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História By My Side - A Festa


Escrita por: Sapatomic

Notas do Autor


Olá, pessoal. Bem, venho me aventurar a primeira vez no universo de MasterChef. Sei que muitos de vocês shippam a Paola com o Fogaça ou a Ana Paula, mas resolvi fazer diferente. Aqui ela se envolve com Luna, uma personagem original minha.

Assim como eu imagino que seja na vida real, os jurados e a Ana possuem uma grande amizade. A fanfic se passa após o começo da terceira temporada do programa, e a maior parte dos eventos são de minha criação. Espero que gostem. Tento deixar a história o mais próximo da realidade possível. Enfim, boa leitura!

Luna é a moça da capa.

Capítulo 1 - A Festa


Acabado. Estava tudo acabado.

Paola se sentia como um prego na areia. Pesado, sufocante e submergindo cada vez mais. Não poderia dizer que era seu fim. Claro que não. Assim como das outras vezes, ela tem certeza que se reergueria. No entanto, como escapar do sentimento de decepção que lhe tomava conta? Crer que tudo melhoraria, era algo óbvio. Nós sempre esperamos que a correnteza seja ao nosso favor. Queria chorar, gritar, desistir de tudo e ficar na cama o dia todo. Mas não podia. Afinal, tinha uma filha que necessitava de sua atenção e pessoas lhe aguardando no estúdio.

Levanta com dificuldade, esfregando os olhos e os cabelos numa tentativa falha de se arrumar. Tudo está uma bagunça. Seu quarto, sua vida, ela mesma. Respira fundo e começa sua higiene matinal. Francesca já está acordada, a energia inabalável que apenas as crianças possuem. Arruma sua filha, lhe dá carinho, sorrisos e comida. Tudo pronto para mais um longo dia de gravação.

Estavam no começo da terceira temporada do programa. MasterChef, o sucesso culinário nacional. Apesar de gostar do que fazia ainda se sentia um pouco estranha. Não pertencia aquele mundo e era tímida demais para lidar com a fama. Na verdade, costumava dizer que não era famosa. Não tinha motivos para ser. Ela era apenas uma cozinheira, mãe e empresária. Alguém vivendo sua vida. No entanto, sabia que não era bem assim que as coisas funcionavam.

Munida de toda sua coragem, que possuía desde pequena, saiu em direção aos estúdios da Band. Não seria um dia tranquilo. Na correria das gravações, com certeza teria que se manter séria diante dos competidores, mas com a animação de sempre perante os colegas de trabalho. Ana já sabia, e Fogaça que lhe perguntaria e Jacquin faria suas suposições. Era sempre desse jeito. Desde o começo, quando conhecia os três apenas de nome.

Porém, uma forte amizade se construiu ao longo daqueles quase quatro anos. Agradecia pela presença deles em sua vida. Não tinha percebido ainda, mas se sentia muitas vezes sozinha. Talvez porque foi assim sua vida inteira. Principalmente após a trágica morte de ambos seus pais. Sentia falta deles, é claro. Mas acima de tudo, sentia saudades dos seus avós. Seus verdadeiros tutores, pilares em sua vida e aqueles que lhe deram de tudo. Amor, carinho, compreensão e o gosto pela cozinha. Visitava-os às vezes, mas não era a mesma coisa.

Já em pé, em frente às câmeras, olha pela última vez para a tela do celular. Cinco mensagens de Jason, provavelmente todas pedindo desculpas. Não queria lê-las e muito menos precisava disso naquele momento. O que passou, estava acabado. Não tinha volta. O término repentino do noivado ainda doía, obviamente. Mas também não era mulher de chorar por homem nenhum. Até mesmo porque não dependia de nenhum deles.

Paola tinha a autonomia de uma dama, a leveza de uma criança e a sapiência de alguém que viveu centenas de anos. Não, não precisava dele. Sentiria falta, chegaria a sua casa esperando por uma ligação, ficaria aguardando que ele viesse de Londres e não lhe contasse para lhe surpreendê-la, como sempre fazia. Entretanto, isso passaria. E em breve ela voltaria a se acostumar com a casa vazia, Francesca fazendo barulho por um batalhão e a taça de vinho solitária pelo balcão. Superar era o que ela mais sabia fazer, depois de uma boa comida, é claro.

- Dia difícil, hein? - Fogaça e Ana foram os primeiros a se aproximarem.

- Sempre é. - deu de ombros.

- Desculpa, mas não acredito que Jason teve coragem de fazer isso. - a apresentadora de baixa estatura parecia bastante irritada. - Não é justo com o relacionamento sólido que vocês tinham. Bem perto do casamento.

- Mano, isso não é atitude de homem. - o tatuado concordou, enquanto cruzava os braços.

- Por fabor, precisamos falar sobre isso? Agora? - abaixa a cabeça, apoiando sobre uma das mãos.

- Eu te conheço, Paola. Sei que se não perguntamos, você nunca conta nada. - Ana rebate desconfiada, pois o jeito da amiga não lhe enganava.

- Está bien. - suspira derrotada diante do olhar inquisidor de ambos. - Ele apenas me ligou diciendo que não poderia mais estender o que tínhamos. Sem mais excusas.

- Muito estranho. - Fogaça balança a cabeça negativamente. Aquilo parecia repentino demais, pelo pouco que conhecia do fotógrafo.

- Mas que cafajeste! - exclama a jornalista com as sobrancelhas franzidas. Talvez a velha empatia feminina falando mais alto.

- Escuta, já está tudo resolvido. - finalmente se levanta do banco, endireita os ombros e afasta a expressão cansada. - Temos mais trabajo pela frente e preciso me concentrar em um jantar especial que darei no Arturito.

- E se você saísse com a gente? - o outro chef propõe, batendo levemente no ombro de Ana como um sinal entre eles. - Lembra daquela festa te falei? - indaga para a jornalista, que logo entende sua intenção. - É aniversário de uma amiga e acho que te faria bem.

- Negativo. No posso deixar Francesca solo. - a verdade é que ainda não estava pronta para aquilo.

- Pode sim. Ela fica com o pai. Uma noite apenas. Não vai fazer você ser menos mãe, e muito menos o Arturito cair de qualidade. - Ana parecia determinada em arrastar a amiga para aquela maldita festa.

Paola apenas revira os olhos e concorda, perante a insistência dos dois. No fundo, sabe que não está preparada para voltar à rotina de solteira. Era o que faltava para finalizar oficialmente seu relacionamento com Jason. Como se colocasse uma pedra sobre o passado, sobre os bons momentos e sobre o amor que ainda sentia por ele.

Sim, não tinha a audácia em dizer que o inglês era o homem sua vida. Até porque não acreditava em tais contos de fadas. Porém, não poderia negar que ainda estava apaixonada. Foram três anos, entre viagens inesperadas, encontros rápidos, sexo com saudade e pequenos momentos com sua filha. A sensação que tinha quando estava com Jason, era de finalmente ter uma família. Algo que não teve com os pais. Não os culpava, mas também não poderia negar que sempre se sentiria mal com essa parte de seu passado.

No entanto, ainda um pouco abalada e tentada a fugir de seus amigos à noite, voltou para casa relutante. Amava sua filha, incondicionalmente, daria sua vida por ela. Mas queria apenas um pouco de silêncio. Sem desenhos animados na televisão, os quais ela não deixava Francesca assistir por muito tempo, brinquedos espelhados pela casa e aquela voz fina sempre lhe despertando de seus pensamentos. Talvez estivesse mesmo precisando sair e se divertir. Isso lhe assustava. Chegou em casa e ligou para o pai de Francesca, não se falavam muito, mas mantinham contato pela loirinha. Assim que se despediu da pequena, com um beijo e um abraço apertado, foi tomar seu banho. Afinal, tinha uma maldita festa para ir.

 

***

 

Após duas horas estava pronta. Usando um macacão preto, saltos altos, um lenço dourado e escuro, com a maquiagem destacando os olhos castanhos, pegou as chaves do carro e saiu. O trânsito em São Paulo, como sempre, parecia bastante movimentado. A cidade que nunca dorme. Deveria estar no Arturito, pois com as gravações tinha menos tempo para dedicar ao seu próprio restaurante. Porém, apesar de se distrair e se acalmar com a cozinha, ainda não era o suficiente. Lembrava-se de Jason, pois ele costumava a acompanhá-la quando ela queria preparar algo de especial. Ou quando queria agradá-lo com uma de suas receitas.

Estaciona em frente a uma espécie de casa noturna. Não sabia ao certo, pois não era o tipo de ambiente que costumava a frequentar. Como estava sem fila na porta, não se demora a entrar. Avista Ana e Fogaça juntos em um bar, o homem estava acompanhado de uma mulher muito bonita, sua namorada. Já a apresentadora apenas conversava com os amigos e bebia vinho. Paola se arrasta para perto deles, ainda mal humorada por ter sido praticamente obrigada a sair de casa.

- Olha só, achei que não vinha mais. – Fogaça comenta com um sorriso divertido, enquanto Paola cumprimenta Carine, sua companheira.

- Meio difícil sendo que vocês me ligaram três vezes nas duas últimas horas, no? – o tom ácido representa sua imensa vontade em estar ali.

- Deixe disso, Carosella. Devemos aproveitar. – Ana pega um copo de caipirinha para a amiga, já demonstrando seu estado ébrio. Era sempre assim, a pequena era a quem mais bebia do grupo.

- Donde está Jacquin?

- Disse que viria mais tarde, estava esperando a Rô se arrumar. – responde o chef, se referindo à esposa do outro.

Observa o local, constatando como estava cheio. Alguns corpos se movimentam na pista de dança, sob a batida alta de uma música eletrônica qualquer, e as luzes fluorescentes. Outros se reuniam no bar, sentados perto de um balcão ou até mesmo em pequenas mesas de bistrô espalhadas pelo lugar. Paola não era alguém com muita experiência com festas. Na juventude, passava praticamente a noite toda nos restaurantes onde trabalhava. E quando cozinhava nos cafés durante o dia, tirava as poucas horas para estudar ou descansar.

Claro que após algum tempo, podia se dar ao luxo de se divertir. No entanto, preferia ir a outros restaurantes, viajar para o interior ou para visitar os avós. Poucas vezes esteve em boates ou festas muito agitadas. Preferia ambientes mais calmos. Mas já que se esforçou para ir ali, então aproveitaria. Jacquin não demorou muito a chegar, acompanhado de sua esposa. Esta que engatou uma conversa animada com Paola e Ana Paula.

Decidiram dançar um pouco. A morena parecia insegura, já que devido à sua altura e seu jeito meio desastrado, preferia passos mais básicos e deixar o corpo se movimentar ao som da música. Ana e Rô estavam bem à vontade, arriscando algumas coreografias. Minutos depois, a jornalista já flertava com um homem mais novo, pareciam bastante envoltos em uma conversa interessante. Paola sorria da felicidade espontânea de sua amiga, era como se ela não tivesse problemas. Mas sabia que Ana não se deixava abalar fácil e levava sua vida da melhor forma que conseguia.

Sentindo-se um pouco deslocada, resolveu voltar ao bar. Jacquin e Fogaça se entretinham com suas respectivas companheiras. A chef então vai em direção ao banheiro, pois precisava respirar um pouco e retocar a maquiagem. Assim que chega ao local, seu coração se aperta e as lágrimas invadem seus olhos. Jason mandava mais mensagens, onde pedia desculpas e dizia que quando se acalmasse, poderiam conversar sobre o futuro. No entanto, a morena ainda considerava como um término. Não, não iria se deixar levar pelas emoções. Era melhor ficar sozinha. Nunca teve muito sucesso no campo dos sentimentos, por isso preferia se dedicar ao trabalho e à filha. Guarda o celular, enxuga o rosto e suspira relaxando a postura.

Após recuperar o controle de sua confusão interna, se prepara para sair do banheiro. Passa os olhos novamente pela boate, até que sua atenção se prende no pequeno palco, onde alguém fazia o trabalho de DJ, no fim da pista de dança. Lá estava uma bela figura. Talvez uma que lhe distrairia um pouco. Era a aniversariante, pois Fogaça a tinha lhe mostrado mais cedo.

Uma bela mulher, jovem e de traços delicados. Ao mesmo tempo em que passava uma virilidade de causar inveja a muitos homens. Os cabelos curtos e loiros, quase brancos, a pele clara marcada por tatuagens escuras. Era alta, de corpo esguio e forte. O terninho preto acompanhado de uma bota de couro dava um toque ainda mais casual ao seu estilo. De fato, muito bela e charmosa. O bastante para deixar Paola Carosella interessada.

 


Notas Finais


Gostaram? Devo continuar? Me deixem sabe o que acharam. Para quem quiser, o meu twitter é: @m_anumoreira

Até mais!


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