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História Cachecol Yaoi - O Cachecol Murcho


Escrita por: Taimokio

Notas do Autor


A cor sépia da capa representa o fundo do coração de Oliver e seus medos ocultos, assim como seu dia-a-dia em casa.

Capítulo 4 - O Cachecol Murcho


Fanfic / Fanfiction Cachecol Yaoi - O Cachecol Murcho

Marcamos de estudar inglês no fim de semana. Iríamos na casa do Gabriel e eu ainda não sabia qual era o tipo de homem que eu gostava. O André quase sempre se depilava e tinha um corpo mais “mau”, enquanto Gabriel era quase que obrigado pelos pais a parecer bastante natural; eles diziam que pessoas peludas eram inteligentes. Confesso que nunca gostei de garotos afeminados ou aparentemente mais frágeis do que eu. Sempre preferi homens bastante grandes e fortes como o Gabriel, mas também homens atirados e que se colocam no comando como André. Gostava de me imaginar com alguém bastante másculo, e não com alguém que era a meiguice em pessoa.

Enquanto estava deitado na minha caminha confortável com o corpo bem relaxado, ficava pensando e imaginando possíveis futuros que aconteceriam caso eu me juntasse com algum deles. Era excitante imaginar eu arrumar o quarto do André e fazer todas as tarefas domésticas enquanto ele andaria só de cueca pela casa me provocando. Ele esperaria mais tarde para me colocar em seu colo e dizer maldades nos meus ouvidos. Imaginar uma noite quente com o Gabriel era quase impossível... aposto que eu suaria muito, pois ele era realmente muito grande em vários sentidos: tinha pernas, peito, braços, coxas e volume enormes.

Meu corpo já estava respondendo a todas as minhas cenas imaginárias. Deitado de barriga para baixo, fazia meu membro inferior acabar roçando na cama, me deixando mais excitado. Quando percebi que estava fora de mim, minhas bochechas ficaram tão vermelhas quanto uma pimenta e acabei resolvendo dormir. O dia seguinte seria bastante cansativo, ainda mais após a minha briga com a professora de inglês.

Acordei bem cedo: sete horas da manhã. Espreguiçava meus pés e mãos até as bordas da cama, tirando todo o resto de sono que tinha. Fui ao banheiro e escovei os dentes. Depois enquanto ia para a cozinha tomar o café da manhã, percebi que minha mãe já estava lá, e quase saindo para o trabalho. Ela era professora de português, e estava quase subindo de cargo para ser uma nova diretora.

— Bom dia, filho. — Ela diz enquanto toma rapidamente seu café com a cara séria e negligente de sempre.

— Bom dia, mãe. — Digo e sento ao lado dela na mesa.

Olho por alguns instantes para ela e depois começo a servir meu café. O café da manhã permanecia em silêncio — exceto pelos barulhos irritantes de mascar a refeição que ela fazia — até que sua hora de trabalhar chega.

— Tchau, filho. — Ela diz e dá um beijo na minha bochecha.

— Tchau, mãe. Tenha um bom dia. — Digo e espero ela ir embora.

Quando ela liga sua camioneta e abre o portão elétrico da casa, limpo minha bochecha do beijo e termino de tomar o café.

Minha relação com ela era sempre assim: nada íntima. Ela sempre fazia brincadeiras de mau-gosto sobre meu corpo, e nunca prestava sinceramente atenção no que eu falava; tudo isso piorou quando ela soube que eu era homossexual. Meus pais eram separados e o meu velho ainda não tinha superado o fato de eu ser gay, e graças a isso eu não podia visita-lo.

Às oito horas da manhã, nossa empregada chega.

— Oi Oliver! Tudo bem? — Ela diz e eu levanto, andando rápido até a porta para abraça-la e beijar sua bochecha.

— Tudo sim. E com você? — Pergunto.

— Estou bem também. — Ela diz sorrindo.

Nossa empregada doméstica era sempre muito falante e tagarelava alto, não deixava ninguém escutar e sempre queria ter a razão das coisas; em compensação ela tinha um coração de mãe muito grande.

Naquela terça-feira, eu iria sozinho para a escola à tarde. As meninas resolveram ter sua noite de fofocas e acabaram dormindo altas horas. Os rapazes moravam um pouco longe e eu não tinha uma bicicleta. Seus horários de acordar eram bastante diferentes entre si.

Depois de me arrumar, comecei a andar até a escola. Estava pensando alto sobre os professores e minha mãe.

— Tive muita sorte de ela não dar aula na minha escola. — Digo.

Tropeço em uma parte elevada da calçada e acabo tirando risos de uma vovó. Ela estava sentada na varanda de sua casa olhando o movimento nas ruas.

— Sorte que não caí... — Digo e olho para a vovó de relance ao ouvir alguma risada.

Minhas bochechas ficam coradas e eu acabo parando imediatamente de falar sozinho. Andei de cabeça baixa envergonhado até chegar no portão da escola. Uma garota loira e alta estava falando com o Gabriel. Ele estava escorado na parede e ela estava sorrindo até demais para ele. A garota era linda.

— Gabriel... riscado da lista. Destruindo todas as esperanças com ele antes de me magoar. — Digo em voz baixa com os olhos semicerrados, solto levemente o ar pela boca e sigo calmo em direção a eles.

— Oi Gabriel. Oi moça. — Digo com pressa.

— Oi Oliver, tudo bem? — Ele pergunta.

— Olá! Como vai? — Ela pergunta. 

— Ótimo. Prazer em te conhecer, moça. Preciso ir logo. Tenho que pedir desculpas à professora de inglês. — Digo e saio.

Ele me olhava com um olhar meio triste enquanto eu dava as costas. A menina não tinha nem ideia de que eu era gay e aparentemente continuava dando em cima dele. Era uma pena que eu perderia a chance de namorar um grandão, mas era melhor ser frio com essas coisas do que perder para elas. O mundo sempre foi cheio de muitos homens interessantes, e se não encontrasse o ideal ali, encontraria em qualquer outro lugar.

As meninas ainda não haviam chegado na escola. Fui direto para a sala dos professores. Três professores estavam atualmente presentes na mesa deles: a professora de inglês, o professor de matemática e o professor de química. Ela nem olhava para meu rosto; movia seus grandes olhos para baixo onde se localizava sua xícara de café. O professor de química era descendente japonês e tinha um corpo fortinho. Já o professor de matemática, era bastante atraente e agradável; ele gostava de séries, filmes e coisas de jovens, conquistando a turma com isso.

— E aí, Oliver! Tudo bem? — Perguntava o professor de matemática enquanto os outros dois ficavam sérios.

— Olá, professor. Estou bem sim. Você está? — Pergunto.

— Estou sim, Oliver. E então, veio falar alguma coisa aqui? — Ele diz.

— Sim. Só vim pedir desculpas para a professora de inglês. — Digo.

A professora ainda estava olhando para baixo, se segurando para não deixar transparecer raiva no seu rosto. Todos percebíamos o quanto ela estava chateada comigo.    

Resolvendo quebrar o contínuo silêncio, resolvo tomar mais uma iniciativa:

— Hello, teacher. — Digo, a cumprimentando.

— Olá, senhor... Oliver. — Ela diz, com a voz um pouco notavelmente irritada.

— Sorry? Desculpa? — Peço desculpas.

Ela permanece em silêncio e o músculo abaixo do meu olho esquerdo acaba pulsando, me fazendo piscar o olho e demonstrar meu mau-humor com a situação.

— Não se preocupe, senhor Oliver. Teremos provas bastante mais “inteligentes” desta vez. — Ela diz.

— Legal. Espero que sejam difíceis mesmo. Me sinto mal por terminar as questões em poucos minutos. — Digo e faço meus lábios darem um sorriso um tanto: “Não há nada que você faça que irá destruir minhas notas! ”.

Ela começa a gaguejar e o professor de química sorri de canto, afastando seu olhar do alcance dela. O professor de matemática levanta suas sobrancelhas e me encara com um olhar surpreso, mas logo sorri.

Saí rápido da sala e sentei no banco mais próximo do lado de fora no corredor. Meu coração batia forte e eu deitava minha cabeça na parede, olhando para o teto.

— Foi difícil de pedir desculpas? — Gabriel diz, sentando ao meu lado.

Ele estava me esperando aquele tempo todo do lado de fora. Seu coração era tão grande quanto o de nossa empregada doméstica.

— Foi... foi um pouco chato, na verdade. — Digo e o encaro.

Acho que entendi o que aconteceu com a garota. O coração grande dele tem dificuldades em dizer “não”.

— Tudo bem. Você logo vai dar um jeito nisso tudo. — Ele diz e sorri, destacando seus cabelos ondulados e ruivos junto de seu rosto sereno e desenvolvido.

— Vou sim! — Digo e sorrio para ele com os lábios fechados, mas com olhos calmos. — Não quer jogar videogame comigo hoje? Achei vários jogos novos! Tem aquele de luta que a gente adora! A nova atualização do jogo veio com muitas novas armas!

— Claro, eu adoraria! Mas deixa os explosivos de sempre para mim. — Ele diz e sorri, acompanhando minhas falas com muita atenção e carinho.

— Sim! Os explosivos todos seus! E o arco... é meu! — Digo.

Cabelos longos e loiros estavam quase à mostra em um dos pilares do corredor perto de nós. Era a garota. Estava escutando tudo o que dizíamos, mordendo os lábios e olhando em fúria para o nada. Algo dizia que eu despertei a ira de uma garota apaixonada. Seria perigoso?


Notas Finais


Escrito agora e postado agora! Espero que gostem! Eu nunca divulgo o texto, então espero que mais pessoas o leiam mesmo assim! ><
E aí? O que estão achando? Sempre responderei comentários, então se quiser comentar... não te repreenderei! >.<


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