História Caídos no Inferno II - O Pesadelo Volta à Vida - Sentença

"Sobre esse hospital em Paris… bem, ele não existe." Christine, apesar de ter ficado um pouco surpresa com a informação passada por Dylan, já esperava algo do gênero.

"Entendo. Isso está ficando cada vez mais estranho… você descobriu mais alguma coisa?"

"Isso demorou um pouco para encontrar, algo estava me impedindo. Enfim, agora estou pesquisando sobre esse tal de Andrew e esse Nicholas, assim que eu conseguir mais informações eu te ligo."

"Certo Dylan, muito obrigada. Me mantenha informada."

Por mais que novas coisas sejam descobertas, Christine não consegue sair do lugar. Já pensa que é incompetência da sua parte ainda não ter resolvido isso.

"Parece que voltamos a estaca zero mais uma vez… o hospital onde esse Andrew supostamente trabalhava antes simplesmente não existe."

"Por que não estou surpreso? Isso com toda certeza foi artimanha do Nicholas... Ele é uma víbora." Joseph limpa com um lenço o sangue que escorreu do pequeno corte na maçã do seu rosto. "Sam está tudo bem?"

Samara está quieta, apenas se concentrando em não sentir dor.

"Não estou o que se pode chamar de bem mas eu consigo aguentar… Ele arrebentou minha prótese com um golpe… que força era aquela?" Ela encara as marcas deixadas pelas garras metálicas de Niel assustada. Teria perdido seu braço se ele ainda existisse.

"Vindo do Nicholas não é novidade… o que me assusta é saber que agora pensam. Quando eram apenas os homens monstruosos, deformados e com ervilhas no lugar do cérebro ainda podíamos correr ou esperar que se matassem sozinhos… Aquele desgraçado teve tempo o suficiente pra refinar as técnicas dele." Joseph sabe o perigo que correm. Outra vez desconhecem as cartas na manga do inimigo. Niel era apenas um. Joseph tem certeza de que Nicholas não jogaria com apenas uma peça.

Duas horas se passam.

Samara por sorte não teve nenhum osso quebrado ou ferimentos mais graves apesar de ter sofrido uma notável contusão na área da costela. A necessidade de repouso é inevitável. No entanto ela se recusa a ficar parada enquanto sua irmã e Gary foram levados e ela nem ao menos sabe para onde. 

Christine não a conhece a muito tempo, mas sabe que Samara não vai deixar que tudo aconteça diante dos seus olhos sem tomar atitudes. O olhar de determinação mesclada com ódio que Samara carrega agora, enquanto a enfermeira cuida de seus ferimentos, demonstra isso.

"Eu só preciso encontrar respostas. Não posso apenas esperar pelo Dylan… esse é o meu trabalho, não o dele." Christine começa a sentir um leve incômodo na cabeça. A tempos que não sentia mais dores causadas por pensar demais. Isso é sinal de que esse caso vai levá-la ao limite.

"Isso é estranho…"

"O que é estranho Sam?"

"Quando eu estava presa no subterrâneo da escola, Nicholas demonstrou que tinha informações bem pessoais em mãos… ele sabia até mesmo do carro que a Alex tinha, isso não é algo que se coloque em fichas de trabalho…" Joseph dá um sorriso fraco.

"Isso não deve ter nada a ver Sam. A Alex pode muito bem ter contado."

"Não Joseph, ela não contou. Ela mesma falou. E logo depois disso Nicholas disse que tinha suas fontes. Isso soa estranho… soa como se eles tivessem sido especialmente escolhidos pra isso." Samara está muito intrigada. Todo esse tempo evitava pensar em tudo o que aconteceu em Fox Hole, todavia agora se esforça para lembrar cada frase dita.

"Agora que você disse... E se isso for mais profundo que imaginamos… é realmente difícil conseguir muitas informações pra algo do tipo se não houver certo conhecimento nas redes ou um dedo em algum departamento importante… não saiam daqui, eu vou falar com o Dylan…" não era esse tipo de ideia que Christine esperava ter, no entanto, para quem estava enterrado no mesmo lugar, pode ser uma pequena esperança.

"Por que você está chorando? Eu ainda não fiz nada…" sentado na cama, Nicholas usa seu polegar para tirar as lágrimas do rosto de Alex. Seu sorriso deixa claro que ele está se divertindo com isso.

Ela usa o pouco de força que tem para afastar a mão Nick que surpreendentemente não resiste, apenas continua rindo.

"Você tem a força de um gato Alex… você vai me matar de rir assim. É ridículo." A cama balança quando ele se joga nela, deitando ao lado da mulher que não sabe o que fazer além de chorar. Alex mal consegue se mover sem fazer um grande esforço, seu coração está acelerado movido pelo puro pavor e ódio. Ela teme o que Nick é capaz de fazer, ela já sentiu a crueldade dele em sua própria pele, e também sente o ódio pelo médico crescendo a cada segundo e tomando conta do seu corpo fraco.

"Por que você simplesmente não me mata? O que eu fiz pra você Morgan? O que todo mundo fez pra você?" A garganta dela está seca. Alex ainda não havia pronunciado uma palavra desde que despertou. Estas saíram dolorosas.

"Te matar? Por favor Alex. Por que eu te mataria se posso aproveitar muito mais você viva?" Os cobertores que protegiam seu corpo do frio que a chuva traz é retirado em um único movimento, expondo sua pele a brisa gélida que a arrepia imediatamente. "O que você fez pra mim? Na verdade você não fez nada... Bem… na verdade você estragou um pouco meus planos mas não é nada que sua irmã não tenha feito pior." é completamente desconfortável sentir a unha dele raspando em sua pele enquanto ele sobe a barra da camisola que ela está vestindo. "Eu não te disse isso Alex, mas a primeira vez que bati os olhos em você eu disse pra mim mesmo que queria você nas minhas mãos…"

"Você me enoja…" Alex resiste como pode. Ela está completamente indefesa.

"Eu sei, eu sei… Se eu não te causasse nojo eu não precisaria te dopar." Ele continua a rir sadicamente. Se Alex tivesse uma maneira de acabar com a vida dele ou com a própria nesse momento, ela o faria. "Você poderia muito bem sair ilesa de tudo… se você se entregasse para mim eu não precisaria usar minha… força." Alex se afasta bruscamente quando ele sussurra em seu ouvido, o fazendo cair na gargalhada novamente.

"Você prendeu minha mão na parede atravessando ela com uma faca… você é doente. Você é um pedaço de lixo Morgan!" Ela não se importa se ele pode a matar, na verdade Alex não quer mais viver.

"Como eu disse… se você não fosse tão arisca tudo teria sido mais fácil… mas não se preocupe querida... dessa vez eu não vou amarrar ou furar você." O pesadelo da mulher parece não ter mais fim. Nicholas agora imobiliza suas pernas, apoiando seus joelhos na cama e usando seu próprio peso para impedir que Alex se movimente.

Ele tem toda a paciência do mundo para terminar de desabotoar sua camisa que em seguida vai ao chão. Seu corpo está muito mais musculoso que antes, repleto de cicatrizes. A luta contra Robert fora brutal, sair ileso não era uma opção.

"Eu fiquei sabendo que você se casou… com aquele investigadorzinho de merda não é? Estava até grávida… estava."

O sorriso de canto que ele agora sustenta faz Alex se questionar se ele teve alguma influência no fato de ela ter perdido o bebê que esperava. Com toda certeza ele deve ter feito algo.

"Bem, mas isso não vai importar agora. Agora você não é mais mulher de ninguém que não seja eu… não é divertido?"

"Eu nunca serei sua seu verme."

"E quem disse que você tem alguma escolha Alex? Você já é minha. O seu corpo é meu. Até sua alma é minha. Essa é a sua vida agora Alex. Seja bem vinda."