História Caçadora Pelas Circunstâncias - Bônus-Apolo e Nina

Quando anoiteceu, os campistas se reuniram ao redor da fogueira cantando com o chalé de Apolo e o próprio. Estavam bem animados, pois a volta de Leo alegrou a todos.

Nina e Annabeth cantavam com os outros acompanhando o coro.

- Que noite maravilhosa! – disse Annabeth sorrindo.

- Verdade. A chegada de Leo fez milagres – disse Nina.

A cantoria acaba e todos batem palmas.

- Eu tava pensando em contar a Apolo sobre mim, o que acha? – Nina pergunta

- Se acha que pode confiar nele, por que não?

- Preciso esclarecer algumas coisas com ele – disse ela. – Se me dá licença, vou falar com ele antes que Quiron apareça.

- Tá bem.

Nina se levanta e vai até onde Apolo conversava com os filhos.

- Com licença.

- Oi Nina quer sentar com a gente? – pergunta Kayla.

- Não, obrigada – ela se vira para Apolo. – Podemos falar em particular Apolo?

- Claro – ele disse animado.

- Vem comigo.

- Claro – ele disse se levantando. – Dá licença crianças.

Os dois se afastam e os filhos se entreolham intrigados.

- O que será que ela quer com ele? – perguntou Austin.

- Só espero que ela não vá maltratá-lo – disse Kayla -, essas caçadoras são muito malvadas com os homens.

- Nina não é assim – disse Nico defendendo a prima -, ela gosta de Apolo e quer ajudá-lo.

- Porque o irmão dela era amigo dele? – perguntou Austin.

- Isso também.

Will olhou para o namorado desconfiado, mas ficou quieto.

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Nina leva Apolo para o seu chalé, porque assim teriam privacidade.

- Hãã... o que você quer falar comigo que precisa ser às portas fechadas?

- Eu quero esclarecer as coisas sobre mim – disse ela. – Eu quero que apenas ouça.

- Está bem – disse ele curioso.

- Você sabe que Zeus condenou Percy ao banimento porque o considera um perigo para deuses e semideuses – ele assente. – Bem, quando Percy saiu do acampamento e voltou para a casa da mãe, Ártemis apareceu a ele e lhe fez uma proposta que poderia salvar sua vida – ela faz uma pausa e Apolo franziu o cenho. – A proposta era entrar para a caçada – quando Apolo fez que ia falar ela o interrompe -, mas com uma condição. Ele teria que mudar radicalmente, teria que se tornar uma menina.

Apolo arregala os olhos entendendo o que ela quis dizer.

- Você.... você é o Percy? – ele pergunta incrédulo.

- Sim, sou eu, Percy Jackson.

Apolo fica de boca aberta e olha para Nina de cima a baixo. Depois se senta desolado.

- Eu não acredito, eu sou mesmo um cara sem sorte – disse ele se lamentando.

- Do que está falando? – ela pergunta confusa.

- Você, um garoto transformado numa bela menina e eu....

- O quê?

- Nada não – disse ele. – Estou feliz que você esteja bem, Percy. De verdade.

- Obrigada Apolo – ela disse. – Me desculpe tê-lo enganado, mas foi preciso. Eu tive que enganar a todos, só assim eu poderia voltar a este acampamento.

- Minha irmã foi muito esperta – ele disse.

- Por enquanto ninguém pode saber – ela adverte. – Apenas uns poucos sabem quem eu sou de verdade. Por isso, espero o mesmo de você.

- Pode contar comigo. Guardarei seu segredo, até porque se Zeus souber, Ártemis estará encrencada.

- E meu pai também.

- Ele sabe?

- Sim, ele deu autorização à Ártemis.

- Entendo – ele disse olhando par ela. – Como você se sente como menina.

- No começo foi um tanto constrangedor, mas agora já me acostumei – ele disse. – Thalia me ajudou na adaptação.

- Você ficou muito gata – ele disse sorrindo.

- Obrigada – ela disse fazendo uma reverência graciosa. – Tive que aprender a agir como mulher.

- Fico imaginando você de calcinha e sutiã.

- Apolo!

- Ahahahaha!

- Muito engraçado – ela disse cruzando os braços.

- Desculpe – disse ele limpando as lágrimas -, mas você dever ser uma gracinha. Você muda de roupa na frente das meninas?

- Às vezes, mas eu prefiro privacidade, principalmente no banho.

- Você não toma banho com elas? – ele pergunta surpreso.

- Não, eu posso ser uma menina na aparência, mas aqui – disse ela apontando a cabeça – eu ainda sou um menino. Por isso, eu prefiro ficar longe delas na hora do banho.

Apolo sorriu. Percy era realmente alguém em quem se pode confiar. Agora podia entender por que sua irmã quis ajudá-lo.

- Você é um cara legal Percy, por isso minha irmã quis ajudá-lo.

- Saiba que eu tenho muito respeito por sua irmã. As meninas são a minha família agora, e me sinto na obrigação de respeitá-las também.

- Me alegro em saber disso – disse Apolo se levantando. – Quando tudo voltar a ser como antes, você um menino e eu um deus, vou te levar prara dar um passeio em minha carruagem.

- Eu não vou ser frito, cozido ou assado na sua carruagem?

- É claro que não, você já andou nela, lembra?

- Lembro. Você deu o volante à Thalia e ela quase nos matou.

- Aquilo foi divertido – disse ele nostálgico. – As caçadoras quase tiveram um troço.

- Então foi de propósito?

- Foi – disse ele rindo. – Da próxima vez é você quem vai dirigir.

- Vai ser demais!

- Então está combinado.

- Obrigado Apolo.

- Pelo quê?

- Por ter entendido.

- Obrigado a você por ter sido sincera – disse sorrindo. – E já que você contou o seu segredo a mim, vou contar o meu a você.

- Tudo bem.

- Não leve a mal ao que eu vou dizer, mas... eu me apaixonei por você.

Nina aperta os lábios e deixou que ele continuasse.

- Eu sei que isso parece incosequente me apaixonar por uma caçadora, mas parece que o meu destino é nunca ter um amor duradouro – disse triste. – Eu só me apaixonei de verdade duas vezes, Dafne foi o meu primeiro amor verdadeiro, mas por causa de uma provocação eu a perdi. Depois apareceu Jacinto, tão belo que eu me apaixonei a primeira vista, mas outra deidade também se interessou por ele. E eu, egoísta que sou, não quis dividi-lo e o perdi para sempre. Depois disso, passei a ter muitos amantes, tanto homens como mulheres. Eu não me importava com mais nada, não tava nem aí para as consequências – ele pausa. – Aí eu conheço você, uma caçadora linda e maravilhosa, filha do meu tio favorito e que me fez acordar para a realidade. Me ensinou que ser humano é ter coragem de seguir em frente, nunca desistir. Eu... não pude resistir.

- Ah Apolo! Eu sinto muito se passei a mensagem errada, eu só...

- Não é sua culpa, eu é que me deixei levar pela minha imaginação – disse. – Não esquenta, eu vou superar.

Nina suspira. Mais uma vez ela faz alguém ficar triste por um amor não correspondido. Primeiro como Percy e agora como Nina.

- Apolo – ela o puxa para um abraço que logo é correspondido.

Ambos ficam alguns minutos abraçados no meio do chalé, esquecidos de tudo ao redor. Nina achou por bem dá um pouco de si a ele, era muito chato amar alguém e não ser correspondido.

Quando ele contou a sua tragédia no ninho dos mymerkos, ela quase sucumbiu a tristeza, mas fez um esforço danado para não se debulhar em lágrimas como a Meg, que soluçava. E se apaixonar novamente por alguém que não podia lhe dar o que queria, era demais para um coração já sofrido.

Depois de um tempo, os dois se desvencilham e sorriem um para o outro.

- Obrigado Nina, nunca vou esquecê-la – disse. – Não importa se você voltar a ser o Percy, mas vou lembrar da Nina, a caçadora.

- Está bem – disse -, mas eu vou cobrar o passeio de carruagem, viu?

Apolo sorriu.

- Pode cobrar.

- Vamos voltar pra fogueira?

- Vamos.

Ambos deixam o chalé e se juntam aos demais.