[Eren]
Acho que ele estava me encarando; não dava para ver nada com aqueles óculos escuros, estava me sentindo desconfortável com aquilo - apesar de que tenho a impressão que o mais desconfortável era ele. -, ele mantinha a xícara na mão e não pronunciava nada.
“Acho que foi apenas a minha imaginação.”
-Desculpe… acho que me enganei. - Falei sem jeito por causa da vergonha.
O homem apenas tirou o celular do bolso e começou a digitar com apenas uma mão. Sua atenção era apenas no aparelho, eu estava sendo ignorado. Estava me virando para sair dali quando o meu celular vibrou, retirei do bolso de trás da calça; era uma mensagem do Levi.
(17:15)
Levi: E quem mais poderia ser?
Me virei o encarando.
Colocou o celular sobre a mesa, levantou a mão até a boca e encostou o dedo indicador nos lábios indicando para eu ficar quieto, depois com a mesma mão fez um sinal para eu me sentar.
A mão que segurava o bolo estava trêmula; não conseguia me mover.
-Senta logo, fedelho! - Seu tom foi ríspido.
Ainda com o espírito abalado, me aproximei com calma. Coloquei o celular e o prato de bolo na mesa; arredondada metálica pintada com tinta branca, puxei a cadeira que se assemelhava à mesa e me sentei com o corpo trêmulo.
-Sou uma alma penada por acaso? Por quê essa cara de espanto? - Apesar dos óculos cobrirem seus olhos, dava para ver um pouco deles; a lente não era tão escura, seus olhos pareciam semicerrados.
-Só não imaginava... -Sussurrei.
A xícara que estava em sua mão foi colocada bruscamente na mesa e fez algumas gotículas de café caírem na manga de seu casaco preto.
-Tsc. Venha comigo. -Ele se levantou apressado. Parecia estar enojado. -Venha! - Falou em um tom um pouco mais alto.
-Sim. -Me levantei rapidamente. Olhei para trás vendo tudo que havíamos deixado na mesa porém relutei em pegar e apenas o segui.
Os cabelos negros balançavam de um lado para o outro conforme ele andava, lisos, cortados de uma forma repicada e raspado atrás.
Continuei o seguindo até o final da cafeteria, que possuía um corredor do lado direito com as paredes rosadas e o do lado esquerdo azuladas. Ele pegou em meu pulso firmemente e me puxou para o corredor azul; banheiro masculino. Chegamos no final dele de frente para uma porta branca, ele deu uma batida com o punho mas, não obteve resposta. A abriu, me atirou para dentro, entrou e fechou a porta passando a tranca nela.
-Você pagará por isso, Jaeger. - Ele apontava para a manga do casaco entortando sua boca.
Retirou o casaco com rapidez o jogando no chão; estava com uma camisa branca agora. Andava em minha direção devagar, observava assustado e comecei a dar vários passos para trás para tentar fugir daquela cena mas, meu último passo fez minhas costas baterem em uma parede.
Seu braço veio bruscamente na parede; só agora percebo o quão baixo ele é pessoalmente, me encarava… Retirou os óculos com a outra mão e revelou-se aquelas duas lagoas cristalinas em seus olhos. Puxou meu queixo para baixo com a mesma mão; eu ainda estava mais alto mas, sentia seu delicioso perfume floral indo de encontro às minhas narinas, aqueles olhos delicados e ferozes ao mesmo tempo se encontravam com os meus, seu lábio rosado e fino… completamente perfeito. Ele abriu a boca para falar algo mas, fui tomado por um desejo incontrolável! O abracei fortemente e fiz seus lábios terem um encontro com os meus.
“Céus! O que estou fazendo?” Pensei tardiamente
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