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História Cabe a cada um prender sua felicidade. Kookmin - Tudo o que foi esquecido.


Escrita por: KennyeMarty e Srta_Ray

Notas do Autor


Oiis meus chapas, finalmente chegue...
Eu escrevi muito, apaguei o capítulo inteiro e o reescrevi até achar que tava bom.
Ficou bem grande comparado aos outros.
Espero que não fique uma leitura cansativa e que vocês gostem.
Sem mais demora bora ler. :3

Capítulo 20 - Tudo o que foi esquecido.


Mundo Colgar 556 d.R

Primeira lembrança:

Laboratório Idart.

 

Não sabia ao certo quantos anos já se haviam passado, não podia ver o Sol e sentia dores no corpo o tempo inteiro. - Quanta ironia, um vampiro preocupado com o Sol. - Pensou Jimin. A porta de seu quarto abriu, era hora de se alimentar e não sabia nem mesmo se era almoço ou janta.

Dolorosamente Jimin caminhou para fora e seguiu em direção ao refeitório. Desconfiava que talvez estivessem envenenando os alimentos, mas descartou a possibilidade quando ouviu a conversa entre os técnicos. Jimin e mais três crianças estavam sendo usados como cobaias com drogas ingeridas.

Já havia tentado ficar sem comer, mas dessa forma era pior. Eles o faziam engolir a droga pura e mal alimentado só deixando mais forte os efeitos dos remédios. Parecia ruim e ainda iria piorar. As crianças que alcançavam peso ou idade suficiente, eram transferidas para o outro lado do laboratório, lá sim a situação era complicada. As drogas eram mais fortes e todos ficavam trancados em selas, sem contar nas constantes coletas de sangue.

A porta de saída foi aberta e mais duas crianças foram jogadas no refeitório. Novas cobaias.

- Por favor, ele é muito novo. Deixe meu irmão ir. - A Elfo chorava desesperada. - Eu farei qualquer coisa, mas ele é muito pequeno, deixe-o ir.

A menina deveria ter quinze anos, mais ou menos a idade que Jimin aparentava ter e o menino agarrado a ela por volta de dez anos. Ignorando a garota o guarda bateu a porta ao fechar.

Mesmo que não conversasse com os outros que ficavam ali, Jimin teve a sensação de que deveria ajudar aos dois Elfos e assim o fez, se apresentou e ensinou aos dois como evitar as drogas mais fortes. Depois das refeições, todos tinhas apenas alguns minutos e deveriam voltar para os seus quartos, pois as portas se fechavam sozinhas. Convidou os dois para ficarem em seu quarto que era grande e tinha duas beliches. Não era o maior, mas por alguma razão a maioria das crianças o evitava.

Durante o tempo que ficavam trancados os técnicos faziam rondas de hora em hora para verificar como todas as cobaias estavam e foi assim que os três começaram a medir o tempo. Aproveitavam cada segundo sozinhos para ajudar o mais novo a controlar sua magia e a ensinar a mais velha a usar das poucas habilidades que ela possuía, mas isso não foi aproveitado por muito tempo. Jimin e a irmã mais velha do Elfo já estavam na idade de ir para o outro lado do laboratório.

O primeiro a ser levado foi Jimin, tentou lutar, mas foi inútil, assim que entraram no quarto o doparam e só acordou depois que estava amarrado na maca de um quarto bem claro e fechado com apenas uma porta, nem mesmo janelas possuía.

Alguns instantes depois que acordou, um técnico adentrou o quarto com uma seringa. Só a cor azulada já lhe dizia que não seria bom tentou fazer de tudo para se soltar, mas estava firmemente preso, chacoalhou até onde podia. Implorou mentalmente para que seja lá o que fosse, não o matasse. Dois auxiliares seguraram seu braço para o manter parado enquanto o técnico aplicava a seringa.

Sentiu a picada da agulha na pele e o liquido entrando como fogo por suas veias, mas o pior só veio depois, seu corpo parecia pronto para entrar em combustão, algo rasgou em seu ventre e a dor só aumentava. Gritou. Gritou tudo o que seus pulmões aguentavam e mais um pouco. Contorcia o corpo restringido na maca até onde era possível na procura de alivio. A dor não diminuía, se alastrava para todos os lados.

A respiração falhou, não consegui puxar ar para os pulmões por mais forte que respirasse. A visão escureceu deixando o pequeno em mais desespero ainda. Ouviu o barulho de algo sendo arrastado e depois não ouviu mais nada, nem mesmo seu coração. Estava cansado, sua consciência se apagando. Agradecia por não sentir mais dor. Esse foi o primeiro Adeus.

 

 

                     .                               .                             .                                 . 

Mundo Colgar 567 d.R

Atualmente - Torre Zafin.

 

Jimin acordou com o coração acelerado, lembranças antigas estavam voltando em seus sonhos e de certa forma não eram agradáveis. Sentou-se olhando em volta. O pesadelo ainda não havia acabado.

Purah estava em uma cadeira ao seu lado e assim que o viu sentado o fez deitar de novo.

- Durma pequeno, ainda é muito cedo para acordar. - O Anjo passou a mão em seu rosto e mesmo que não quisesse, seus olhos voltaram a se fechar. - Apenas descanse.

Sentiu um lagrima fazer seu caminho em seu rosto antes de entrar no mundo dos sonhos mais uma vez.

 

 

                     .                               .                             .                                 . 

Mundo Colgar 556 d.R

Primeira lembrança:

Laboratório Idart - Segunda Parte.

 

Sentiu algo o puxando, uma descarga elétrica que chacoalhou todo o seu corpo. Uma, duas, três vezes e acordou com o corpo dolorido na maca mais uma vez. Chorou alto, não tentou controlar as lagrimas a muito já presentes, não era bom em nada, havia falhado até mesmo em morrer.

O técnico chefe tirou as luvas e as jogou em um de seus subordinados.

- Ele sobreviveu, quero que alguém venha ver se teve alguma recaída de cinco em cinco minutos. Não podemos perde-lo. - Não havia percebido que haviam mais pessoas ali até que o técnico direcionou sua fala a um deles.

- Sim senhor.

- Se eu o perder por descuido de algum de vocês, vão pagar com a vida. Ele é o primeiro a suportar a droga, vamos seguir na ordem, preparem a dose O-23 para ele amanhã e me esperem para aplicar. Quero ver se ele vai sobreviver a mutação e depois seguiremos com as drogas para o projeto Super Soldado.

De todas as drogas aquela foi a pior, no dia seguinte quando os técnicos chegaram para aplicar a droga Jimin se desesperou, por mais difícil que pareça a droga não doeu na hora, na verdade até acharam que ela não surtiria efeito.

Jimin passou horas sentindo o corpo quente em uma constante febre que o deixava suando, seu baixo ventre ardia no limite de suas forças para manter a consciência e foi assim sem mais nem menos que a droga fez seu mal. Toda a região do peito doe, algo além do que pode se chamar de suportável. Seu corpo estava mudando, era a mutação.

Não soube quanto tempo passou, estava em um ciclo repetitivo de desmaiar, acordar e sentir seu corpo insuportavelmente dolorido a ponto de desmaiar de novo.

Sempre que sentia que estava melhorando uma nova droga o fazia passar por todo o ciclo vicioso mais uma vez. Quantas seringas já haviam sido? Não sabia ao certo. A última vez que desmaiou, achou que não acordaria, mas quando abriu os olhos estava deitado no chão de um quarto muito bem trancado, porem livre das amarras da maca. Tentou levantar e logo desistiu quando até os dedos do pé protestaram de dor. Ficou horas, talvez dias deitado olhando para o teto branco. Não conseguia nem mesmo ir até o prato de comida que deixavam ao lado da porta.

Teria desistido de sua própria vida, contudo usaram de um inocente para o fazer querer viver. Adentrou em sua cela/quarto um guarda carregando o mais novo dos irmãos Elfos junto ao técnico chefe. O guarda jogou o pequeno desacordado perto de Jimin que se assustou ao o ver tão magro.

- Não levantou nem uma vez desde que acordou. Não pode morrer assim ou trate de viver ou o pequeno vai ocupar seu lugar nas pesquisas. Ele vai passar pelo mesmo processo e tenho certeza de que ele não sobreviveria. Morra sozinho ou viva para protege-lo.

Tentou esticar uma das mãos até o pequeno Elfo, mas mal conseguiu virar seu corpo de lado, a garganta seca não deixava passar nem mesmo um ruído e o caminho húmido em seu rosto dizia que estava chorando mais uma vez.

- Ele vai ajudar você e se acontecer alguma coisa já vai ficar nesta cela.

Os dois saíram e trancaram a porta mais uma vez. Jimin se arrastou com todo o esforço que podia exercer até o Elfo cinza e sentou-se com o protesto de cada parte de seu corpo. Puxou a cabeça do pequeno sobre suas pernas e ficou o balançando enquanto fazia um pedido de desculpas mudo. Abominava a ideia de outra pessoa sofrendo por sua causa e com isso em mente decidiu que lutaria para sobreviver.

Arranjaria um jeito de sair dali e de salvar todas as cobaias também.

 

 

                     .                               .                             .                                 . 

Mundo Colgar 567 d.R

Atualmente - Torre Zafin.

 

Jimin acordou de novo no mesmo quarto iluminado apenas por luz de velas. Olhou em volta e não viu o Anjo. Levantou-se de vagar estudando o local.

O quarto não possuía outras mobílias, apenas velas penduradas nas paredes de tijolos cinza possibilitando uma pouca iluminação. Bem em frente a cama havia uma grande janela aberta. Correu até ela e olhou para fora. Certamente esse senário o lembraria de Rapunzel, estava trancado em uma torre muito alta, porém não tinha tranças e seu príncipe provavelmente nunca o encontraria.

Isso não queria dizer que ele não tentaria escapar de alguma forma. Não lembrava quanto tempo fazia que não usava as asas, mas não seria difícil. Subiu no peitoral da janela e preparou-se para pular.

- Onde pensa que vai? - Um par de braços o puxou para traz.

Era Purah quem o segurava e o levava de volta a cama. Tentou se soltar dos braços dele, mas não conseguiu. Como sempre, seu corpo se recusava a o obedecer na presença do Anjo.

- Me deixe ir. - Falou baixinho.

- Você precisa descansar, esteve no limite por muito tempo. - Deitou e cobriu-o com a manta fina. - Vai entrar no cio ainda hoje ou amanhã se não estiver descansado não vai aguentar passar por ele.

- E-eu o que?! - Gritou assustado e se distancio o máximo que conseguiu.

- Não vou deixar você sentir dor, vai passar ele comigo.

- Não! Não se aproxime de mim.

- Pequeno, eu não vou usar drogas em você e também não vou abusar de meu poder. Se quiser depois posso fazer você esquecer sobre o cio. - Falou simplista, não se incomodando com a possibilidade de realizar tal ato.

- Não vou passar o cio com você!

- Você só tem a mim pequeno. - Sorriu de canto. - Vai me chamar quando não puder mais aguentar a dor.

Jimin respirava com dificuldade, podia sentir que seu corpo estava com temperaturas muito altas nos últimos dias, mas descartou qualquer possibilidade parecida com um cio.

- Não sabe quanta dor eu já suportei, não quero que encoste em mim.

- Eu vou esperar pequeno, você vai me chamar.

Purah se distanciou da cama e sentou-se na janela olhando para Jimin, de todo o quarto aquela era a única saída, poderia lutar, mas não o venceria.

Sentou-se na cama tentando normalizar a respiração. Chutou a manta para os pés da cama e encolheu-se abraçando os joelhos. Estava suado e grudento, a roupa o deixando mais quente e o vento frio que entrava pela janela não ajudava em nada.

Ficou ali encarando a janela por muito tempo ou talvez apenas alguns minutos e acabou cochilando encolhido, se sentia desconfortável, mas o sono o pegou desprevenido. O mundo dos sonhos se apoderava de sua mente mais uma vez trazendo mais lembranças de seu passado. Todas as lembranças que Purah o havia feito esquecer. Lembraria de tudo.

 

 

                     .                               .                             .                                 . 

Mundo Colgar 556 d.R

Segunda lembrança:

Fuga e salvador.

 

Já havia se passado muito tempo desde que estava sobrevivendo naquele lugar. No começo J-hope o Elfo cinza ajudava Jimin a se alimentar, mas não demorou muito a realizar as pequenas tarefas sozinho. Segundo o que o pequeno contou, uma das crianças do outro lado do laboratório havia espumado pela boca até seu fim e não muito tempo depois de Jimin a irmã mais velha do Elfo foi levada. Estavam aumentando as doses e as crianças não estavam sobrevivendo a mudança.

Por sorte o pequeno Elfo estava agora cuidando de Jimin e isso queria dizer que não mandavam alimentos com drogas para ele. J-Hope e Haeyon, contudo, não perderam o contato. A Irmã continuava a falar com ele usando da ligação de sangue. Os dois juntos foram capazes de pegar um mapa do laboratório e provas sobre as pesquisas que estavam sendo realizadas.

A lei era clara, todos os continentes eram proibidos de realizar experiências em qualquer espécie que fosse racional. Porém, essa lei não estava sendo respeitada e a única forma de parar com isso era fazer com que as pesquisas fossem expostas.

Sabendo do plano que os dois estavam preparando Jimin deixou que um dos técnicos coletasse o seu sangue sem lutar, em troca eles não fariam mal a J-Hope. Mas eles eram fracos, não poderiam ir contra nem um dos técnicos.

Foi então que Jimin lembrou-se de seu pai. Ele o ajudaria, mas teria que fugir do laboratório primeiro e deixar em uma situação desfavorável os dois Elfos. Sabendo que poderiam haver consequências os dois ajudaram Jimin a sair com a esperança de que ele voltaria para salvar os outros.

Foi difícil conseguir escapar, mas depois que saiu Jimin lembrou-se apenas que seu pai era um Anjo. Não sabia como o encontraria. Mais importante que isso, estava quase sem roupas e caminhava em meio a neve que afundava até a canela.

Se sentia bem caminhar na neve, mas tinha que ir o mais longe possível, para que quando se dessem conta que ele havia sumido, não fossem capazes de o alcançar. Passou horas caminhando, ficou roxo de tanto frio e não foi capaz de encontrar nem mesmo uma casa. Encolheu-se contra uma árvore para tentar aquecer o corpo. Estava com uma febre bem forte que o deixava zonzo, mais ainda sentia um frio insuportável.

Levantou-se depois de um tempo e continuou andando. O sol ao longe foi descendo e com ele o pouco calor que Jimin ainda sentia. Não parou para descaçar, durante a noite tinha medo até mesmo de piscar.

- Ainda não desistiu da própria vida pequeno? - Jimin ignorou a imagem do homem com grandes asas à sua frente. Devia estar delirando a tal ponto que agora podia ouvir vozes. - Quer que eu lhe ajude?

- Não tem como eu receber ajuda de algo que não existe.

O Anjo foi até Jimin e tocou em seu ombro, mostrando que não era apenas imaginação. Quando ele sentiu o toque quente do Anjo pulou para traz surpreso.

- Quer minha ajuda agora?

- Por que um ser celestial iria querer me ajudar?

- Posso até lhe contar, mas vou fazer você esquecer logo em seguida. Me chamo Purah, o Anjo do esquecimento.

- Parece triste... O seu emprego...

- Por que? - Aprumou as asas alongando e as ajeitando bem próximas ao corpo.

- Ou as pessoas esquecem de você ou as faz esquecer. Um emprego solitário. - Jimin já estava tremendo de frio, tanto que até suas pernas balançavam e batia os dentes para falar.

- Talvez um pouco. Posso levar você a um lugar quente?

- Por tudo o que é sagrado, sim!

Purah se aproximou de Jimin e o segurou em seu colo, depois estendeu as asas prontas para os tirar do chão.

- Se segure firme.

O passeio baixo foi rápido e em menos de cinco minutos o Anjo já entrava em uma pequena cabana que já tinha a lareira acesa. A troca de clima foi muito boa, dentro da cabana era muito quentinho e aconchegante.

Assim que desceu do colo do Anjo Jimin pensou em sentar em frente a lareira, mais foi levado até o banheiro que já estava com uma banheira cheia de água quentinha e perfumada. Não reclamou, apenas arrancou as roupas na frente do Anjo mesmo e deitou na banheira maravilhosa a sua frente fazendo a água cair nas laterais. Seu corpo relaxou no mesmo instante, as dorzinhas sumiram e parou de tremer. Sentia-se bem, mas a gripe com certeza não lhe daria uma trégua.

- Por que um Anjo está ajudando um vampiro comum?

- Tenho meus motivos.

- Os mesmo que disse que me faria esquecer depois de contar?

- Sim.

- Não é triste?

- O que?

- Não poder confiar em ninguém.

- Quem disse que não confio?

O pequeno se ajeitou na banheira derramando mais um pouco da água e olhou para Purah.

- Se confiasse já teria me contado porque me ajudou.

- Você confia em outras pessoas? - O Anjo se sentou em uma cadeira que apareceu sabe-se lá de onde.

- Se não confiasse não teria vindo com você. - Bocejou sentindo o cansaço aos poucos o pegar.

- Mas eu sou um Anjo. É normal que confiem em mim.

- Se Anjos fossem confiáveis e castos eu não teria nascido... Por que me ajudou?

- Quer mesmo saber?

- Sim.

- Vou ter que fazer você esquecer depois.

- Mas pelo menos vai ter me contado.

- Você não vai lembrar.

Sentou-se na banheira e o olhou sem muita paciência.

- Vai contar ou não.

O outro deu uma risadinha e recostou-se na cadeira.

- Tudo bem, vou contar. - Jimin deitou-se de novo esperando o Anjo continuar. - Os humanos fizeram coisa horríveis com você, tão ruins ao ponto de torna-lo perigoso até mesmo para os Anjos.

- Isso não parece tão ruim ao ponto de me fazer esquecer.

- Eu não estou lhe ajudando em obediência aos superiores que querem manter você sendo vigiado. Meu objetivo é outro, eles nem sequer sabem que você está comigo.

- Qual o motivo de você me ajudar então?

- Se não souberem quem é você, não vão poder lhe impedir.

- Me impedir de que?

- De destruir essa dimensão.

Jimin riu baixinho e bocejou mais uma vez.

- Eu sou só um vampiro normal, não tenho força para destruir uma dimensão. Existe um limite para qualquer poder.

- Tenho certeza de que não estou erado.

- E por que deixaria eu destruir uma dimensão inteira?

- Por que até mesmo quem me criou esqueceu de mim, ninguém conhece sequer o meu rosto. Não quero continuar vivendo dessa forma.

- Se tudo for destruído, você vai conseguir um outro trabalho no céu? - Jimin já fechava os olhos de tão cansado, estava à beira de pegar no sono.

- Não vai existir mais céu, eu vou poder ser quem eu quiser.

- Pobre Purah, quer que tudo seja destruído por que não aguenta mais solidão.

- Sim, é isso mesmo que eu quero.

- Por que... Não vai até seus superiores... E diz que quer um amigo.

- Já fiz isso.

- O que aconteceu... ?- A última palavra saiu tão baixa que o Anjo quase não pode a ouvir, o baixinho estava praticamente cochilando na banheira.

- No dia seguinte eles esqueceram de mim...

O resto da frase Jimin não conseguiu ouvir, o sono veio tão pesado que só acordou no dia seguinte vestido com roupas limpas e deitado em uma grande cama confortável.

- Já acordou? - Jimin sentou-se na cama olhando o Anjo que estava sentado perto da janela no outro lado do quarto. - Eu sou Purah, o Anjo do esquecimento.

- Eu sei quem é você Anjo de pouca fé. Por que está se apresentando de novo?

- Sabe quem eu sou? - O Anjo inclinou a cabeça estranhando que o outro o havia reconhecido.

- Sei. - Levantou-se da cama indo até a janela. - A pergunta é... - Inclinou-se olhando para fora. - Você sabe quem eu sou?

- O vampiro normal com poder de destruir uma dimensão.

O pequeno virou-se sorrindo para o Anjo e sentou-se no peitoral da janela.

- Achei que iria apagar minha memória.

- Na verdade, não entendo por que não esqueceu de ter me conhecido ontem.

- Isso importa? Me leve para passear, eu quero ver o mundo.

- Não posso levar você lá fora.

- Por que não?

- O seu cabelo preto, vai ser um pontinho no meio de todo esse branco e meu objetivo é que não encontrem você.

- Se você estiver comigo não importa quem seja, vai esquecer.

Purah soltou uma risada. Ele tinha razão, qualquer um que o olhar esqueceria de tudo no dia seguinte. Mas por alguma razão Jimin não o havia esquecido.

- Tudo bem, mas fique perto.

- Não tem nada por aqui? - Fez um gesto para fora.

- Apenas árvores e neve.

- E por que você mora aqui? - Desceu do peitoral da janela.

- Qualquer um que encontre essa casa uma vez, nunca mais conseguira achar ela de novo.

- Perfeita para o grande solitário Purah.

- Eu deveria exigir respeito de você?

- É por isso que as pessoas esquecem de você. - O baixinho fez uma careta e depois riu da provocação que fez ao Anjo.

- Quanta petulância. Vista um casaco e um cachecol antes que eu desista.

- Sim, grandioso Anjo Purah.

Para chegarem a vila o Anjo levou o pequeno voando, passaram o dia todo explorando a pequena vila e andando entre as árvores. Seria mentira se disse que não foi divertido, Jimin sentiu-se vivo depois de tanto tempo no laboratório e assim que a noite ia chegando os dois voltaram a cabana.

Foram muitas vezes aquela vila e em outras, mas sempre era como se fosse a primeira vez. Brincavam de bola de neve com as crianças e quando voltavam em outro dia se apresentavam de novo como se nunca os tivessem conhecido.

Era maravilhoso, mas logo tudo mudaria. Em um dos passeios para uma vila um pouco mais distante Jimin se separou de Purah enquanto olhava as baraquinhas da feira.

- Moça bonita, não gostaria de experimentar um colar?

A feira não estava muito movimentada, porém havia um número considerável de pessoas indo e vindo entres as barraquinhas. Jimin olhou para quem o chamou e fez um gesto apontando para si como se perguntasse se o homem estava falando com ele.

Em uma barraquinha pequena haviam diversos tipos de joias espalhadas em uma tampa de madeira para quem quisesse olhar. O homem que cuidava do lugarzinho era alto, com rosto marcante e cabelo prateado, não que parecesse velho o cabelo o deixava ainda mais jovem, ele era bonito. Sentiu que lhe parecia alguém que já havia conhecido, mas não lembrava de onde.

- Falou comigo?

- Você mesmo moça.

- Eu não sou uma moça, sou um garoto.

- Desculpe-me seu cabelo comprido e um rosto tão bonito me enganaram. Mesmo assim seria desperdício não enfeitar a sua pele branquinha com uma joia.

Jimin se aproximou da barraquinha para olhar o que era exposto.

- São realmente muito lindos. Mas ao invés de colares eu prefiro brincos ou anéis.

O homem se virou e pegou uma caixinha muito bem enfeitada e a abriu para o pequeno ver.

-Então certamente essas aqui vão lhe agradar.

Na caixinha havia um brinco simples de prata e um anel com alguns símbolos que não tinha a menor ideia de o que poderia ser, mas eram lindos.

- Como dizer isso, são perfeitos.

O vendedor puxou a mão direita de Jimin e pôs o anel no dedo indicador. Só percebendo agora que o mesmo possuía uma pedrinha vermelha no meio.

- Pode ficar com eles, eu iria dar ao meu filho quando completasse uma certa idade.

- Não posso ficar com eles de graça.

- Aceite eles como um presente de um amigo.

- Mas... - Tentou recusar, mas o vendedor parecia que seria insistente.

- Eu não posso vende-los e nunca encontraria outra pessoa para os usar.

- Então vou ficar apenas com o anel.

Assim que Jimin aceitou o anel ele sumiu e as marcas da escrita brilharam em seu dedo no lugar do anel.

- Esse anel vai lhe proteger, só você pode tira-lo, por isso ele desaparece para todas as outras pessoas. Suas irmãs gêmeas podem ver ele. Use-o para as encontrar.

O pequeno travou por uns instantes e ficou olhando o vendedor para saber se identificava algum traço que o lembrasse de alguém que já conhecesse... Nada veio a sua mente.

- Como sabe que eu tenho irmãs?

- Como um pai não saberia sobre seus filhos? - O homem sorriu, exatamente igual a como Jimin fazia. Um sorriso que até mesmo seus olhos sorriem juntos de tão lindos.

Pai.

Uma palavra veio a sua mente, sim aquele era seu pai. Uma lagrima quente fez seu caminho até o queixo.

- Pai? - Não era uma pergunta, mas quando falou parecia como se fosse.

- Abra os olhos Jimin, não deixe ele continuar lhe enganando. Lembre-se por que fugiu do laboratório.

Queria falar mais com ele, mas sua voz estava travada, apenas lagrimas caiam sem parar.

- Jimin?! - Olhou para traz e viu Purah correr até ele. Parecia preocupado. - Porque está chorando?

- E-eu... - Olhou para a frente e a barraquinha de seu pai havia sumido. - Eu acho que vi alguém parecido com um conhecido.

- Deve ser sua imaginação, não tem como você conhecer alguém por aqui.

- É... Você tem razão.

- Porque sumiu de repente? Você me deu um grande susto.

- Me desculpe, eu vi tantas joias por aqui que não me aguentei sem vir olhar.

- Já está escurecendo, vamos voltar?

- Sim.

Depois que voltaram a cabana Jimin foi tomar seu banho na banheira que sempre já estava pronta quando voltava e depois deitou-se na cama. Parando para pensar agora, nunca havia visto o Anjo dormir, ele sempre ficava sentado próximo a janela e na cabana inteira havia apenas uma cama.

- Purah?

- Hum?

- Você não dorme?

- Eu durmo, por que?

- Não tem mais nem uma cama por aqui, a não ser que você durma sentado aí nessa cadeira, parece meio difícil que descanse em outro lugar.

- Eu recarrego minhas energias de uma maneira diferente.

- Hum...

- Vá dormir agora.

- Já fechei os olhos.

Virou-se para o outro lado e deixou que o sono chegasse, que não demorou a aparecer. Sentia-se leve ao dormir e nunca havia passado por uma noite de insônia. O que era estranho, perto de Purah, tudo era bom e alegre.

Durante a noite despertou sentindo-se incomodado. Abriu os olhos minimamente ainda não tendo acordado por completo. Estava suando e febril. Havia algo sobre o seu corpo, ou apenas se sentia pesado por não conseguir se mexer.

Sentiu algo molhado passando de seu pescoço até a orelha e depois uma respiração quente.

- Você viu algo que não devia hoje na feira. Vou fazer você esquecer. - Jimin puxou ar quando o Anjo mordiscou sua orelha. - Assim como esqueceu tantas outras vezes...

- Purah?

- Apenas fique quieto.

- Eu não quero isso, pare. - Tentou afastar o Anjo empurrando seu peitoral com a pouca força que juntou ao levantar as mãos.

- Vai ser rápido. - A mão do Anjo subiu até o peito do pequeno por baixo da camisa enquanto a outra segurou em sua nuca. - Apenas vai esquecer o dia de ontem.

Os dedos do Anjo começaram a esquentar onde estavam tocando, sem demora ele selou os lábios do pequeno. O anel que havia ganhado queimou em seu dedo jogando o Anjo para longe com tal brutalidade que teria atravessado a parede se ela fosse de madeira.

- O que você pensa que está fazendo? Eu nunca disse que queria perder minhas memorias.

- Por que você acordou? Eu sempre consigo fazer você esquecer sem que acorde.

- Já fez isso antes?! - Jimin já estava gritando indignado com as atitudes do anjo.

- Sim, já fiz. Sempre que você se separa de mim eu o encontro chorando, não me importo com quem é a pessoa, você não pode lembrar de ninguém. Deve viver apenas comigo. Você é meu agora.

- Eu não sou de ninguém! - Gritou fechando as mão com força, não conseguia acreditar no que estava acontecendo.

- Não, Jimin. - O Anjo levantou-se e foi até a cama sentou-se e segurou o pequeno bem perto de si. A gota salgada já fazia seu caminho. - Você é meu, não precisa de quem quer que seja que lhe fez chorar. - Seu olhar era tão intenso que o pequeno não conseguia desviar.

- Por que está apagando as minhas memorias? - Falou baixo, amargurado com o que o outro estava fazendo.

- Por que eu quero você feliz.

- Ninguém é feliz o tempo todo. Purah, as pessoas devem passar por momentos difíceis também.

- Mas se eu posso fazer você lembrar apenas de momentos felizes, por que não faria com que esquecesse o que é triste?

- Eu não quero esquecer minhas lembranças triste, elas fazem parte de mim e me ajudaram a ser quem eu sou.

- Jimin...

- Isso não tem desculpa Purah, não é você que escolhe. Eu não sou um brinquedo. - Limpou as lagrimas com as costas das mãos. - Quantas vezes você me fez esquecer?

- Foram muitas.

- Eu preciso de um tempo. - Afastou as mãos de seu rosto e levantou-se da cama. - Espere aqui.

Pegou disfarçadamente o pequeno caderno que sempre ficava sobre criado mudo ao lado da cama e foi ao banheiro. Arrancou uma das páginas amarelas e escreveu algo na folha. Dobrou a folha e a ajeitou escondida na roupa, depois voltou ao quarto.

- Vai me perdoar?

- Promete que não vai mais me fazer esquecer nada.

- Eu prometo.

- Eu não vou te perdoar, você não está sendo sincero.

Os olhos do Anjo mudaram de cor e ele se aproximou de Jimin que ficou paralisado, seu corpo não lhe obedecia.

- Essa será a última vez, eu prometo.

- Não faça isso.

- Vai esquecer de tudo até o dia em que nos conhecemos.

- Purah...

- Vamos começar de novo, vou levar você até o meio da neve e deixar lá até acordar. Vou te salvar e dar um abrigo quente. Vai confiar e gostar de mim.

- É triste fazer alguém te esquecer enquanto você lembra de tudo sozinho.

- É preciso.

- Mais é triste. Me desculpe por não ser a pessoa adequada para ficar ao seu lado.

- Você vai ser.

Dito isso Purah beijou Jimin, faria ele esquecer de tudo até mesmo dele e então começaria tudo de novo.


Notas Finais


Obrigado por ler
bjjss de luz ;*

Venho humildemente divulgar minha segunda fic ;) espero que gostem...
O Nome é:

Filho de No'One, a noiva do Dragão. Namjin.

https://spiritfanfics.com/historia/filho-de-noone-a-noiva-do-dragao-7778082


Ninguém é obrigado a ir olhar,
mas se o nome interessou passa lá dar uma olhadinha ;')


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