos dele prendendo a loira pela cintura. Como ousava fazer isso? Lexa pensava assistindo a cena da plateia, Clarke era sua não dele. E a não parecia fazer nenhuma objeção a essa demonstração publica de... De que? Como deveria chamar aquilo? Afeição? Ou realização mutua de ambas as partes? Ou seria apenas sexo? Lexa começou a enlouquecer pensando em todos aquelas perguntas e possibilidades.
Blake com seus cabelos negros e castanhos atraia todas as mulheres da Europa porque com Clarke não seria assim? E a ultima coisa que Lexa queria era ir à recepção e ficar presenciando aquele musico safado dando em cima da sua Clarke. E o mesmo tempo se controlar para estrangular aquele violoncelista mundialmente famoso em publico. Ao mesmo tempo ela se questionava se Clarke sentiria sua falta se ela não fosse à recepção. Seria Lexa Woods alguém irrelevante para o mundo perfeito de Clarke Griffin? Lexa achava ter descoberto isso hoje à noite no concerto.
Será que fugir daquele mundo era única opção? Mas Lexa não tinha ganhado o titulo de rainha de Manhattan por fugir de um desafio e não seria diante desse que iria recuar. Já na área da recepção a morena pegou uma taça de champanhe, e não quis se juntar ao pessoal que rodeava Clarke e Blake. Rodou entre grupo de conhecidos, do outro lado do salão. Aos poucos o salão foi esvaziando e as pessoas foram indo embora. Então Lexa ouviu o barulho dos saltos atrás dela. Ao se virar deu de cara com Clarke.
– Bellamy eu queria te apresentar a minha amiga, Alexandria Woods mais conhecida como Lexa... E como estava lhe dizendo eu e Lexa, vamos sair depois da recepção. Lexa esse é Bellamy Blake.
– E com conheceu a nossa bela Clarke Griffin?
– Nos conhecemos há anos atrás. E depois ficamos um tempo sem nos ver, mas ainda lembro com detalhes de nossa noite em Paris e outras coisas mais que compartilhamos na época. – Lexa respondeu com seu tom mais casual.
– E apesar disso, ainda vai sair com ela hoje à noite?
– Sim não perderia a chance de provar esses lábios novamente. Bellamy olhou para Clarke e depois para Lexa sem acreditar no que tinha acabado de ouvir. E como um perdedor com classe resolveu se retirar.
– Então... Eu sou como direi? O perdedor e devo assumir a derrota e sair de cena. – Comentou e, gentilmente, levou uma das mãos de Clarke aos lábios a cumprimentando.
– Acho que isso é um ate logo. Vejo você em Hamburgo depois de amanhã. – Bellamy disse sorrindo, enquanto a fitava. Em seguida se dirigiu a Lexa. – Cuide bem dela. E não voltem muito tarde. Isso não faz bem.
– Não preocupe com isso, mas tenho certeza que Clarke é capaz de decidir ate que horas vai ficar fora. – Disse Lexa tentando mostrar um tom de voz amigável.
A ideia de socar a cara de Blake ou estrangula-lo seria interessante, mas pensou que seria uma péssima publicidade tanto para sua empresa, quanto para Clarke. Uns dez minutos depois estavam do lado de fora do teatro, Clarke e Lexa resolveram caminhar na noite fria de primavera. Clarke certificou-se em olhar ao redor e ver se estavam sozinhas para perguntar.
– Posso saber aonde vamos?
– Aonde a dama deseja ir? A um lugar simplório onde só frequentam pessoas iletradas. Ou ao lugar onde só frequentem intelectuais. Ou um lugar que seja meio termo?
– Acho que meio termo. Um lugar que tenha comida e uma pista de dança.
– Tudo bem se irmos caminhando?
– Se não tivermos que caminhar por metade de Viena. Sim. E então o que achou do concerto?
– Você tocou divinamente Clarke.
– Não gostou de Bellamy não é?
– Não mais do que ele gostou de mim.
– Vocês pareciam dois cães de briga prestes a se atacar.
Por quanto tempo você e ele foram amantes? Se é que ainda não são. – Lexa disse destilando todo seu ciúme.
– E quem é você para me acusar de algo? Advogado de acusação? Você não tem o menor direito de perguntar isso Lexa.
– E claro que não, afinal você não fez nada quando ele te beijou na frente de quase duas mil pessoas no concerto.
– E o que queria que eu fizesse? Que batesse na cabeça dele com meu violino?
– Seria uma ótima ideia. Mas ele deve ser ótimo na cama e você preferiu não arriscar.
– Eu não posso saber disso, já que nunca fui amante dele. E o ego dele é tão grande que não há espaço para mim na cama dele.
– Ate que em fim algo que concordamos.
– Você o parabenizou pelo concerto. Mas não disse o que achou do meu, eu tive que te perguntar para saber a resposta.
– Você acha que ia te elogiar na frente daquele sócio de popstar adolescente?
– Então elogie agora. Estamos sozinhas.
– Ora Clarke eu me senti da mesma forma que me sinto toda vez que ouço você tocar... Vamos mudar de assunto o clube que vamos é aqui perto.
– Me diga como você sente quando eu toco... Por favor, continue falando. Como se sente de verdade?
– É como se apenas você me conhecesse por completo. E todas as minhas defesas fossem inúteis diante de um simples olhar seu e minha alma fosse um livro aberto que você pode ler quando quiser. Esta satisfeita era isso que queria saber?
– Não queria me odiar por isso. Saber disso me deixa feliz.
– Então porque não me da uma lista dos caras que saiu nos últimos sete anos? Caso eu venha conhecê-los em futuras recepções.
– Não há nenhuma lista Lexa. Nenhum homem. Isso tudo é ciúmes é? – Clarke fez questão de parar a caminhada e focar em Lexa, avançando sobre ela e fazendo encostar-se a um poste que estava próximo.
– Oh eu vou fingir que acredito nisso. – Lexa respondeu mostrando desde na voz.
Clarke olhou profundamente nos olhos de Lexa naquele instante havia algo novo lá, não era só desejo e luxuria. Havia amor ou ela estaria se enganando mais uma vez. Sem pensar e pela primeira vez a loira tomou a iniciativa e tomou os lábios de Lexa com seus em beijo profundo e morena correspondeu no mesmo instante. Era beijo faminto e desesperado, línguas lutavam por dominâncias e quando ar faltou para ambas elas se largaram, sorridentes e com seus corações palpitando dentro do peito.
– Eu preciso me sentar, e tirar esses saltos tomar algumas cervejas e comer um prato de rindguslasch, é um prato típico aqui da Áustria, músculo bovino ensopado ao molho de pimenta. E bolinhos cozidos. Então vai ou não vai me levar ao tal clube Lexa? Ainda atordoada pelo beijo recente.
– Não é possível foram oito anos... Você deve ter tido alguém Clarke!
– Não precisa dizer para mim quanto tempo foi. Eu fui mãe solteira durante todo esse tempo você se esqueceu disso?
– Mas quantas vezes, você esteve em outros países longe de Lexie. Livre para ter quem quisesse em sua cama.
– Mas acontece que não queria qualquer pessoa Regina. Eu descobri a paixão com você e não queria aceitar nada mais que isso.
– E mesmo verdade?
– Não tenho porque mentir.
Logo depois elas deram as mãos e entrelaçaram os dedos e continuaram caminhando em silencio esquecendo os problemas e parecendo um casal comum que apenas passeava pelas ruas em noite de primavera. Quando chegaram, ao clube ele estava lotado e havia muito barulho. Com muito jeito Lexa conseguiu abrir caminho em meio à multidão e por entre os garçons em direção à mesa vazia perto da pista de dança. Depois de sentadas chamou um garçom e fez os pedidos.
– Você já tirou os sapatos?
– Sim. E você acredita em mim?
– Com relação a seus envolvimentos amores? Sim porque não deveria.
– Que bom. Lexa sabia que ia odiar ouvir o nome de qualquer homem ou mulher que tivesse tocado Clarke, mas também detestou saber que não tivera nenhum. Porque de certa forma assustava Lexa acreditar que Clarketinha sido fiel a ela por todos aqueles anos. Seria uma covarde, pensava enquanto observava tudo ao seu redor. O garçom trazia duas canecas de cerveja e as colocava na mesa. Clarke pegou a dela e a ergueu e bebeu.
– Algum problema Regina? – Indagou Clarke.
– Você se apaixonou por mim em Paris Griffin?
– Não. Mas posso te dizer que não foi casual. Você foi especial para mim Lexa. Você me deu Lexie e isso torna tudo, mas intenso ainda.
– Mas já se apaixonou algum dia?
– Acho que não? – Respondeu Clarke. A violinista não se apaixonaria por Lexa agora. Estaria fora de seu juízo se fizesse isso agora. Lexa seria sua ruína, mas no fundo Clarke sabia que já estava perdida.
– Você tem sua musica não é... Não há espaço para amor na sua vida.
– Isso não é verdade. Eu amo nossa filha Lexie com todo meu coração. E porque não poderia amar outra pessoa? Porque acha que seria diferente? Lexa sorriu com aquela afirmação seu coração saltou dentro do peito.
Será que Clarke poderia amar a ela um dia? Era uma pergunta que estava disposta a descobrir. Lexa bebeu outro gole de sua cerveja e comentou.
– Vamos mudar de assunto. Hoje não é uma noite para lamentar e sim para comemorar.
– Então dance comigo Lexa.
A morena conduziu Clarke ate a pista lotada. Os cabelos da violinista se soltaram do coque à medida que se mexiam pelo salão do local. O corpo justo naquele vestido de cetim deixava Clarke incrivelmente sexy. E Lexa tinha certeza que terminariam na cama aquela noite. Mas dessa vez seria uma decisão controlada e não haveria mais mentiras sobre elas. Apenas a verdade de duas pessoas que se desejavam ardentemente e queria estar juntas.
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