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História Butterfly - Partida


Escrita por: JuneEverden

Notas do Autor


As coisas vão começar a se desenrolar. Boa leitura!

Capítulo 7 - Partida


( Love Never Felt So Good - Michael Jackson ♪ )

Clarke despertou ainda meio sonolenta. Se acostumando a pouca claridade do quarto, provavelmente Lexa fechara as cortinas. Apenas uma luz suave vinha do banheiro sendo a única iluminação forte do cômodo. Lexa estava agarrada a Clarke as pernas enroscadas às delas como de se desejasse que ela nunca mais saísse dali. A morena dormia profundamente. Clarke se mexeu e abriu os olhos mais uma vez se ajustando a escuridão.

Ela olhou para rosto de Lexa enquanto ela dormia parecia ser tão forte e ao mesmo tempo uma grande vulnerabilidade que deixava Clarke emocionada. Naquele momento ela percebeu que precisa fugir e ficar longe de Lexa enquanto ainda era tempo. Ela levantou com cuidado, tirou um dos braços de Lexa que estavam sobre ela preso as suas costas e foi em direção ao canto da cama. Seu collant estava sobre uma cadeira próxima à cama e os sapatos no tapete a sua frente. Clarke se lembrou de que tinha jogado tudo ao chão durante a noite passada. Aquilo lhe fez brotar um sorriso no rosto porque significava que Lexa não adormecera assim tão rápido quanto ela, pois a morena arrumara suas coisas. E certamente a observara enquanto ela dormia.

Depois de juntar suas roupas rapidamente Clarke foi em direção ao banheiro se trocar. Sua maquiagem estava completamente borrada. Vestiu de forma ajeitada e com pressa seu collant em briga constante com zíper. As asas da fantasia haviam caído. Depois pegou os sapatos tentando não fazer nenhum barulho e andou nas pontas dos pés indo em direção à porta que a levaria a segurança.

A capa que Lexa usara na noite anterior estava jogada sobre uma mesinha antiga perto da porta. Clarke sentiu um profundo alivio, ela se apossou da capa e se agasalhou com ela. Depois ouviu o próprio coração acelerar, saiu da suíte fazendo o mínimo barulho possível para não despertar Lexa. Andou rapidamente ate o corredor em direção à placa vermelha: SAIDA. Calçou as sandálias desceu correndo as escadas ate o saguão do hotel. O atendente estava de costas. O porteiro abriu rapidamente a porta de vidro com uma gentileza impecável, perguntando a Clarke se ela gostaria que lhe chamasse um taxi.

– Não agradeço a gentileza. – Respondeu Clarke com um sorriso, desceu a rua de forma rápida como se fosse um habito de anos deixar hotéis luxuosos sempre a altas horas da madrugada.

Não houve nenhuma abobora, nem nenhuma carruagem esperando por ela. Talvez a Cinderela em sua versão tivesse sido diferente ela dançara com uma rainha ao invés do príncipe. Tinha feito amor com aquela rainha... E quantas vezes teria feito amor com Lexa Woods naquela noite tão doce? Definitivamente não se lembrava, mas com toda certeza jamais esqueceria. Clarke sentiu o cheiro de rosas que floresciam no jardim ali próximo, a fragrância era doce.

Havia uma meia lua no céu. Um taxi passou pelo local, logo depois uma moto. Clarke virou a esquina. Ela sabia que esconder seus rastros era imprescindível. A capa tinha um capuz que protegeria. Ela a colocou sobre a cabeça e andou apressando o passo ao longo das ruas desertas, tomando um caminho tortuoso em direção ao apartamento do amigo Jean. Ela sabia que ele tinha viajado em turnê. Sua chave estava no bolso do collant. Meia hora depois Clarke Griffin estava em segurança no apartamento, o coração batendo acelerado dentro do peito por ter subido cinco lances de escada. Já dentro do local, olhou ao redor se sentindo aliviada por estar em segurança e que e ali Alexandria Woods jamais a encontraria. Jean era detalhista...

As paredes eram brancas, cadeiras de couro pretas, três fotos em preto e branco sobre o aparelho de som. Não nada a ver com a suíte super luxuosa e decorada de Lexa. Clarke sabia que não deveria pensar nela. Tinha ensaio marcado em Estocolmo na parte da tarde e um concerto a noite. Seu voo sairia bem cedo pela manhã. Já no banheiro Clarke demorou mais do que esperava para tirar a mascara que prendera com cola junto às orelhas. Depois de uma luta com acessório finalmente estava livre dela. Logo retirou o restante da maquiagem, soltou os cabelos que logo caíram por cima dos ombros.

Retirou o collant, guardou junto com a máscara e os sapatos na caixa da loja que alugara a fantasia. Decidiu que seria melhor enviar tudo pelo correio no caminho para aeroporto. Clarke queria ficar anônima então optou por um nome falso para fazer a reserva da fantasia na loja. Assim estaria a salvo de Clarke quando a empresaria pensasse ir atrás dela. Será que ela iria? A morena iria certo? Clarke tinha certeza disso. A empresária não tinha se tornado a dona de um império de petróleo, uma companhia de navios e uma vasta rede internacional de aviões deixando que o mundo viesse atrás dela. E mais uma vez Clarke se pegou pensando em Lexa. Mesmo tendo prometendo a si mesmo que não faria isso. Lembrando se que estava atrasada ela andou completamente nua de volta ao banheiro. E de repente no espelho não se reconheceu.

As feições pareciam às mesmas, o cabelo loiro e brilhoso e os olhos extremamente verdes. Herança do pai italiano. As maças do rosto altas, o corpo esguio, tudo presente da mãe norueguesa. Sabia que todo resto tinha mudado. Ela queria evitar, mas ergueu a palma das mãos e buscou sentir o cheiro da pele dela da sua morena. Era uma sensação estranha, era dor e medo de nunca mais ver Lexa novamente. Querendo reviver um pouco da noite anterior, a evocou, lembrando-se de todos os atributos do corpo perfeito dela, a turbulência dos olhos verdes quando chegavam ao clímax. Lexa tomava Clarke fisicamente, mas do que isso Lexa Woods tinha invadido sua alma.

Ela mordeu os lábios, e abriu a torneira, entrando no chuveiro e se ensaboou. Clarke queria tirar Alexandria Woods do seu corpo e de sua pele, então assim seria mais fácil tira-la do seu pensamento. Ela era apenas uma mulher. A violinista sabia que nunca mais a veria. Mas ela queria garantir que isso se tornasse real e verdadeiro. Ainda sem estar completamente desperta por completa, Lexa se espreguiçou na cama se esticando a procura de Clarke. A empresária se lembrava de ter dormido com Clarke em seus braços, sabendo que quando acordasse tudo o que mais queria no mundo era ter aquela mulher em seus braços novamente.

E tinha certeza que quando o dia chegasse iria descobrir a sua identidade mascarada. E a faria entender que não podiam seguir caminhos diferentes... Mas onde ela estaria agora?

 

Lexa abriu os olhos. A luz do sol já invadia a fenda através das cortinas. Mas não tinha ninguém mais ali com ela. E o collant que havia sobre a cadeira tinha desaparecido também. Lexa tentava escutar algo que fosse mais suave, mas tudo que ouviu foi o barulho do transito vindo lá de baixo. Ela pulou da cama e viu que os sapatos também tinham sumido.

Nua e sentindo o coração gelado, Lexa foi em direção ao banheiro. Mas também não havia ninguém lá a sala estava deserta. E sua capa havia desaparecido da mesinha perto da porta. Ela procurou por bilheta ou alguma nota pelo quarto, entretanto nada encontrou. Sua borboleta tinha partido sem deixar rastro ou algum sinal. Ainda atônita Lexa voltou ao quarto e se jogou na cama. O carrinho do jantar que haviam partilhado ainda estava lá. E os que haviam saboreado durante a noite anterior não pareciam tão saborosos agora.

Lexa tinha gravado na mente cada gesto da borboleta enquanto ela saboreava aqueles doces, o modo que lambera o creme do seu queixo... Lábios femininos voluptuosos... Com gemido desarticulado Lexa abaixou a cabeça e escondeu o rosto entre as mãos. Como pode ser estúpida a ponto de deixa-la escapar? E pior não sabia o principal sobre ela. Não sabia seu nome, sua profissão, nem sua aparência sobre aquela fantasia e mascara fascinante, que por toda a noite ocultara o rosto pela a noite anterior. A máscara que ela se recusara a tirar. Lexa no fundo sabia que não podia culpa-la. A borboleta fizera aquilo que tinha lhe prometido. Ambas teriam uma noite de amor e depois ela sumiria de sua vida tão rápido quanto entrara. A empresária sentia como se não tivesse tido importância para a sua borboleta. Lexa levou suas mãos à testa, tendo que reconhecer seu único e perigoso erro que havia cometido, sem orgulho ou arrogância.

A noite toda ela havia se convencido que iria fazer sua borboleta mudar de ideia e que mais cedo ou mais tarde ela iria tirar aquela mascara e lhe diria o seu nome. Com empolgação e desejos a flor da pele não fizera nenhuma coisa nem outra.

E sua borboleta apenas esperou que ela caísse no sono para depois partir sem lhe dar explicações. Sentiu-se mais estúpida como ela podia ter partido como se tudo que viveram não tivesse sido de suma importância. Não era só um jogo casual de cartas em bar qualquer àquela noite havia sido algo especial para Lexa. A morena se levantou e andou ate a janela mais próxima e afastou as cortinas, no fundo ela sabia que estava sendo ridícula. Sua borboleta tinha partido. Mas e dai? Era só mais uma mulher na sua vida. O mundo estava repleto delas, e Lexa nunca tivera problema algum para arrumar uma que aquecesse sua cama. A diferença era que nenhuma delas conseguira tocar sua alma como a pequena borboleta na noite anterior.

A verdade que ela aquecera também seu coração e sua alma e Lexa nunca tinha permitido alguém fazer isso novamente com ela desde perda de Joshua. E ela soube no momento que colocou os olhos sobre a borboleta não tivera escolha, Alexandria Woods seria dela. E agora ela tinha ido embora. Deixando a mais sozinha do nunca e com a certeza terrível que precisava encontra-la de novo.

 

 


Notas Finais


Então o que acham que vai acontecer agora? Me digam nos comentários. Até!


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