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História Caçadora Pelas Circunstâncias - Visões do Passado


Escrita por: CrisdeLeao

Notas do Autor


Olá, demorei porque estava indecisa sobre se postava ou não esse esse capítulo. Me deu um bocado de trabalho, consegui terminá-lo agora a pouco. Por isso aí está.
Só avisando, que os acontecimentos no caso de Apolo e no que se refere ao Triunvirato são pura especulações, não sei qual vai ser a provação que o autor da série dará ao solzinho. Portanto, esse é o meu ponto de vista.

Foto da capa Lester/Apolo

Capítulo 70 - Visões do Passado


Fanfic / Fanfiction Caçadora Pelas Circunstâncias - Visões do Passado

ALASCA

Numa manhã ensolarada, Hera cantarolava feliz enquanto fazia o café da manhã.

Ela arrumava a mesa quando sua sobrinha entrou na cozinha.

- Bom dia tia – disse ela se sentando.

- Bom dia sobrinha, dormiu bem? – perguntou alegre.

- Dormi – disse ela olhando a tia que cantarolava. – E a senhora dormiu bem?

- Oh sim, dormi muito bem – disse ela sorrindo.

- Eu vejo – disse Despina não se aguentando de curiosidade e perguntou: - Qual o motivo dessa alegria toda?

- O Roy – disse ela suspirando. – Eu sonhei com ele.

- Então o sonho foi bom pelo seu sorriso.

- Foi lindo! – disse Hera sonhadora. – Sonhei com a nossa despedida. Como será que ele está se saindo na Antártida?

- Está com saudades dele?

- Confesso que estou – disse ela se sentando. – Eu dormi pensando nele. Acho que foi por isso que sonhei com ele.

- Que tal nós irmos até lá, tia? – pergunta Despina. – Podemos ver como ele e os outros estão o que acha?

- Não vai ter problema irmos até lá? Esse não é seu território – disse Hera.

- A Antártida é um território neutro, não há problema nenhum.

- Nesse caso podemos ir – disse Hera se servindo.

Após o café da manhã as duas deusas se aprontam. Hera coloca sua pulseira e Despina teletransporta as duas para o continente gelado.

No ínterim, o Dr. Bronson cuidava de uma das cientistas que tinha sofrido um acidente com um trenó.

- Você teve sorte, não quebrou nada – disse ele examinando o seu braço. – Apenas torceu o pulso – disse ele colocando uma tala e amarrando com atadura. – Tome esse anti-inflamatório e mantenha essa mão quieta por três dias.

- Obrigada doutor – disse ela se retirando da enfermaria.

Enquanto arrumava o local, Roy pensava em Irene. Durante a noite ele saía do alojamento e foi ver a Aurora Boreal, sorriu ao lembrar-se da despedida dos dois. Todos os dias ele fazia isso, conforme havia prometido.

- Como eu prometi Irene, sempre estou lembrando você – disse ele olhando para o fenômeno -, espero que você esteja bem. Estou com saudades.

Ao pensar nisso, sorriu. Ele nem imaginava que estava sendo observado por duas deidades invisíveis que estavam exatamente dentro da enfermaria.

Hera ficou emocionada ao vê-lo, ele parecia muito bem e sorriu ao saber que ele pensava nela.

Ah Roy, eu também estou com muitas saudades.

Ele parece está bem, tia – disse Despina telepaticamente.

Sim, é melhor voltarmos – disse Hera sorrindo. Até outra vez Roy.

As duas se teletransportam de volta para o Alasca.

- Obrigada Despina, foi muito bom vê-lo.

- Podemos ir mais vezes se quiser.

- Sim.

Nisso as duas sentem um poder se aproximando. Hera imediatamente retira a pulseira e coloca no bolso.

- É o mesmo poder que senti da outra vez – disse Despina.

- Bóreas.

- Provavelmente – disse Despina. – Vou me transformar.

Despina se transforma na senhora idosa quando alguém bate na porta. Hera vai atender.

- Bóreas?

- Olá senhora, vim a mando de Zeus – disse o Vento Norte. – Ele quer a senhora de volta ao Olimpo.

- Por quê? Ele resolveu me perdoar?

- Bem, é que aconteceu algo terrível com o deus dos mares.

- Poseidon, o que aconteceu com ele?

- Ele foi capturado pelo Triunvirato e... foi assassinado.

- O quê?

Despina, que ouvia tudo, ficou de olhos arregalados e então sorriu.

- Sim senhora – continuou. – Por isso, Lorde Zeus achou por bem que a senhora voltasse. O Triunvirato já sabe que a senhora é mortal e onde se encontra.

- Meu irmão – disse Hera num sussurro.

- Não se preocupe senhora, ele já voltou à vida – disse Bóreas. – Graças à Lorde Hades, em breve Lorde Zeus lhe devolverá o poder.

Hera suspira aliviada.

- Ainda bem, a perda de um dos Três enfraqueceria o Olimpo. Espere aqui, eu já volto.

Hera fecha a porta e olha para a sobrinha que ficou séria ao saber que Poseidon voltou à vida.

- Que droga! – resmungou.

- Não fale assim, você pode não gostar de seu pai, mas tenho certeza que a notícia mexeu com você.

- Engano seu.

- Despina, você também é uma filha do mar, a morte de Poseidon afetaria você também.

- Afetaria se seu vivesse perto dos seus domínios, mas estando longe, não sinto nada.

- Está bem – disse Hera suspirando. – Vou voltar ao Olimpo, mas eu venho te visitar, viu?

- Claro que sim, tia – disse ela a abraçando. – Pode vir quando quiser.

- Obrigada por tudo, até a volta – disse Hera se dirigindo à porta.

Ela abre e sai da casa, Bóreas a esperava.

- Tive que me despedir da minha anfitriã – disse. – Podemos ir.

Bóreas envolve Hera com uma névoa fria e desaparece de volta ao Olimpo.

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INDIANA

Em Indiana, Apolo se armava de coragem para entrar na caverna. Antes, ele e os seus acompanhantes combinaram o que fazer caso houvesse perigo.

- Não se preocupe Apolo, estamos aqui para ajudá-lo, não é? – disse Leo. – Tranquilo, cara, você está com Leo esperto pra dedéu.

- Queria ser tão otimista quanto você – disse Apolo se lamentando. – Estou preocupado com a última parte da profecia.

- A que fala sobre loucura e morte? – pergunta Calipso. – Não sofra por antecipação, você deve conhecer bem essa caverna. Afinal, esse oráculo era uma das suas fontes de profecias.

- Sim, mas faz tempo que eu usava essa caverna – disse ele. – O que quer que tenha lá dentro deve estar com muita raiva de mim.

- Seja como for Apolo, você terá que entrar – disse Calipso -, nós estaremos com você, não é Leo?

- Isso aí, coragem, você vai conseguir – disse o semideus sorrindo.

Apolo suspirou.

- Vamos logo com isso – murmurou.

Os três entraram, Apolo ia na frente, Calipso no meio e Leo na retaguarda iluminando o local que estava muito escuro.

- Essa caverna é muito escura e tem cheiro de mofo – Leo comentou.

- Ela está muito tempo sem ser usada, é natural que tenha esse cheiro – disse Apolo.

- Pare de reclamar Leo – repreendeu Calipso – e fique atento, estamos num lugar perigoso.

Apolo estremeceu com o último comentário. De repente, um som sibilante se fez ouvir, os três pararam imediatamente e aguçaram os ouvidos.

SIIIIIIIIIIII!

O som estava ficando mais alto.

- O que foi isso? – perguntou Leo cochichando.

- Parece o sibilar de uma cobra – disse Calipso.

Apolo se arrepiou, pois já adivinhava a quem pertencia aquele sibilar.

Aproxime-se Apolo. Estava à sua espera.

Uma voz falou na mente de Apolo.

- Não pode ser – murmurou. – Ela está em Delfos.

- O que foi? – perguntou Calipso.

- Nada. Vamos andando – disse ele continuando a andar.

Eles andam mais fundo na caverna até que chegam a uma parte ampla em que estava uma pessoa de costas. Ela usava uma túnica preta com capuz, estava em frente a um altar de onde saía uma fumaça branca.

Apolo reconheceu logo de cara de quem se tratava.

- Quem é? – perguntou Leo.

- Quieto – disse Calipso.

- Por que me abandonou Apolo? – perguntou uma voz de mulher. – Você nunca mais veio me visitar.

- Eu tinha muitas tarefas a cumprir, eu....

- Tarefas você diz – disse -, tarefas de conquistas.

- Tá, olha eu admito que fui negligente abandonando este lugar – disse Apolo -, essa caverna nunca foi meu lugar favorito, mas não quer dizer que eu a abandonei de vez. Eu só não tinha como usar você.

- Me usar, como se eu fosse um objeto – disse ela sem se virar -, assim como usou Sibila e a sua favorita, Delfos. Por que voltou Apolo ou devo chamá-lo de Lester?

- Eu voltei porque você está em perigo – disse ele. – Píton quer conquistá-la para seu uso maléfico. Ele já tomou Delfos e pretende tomá-la também, assim como todos os oráculos.

- Preocupado comigo? Que comovente! – debochou. – Você deveria ter cuidado melhor daquilo que lhe foi confiado.

- O que quer dizer?

- Você chegou um tanto tarde – disse a pítia se virando para Lester/Apolo. – Ele já esteve aqui.

Apolo e os dois companheiros ficaram horrorizados com o que viram. Ao se virar, a mulher estava com o rosto deformado pela queimadura. Parecia que estava derretendo, a queimadura era recente, pois o rosto estava em carne viva.

- Pelos deuses! – exclamou Calipso.

Apolo ficou mudo, pois a visão era arrepiante.

- Veja o que a sua negligência causou – disse ela. – Você nunca foi um deus muito forte Apolo. Por isso mandava os heróis fazerem o seu trabalho, e quando eles morriam cumprindo o que você mandava, você levava o crédito por tudo. Sim Apolo, você é um deus fraco. Por isso, sentirá na pele o mesmo sentimento deles, tudo pelo o que eles passaram antes de morrerem.

De repente, a mente de Apolo foi invadida. Então, ele teve uma visão de si mesmo olhando para um altar em sua homenagem. Ele estava na pele de uma pessoa que fazia um pedido a si, enquanto o jovem falava um brilho dourado encheu o local e um deus se materializou.

- Esse seu pedido é um tanto incomum mortal – disse o deus.

- Eu sei que sim meu senhor, mas eu preciso muito da sua ajuda – disse o rapaz humildemente.

- Vamos ver, me conte como aconteceu.

- Ela estava andando pelo campo quando achou um bracelete de ouro – disse – quando colocou em seu pulso ela começou a passar mal. Ao chegar em casa ela parecia muito fraca, ela me contou o que aconteceu e eu tentei retirar o bracelete, mas ele não saiu. Aquilo está drenando as forças dela, por favor, Lorde Apolo ajude-a – implorou.

- Humm, um bracelete amaldiçoado – disse o deus pensativo. – Você disse que as forças de sua irmã estão sendo drenadas, isso quer dizer que a peça pertenceu a alguém que irritou os deuses ou a própria dona a amaldiçoou.

- Como poderei salvar minha irmã senhor?

- Bem, só tem um jeito, mas não vai ser fácil – disse Apolo olhando de lado para o jovem aflito.

- Seja o que for eu farei – disse ele ansioso.

- Você conhece a caverna de Trofônio?

- Já ouvi falar – disse o rapaz desconfiado.

- Pois bem, dentro dessa caverna eu deixei a minha coroa de louros da última vez que estive lá – disse Apolo -, as folhas da coroa nunca murcham, uma única folha pode devolver a saúde de sua irmã. Traga-a para mim e eu farei a poção.

O rapaz olhou consternado para o deus, pois sabia que a caverna era muito perigosa. No entanto, se esse era o preço para salvar a irmã ele tinha que tentar.

- Está bem, eu irei – disse resignado.

- Ótimo – disse Apolo exultante, mas se controlou. – Estarei esperando por você.

O rapaz fez uma reverência e se retirou. Apolo sorriu, pois ele mesmo poderia ir buscar a coroa, mas gostava de dificultar a vida dos mortais. Também, poderia num estalar de dedos curar a moça sem precisar de poções. Ele não gostava de visitar a caverna, por isso sempre mandava alguém no seu lugar.

Foi então que começou a lembrar do seu passado.

Nos últimos tempos, ele mandou várias pessoas até a caverna entre heróis e mortais. A maioria voltava enlouquecida pelas visões ou alucinações. Ficavam assim até a morte. Poucos foram os que conseguiram sair sem serem afetados.

Agora, ele mandou um jovem aflito que faria de tudo para salvar a irmã de uma maldição.

No vilarejo, o jovem se aprontava para sua viagem, deixou a irmã aos cuidados de uma vizinha e foi embora.

Andou o dia todo e quando estava próximo à caverna parou para descansar e se alimentar, pois não sabia o que ia enfrentar. Por isso, queria está descansado e com energia.

Depois de algum tempo, arrumou suas coisas e se levantou. Antes de entrar, ele tocou em seu colar do sol e rezou a Apolo para que fosse bem-sucedido e entrou.

Em seu templo, Apolo tocava sua lira e ouviu quando o rapaz confiou a sua vida a ele.

Sorriu.

- Seja corajoso e forte – sussurrou.

Na caverna, o jovem andava cautelosamente, pois o lugar era muito escuro. Recriminou-se por não ter se lembrado de trazer um archote, por isso, teve que andar às apalpadelas. Assim, conseguiu chegar ao seu destino. O fundo da caverna, onde havia um altar, cuja fumaça branca saía de seu interior. Ele olha ao redor, não havia ninguém, então, começou a procurar a coroa, mas não a encontrava. Ele se perguntava se o deus o enganou, mas por que ele faria isso? na caverna não havia nada, além do altar.

Ele suspirou e já ia voltar quando uma voz o fez parar.

- Procura por isso?

O rapaz se vira e uma figura encapuzada estava parada perto do altar segurando uma coroa de louro.

- Sim, o deus Apolo me mandou – disse ele respeitosamente.

- E por que ele mesmo não veio buscar ao invés de mandar um mortal?

- Eu não sei as razões dele, senhora, mas ele me enviou para buscar a sua coroa.

A figura olhou para o jovem o analisando.

- Parece que é você quem mais precisa dessa coroa – disse. – Vejo aflição em seu íntimo, alguém muito estimado está em perigo de vida.

- Sim, senhora. Minha única irmã está amaldiçoada e sua vida está em perigo.

- E o que essa coroa tem a ver com isso?

- O deus Apolo disse que uma única folha dessa coroa pode curá-la. Por isso, estou aqui.

- Sei – disse a sacerdotisa. Ela sabia que Apolo o enganara, mas resolveu testar o rapaz. – Muito bem, você poderá levar a coroa, mas terá que passar por um teste.

- Que tipo de teste?

- O teste da ilusão. Se você conseguir distinguir o que é verdadeiro da ilusão, então poderá sair daqui levando a coroa.

- Está bem – disse ele.

- Venha para o centro da caverna e deixe-me entrar em sua mente.

O rapaz obedeceu e esperou e então, de repente, sua mente foi invadida por uma visão aterradora. Ele andava por um lugar devastado, havia destruição para todo o lado, algumas casas pegavam fogo, muitos animais mortos, pessoas mutiladas e espalhadas pelo chão. Ele as reconheceu de imediato, pois todos esses eram seus vizinhos. O lugar era o vilarejo em que morava com a irmã.

Foi então, que procurou dentre os mortos, aquela que era sua única parenta, mas não a encontrou. Correu até a sua casa que estava destruída como as outras, andava entre os escombros procurando a irmã, mas ela não estava lá. Voltou para a rua e chamou por ela, nada, nem um som de vozes, o único som era o crepitar da madeira consumida pelas chamas.

Foi então que uma mulher jovem veio caminhando por entre as chamas com uma espada na mão que pingava sangue. O rapaz reconheceu sua irmã, ele ia correr até ela, mas algo o fez parar. Aquela que ele via não era a bela jovem doce e sorridente, mas uma mulher desfigurada pela maldade e um olhar assassino, seu sorriso era maligno, sua roupa estava manchada de sangue, o sangue dos moradores da vila. Não, definitivamente aquela não era sua irmã, embora a aparência fosse dela.

- Você não é minha irmã, ela nunca machucaria ninguém – disse ele.

- Será que não, mortal? – disse ela numa voz que não era da garota. – Ela não é mais a doce irmãzinha que você conheceu.

- O que é você, como ousa usar a minha irmã?

- Hahahahaha! – riu a criatura. – Como eu ouso? Ora mortal, eu posso fazer o que quiser com sua irmã, já que foi ela que me trouxe – disse ela mostrando o bracelete.

- Então era você que estava tirando as forças dela.

- Pois é, pra você ver, o Tártaro é um lugar muito chato, mas para sair de lá eu precisava da força vital de um ser vivo. Sua irmãzinha fez a gentileza de me dá a sua vida – disse com ironia.

- Não vou deixar que a use, maldita – disse ele pegando uma faca de caça que estava em seu cinto.

- Ah, então você quer lutar? Ótimo, então venha.

O rapaz avança para cima da criatura que habitava o corpo da sua irmã e tenta desferir um golpe, mas é aparado pela espada dela. Ele recua e se desvia do golpe da espada.

- Nada mau irmãozinho – disse com deboche.

Ela dá vários golpes não dando chance para ele revidar.

- O que foi, não quer mais lutar ou está com medo de machucar a maninha?

- Você não é a minha irmã – disse ele com raiva.

- Que seja – disse ela atacando novamente com velocidade até que conseguiu feri-lo no braço. Ele se afasta e espera pelo novo ataque.

Êubolo!

Chamou uma voz feminina em sua mente.

Euríbia!

Irmão, não tenha medo de me machucar, essa criatura tem que voltar para o Tártaro.

Mas...

Por favor, irmão me ajude, não quero mais viver assim.

Irmã.

Conto com você.

Ele olha para a mulher a sua frente e toma uma decisão. Então ele ataca tão rápido que surpreende a oponente que não teve tempo de se defender e teve o peito perfurado pela faca de caça.

A mulher arregalou os olhos, incrédula e soltou um grito e caiu para trás. Nesse momento, o bracelete abriu libertando a garota de sua “prisão”.

Êubolo se aproxima da irmã que respirava com dificuldade.

- Euríbia – disse ele num sopro.

- Obrigada irmão, você me salvou – disse ela num sussurro fechando os olhos e dando um último suspiro e por fim morreu.

Êubolo chora a morte de sua irmã. No fim não adiantou nada ter ido à caverna. De repente, se lembrou – A caverna. Isso era uma ilusão, Euríbia ainda vivia.

Então ele se viu de volta à caverna. A sacerdotisa o olhava.

- Vejo que conseguiu rapaz, você salvou a sua irmã quando a libertou – disse ela.

- Aquela não era a minha irmã, embora fosse o seu corpo – disse ele.

- Exatamente – disse. – Tome, leve a coroa a Apolo. Embora não seja necessário – murmurou.

O rapaz pega a coroa e a coloca na sacola, faz uma reverência e sai da caverna de volta ao vilarejo. Ao chegar correu até a irmã.

- Oi senhora, como está a minha irmã?

- Oh, você conseguiu. Graças aos deuses, você está a salvo.

- Sim, eu estou bem. Onde está minha irmã?

- Estou aqui, irmão – disse a moça em pé.

- Euríbia, mas como? Eu ainda nem fui até o templo! O Bracelete....

- Eu também não sei bem o que aconteceu, mas eu tive um sonho ruim em que eu estava com uma espada na mão e saía matando a todos do vilarejo e depois queimei todas as casas. Foi horrível, eu não conseguia acordar, foi quando você apareceu.

- Espera, eu tive uma visão igual, você estava com uma espada e começou a me atacar. Nós lutamos e você me pediu que eu a matasse, só assim você ficaria livre e foi o que eu fiz.

- Oh, Êubolo e você me libertou, obrigada irmão.

- Cadê o bracelete?

- Eu o enterrei para que ninguém mais o encontre.

- Que bom que você está bem – disse ele aliviado. – Preciso ir até o templo.

O rapaz vai até o templo onde Apolo ainda o esperava.

- Lorde Apolo – ele diz fazendo uma reverência. – Trouxe a sua coroa – ele diz retirando a peça da bolsa.

- Excelente rapaz – disse o deus sorrindo. – Dê-me.

Êubolo entrega a coroa ao deus que o coloca na cabeça.

- Você fez um bom trabalho – disse o deus. – Você passou no teste e por isso sua irmã foi curada.

- Então a coroa não serviria para curá-la.

- Não, o que curaria sua irmã seria sua coragem Êubolo. Quando “matou” a sua irmã, você destruiu a maldição daquele bracelete – disse o deus. – Sendo o deus da profecia eu previ que você conseguiria. Por isso, fiquei a sua espera.

- Então foi tudo um teste?

- Não exatamente – disse – A maldição do bracelete realmente existiu, todos que foram amaldiçoados por ele morreram porque os que foram enviados para a caverna falharam. Você quebrou o ciclo graças a sua coragem e força. Agora, aquele objeto não tem mais maldição.

- A minha irmã o enterrou para que ninguém mais o usasse.

- Melhor assim.

- Eu agradeço a sua “ajuda” milorde – disse Êubolo com uma reverência, embora quisesse no íntimo socar o deus por tê-lo enganado.

- Ah, por nada – disse Apolo feliz por ter recuperado a sua coroa e desaparecendo.

Êubolo ficou olhando para o altar e suspirando voltou para casa.

Apolo volta à realidade e pisca.

- Você está bem Apolo? – perguntou Calipso.

- Estou – disse ele. – Por que me mostrou essa visão?

- Pra lembrá-lo o quanto você é mal agradecido – disse ela. – Êubolo arriscou a sua sanidade para pegar a maldita coroa que você esqueceu aqui. Ele ficou muito chateado com você.

- É eu sei, mas esse foi o único jeito de ajudá-lo – justificou-se.

- Você o enganou Apolo – ela acusou -, você o usou para vir buscar a sua coroa, tudo porque você é um preguiçoso.

- Tá, eu admito, mas eu sabia que ele conseguiria. Por isso, eu o mandei até você.

Ela bufa.

Do lado de fora da caverna, Hermes procurava pelo meio-irmão e seus companheiros. Seguiu direto para a caverna, onde sabia que os três estariam.

Quando se aproximou, ouviu as vozes que vinham do fundo da caverna. Ao localizá-los, ficou um pouco afastado, observando.

Apolo estava novamente em transe, dessa vez a visão não era nada suave, era algo aterrador, pois de repente ele começa a gritar desesperado.

- Apolo! – gritaram Leo e Calipso ao mesmo tempo.

Eles correm para junto do garoto que gritava e chorava ao mesmo tempo.

- Não, não – ele berrava.

- Apolo, acorde – disse Calipso.

- Não pode ajudá-lo filha de Atlas – disse a pítia indiferente -, ele terá que sair dessa, sozinho.

Os dois companheiros olhavam para Apolo que não parava de chorar.


Notas Finais


Até o próximo.


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