História Caçados - Possíveis informações

- Lucy, o que você acha do Zeref? - perguntou a pequena azulada, enquanto balançava seus pés, nervosa.

- Por que quer saber? - a loira retrucou desconfiada, a garota ao seu lado sempre ficava muito estranha quando o assunto se tratava do Rei. - Eu odeio ele, de todas as formas. - resolveu responder para ver no que aquilo daria.

- Ah, Lucy... - a azulada se inclina para frente. - ele não é tão ruim assim como todos dizem.

- Claro que ele é! Ele matou minha irmã, a única familia que eu tinha no mundo! Como pôde dizer isso? - Lucy responde já alterada. Esse assunto era extremamente sensível para ela.

- Você pode até ter motivos pra pensar assim dele, mas eu não. Zeref me tirou do trabalho escravo e daquela família que "cuidava" de mim. Ele me deu comida e um lugar pra morar. Um lugar muito melhor do que eu morava antes.

- Mas você sempre me disse que nunca conheceu sua família verdadeira a não ser seu irmão - disse a loira e a azulada suspira triste. - Não queria conhe-

- Ai, chega Lucy. - disse a garota cortando a amiga. - Não precisa mais responder okay?

- Por que me fez essa pergunta então? - Lucy se inclinou para ver o rosto da menina, porém a mesma desviou envergonhada. - Juvia, se você não me responder...

- Que coisa! - a azulada cruzou os braços - Eu só queria saber o que você achava dele pois… eu… - gaguejou, ela nao tinha coragem de contar a verdade.

- Diz logo. - Lucy como sempre perdeu a paciência, instigando a menina a soltar o que estava preso.

- Eu me apaixonei por ele! - gritou de olhos fechados, pois estava envergonhada. - Eu gosto de ouvir sua opinião... porque você--

Lucy não teve como se conter, ela impediu a amiga de continuar a frase, desferido um tapa na face pálida da garota.

Devagar, Juvia foi voltando seu olhar para Lucy. Seu rosto ardia, os olhos estavam marejados, sua respiração seguia acelerada pelo susto, os lábios boquiabertos, trêmulos pelo ato, Juvia jamais esperaria essa reação da amiga.

- Como alguém do seu tipo poderia se apaixonar por alguém como ele?! - esbravejou para quem quisesse ouvir. Lucy se encontrava tremendo e com a palma da mão avermelhada, ela não estava diferente da amiga.

- P-pensei que fosse me apoiar…

- Não irei apoiar muito menos permitir que você se deixe levar pelas coisas mentirosas que ele diz! Você é uma boa menina Juvia, só precisa se lembrar disso! - gritou, impondo autoridade na voz. Aquilo significava uma promessa.

■

- Lucy… Lucy acorda… - disse a ruiva, chacoalhando a colega. - Acorda logo,  garota!

- E-eu!... - ela fala espantada e suando frio. - Hã? - olhou em volta, percebendo que estava numa carroça. Gray pilotava, Natsu dormia e Erza, junto de Happy, estavam acordando a loira - Um sonho? - disse sem certeza. - Não... uma lembrança.

- Do que você tá falando? - Erza perguntou - E quem é Juvia?

Lucy viu o rosto de confusão vindo do gato e da ruiva, mas apenas ignorou.

- Não é ninguém importante… - respondeu desviando o olhar.

Natsu que estava "dormindo" abriu um dos olhos e fitou a loira ao seu lado. A garota exalava uma aura melancólica, era nítido que algo estava errado. Ele sabia o porquê, contudo se manteria calado.

Depois que saíram as presas da casa de Gray, o grupo encontrou um homem que carregava alguns carregamentos para uma loja em Haergeon. Então, Natsu retirou o homem da carroça a força e até agora estão viajando nela.

- Hm... estou com fome... - disse o gato alado - Ta demorando tanto...- sentiu a barriga roncar.

- Mas vai esperar, você que quis vir junto. - disse a ruiva.

- Erza, sua má...

~*~

Chegando na cidade, os cinco foram procurar um lugar pra passarem a noite. Era um hotel barato, quase caindo aos pedaços, mas era aquilo que eles podiam pagar. Lucy e Gray precisaram trocar seus nomes na recepção, pois haviam cartazes com  seus rostos estampados por todo canto.

- Ainda bem, eu já não aguentava mais aquela carroça... - disse Erza se jogando na cama. Lucy assim que chegou no quarto sentou na poltrona, encarando seu reflexo no espelho. - Lucy, você está muito calada. Aconteceu alguma coisa? Bom, tirando o fato de estarmos aqui.

- Não, não é nada. - ela responde - Acho que vou dar uma volta por aí, para espairecer... - se levantou.

- Tudo bem, só não demore. - Erza diz de modo calmo, talvez dar um tempo para a loira seria a melhor opção.

Do lado de fora, Lucy pôs um cassaco e rondou a cidade a procura de algo que pudesse distrair seus pensamentos, ou melhor, lembranças do passado.

Ficou vagando por um bom tempo até chegar em um bar no fundo de um beco, o lugar era um horror; homens berrando feito animais enquanto disputavam apostas, pessoas brigando, casais se agarrando sem pudor e o cheiro de cigarro misturado com álcool era forte, aquilo atentava os sentidos de qualquer um.

Mesmo assim, com toda aquela cena bizarra acontecendo, ela entrou no local e pediu uma bebida bem forte.

- Você ficou sabendo? - disse um homem barbudo conversando com o colega ruivo.

- Do quê? - o ruivo pergunta, sem interesse.

Os dois estavam sentados em uma mesa atrás de Lucy, que por curiosidade resolveu prestar atenção.

- Vão dar um baile no quartel de Haergeon.

- O que tem demais nisso? - o ruivo bebe a cerveja.

- Eu não terminei de falar. - falou o barbudo, sorrindo. - Como eu dizia... vão dar esse baile pra cortarem a cabeça dos que não cumprem as leis, como forma de aviso, já que anda tendo casos incomuns por aqui.

- Sério? - o ruivo diz de olhos arregalados.

Lucy engoliu em seco, essa talvez seria uma pista.

- E eu fui convocado pra participar da guarda do quartel. - o barbudo conta, se exibindo para os outros na mesa.

- Irmão, isso vai te render dinheiro pra cacete!

- Acha que não sei? - o barbudo se levanta e vai até o balcão onde Lucy estava - Bebida pra todo mundo aqui! Hoje vou comemorar!! - gritou, fazendo o bar inteiro se animar.

- Aqui senhorita, sua bebida. - disse o garçom.

Lucy virou o copo, limpou o canto da boca com o antebraço e em um instante, se retirou do bar, indo atrás de mais pistas.

No quarto do hotel, Erza estava deitada, pensando na colega e se castigando mentalmente se aquela tinha sido uma boa decisão. Já passava da meia noite e Lucy não tinha retornado ao hotel.

- Erza... - Gray disse, entrando no quarto. Notando a ausência da loira. - cadê a Lucy?

- Ela disse que iria dar uma volta por ai, mas até agora não voltou. - respondeu, massageando as têmporas - Estou começando a ficar preocupada.

- Então vamos atrás dela. - ele diz, também tomado pelo preocupação.

- Onde? Eu não conheço a cidade e você?

- Bom, alguns lugares... mas podemos tentar. - o moreno foi até o armário de casacos, pegando um e entregando o outro para a ruiva.

Assim que desceram para a recepção do hotel, eles deram de cara com Lucy, trêmula, com alguns arranhões no braço e rosto. Assustados pelo que poderia ter acontecido, Erza entra na frente de Gray, dando seu casaco a Lucy.

- Meu Deus, Lucy, o que aconteceu? - perguntou a ruiva.

- Eu só... me meti em uma briga... - respondeu, cobrindo-se para se aquecer.

- Briga!? Ficou maluca? - Gray diz.

- Não foi nada. Não precisa disso tudo... - ela fala em tom calmo para neutralizar o clima, mas isso só deixou Gray mais aflito.

- Vem, vamos lá pra cima, vou fazer os curativos - Erza pegou em sua mão, a guiando pela escada.