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História Cabaret - Prologo


Escrita por: SignaB

Notas do Autor


Eu realmente não sei como começar isso ajsdkal
Bem, essa é minha primeira fic postada no SS, então eu to muito inseguro com ela.
Ela surgiu depois de eu ter visto alguns mvs fanmade, até que eu esbarrei em um de Check, com um daqueles videozinhos que colocam nos shows, e do nada veio essa ideia (coisa que não acontece com frequência para mim). Talvez esse plot seja um pouco clichê para vocês, mas eu espero que deem uma chance para a fic.

Espero que gostem <3.

Capítulo 1 - Prologo


Eu me sentia suja e enjoada, mas não tinha coragem de tirar aqueles braços de minha cintura. Queria chorar, mas seria patético, afinal “eu” quis aquilo. Isso quase sempre acontecia- tanto que já virava uma espécie de rotina-, mas mesmo assim eu não conseguia me acostumar, nunca consigo. Os lugares que eles a trazem, as dores que sinto após o ato, a sensação de vazio, tudo isso era impossível de se acostumar, mesmo que eu tentasse. Acho que até mesmo tentar se acostumar com isso era nojento, mas eu queria pelo menos dar um pouco de normalidade a isso, tirar um pouco da dor que sinto ao saber que eu nem sequer sei quem está me abraçando.

Sou interrompida de meus devaneios pela pessoa ao meu lado: ela se mexe, se espreguiçando. Ouço uma musica que desconheço ecoar pelo quarto, provavelmente seu telefone. Quando ela finalmente atende, descubro que a da vez é um homem. Sua voz grossa fala algumas palavras que eu não dou a mínima e, depois de um tempo, ele encerra a chamada e sai do quarto.

Sozinha. Me pergunto como ela se sentiria no meu lugar, como ela reagiria se soubesse que não é nada mais do que um brinquedo, nada além disso. Talvez o máximo que ela seja é um corpo preenchido, porém não com amor ou coisa parecida, quando ela toma posse, todos esses sentimentos se vão e dão lugar a luxuria e perversão. No final, é isso que ela é: um reflexo inteiramente lascivo de mim.

Levanto da cama, procuro por minhas roupas e vejo que estão espalhadas pelo chão. Pego-as e rapidamente as coloco, não ouso nem tomar um banho nesse lugar, os banheiros de lugares assim podem ser comparados a lixões e se eu passar mais um minuto nesse lugar eu posso seriamente vomitar.

Ouço um barulho ecoar pelo quarto, olho pra cômoda do lado cama e vejo meu celular vibrar desesperadamente no móvel: estava recebendo uma chamada. Vejo o nome no visor e suspiro pesadamente, movendo o dedo para o lado e atendendo a ligação.

– Stephanie, onde você está? – Ouço a voz doce dela e por um momento me sinto calma.

– Jess... Eu... – Falo mais para mim do que para ela, sentindo toda a angustia voltar – Eu não sei...

– Stephanie, o que aconteceu? Foi ela não foi? – Sua voz soa brava do outro lado da linha. Ela é praticamente uma inimiga para Jessica. – Ela tomou o controle não é?

– Só... Só vem me buscar – Ela não discutiu e não fez mais nenhuma pergunta, sinal de que notou minha voz embargada – Por favor, Jess...

– Eu... Eu já estou indo – Senti o tom preocupado em sua voz e pude sentir a culpa me atingir como um soco – Me mande uma mensagem com o endereço do lugar e eu vou pra ai.

– Jess, por favor...  – As lagrimas ameaçavam a cair novamente, porém eu as segurava com toda a minha força – V-vem rápido...

– Fany... Eu... – Sussurrou, quase não podendo ouvir sua voz preocupada – Eu estou indo.

Encerrei a chamada tentando ao máximo não chorar, não aguentaria mais um segundo ouvir a voz preocupada de Jessica. Eu estava dando mais uma preocupação desnecessária, como se já não bastasse as que ela já tem. Ver ela assim, dando me uma atenção que não mereço, só me faz cada vez mais querer sumir do mundo, livra-la de mais um problema.

Coloco o celular de volta na cômoda, focando por agora em sair desse lugar nojento. Saio do quarto, indo para um corredor cheio de portas, provavelmente outros quartos. Caminho em direção ao elevador que fica no final dele. Reparo em como o lugar é e fico cada vez mais enojada: as parede, que eram iluminadas por uma forte luz vermelha, eram pintadas de um vermelho vinho, porém ainda eram visíveis as enormes manchas de bolor e mofo das paredes e a encanação totalmente a mostra.

Vou até o elevador e aperto o botão para o térreo, espero alguns segundos e a porta se abre, revelando a recepção. Era um lugar pequeno, com paredes de um vermelho forte que doía a vista, havia algumas plantas espalhadas ocupando mais espaço do que o cômodo tinha, no canto repousavam dois sofás empoeirados, provavelmente ninguém se importava de usa-los, afinal havia coisa mais “divertida” a se fazer em um lugar como aquele do que sentar-se e conversar. Havia um balcão que se localizava de frente para o elevador, nele uma senhora de cabelos grisalhos estava sentada. Me dirigi até lá em busca do endereço.

– Com licença, você poderia me dar uma informação? – Falo para a senhora. Ela apenas direciona-me o olhar, antes repousado em um livro qualquer, focando seus olhos cheios de escarnio em mim – V-você poderia me dizer o endereço daqui?

– A noite foi tão boa que acabou esquecendo como veio parar aqui, Cinderela? – Ela fala, zombeteira. Nesse momento questiono-me sobre as atrocidades que devo ter feito em alguma vida passada para merecer isso – No cartão de visitas tem o endereço dessa espelunca.

– O-obrigada... – Murmuro, mesmo tendo a certeza de que ela não dá a mínima para qualquer palavra que eu dizer.

Pego o cartão no montinho que repousava em cima do balcão e reviro o papel em busca do endereço. Em uma face, havia uma pimenta localizada no centro e logo abaixo, em letras cursivas, a frase: “Motel Scarlet, o prazer picante”. No outro lado, fotos de mulheres com seus corpos quase totalmente expostos tiravam a atenção do canto inferior esquerdo, em que se localizavam o endereço e telefone do local.

Segurei o papel com força e refiz o caminho para o quarto em que acordei, tentando ser o mais rápida possível. Só mais um pouco e eu finalmente estaria longe desse lugar nojento.

Peguei o celular e entrei nos contatos, clicando logo em seguida no nome de Jessica. A aba de mensagens abriu e de prontidão escrevi o endereço em que estava no cartão, mandado também um “se apresse”. Depois de alguns segundos, recebo uma resposta de Jessica afirmando que já estava a caminho. Agora é só esperar.

Sento-me na cama do quarto, tentando me distrair de tudo, porém falho totalmente quando ouço um barulho de mensagem vindo do celular na comoda. Pego-o e vejo que tenho uma mensagem de voz pendente. Talvez fosse Jessica. Disco o numero do correio de voz e espero um pouco. Ouço a voz eletrônica e corto a fala, logo clicando no digito para verificar a mensagem. Para minha surpresa, a voz que saia do aparelho não era de Jessica:

"Correio de voz: 03:00 PM, sexta-feira

Assim, safado! Vai, me fode gostoso! Ahh! Stephanie, você não tem noção do que está perdendo, viu? O dessa vez é muito bom de cama e... ah! Acho que você já deve ter percebido que eu estou um pouco ocupada aqui, não é? Pra você ver o quanto eu me importo com você: eu até deixo uma pequena mensagem pra você enquanto podia estar me ocupando em apenas foder com esse homem! A-ah! Ele provavelmente também vai deixar um dinheirinho pra você, viu? Nós duas saímos ganhamos nessa, olha que ótimo! Eu consigo me satisfazer e você consegue um taxi e não tem que voltar do motel a pé! Aah! Isso, continua! Enfim, era só isso, docinho. E manda um beijo pra Sica por mim, viu? Agora eu vou aproveitar o meu homem. Kisses.
 

Mensagem de voz encerrada"

Morrer. Essa era a unica coisa que eu queria fazer no momento. Queria simplesmente morrer e apagar minha existência da vida de todos. Talvez mesmo assim eu não tenha o meu descanso, talvez ainda assim algum maniaco use o meu corpo sem vida de boneca sexual. Talvez nem mesmo Deus ligue para o que eu sinto, afinal ele mesmo que me colocou nessa prisão interna. 

Só sentia minhas lagrimas cada vez mais forte descendo pelo meu rosto enquanto eu segurava o celular com força. Queria sair desse lugar o mais rápido possível, então simplesmente corri. Corri, tentando fugir de todo esse pesadelo, porém sem sucesso.  Ele me seguirá até o meu ultimo suspiro e eu não posso fazer nada em relação a isso.

Quando me dei por mim, eu estava na frente da fachada do motel. Minhas lagrimas desciam, incansáveis. Minha vista estava embaçada devido as grossas gotas de água que saiam dos meus olhos. Talvez por tal fato eu não tenha percebido o carro de Jessica em minha frente. Ela finalmente estava aqui, então eu somente corri até ela, entrando no carro.

– Fany, o que aconteceu?! Por que você está chorando?! – ela falava, desesperadamente, mas eu só me importava em esvaziar meus sentimentos em forma de lagrimas –  Alguém te machucou?! Você está bem?

– E-ela... m-mensagem... – eu sussurrava apenas palavras soltas, como se ela realmente fosse entender o que aconteceu em simples palavras – M-me... tira daqui...

– Fany... eu... – ela me olhava como uma mãe olha para uma filha aflita, e no fundo era isso o que Jessica era para mim, uma mãe que eu nunca tive – Vamos sair desse lugar...

E eu simplesmente chorava mais, chorava por lembrar que a tortura ainda não acabou. Eu teria que viver mais um dia nessa existência que eu chamo de vida.
 


Notas Finais


O que acharam? Ficou bom? Devo continuar ou abandono por aqui mesmo?
Se quiserem dar um feedback, o meu twitter é @parkxana (não perguntem).

Obrigado pro chegarem até aqui <3


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