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História Cada Um Faz Seu Destino - Encontro Indesejável


Escrita por: andreniz

Notas do Autor


Olá leitores! Olha capitulo novo aí, com alguns casos de familia....
Espero que gostem, nos vemos nas notas finais!
Boa leitura.

''As vezes o destino não acontece da maneira que você imagina. Merdas acontecem e as pessoas são uma droga.''
- 13 reasons why

Capítulo 24 - Encontro Indesejável


Fanfic / Fanfiction Cada Um Faz Seu Destino - Encontro Indesejável

-Nina, fica calma. - tento fazê-la parar de chorar ,mas parece ser impossível. 

Sinto os olhares de Murray, Stu e Mônica em mim e agradeço pelo Ed não está por perto, com certeza me perguntaria o que está acontecendo. Levanto e ando um pouco para me distanciar deles. Esculto Nina passando o celular para alguém e em poucos segundos a voz calma da Ashiley surge do outro lado da linha.

-Lia? É a Ashiley. O Charlie deu entrada em um hospital de Los Angeles hoje, soubemos por um amigo dele que o encontrou em casa. Tudo indica que ele está no estado de coma alcoólico.

-Por que será que eu não me espanto? Ah, já sei, é o Charlie! - falo com sarcasmo.

-Olha eu imagino que isso não deve importar para você...

-Não importa mesmo. - interrompo-a.

-Mas, o problema é grave. Sua avó e sua tia foram a um enterro de um amigo antigo do seu falecido avô, provavelmente já deve está sabendo.

-Sim, eu recebi uma mensagem da tia May me informando sobre isso. - ando um pouco mais e consigo avistar Ed em uma cafeteria. E por alguns segundos fico presa a sua imagem, quase perdendo o foco da ligação.

-Eu estarei em uma conferência muito importante da empresa e  não posso faltar, a Nina é menor de idade...

-Espera aí, Ashiley. É o que eu entendi? Você está sugerindo que eu vá para Los Angeles ficar com ele? - ela só pode ter enlouquecido.

-Sim, isso mesmo. Não tem mais ninguém.

-Estou em Londres. - digo simplesmente. 

-Estou sabendo, mas...

-Por que não pede isso para uns dos amigos alcoólatra dele? - soou um pouco grossa.

-Lia. - esculto a sua respiração profunda e o choro de Nina ao fundo. - Pela sua irmã. 

Ouvi-lá chorar desta forma me deixa com muita raiva do Charlie e por eu estar longe, não pode-lá colocar no meu colo e dizer que vai ficar bem. Se eu pudesse, tiraria essa dor dela e colocaria em mim. 

-Pela minha irmã. Tem um porém, só posso ficar até amanhã á tarde no máximo, tenho que voltar para Nova York o quanto antes, afinal eu tenho uma vida. Não que ele se importe.

-Sem problemas, daremos um jeito para revezar. - antes de desligar esculto a voz de Nina novamente. 

- Obrigada ,Lia.- sua voz parece está um pouco mais calma. 

- Mandarei noticias. Vai ficar tudo bem. - digo está frase mais para me convencer.

-Promete? - tento engolir o nó que está na minha garganta e com muito esforço volto a falar.

-Prometo. - encerro a ligação.

Fico alguns minutos parada no mesmo lugar, arquitetando o que fazer para resolver este problema. 

Problema.

 Essa é a palavra que define o que Charlie é na minha vida. 

Refaço o caminho e encontro Ed com 5 copos da cafeteria. 

-Café? - ele me oferece.

-Não bebo café,mas obrigada.  - dispenso. - Stu posso falar com você? 

Sinto novamente o olhar de todos eles sobre mim e tento não encontrar o deles. Stu dá de ombros e me acompanha até as janelas do aeroporto.

-O que aconteceu? Você não está com a cara muito boa. - ele analisa o meu rosto franzindo a testa. 

-Preciso de um favor. Na verdade um grande favor. 

-Tenho medo quando as pessoas me pedem isso. Mas, se estiver no meu alcance posso te ajudar. - começo a reconsiderar o meu plano, mas sinto que realmente posso contar com ele.

-Seria possível mudar o meu vôo para Los Angeles? - digo sem jeito.

-Los Angeles? Qual motivo posso saber? - a sua testa franze ainda mais.

-Problema familiar. Um parente meu está no hospital e a única pessoa que está meio disponível no momento sou eu.  - ele me encara e eu não sei se é para descobrir se estou mentindo ou se está pensando em uma solução.

-Los Angeles...Posso dar um jeito, mas não irei prometer. - solto a respiração e só percebo agora que estava prendendo. 

-Muito obrigada. - digo entregando o meu passaporte a ele. 

Stu vai em direção ao balcão de check-in e eu volto para o meu lugar com Ed ao meu lado. 

-Está tudo bem? - ele me pergunta e resisto a tentação de olha-lo, porque eu sei que se isso acontecer serei capaz de contar tudo para ele sem pensar duas vezes. 

-Sim, está tudo ok. - fecho os olhos e repouso a cabeça no encosto da cadeira pensando que todos os meus planos foram por água abaixo. Fico assim por um bom tempo, e foi suficiente até o Stu voltar.

-Tenho uma boa e má notícia. - abro os olhos ele se encontra a minha frente como uma muralha. 

-Pode mandar. - pisco os olhos sentindo a lente incomodar um pouco. 

Droga! Fiquei muito tempo com os olhos fechados. 

-A boa, é que consegui. - ele diz me entregando o passaporte com o carimbo sinalizando o cancelamento de Nova York para um novo destino. 

-E a ruim?- pergunto.

-Você enfrentará um vôo de 10 horas e meia sem escalas. - ele fala com pesar.

-Isso é uma ótima noticia, quando mais cedo eu chegar lá, mais cedo irei retornar. - quanto menos tempo eu passar com ele melhor. 

-Em relação a isso, preciso de você em Nova York em dois dias. Eu agendei seu vôo, só falta acertar a data e a hora. - sinto vontade de abraçar ele, mas me controlo. 

-Esterei de volta no prazo. Muito, mas, muito obrigada mesmo. - ele balança o braço como se fosse nada e pega um copo de café da mão de Ed.

-Para onde você está indo? - Ed pergunta e finalmente olho na sua direção.

-Los Angeles.

''Atenção passageiros, o voo com destino para Nova York sairá em 10 minutos. Por favor se dirijam ao portão de embarque. Tenham uma boa viagem.''

Assim que a voz da mulher termina boa parte das pessoas vão em direção ao local que foi comunicado. 

-É melhor a gente ir. - Stu avisa recolhendo a sua mala.

-Não se perca pelo caminho ,mocinha. - Mônica me faz levantar puxando as minhas mãos e me abraça bem forte.

-Vou tentar. - respondo sorrindo.

-Nós vemos em breve pé-de-valsa. - Murray faz uma continência e eu imito o seu gesto.

-Faça uma boa viagem Lia, manda noticias. - Stu diz se despedindo. - Vamos Ed? 

Ed se encontra sentado no mesmo lugar me encarando com os seus olhos azuis desconfiado.

-Podem ir na frente já alcanço vocês. - ele diz se levantando. 

-Você vai se atra...

-O que houve? Porque precisou mudar seu voo? - estou sendo questionada pelo Ed Sheeran? 

-Problema familiar. 

-Tem como eu te ajudar de alguma forma? Eu posso mudar a minha viagem e te acompanhar. - pego a sua mochila preta no pé da cadeira e lhe entrego.

-Sim, pode me ajudar.- um pequeno sorriso surge no seu rosto. -Pegando esse vôo. 

-Mas, eu posso... - o seu sorriso se desfaz rapidamente.

-Não ,você não pode. Vou ficar bem, não é nada de muito grave. -  tento convencê-lo.

-Ok. - pelo visto funcionou. - Porém, manda noticias quando voltar. 

-Eu tenho um celular lembra? - balanço meu celular na minha mão.

-Certo. A gente se vê. - ele faz menção de me abraçar mas desiste, apenas toca o meu ombro.

-Boa viagem. - digo vendo o seus olhos azuis pela última vez. 

Observo eles se afastarem e apesar de está rodeada por milhares de pessoas, sinto uma certa solidão. Passar esses dias com eles foi surpreendente, quem diria que eu estaria trabalhando com pessoas tão legais? E com o Ed Sheeran? Pouco tempo atrás eu o considerava rude, idiota e outras coisas mais. E olha como as coisas mudaram. O destino gosta de brincar com as pessoas.

Quando coloco os fones de ouvido e aperto o modo aleatório e a música que toca é Shape Of You. Deixo aquela voz rouca tocar conta dos meus ouvidos e de repente a sensação de solidão passa.

 

00:20----> Los Angeles

- Boa noite, posso ajuda-lá? - a mulher na recepção do hospital pergunta. 

-Boa noite. Estou como acompanhante. - respondo, mandando uma mensagem para Nina avisando que cheguei.

-Qual é o nome do paciente? - ela pergunta.

-Charlie Calw Westie. - digo o nome que não falo há anos.

-Qual o seu parentesco com ele? - analisando a ficha de pacientes ela questiona.

-Sou... sou filha. - falo relutante. 

-Certo. Esse paciente acabou de sair de uma lavagem estomacal e se encontra no quarto no momento. Segundo andar, ala 35. - ela me entrega um crachá, com o nome acompanhante e prendo na minha blusa.

-Obrigada. - encontro o elevador e aperto o botão número 2.

Durante o trajeto me pergunto qual foi a ultima vez que estive em um hospital. Muito tempo. Mas, nada mudou, tem o mesmo cheiro, médicos, pessoas pelo corredor com a expressão de derrota e a mesma sensação de vazio tomando conta do ambiente. 

Chego à ala 35 e fico parada em frente a porta.

Se eu pudesse escolher, é claro que não estaria ali. Só que eu nem sei onde estaria, e o primeiro lugar que me vem à tona não é exatamente um lugar. 

De repente a porta abre me assustando.

-Olá? - um médico com uma prancheta na mão fecha a porta atrás de si. - Posso te ajudar?

-Hãm... sim, eu sou acompanhante desse paciente. - aponto para o papel na minha blusa. 

-Ah sim, já estava estranhando nenhum parente ter aparecido. Pode me acompanhar? - ele abre a porta novamente e espera eu adentrar. Sinto que estou indo para um campo de batalha. 

Respiro fundo e entro. Lá está ele, numa cama de hospital com tubos saindo pelo seu nariz e braços. Parece mais velho desde a última vez que o vi, com uma barba por fazer, o cabelo com diversos fios brancos e magro, muito magro. Desvio o olhar, não consigo olha-lo sem lembrar de tudo que já me fez. 

-Ele está bem, chegou bem ruim hoje cedo. Coma alcoólico não é brincadeira ainda mais na idade que ele está. - o médico diz e eu tento me concentrar apenas nisso. - Essa situação ocorre quando á ingestão excessiva de bebidas alcoólicas e tóxicas para o organismo. Ele se encontrava desmaiado, com perda de consciência e esses são os principais sintomas. Agora está em observação,  com o soro diretamente na veia para hidratação, mas como o caso dele foi mais grave foi necessário uma lavagem no estômago e a retirada do excesso de álcool no sangue usando a técnica de hemodiálise para filtrar o sangue. Sabe me dizer se isso já aconteceu antes?

-Não sei lhe responder. - digo a verdade. 

-Entendo. Pode passar a noite aqui, não se assuste se constantemente aparecer um enfermeira. Qualquer coisa pode chamar no corredor. - o médico se retira fechando a porta e me deixando a sós com ele. 

Encontro uma poltrona no canto extremo do quarto e considero passar a noite ali. Carrego a mala em vez de arrasta-la, para não fazer barulho. O  que eu menos preciso agora é que ele acorde. 

Para evitar olhar na sua direção, observo o quarto. Totalmente branco como o restante do hospital, sem flores, com alguns aparelhos fazendo barulho a todo momento. Parece sem vida, frio e novamente sinto a sensação de solidão. 

Me mexo na poltrona tentando encontrar uma posição confortável, mas não consigo . Olho no relógio do celular e são 1:00 da manhã e nada de sono, o que é muito estranho pois faz horas que não tiro nem um cochilo se quer e a viagem foi muito cansativa. Preciso outvir a voz de alguém, e tenho a pessoa certa para isso. 

Ele me atendeu no primeiro toque. 

-Lia? Já está de volta? - finalmente uma voz conhecida.

-Oi, ainda não. Te acordei? - falo baixo para não acordar Charlie. 

-Não, estou acordado á horas, perdi o sono. Estou revendo alguns projetos. . 

-Trabalhando como sempre

-Sabe como é. Está tudo bem? 

-Sim, está tudo bem. - minto.

-Cammélia Westie, eu te conheço o suficiente para saber até quando o seu ''oi'' está diferente. 

-Como você consegue adivinhar Christian Dornan? - falo no mesmo tom que o dele.

-Tenho os meus truques. O que está havendo? Ou melhor aonde você está? Pelas minhas contas já deveria está por aqui. 

-Los Angeles. Hospital. Fazendo companhia para o Charlie. - quando essas palavras saem da minha boca tenho vontade de rir. 

-Charlie, o seu pai?  - a sua voz parece preocupada. Até imagino a sua expressão, a boca entre aberta, a testa franzida e seus olhos cinza me encarando. 

-Ele não é o meu pai. 

-Claro, esqueci. Mas, é o mesmo Charlie? 

-Sim, o meu problema. - olho na direção da cama onde ele se encontra. A pouca luz que entra pela janela ilumina uma parte do seu rosto.

-O que ele fez? - conhecendo o meu passado com  Charlie a sua pergunta é feita da maneira correta.

-Bebeu até entrar em coma alcoólico. 

-Nossa. E ele está bem? 

-Parece que sim, está em observação. - desvio o olhar dele e foco em um ponto qualquer do quarto. 

- Mas você não está... Vou fazer as malas, estou indo para aí. 

-O quê! - coloco a mão na boca por conta do grito. - Nem pensar, Christian. Não faça isso, apenas converse comigo até eu dormir, ok? - volto a falar baixo.

-Tem certeza? Eu vou de helicóptero, chego bem rápido. - ele tenta me convencer.

-Não precisa. Esse fardo é só meu. 

-É apenas uma fase ruim Lia. 

-Uma fase ruim que vem durando a metade da minha vida. - suspiro só de pensar nisso. 

-Está sendo tão ruim ficar aí? 

-É como se não importasse mais, sabe? Se eu estou aqui ou não estou, não faz diferença pra mim. Não consigo sentir pena dele ou qualquer outro sentimento, só um vazio.

-Deixa eu ir ficar com você. - ele tenta novamente. 

-Não e nem pense em me pedir isso de novo. - esculto ele bufar do outro lado da linha. 

Christian odeia ser contrariado, tudo tem que ser do jeito dele e parece que só eu consigo controlá-lo.  

-O Jonny está por aí? - pergunto mudando de assunto.

-Deixei na Nora ontem á noite, a Sofi fez ele correr muito esses dias. -sua risada me faz sorrir.

-A minha afilhada já está com saudades da madrinha chata dela?  

-Todos nós estamos. Quando volta? 

- Hoje á tarde, meu voo está marcado para 13h, então umas 18h estarei chegando. Se nada mudar. - falo me referindo ao Charlie.

 -Ótimo! Tem uma surpresa te aguardando. -a animação da sua voz é notável.

-Surpresa? O que está aprontando? - tento controlar o bocejo, mas não consigo.

-Parece que a minha missão está quase completa. 

-Bom trabalho comandante, se eu parar de responder já sabe. Ei, você não respondeu a minha pergunta. - digo sonolenta.

-Surpresa é surpresa. - ficamos em silêncio apenas ouvindo a respirando um do outro. -Lia?

-Sim? - bocejo novamente.

-Volta logo, estou sentido a sua falta. 

Quando eu iria responde-lo tudo ficou escuro e eu caí no sono. 

No meu sonho, me encontro em uma estrada fugindo de um caminhão que está atrás de mim, esculto um bip, de buzina, mas não consigo desviar do caminho e continuo correndo sem parar. Bip, bip, bip

Finalmente desperto, tento focalizar os meus olhos e mais uma vez percebo que dormir com a lente de contato. 

Uma enfermeira está ao lado de Charlie e o bip, bip é de uma máquina que liga um tubo ao seu braço esquerdo.

-Bom dia. - alongo os meus braços sentindo uma dor nas costas.

-Oh, bom dia. Seu pai está bem melhor. - ela diz educadamente. - Ele acordou quando você estava dormindo, ficou surpreso ao saber que você estava aqui.

Agradeço a mim mesma por está dormindo na hora. Falando em hora confiro o horário no celular porém está descarregado. Provavelmente consequência da minha ligação com Christian. 

-Sabe me informar que horas são? - pergunto a enfermeira.

-São 11 horas. - nossa dormir muito tempo. - Qualquer coisa é só chamar, estarei zanzando pelo corredor. 

Ela sai do quarto e eu começo a considerar a ideia de passar na cantina, quando eu esculto ele se mexer. Fico paralisada, talvez se eu não fazer nenhum barulho ele volte a dormir. 

Como eu sou ingênua.

-Cammélia? - sua voz sai arrastada. - Filha?

-Vou chamar a enfermeira. - levanto vestindo o meu moletom cinza que fiz de cobertor.

-Não. Espera por favor. - ele diz antes que eu chegue a porta. - Quanto tempo eu não te vejo.

-E poderia ter continuado assim, se não tivesse aprontado isso. - fico impressionada como a minha voz sai cortante.

-Me desculpe, eu me descontrolei. - encontro os seus olhos mas não consigo encarar por muito tempo.

-Sempre a mesma desculpa não é? Ouvi isso por tanto tempo que parece até uma piada. E não peça desculpa para mim, mas para a Nina ela não merece passar pelo o que passei. 

- Eu quero mudar...

-Quer? Então faça acontecer, por que a única coisa que cai do céu é chuva. E quem quer arruma um jeito. - interrompo-o. - Vou chamar a enfermeira.

-Vamos conversar por favor, só por alguns instantes. - respiro fundo e cruzo os braços. 

-Ok, quer conversar? Vamos conversar. - e de repente uma lembrança antiga surge na minha mente. - Acabei de recordar do tempo em que dormia sob seu peito. Das nossas conversas e histórias para afastar o bicho papão. Você é era um pai tão bom. Sempre segurava as minhas mãos entre as suas e dizia que  nunca tinha visto os dedos mais bonitos. Repetia aos seus amigos, o orgulho que sentia da inteligência da sua filha. - digo sem emoção. -Mas, quando você entrou neste mundo , eu te olhava tantas vezes implorando: ''Não morre, por favor, seja ele, seja o homem que me ensinou a andar de bicicleta''. Porém, você nunca mais me olhou sorrindo, você nunca mais se emocionou. Nunca mais pegou na minha mão e me fez sentir segura, nunca mais falou a coisa mais errada do mundo, como ''pode comer a sobremesa antes do jantar até o final do ano'' quando eu fiquei bem triste por causa da  perda daquele leão de pelúcia. Mas, quer saber de uma coisa? Eu treinei viver sem você. E de tanto treinar acostumei.

-Minha filha... - levanto a mão para fazer ele parar de falar.

- Nunca mais quero lembrar disso. Sabe porque? Tenho vergonha do homem que se tornou. Fiz loucuras, para chamar a sua atenção. E eu sempre me escondia embaixo do cobertor, esperando sua embriaguez desaparecer. Fiquei nessa por 6 anos. - a minha voz se mantém no mesmo tom frio e isso me surpreende. - Eu posso parecer uma filha para você. Mas para mim, você deixou de ser o meu pai quando colocou a primeira gota de álcool na boca.

Volto para a poltrona onde passei a noite e rapidamente recolho as minhas coisas. Antes de sair olho diretamente nos seus olhos.

-Apronte mais uma dessa e pode ter certeza que dá próxima estará sozinho. - saio do quarto, procurando a enfermeira. Ao invés disso encontro Nina e Ashiley saindo elevador.

-Lia! - Nina vem na minha direção me abraçando. - Cadê o papai? Ele está bem? 

-Está tudo bem, não disse a você? - digo segurando o seu rosto entre as minhas mãos, apertando suas bochechas.

-Posso ver ele? - ela pergunta..

-Acho que sim. - neste momento vejo a enfermeira saindo de outro quarto. - Aquela é a enfermeira dele. É melhor eu ir andando. 

-Já está indo? - Ashiley pergunta.

-Sim, não posso ficar aqui nem mais um segundo. - tento não parecer incomodada, mas creio que a minha careta tenha me entregado. 

-Fica mais um pouco. - Nina pede e eu quase considero esse pedido. Quase.

-Já fiz a minha parte, não me peça o impossível. - dou um beijo na sua testa me despedindo.

-Obrigada por ter vindo. - Ashiley agradece e antes de ir dou um abraço rapidamente nela. 

-Vejo vocês em Nova York. - digo antes das porta do elevador fechar.

No lado de fora do hospital, respiro bem fundo inspirando o ar. Afasto a imagem do Charlie da minha mente, coloco os óculos de sol e aceno para um táxi do outro lado da rua. 

-Para onde vamos? - o taxista pergunta assim que eu entro.

-Aeroporto Internacional de Los Angeles, por favor. - pego o meu passaporte e olho o nome do meu destino final. 

 

17:50 ---> Nova York

Ainda não acredito na cena que vejo assim que desembarco do avião. 

Neve. 

Nova York está branquinha! Amo quando a cidade fica assim. Só não estava preparada para isso, me encolho no meu moletom enquanto arrasto a mala pelo saguão. 

-EI! - por impulso olho na direção da pessoa que gritou. 

Abro um sorriso enorme quando vejo Christian acenando na minha direção e Jonny ao seu lado abanando o rabo. Acelero os passos para encontra-los e sou recebida com o um abraço do Christian. Aquele abraço que tem sensação de casa.

-Está nevando! -grito enquanto ele me ergue do chão.

-Gostou da surpresa? - solto ele e me abaixo na direção do Jonny, que se encontra com um cachecol vermelho. 

-Muito! - antes que eu toque nele, ganho algumas lambidas no rosto. -Estava morrendo de saudades de você também.

Coloco as suas patas nos meus ombros e o abraço-o. 

-Finalmente em casa! - falo alto. 

-Vai precisar disto. - Christian me entrega um casaco azul escuro grande e bem grosso. Quando visto sinto o seu perfume. 

-Sabe que não vou te devolver mais, não é? - ele pega a minha mala e passa um braço pela minha cintura, me fazendo imitar seu gesto. 

-Fica melhor em você do que em mim. Estou curioso sobre um coisa. O Ed ainda está vivo? - caminhamos em direção a saída.

-O que você acha? - olho para ele sorrindo de lado.

-Tenho medo de saber a resposta. - Jonny late como se concordasse com ele.

-Nossa, não acredito que vocês pensam isso de mim. - passo a mão nas suas costas, bagunçando o seu pelo. 

Assim que chegamos ao lado de fora, faço questão de pisar no chão coberto de neve molhando a minha bota preta de cano curto. Quase ia esquecendo de avisar ao Stu sobre a minha chegada. Faço isso quando entro no carro de Christian.

''Já estou de volta. Obrigada por tudo, mais uma vez! Nós vemos amanhã. 

Lia.''

 

 


Notas Finais


Que loucuraaa! É muita informação para processar.
Deixem a opinião de nos comentários!
Quem sabe um spoiler role....

Até breve ;)


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