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História Cadillac - Eva


Escrita por: burgarelly

Notas do Autor


O momento finalmente chegou e estou feliz por isso. Quase 3 anos de criação desta estória, e só agora que tomei vergonha na cara.
Sintam-se livres para se apaixonar por esta estória assim como sou.
Boa leitura!

Capítulo 1 - Eva


Fanfic / Fanfiction Cadillac - Eva

 

 

JUSTINE 

 

As luzes psicodélicas, juntamente a um som ensurdecedor, incidem nela. Imediatamente lambo os meus lábios e engulo a saliva que de repente veio à tona. Inspiro fundo ao perceber que ela está vindo ao meu encontro. Direciono a minha atenção às estrelas que por mais encantadoras que fossem, ainda não são tanto quanto Eva.

 

Ao menos não para mim.

 

Permaneço estagnada na mesma posição que até então me encontrava: deitada sobre a recém colorida grama. 

 

– Oi – ela diz calma, enquanto, sinto os meus batimentos cardíacos quase que frenéticos. 

– Oi – diante de tal desregulação emocional de minha parte, não penso em nada elaborado. Muito menos olho para ela. 

– Posso ficar com você? – encaro-a salivando como nunca. 

– O quê? – a informação ainda não é processada. Eva, por favor, não me iluda com uma esperança inexistente. 

– É. – ela franze o cenho sutilmente – Me deitar com você. – suspiro aliviada e decepcionada, simultaneamente. 

– Faça o que você quiser – olho-a por um segundo um pouco brava. 

 

Sei que não devo ficar brava com algo tão fútil, ela não tem culpa de eu não me abrir com ela, não daquele jeito. 

 

 – Mesmo você não me merecendo, cá estou. – ao ouvir o que ela diz, sorrio, sarcástica, de lado. Escolho continuar sendo uma babaca:

– Está aqui porque quer, não te obriguei e não te obrigarei a nada. – avisto um rapaz conhecido retirando um baseado do bolso, então, assobio para ele. 

 

Coloco o meu dedão sobre o risco próximo a ponta do meu dedo indicador e balanço, sutilmente, para cima e para baixo sorrindo safada. Caso desconheça, isso diz: "Aceito um também". 

 

A lateral de meu rosto poderia estar em chamas se dependesse do flamejante olhar de Eva sobre mim. Ignoro-a. 

 

Ele vem até mim já com o meu produto desejado atravessado na sua boca e agacha-se com o seu cigarro entre os dedos. Coloco o meu peso sobre o meu braço direito, dando as costas a Eva, e dou impulso ao meu corpo para pegar o meu desejado diretamente da fonte. Ajeito-o corretamente e espero o japonês a minha frente acendê-lo enquanto finjo uma atração ao olhá-lo intensamente. 

 

Aspiro e trago aquela fumaça, que admito ser fedorenta, sobre o rosto do rapaz proveniente da "Terra do Sol Nascente". 

– É Kim, certo? – solto a fumaça para trás causando tosse na Eva. – Desculpa, mon amour

 

Ele ri e permaneço séria, não tem porquê rir. Ele capta a mensagem. 

– Certo – ele cria mais uma névoa sobre nós. 

 

Volto para a minha posição inicial enquanto fumo. 

 

– Sinta-se livre – pisco em sua direção. 

Arigatô – Eva diz e Kim revira os olhos, não ligo. Além de conseguir o que queria, consigo aliviar a tensão desconfortável entre mim e Eva com nós duas rindo. 

 

Sua risada é a mais gostosa de todas até mais que a do Justin, ou não? Não sei, gosto de me conformar que é. 

 

– Por que está brava comigo? Quer dizer, estava brava comigo? – ela diz após amenizar a risada que rolou solta. 

 

Inspiro e expiro. 

 

– Você me faz ser instável – sinto a sensação da droga vir: sinto-me mais leve, solta... Tanto que começo a rir sozinha por motivo nenhum. 

 

Encaro-a – Pergunte-se então. 

 

Após uma breve contagem regressiva, vejo um pó laranja estacionar sobre a negríssima pele dela. 

 

Colorblast.

 

[...]

 

– Ei, ei. Dá uma finalizada aí porque a Julia está vindo aqui – dou uns tapinhas nas costas másculas do Kim. 

 

Como percebo que só isso não os fará parar, esmago as bolas dele com a mão direita enquanto a outra dificulta a vida da pessoa do outro lado: Julia está tentando abrir a porta, acho que ela até desistiria se não fosse pelo grito exagerado do menino. 

 

– Nem peguei com tanta força assim, cala a boca! – sussurro ríspida. 

 

Ele nada diz, somente se preocupa em massagear a genitália. Olho para Eva que está se recompondo, graças a Deus ela não estava usando algum batom. 

É surpreendente como não sinto ciúmes; ela não tem culpa, não tem culpa. E permanecerá inocente até que eu seja genuinamente corajosa. Espano esses pensamentos de mim e pego a mão da minha garota quando pronta e saímos.

Julia entra para dentro do banheiro enorme e quando vê o namorado traíra, vira-se e toma rumo em nossa direção. 

– Sua vagabunda, vem pra cá! – ela tenta pegar o cabelo de Eva sem sucesso, bato em sua mão quando se aproxima dela. 

 

Por mais que Eva tenha se recomposto,  é óbvio que era ela quem estava dando uns amassos. 

 

– Você não tem que tirar satisfação conosco, vá tirar com quem te tornou corna – sua pálida pele torna-se vermelha. Se pudesse, vapor exalaria  pelos seus ouvidos. Assim como no desenho animado. 

– Você sabia que ele está comigo. Por que o deixou fazer isso do mesmo jeito? – ela choraminga e pelo canto do olho enxergo Kim se levantando ainda massageando o seu escroto. Rio. 

– Eu não tinha visto que era ele quem estava em cima dela, quando eu percebi já era tarde demais – penso comigo mesmo o porquê raios estou me explicando se o culpado daquela história é Kim. 

 

Duas, três lágrimas escorrem pelo rosto pálido-vermelho de Julia. Sinto raiva de Kim. Solto a mão de Eva e vou até ele, encaro-o por uns três segundos cínica. 

 

– Você que é o comprometido! – chuto as suas recém afetadas bolas – Se concordou em manter uma relação monogâmica, não a traia! – chuto mais uma vez mesmo ele já estando no chão. 

 

Volto até Julia que assiste a tudo descrente. 

 

– Garota, vá se divertir! Livre-se de um pé no saco desse. Ele é quem estava comprometido, não Eva. Não a culpe por um fardo que não é dela. – pego na mão de Eva novamente e ia saindo de lá até que tenho uma ideia melhor: 

– Você vem? – estico a minha outra mão a Julia. Olho-a nos olhos, esperançosa.  

 

Ela cria uma terceira opção e sai dali sem dizer nada. 

 

– Deus sabe que eu tentei – abaixo a minha mão que agora deveria estar sendo ocupada. 

– E eu também – Eva diz serena. 

Solto sua mão e ajeito o meu shorts. Meu cabelo. Minha sobrancelha. Meu cadarço. 

– Que garota de atitude mais linda – ela alisa o meu braço; secretamente, um calafrio percorre pela minha espinha. 

– Eu sou toda linda, mon amour. – lanço um beijo para ela disfarçando a tensão sexual que estende-se por mim. Ela resgata o beijo e põe na bochecha. 

– Que garota mais careta – reviro os olhos dando o fora dali. 

 

Eva ri. 

Acabo rindo junto. 

 

[...] 

 

O sinal toca mas não é por esse motivo que levanto a minha cabeça: Chris está me fitando ocupando a carteira da frente, a de Flávia. 

 

– Que é? – pergunto revirando os olhos apesar de já saber a resposta da minha própria pergunta. 

– Você ainda não me deu resposta do meu convite – um lindo – e diabólico – sorriso brinca nos seus finos lábios. 

– Eu já dei a minha resposta. Conforme-se – abro a minha mochila e pego o meu fichário. Fito-o por alguns segundos fechando, suavemente, o cenho imaginando o que passa por aquela mente. Escolho prestar atenção na inútil aula de francês. 

– Justin não se importaria em me ter como genro – ele enrola um pequeno pedaço papel de tal forma que facilmente seria confundido com um cigarro. 

 

Abro um sorriso de lado imaginando o que de fato, provavelmente, Justin disse: "Pica contagiosa não entra na minha irmã." 

 

– Abram na página 23 e façam os exercícios de interpretação – Estée diz acomodando as suas avantajadas nádegas na majestosa cadeira. Os detalhes daquela grande cadeira são realmente bonitos, penso. 

 

Coloco o fichário na parte inferior da carteira e pego a maldita apostila. Chris ainda está no lugar de Flávia que entra na sala porém não reivindica o mesmo.

 

Ele a fita indiferente. 

 

– Saia logo daí, a menina preza pelo dinheiro que os pais delas gastam – começo a ler os exercícios. 

– Você sabe que me quer, para de graça. – ele brinca com o lápis entre seus dedos. 

– Um lance. Fomos só a porra de uma lance. – roubo o lápis dele e assinalo as alternativas que julgo como certas. 

– Olha Justine, eu gosto de você. Tenho certeza que Justin aprova a nossa relação. – olho para ele tornando a minha expressão facial o mais indiferente possível às palavras dele. 

– Foda-se o que ele acha disso, ele e nem ninguém manda na minha vida. – começo a me perguntar por que não cabulei essa aula como planejei. 

– Eu ainda vou te ter – diz e se vira para frente. 

 

Enquanto assinalo outra alternativa, digo: 

– Pica contagiosa não entra em mim. 

– O que é isso Srta. Justine?! – encaro boquiaberta a cara de Estée. Merda. 

– Você bem sabe que isso não passou de um boato ridículo! – Chris exclama com certa indignação. Meu olhar é direcionado a ele. 

– Será mesmo? O penúltimo boato que circulou sobre você era realmente verdade! – seu peito começa a subir e descer com certa rapidez – Uma pena que aquela garota tenha morrido por alguém como você, porém, pior ainda seria se tivesse dado à luz a um... – sinto a lateral do meu rosto formigar, coloco a minha mão sobre. 

A fúria e a raiva são instaladas em mim e encaro intensamente a senhora que está a minha frente, quem ela pensa que é para bater em alguém? Levanto-me da carteira e chuto a mesma, para trás, logo depois.

 

Sinto braços me envolverem, Chris começa a ditar palavras relacionadas a me acalmar e coisa do tipo, o que obviamente não funciona. Nessa altura do campeonato, a sala inteira está prestando atenção na confusão que se cria.

 

– É tão velha que até a pronúncia da língua materna não sai mais, o gogó está atrapalhando né? Você se... – sua expressão é de extrema calma e superioridade. 

– CHEGA! – Chris me interrompe ao perceber o que estava prestes a dizer. 

– A Srta. está suspensa da minha aula, pode se retirar. 

 

Chuto por baixo os livros pesadíssimos que ela carrega e os mesmos caem sobre seus pés. 

 

Ela urra de dor. 

 

Um sorriso brota no meus lábios. 

 

– Avec grand plaisir* – praticamente cuspo nela, saio aos empurrões dados pelo meu "grande herói". 

 

Minha petulância em prosseguir o caminho é revidada com os incessantes empurrões. Quando prevejo mais um do seu contínuo ato, deslizo para o lado fazendo-o dar de cara com o armário. Minha risada estridente é ouvida pelos corredores, percorrendo livremente o espaço que estaria totalmente vazio se não fosse por nós dois. 

 

Chris se vira evidenciando a pequena quantidade de sangue que escorre pela sua testa. Minha gargalhada dissipa. Angústia. 

 

Eu sei que não é nada grave mas meu dedo coça para tocar a ferida, senti-la. Realizo tal desejo, enquanto, ele me analisa minuciosamente com o seu olhar; um alívio subitamente se estabelece em mim, fecho os olhos sentindo seu sangue gradativamente seguir o rumo que a gravidade impõe pelo meu dedo. 

 

Encosto as minhas costas no armário. 

 

– Esse armário é tão fuleiro – abro os olhos diante da quebra do silêncio. 

Realmente, os armários são fuleiros: apenas com a força mínima que pôs sobre o armário quando lhe dei um "olé", este foi amassado, bem amassado.

 

Encaro-o e sorrio. 

 

– Não conseguirei colocar a culpa em ti se você estiver morto – abre um sorriso de... Descrença? – Vem. 

Caminho em direção ao banheiro feminino e Chris me segue. Ele senta sobre a pia de mármore e abre as pernas quando já estou com o kit primeiros socorros da escola em mãos. 

 

Limpo calmamente a ferida que é um pouquinho mais profunda do que imaginei, passo o algodão com vontade sobre o ferimento e isso causa-lhe um desconforto sanado com um tapa na minha mão. 

 

– Sem tortura, por favor – sua íris castanho-mel está sumindo aos poucos. 

 

Volto a cuidar do dano com olhares aqui e ali apesar de tentar convergir a atenção ao machucado por todo o período. Termino de curá-lo e prontamente guardo todas coisas utilizadas e jogo fora as que precisam ser descartadas, lavo as minhas mãos vendo o sangue seco no meu dedo esvair pela pia. Deixo o curativo para fora da maleta e guardo-a, volto até Chris e ponho nele o bendito curativo. 

 

– Obrigada – digo colocando minhas duas mãos em cada uma de suas coxas. 

– De nada – responde já entendendo que estou falando da baderna na classe. 

– Obrigado – agradece-me pelo curativo colocando uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha, não vejo sua íris castanho-mel, somente visualizo a sua pupila dilatada, muito dilatada.  

– De nada – ao mesmo tempo que direciono os meus pés à saída retiro a mesma mecha detrás da minha orelha. 

 

Ouço Chris bufar. 

 

Por motivo nenhum, lembro da risada de Eva assim que ponho os meus pés no corredor. Cérebro, por favor, não me torture. 

 

O sinal toca e de um segundo para o outro o corredor é preenchido por vários estudantes preocupados em adentrar as suas respectivas salas a tempo. No meio de tantos, só consigo focar em Eva que logo percebe a minha presença. 

 

Eva sorri. 

Acabo sorrindo junto. 


Notas Finais


Com muito prazer*

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=w-4-7pNHm5o

A Justine e a Eva não são as principais, infelizmente (ou felizmente, não sei), mas, serão tão frequentes tanto quanto os principais (Justin e Aria). Viva as gays, gente!
Estou aberta a sugestões, críticas, etc.
É sério.
Ah, meu nome é Klóe!
3beijos.


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