Mundo Colgar, Floresta Tebris 567 d.R
Casa na árvore.
Narrador.
Ao lado de fora, os três se assustaram quando o Elfo começou a gritar, Jungkook adentrou o quarto e logo atrás dele veio Jimin. Viu sobre a mesa o menino de pele acinzentada quase sem folego depois de usar a garanta e Tae ajoelhado logo a sua frente com um sorriso quadrado mostrando os dentes meio vermelhos de sangue. Então entendeu o que havia acontecido.
- Para sempre meu.
Tae lambeu a marca de vinculação na parte interna da cocha do pequeno depois levantou e o pegou no colo.
- Isso doe muito. - Falou baixo o menino no colo de Tae.
- Mas você aguentou, por isso não vou me desculpar.
- Eu gritei assim quando você me marcou? - Jimin parou ao lado de Jungkook.
O pequeno massageava a têmpora levemente.
- Não, a marca de um beta é diferente, ela é mais dolorosa. Está sentindo dores de novo?
- Não é nada.
O lobo beta se aproximou um pouco com seu acinzentado nos braços e abaixou a cabeça.
- Me desculpe por me atrasar, houve um contratempo na investigação e eu não consegui me aproximar do laboratório.
- Esse contratempo? - Jungkook apontou para o pequeno nos braços do outro lobo que estava com os olhos fechados. - Achei que você ia fazer um voto de celibato. Nunca foi atrás de uma única fêmea. - Riu alto.
- Olha quem diz. - Sorriu de lado.
- Com todo esse cheiro de fluidos corporais, você ainda consegue sentir o cheiro de meu companheiro?
- Essa miudinha aí não é fêmea?
- Muito grande que é J-Hope. - Jimin se pronunciou incomodado. As dores de cabeça aumentando.
Tae o encarou por um instante. Analisando o rosto de Jimin. Essa era uma mania, analisar o rosto e as expressões dos outros, mas o ajudavam muito. Sempre identificava quando alguém estava mentindo ou escondendo alguma coisa.
- Eu ainda não disse qual o nome do Hobi.
- Não? - Ficou tonto por um instante e Jungkook passou seu braço na cintura do menor o escorando ao seu corpo para não cair.
- Não. Como você sabe o nome dele?
- Eu... - Sua respiração estava um pouco rápida. - Eu conversava com a irmã dele, Haeyon. - Sentiu seu estomago revirar. - Eu a ajudei a cuidar dele quando eles chegaram ao labora... tório... - A última palavra quase não se pode ouvir.
Jimin desmaiou ali mesmo, contra o corpo de Jungkook, deixando uma grande interrogação em todos ali presentes.
O Elfo não prestou atenção a conversa, mas levantou o rosto quando percebeu uma pequena comoção. Viu que alguém estava desacordado e sentiu seus olhos arregalarem. Não podia estar enganado, os cabelos longos, brancos e o corpo de uma mulher.
- Jimin? - Deixou escapar sem querer.
Todos olharam para ele. O Elfo ficou mais do que vermelho ao lembrar que não usava nada além da blusa e pediu para descer. O que complicou sua vida pois quase não conseguia comandar suas pernas. Se sentiu um cervo recém-nascido.
- Conhece ele? - Tae perguntou.
- Não eu, minha irmã conhece. Eu deveria encontrar ele depois que conseguisse fugir. - Se aproximou e ajoelhou ao lado do menor desacordado. Respirou de vagar por um instante e abriu os olhos agora na cor lilás. Cochichou alguma coisa para si mesmo e passou a mão por toda a extensão do corpo desacordado.
Jungkook apenas observava, inquieto, mas não impediu o Elfo. Até que não aguentou a espera e perguntou.
- O que ele está fazendo?
Urit que surgiu ao seu lado e agachou-se ali falou baixo.
- Não interrompa.
O pequeno Elfo soltou um suspiro e recolheu a mão.
- Que problemão. - Cochichou para si mesmo de novo, palavras que ninguém pareceu intender. Esticou a mão na direção de Jungkook. - Ei, alfa. Venha um pouco mais para frente. - Jungkook não hesitou e se aproximou. Pequenas linhas da cor cinza surgiam da mão do Elfo e passeavam ao redor do lobo. Suspirou e abaixou a mão. Cochichou de novo e depois seus olhos voltaram ao normal.
- O que sua irmã disse? - Urit foi direta, dispensava diálogos difíceis.
- Como sabe que estava conversando com minha irmã?
- Vinculo de sangue, permite a irmãos muito próximos se comunicar mesmo à distância. Eu consigo fazer isso com Sane com muito esforço, mas você não apenas conversou, deixou ela ver o que você via. - A beta estava desinteressada sobre a comunicação dos irmãos Elfo, queria saber o que a irmã havia dito sobre o casal. Na visão de Tae parecia que queria confirmar algo que já sabia. - O que ela disse a você?
- Ela disse que o alfa devia cuidar melhor de seu companheiro. - Falou encarando Urit e não Jungkook. Depois olhou para o alfa. - Ele está esgotando a própria energia para manter o poder sobre controle.
- Mas ele tem um selo que deveria estar cuidando disso. - Puxou a blusa de Jimin para mostrar o selo e assustou-se. O selo já estava quase completo, faltava apenas uma linha. - Faz poucos dias que ele havia sido feito.
- Quando o selo estiver completo, não pode fazer outro. Não vai adiantar.
- Ele pode causar um grande estrago se perder o controle. O que eu deveria fazer então?
- Nada, isso não vai acontecer. Eu estou bem.
Jimin se sentou massageando a têmpora. A dor de cabeça ainda era presente.
. . . .
Próximo a casa da árvore.
Narrador.
Sane andava feliz em meio ao grande canteiro natural de plantas e ervas que encontrou. Colheu o máximo que consegui, mas não tinha vidrinhos ou espaço suficiente em sua bolsa para todas as que ainda olhava e se despedia com promessas de algum dia voltar para busca-las.
- Não estou satisfeita, porém já podemos voltar.
- Achei que diria algo parecido. - Suga que estava sentado perto de uma árvore sorriu para Sane e fez sinal para que ela se sentasse ao lado dele. - Agora que terminou, eu queria conversar com você.
Sane sentou-se ao lado dele organizando a bolsa de ervas agora renovada.
- A vontade se não se importar de eu arrumar minha bolsa enquanto isso.
- Sane, antes de responder qualquer coisa, apenas ouça. Vou deixar você pensar o tampo que quiser, mas deixe-me terminar de falar antes de responder.
Sane parou de mexer em sua bolsa e ficou séria.
- Vá em frente.
- É sobre sua irmã. - Sim. Tinha que ser. - Eu acho que ela é uma das informantes do Governador. - Merda, grande merda. Sane desviou o olhar e encarou o chão. - É por isso que ele ainda não atacou vocês, ela está passando a ele tudo o que vocês fazem. Talvez você não acredite em mim, mas eu posso lhe provar.
- Não precisa. - Falou baixo.
- Por favor acredite em mim. Realmente posso provar isso a você. Me dê uma chance de lhe mostrar que não estou mentindo.
- Não precisa. - Falou mais baixo ainda.
- Sane... - A beta levantou-se e o interrompeu.
- Eu já sabia! - Sentiu as linha que as lagrimas já deixavam em seu rosto com o choque da verdade agora dita em voz alta. - Eu... não queria admitir a mim mesma que minha própria irmã está traindo o nosso bando. Eu só não podia fazer isso, ela é minha irmã. O que eu devia fazer? Entregar a pessoa que eu confiava mais do que a mim mesma? Eu simplesmente virei as costas e parei de observar.
Suga levantou-se e a abraçou.
- Me desculpe.
- Não devia se desculpar. Você não fez nada errado.
- Talvez não seja fácil, mas confie em mim. Não vire as costas para sua irmã. - Ele puxou a beta e sentou-se com ela em seu colo. - Ela deve ter um motivo.
Sane devolveu o abraço e enterrou seu rosto na curva do pescoço do alfa. Suga soltou o cabelo de Sane e ficou deslizando os dedos entre os fios cor de caramelo.
- Você não devia ser tão amigável comigo quando gosta da minha irmã.
- Eu nunca disse que gostava dela.
- Então por que acredita que ela tenha uma razão?
- Porque ela é sua irmã.
A beta levantou o rosto e ficou o olhando. Sentiu as bochechas esquentarem por lembrar que estava no colo dele. Seu pensamento mais logico foi querer se levantar, porém seu corpo parecia não querer obedecer. Contra vontade consegui levantar-se.
- Achei que você gostava dela.
Suga riu entre dentes.
- Lerda. - Deu um peteleco na testa da beta e antes que ela pudesse reclamar roubou um beijo dela. Um simples roçar de lábios, mas que deixou Sane vermelha dos pés à cabeça. - Vamos voltar antes que venham nos procurar.
. . . .
Casa na árvore.
Narrador.
Língua dos Elfos:
“- Está vendo aquela beta ao lado? Se ela perguntar o que eu disse a você, não responda. ”
J-Hope estava encucado com o que sua irmã lhe disse, mas a obedeceu. Agora deveria arranjar uma maneira de falar com Jimin sem ela por perto.
Já ao lado de fora, o grupo se reunia para seguir a fronteira e se encontrar com Namjoon e Jin.
Por mais incrível que pareça, não encontraram nem um inconveniente para entrar e nem para sair da floresta. Ou pelo menos acharam que não.
Logo no começo da noite quando estavam chegando a fronteira Urit sumiu. Deixou apenas uma carta com um pedido de desculpas. Sane chorou por sua irmã e Suga esteve ao lado da beta até que ela parou de chorar. Naquele momento tiveram que contar aos outros sobre o pedido de desculpas e o porquê de Urit ter sumido.
Dias agitados estavam por vir, a calmaria faria falta e os perigos só aumentariam a partir desse ponto. Provas de confiança, lealdade e amor colocariam a todos em situações desvantajosas ou até de dúvidas entre eles e o mais importante, Jimin chegava a cada dia mais perto de seu limite.
Cheio de reviravoltas, o rumo que esses garotos seguem podem virar de uma hora para outra, podendo os separa ou os manter junto. Nada é premeditado e a sorte pode ou não estar a favor deles.
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