História Caçadora Pelas Circunstâncias - Visita Nada Agradável

Depois que se despediu da mãe que lhe deu muitos beijos e recomendações, Hermes vai à procura do pai.

Zeus o esperava em seu templo.

- Aqui estou meu pai.

- Fico feliz que tenha voltado meu filho – disse Zeus sorrindo. – Espero que esteja tudo bem.

- Sim, estou bem – disse o mensageiro. – Tia Héstia me contou tudo.

- Bem, eu chamei você aqui para uma missão.

Hermes esperou que o pai continuasse.

- Quero que vigie Apolo – disse -, mas não interfira na sua missão. Apenas o observe e ao mesmo tempo fique de ouvidos atentos com respeito aos imperadores.

- Certo – disse o deus se virando para ir embora.

- Espere! – disse Zeus. – Antes, me faça um favor. Diga a Poseidon que quero falar com ele em particular.

Hermes ia falar algo, mas Zeus o interrompe.

- Não é nada a respeito da menina, é sobre outra coisa – disse ele. – Pode ir.

Hermes sai do templo de Zeus de cenho franzido. Achou esse pedido meio estranho, afinal, foi por causa da briga entre os dois que ele acabou virando mortal. De qualquer forma, foi fazer o que Zeus pediu.

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Poseidon estava reunido com Anfitrite, Tritão e seus generais. Estava dando instruções sobre o Triunvirato.

- Ficou decidido que fiquemos atentos a qualquer ameaça vinda da parte desses imperadores. Portanto, espalhem pelo oceano essa ordem e qualquer novidade importante deve ser informada imediatamente, é só.

Os generais fizeram uma reverência e se retiraram, permanecendo apenas Anfitrite e Tritão.

- Então, temos mais uma guerra a caminho – comentou Anfitrite.

- É o que parece – disse Poseidon. – Por enquanto apenas Nero se manifestou. Não se sabe quem são os outros dois. Por isso, é melhor ficarmos preparados.

- Os hipocampos e as baleias trouxeram uma estátua para cá – disse Tritão. – Ela se parece com Apolo.

- Aquele é o Colosso de Nero, ele o usou para atacar o acampamento – disse Poseidon. – Apolo conseguiu detê-lo, Nina achou melhor deixá-lo no fundo mar. Assim, Nero não poderia pôr as mãos nele.

- Nina, você quer dizer o Percy – disse Anfitrite.

- Pra você ver, pra salvar a vida dele eu tive que aceitar a proposta de Ártemis de transformá-lo em menina. Estando na caçada e sob os seus cuidados pelo menos ele terá a chance de sobreviver.

- Seria interessante vê-lo na pele de uma menina – disse Tritão sorrindo.

- Ele ficou muito bem como menina – disse Poseidon rindo.

Um guarda adentrou a sala do trono e anunciou:

- Com sua licença meu senhor – disse o guarda fazendo uma reverência. – O deus mensageiro pede permissão para entrar.

Poseidon ficou surpreso.

- Pode mandá-lo entrar.

O guarda faz uma reverência e sai. Hermes entra e cumprimenta a todos.

- Olá.

- Bem-vindo Hermes – disse Poseidon. – Que bom que voltou ao normal. O que deseja?

- Zeus mandou chamá-lo, quer falar-lhe em particular.

Poseidon suspirou.

- Será que ele ainda quer falar sobre Nina?

- Ele disse que a conversa não tem nada a ver com ela, é outro assunto.

- Humm – Poseidon resmungou. – Ok. Eu irei em seguida. Obrigado.

Hermes se retira e desaparece.

- Você vai? – perguntou Tritão.

- É o jeito – disse Poseidon. – Escutem, se eu não voltar, cuidem de tudo por aqui.

- Isso é uma cilada, não é? – perguntou Anfitrite.

- Não tenha dúvida – disse ele. – Zeus não é homem de deixar as coisas pra lá. Ele iria me punir de qualquer maneira, já esperava por isso, contanto que ele foque sua atenção em mim e não em Nina, eu não me importo.

- Cuide-se pai – disse Tritão.

- Vá tranquilo, cuidaremos de tudo – disse Anfitrite.

Poseidon assente e desaparece.

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Na sala do trono, Zeus esperava por Poseidon, ele tomou uma decisão que poderia trazer consequências drásticas ao Olimpo, mas que para ele não importava.

Poseidon aparece e Zeus se endireita, segurando seu Raio Mestre.

- Olá irmão, por que me chamou?

- Para isto – Zeus joga o raio no irmão que nem teve a chance de se defender.

Depois que passa o clarão, Poseidon atordoado se levanta cambaleando.

- O que você fez?

- Como se sente irmão, agora que está sem poder?

Poseidon olha para Zeus, incrédulo.

- Sério isso, você esqueceu que estamos em uma emergência?

- E daí? Tem muitos deuses para vigiar – disse Zeus com deboche. – Você achou que eu não descobriria a sua farsa?

- Do que está falando? – Poseidon perguntou de cenho franzido.

- Achou que eu não descobriria sobre Perseu? – Zeus pergunta pegando o rosto de Poseidon e puxando para perto de si. – Transformá-lo numa menina, isso foi esperto. O que me surpreende, já que você não é o cara das ideias.

- Me larga! – diz Poseidon se soltando. – Você me subestima Zeus, acha que eu sou burro? Achou mesmo que eu fosse abandonar meu filho? Achou errado, idiota.

Zeus lhe dá uma tapa com as costas da mão fazendo Poseidon se estatelar no meio do salão.

- O que foi Zeus, não gostou de saber que foi passado pra trás? – falou Poseidon se levantando. – Se você fosse mais esperto, não haveria necessidade disso.

- Cale-se! – gritou Zeus.

- Diferente de você que não dá a mínima para seus filhos, eu tenho muito orgulho do meu filho. Ele é o melhor semideus dessa era, não vou abandoná-lo quer você queira quer não.

- Chega! – Zeus manda outro raio, mas Poseidon desvia.

- Cuidado irmão, vai acabar acertando o trono de alguém – disse Poseidon se arrependendo depois.

- Quem sabe se eu destruir o seu, você não se torne mortal de vez? – disse Zeus produzindo outro raio.

- Não se atreva! – gritou Poseidon.

Zeus fez que ia jogar o raio no trono de Poseidon, fazendo-o baixar a guarda, com isso acertando-o em cheio. Poseidon desmaia e Zeus se aproxima.

- Já que você gosta tanto desse moleque, vai para o mundo dele como mortal – disse Zeus. - Adeus irmão.

Zeus estala os dedos mandando Poseidon para o mundo mortal.

- Agora é a vez do moleque – murmurou.

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No acampamento das caçadoras, Nina treinava com Correnteza. Ártemis deixou as meninas à vontade, pois queria que elas relaxassem, já que em breve teriam que levantar acampamento e seguir para uma nova jornada.

Nina resolveu ir para a floresta treinar, queria um pouco de privacidade. Ela já estava nesse treinamento a horas, parou ofegante.

- Nunca me canso de ver você treinando – disse uma voz de homem a assustando. Ela se vira e abre um sorriso.

- Pai! Há quanto tempo está aí?

- O suficiente para ver o quanto a minha filha é uma boa espadachim.

- Obrigada – ela disse sorrindo. – Está tudo bem em Atlântida?

- Tudo tranquilo. Então resolvi visitar minha querida filha.

Nina achou estranho o pai falar daquele jeito e ainda por cima visitá-la quando não faz muito tempo eles se despediram no acampamento. Resolveu fazer um teste.

- Que bom que está tudo bem por lá. Como está Cimopoléia, vocês já fizeram as pazes? Espero que a sua visita tenha sido produtiva.

- Ah sim, ela continua a mesma mal criada de sempre.

- Deve ser porque ela ainda não te perdoou.

- Fazer o que né, eu tenho outras prioridades agora.

De repente Nina aponta sua espada para seu “pai”.

- Você não é meu pai – disse em guarda. – Quem é você?

A pessoa começa a rir.

- Para um filho de Poseidon, você é muito esperto.... Perseu – disse o impostor se transformando em sua verdadeira forma.

- Zeus!? – disse Nina surpresa.

- Feliz em me ver sobrinho? – perguntou com um meio sorriso.

Nina recuou, mas com a espada em riste.

- Ora veja só, até que você não ficou ruim com essa aparência – disse a olhando de cima a baixo – Você ficou bem.... gostosa – disse sorrindo com malícia.

Nina arregalou os olhos e engoliu em seco. Que Hades estava acontecendo ali? Sabia que Zeus era paranoico, mas isso, o que ele pretendia com essas palavras? De repente lhe veio à memória um episódio que aconteceu com uma caçadora. Zeus se fez passar por Ártemis e se aproximou da menina que estava só. Se não se enganava seu nome era Calisto, ele a violentou e ela acabou grávida. Ártemis quando soube, ficou irada com Zeus, mas porque a menina ficou calada, Ártemis a puniu transformando-a numa ursa.

- Vá embora Zeus, não há nada pra você aqui – disse ela. – Você deveria está fazendo a sua vigilância, não importunando os outros.

- Moleque insolente, não é a toa que é o filho daquela anêmona – disse Zeus com olhos faiscantes – que é outro insolente. Ele achou que fosse me enganar por muito tempo? Rá, pois pensou errado. Por isso, dei a ele a punição merecida.

- O que fez com meu pai?

- Qual é a maior punição para um deus?

Nina sabia.

- Mortalidade – disse – você transformou meu pai num mortal.

- Isso aí – disse ele sorrindo.

- Onde ele está?

- Por aí em algum lugar da Grande Maçã – disse ele despreocupado. – Por que não vai procurá-lo? Você agora é uma caçadora, mas é melhor se apressar.

- Por quê?

- Oh bem, ele está bancando o herói defendendo uma donzela em perigo – disse ele desaparecendo.

Nina sai correndo da floresta em busca de Ártemis. Thalia que estava praticando arco e flecha viu quando Nina passou correndo em direção à barraca de Ártemis e foi atrás.

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Ártemis estava marcando um mapa quando Nina invade sua barraca.

- Com licença senhora, desculpe entrar desse jeito, mas é urgente – disse ela sem fôlego.

- O que houve Nina? – ela perguntou alarmada.

- Meu pai – disse -, Zeus transformou meu pai em mortal e agora ele está sozinho em Manhattan.

- Como sabe disso? – ela pergunta desconfiada.

- O próprio Zeus me contou.

- Ele esteve aqui? – ela pergunta surpresa.

- Ele apareceu para mim na floresta disfarçado em meu pai, mas logo descobri que não era ele – disse. – Lady Ártemis, ele já sabe quem eu sou.

Ártemis suspirou.

- Bem, então não adianta mais esconder não é?

- Peço permissão para procurá-lo – ela pediu. – Zeus disse que meu pai está bancando o herói defendendo uma donzela. Se for verdade ele pode está muito encrencado.

- Você não irá sozinha – disse a deusa. – Ele está nessa enrascada por minha culpa. Arrume suas coisas, vamos procurá-lo.

- Obrigada senhora – disse Nina saindo da barraca apressada.

- Nina o que aconteceu? – perguntou Thalia que chegava naquele instante.

- Zeus transformou meu pai em mortal – disse -, ele já sabe de tudo Thalia. Por isso, vou procurá-lo, lady Ártemis vai comigo. Preciso me apressar – disse ela se dirigindo para sua barraca.

- Eu não acredito! – disse Thalia com a mão na testa.

Ela entra na barraca de Ártemis.

- Com licença senhora.

- Ah Thalia, você já sabe o que houve?

- Sim, acabei de encontrar com Nina.

- Eu vou com ela procurar Poseidon, cuide de tudo por aqui.

- Pode deixar.

Nisso Nina entra na barraca.

- Eu estou pronta senhora.

- Podemos ir, até mais Thalia – disse ela desaparecendo junto com Nina.