História Caídos no Inferno II - O Pesadelo Volta à Vida - À um passo do ataque

"A toca da raposa é o lugar… fora apenas isso que descobri." A senhora acaricia gentilmente os cabelos amarelos de Saphira que está muito assustada abraçada nela, parece temer algo.

"F-Fox Hole? Eles estão em Fox Hole?" Joseph custa a acreditar no que ouve.

"Não se preocupe Saphira. Nada vai acontecer a você. Não tema os espíritos. Eles já se foram e não podem fazer nada fisicamente. Tema apenas os vivos." A mulher coloca na mão da menina um colar simples, uma pedra de um lindo azul amarrada por um barbante. "Isto é uma gema mágica, está purificada e energizada. Ela irá te proteger." O sorriso doce dela acalma o coração perturbado da menina. Os investigadores não sabem mas o procedimento que a fez dizer onde está Alex foi o mais perturbador que já vivenciou. Até mesmo a mãe de Christine achou que foi pesado demais para uma menina tão jovem suportar.

"Mamãe, foi apenas isso mesmo que descobriu?" Christine se aproxima.

"Sim filha. Isso foi tudo o que ela disse. Saphira foi forte. Não posso forçar ela mais uma vez. Ela entraria em colapso. Me perdoe." A mulher suspira, ganhando um abraço de sua filha em seguida.

"Isso já está mais do que perfeito mãe. Tentar descobrir onde estão é o que mais estava nos matando. Obrigada." As duas se despedem e assistindo a cena Joseph ainda não parece ter processado a informação.

"E lá vamos nós outra vez…" Carl cerra os punhos e os dentes, Elise percebe.

"O desgraçado nem teve o esforço de procurar outro esconderijo." Ela cruza os braços séria.

"Isso vai ser mais difícil do que pensamos… ele está nos encurralando. Está nos esperando lá." Samara estica e dobra seu novo braço artificial. A nova prótese que chegara a poucas horas é totalmente diferente da antiga. Consideravelmente mais resistente. Ainda não se acostumou perfeitamente.

"Eu duvido muito que esteja esperando somente com aqueles dois. Não podemos baixar a guarda... Apenas nós será suficiente? Quero dizer, Ivan vale por dois mas estamos desarmados e 6 pessoas parece pouco…" Joseph ainda está receoso.

"Se o problema for armas posso conseguir isso facilmente. Reforços também. Já até sei quem devo chamar."

"Tine… Você sabe que talvez estejamos fazendo algo ilegal não é? Você pode perder o emprego, podemos até ser todos presos… quer mesmo entrar nisso conosco? Não quero que você se complique. Você pode muito bem apenas fingir que não viu nada e deixar que assumamos as consequências." Joseph a encara. Sabe que o que estão fazendo é errado e envolver armas nisso só aprofunda mais a situação.

"Sim, eu estou muito ciente disso Joseph. Nada do que diga irá mudar minha opinião. Agora é pessoal. Estou fazendo isso por vocês e por Dylan também. Por minha culpa ele provavelmente nunca mais irá andar e eu jamais irei me perdoar por isso." Christine não imagina como Dylan irá reagir quando acordar. Sabe que ele sempre foi um rapaz doce mas ainda assim está preparada para reações negativas.

"Não é culpa sua. A culpa é somente de uma pessoa e sabemos quem é." Carl diz olhando para o chão.

"Não direi para não colocar seu trabalho em risco porque estaríamos sendo hipócritas. Mas deve ser cuidadosa…" Elise sai de perto de Carl. Não gosta da maneira como ele está se comportando. Nem parece ele.

"Eu vou fazer tudo da maneira mais cuidadosa que conseguir. Tenho meus contatos e até o final do dia já tenho tudo resolvido... chamarei reforços e irei atrás de poder de fogo. Não iremos de mãos vazias."

"Parece que estamos indo para uma guerra…" Joseph esfrega os olhos. Não se lembra da última vez que dormiu uma noite inteira.

"E estamos." Samara amarra seu cabelo, se sentando em seguida. "Se não estivermos bem preparados não sairemos vivos. Não será como da última vez. Ele quer nos matar Joseph. Quer brincar conosco e depois nos matar."

Ivan está parado, em pé ao lado do sofá.

"Ivan? Quer comer ou beber algo? Não seja tímido..." um resmungo é entendido como resposta negativa. A comunicação entre ele e Elise não faz o mínimo sentido para os outros ali, com excessão de Carl que já está acostumado.

"Pra quem você está ligando Tine?"

"Dois velhos amigos… do exército."

"Rico e... Lauren?" Joseph não imaginava que conhecia os dois. Pensava que Christine iria chamar alguém desconhecido e não antigos colegas dos dois.

"Quanto tempo Joseph… que merda que a gente tenha se reencontrado dessa maneira mas é melhor do que nada não é?" O homem latino, alto de pele bronzeada, cabelos escuros e cavanhaque comprimenta Joseph com um caloroso aperto de mãos. Há tempos não se viam porém na época de escola eram muito proximos.

"L-Lauren…" ele cumprimenta a mulher ruiva com certo receio. Lauren e Joseph tiveram um breve relacionamento que terminou de maneira nada pacifica.

"Não precisa gaguejar Joseph. Não vou te bater. Sem ressentimentos…" ela está séria. Ninguém além de Christine e Rico sabe o que aconteceu então todos ficam curiosos.

"Certo…"

"Eu e Rico vamos ajudar a resgatar o cara e a sua mulher." Lauren parece objetiva. Joseph jamais imaginaria que a jovem delicada e frágil que ela era entraria para forças militares.

"Eles vieram assim que eu pedi. São muito bem treinados e conseguiram armas para nós. Agora já podemos planejar nossa investida." Se antes parecia que estavam indo para a guerra, agora é certeza de que realmente estão.

"Talvez isso seja suficiente para sairmos de lá sem perdas e com a cabeça dele em uma bandeja…" Elise da um longo gole em sua xícara de café.

"Parece que enlouquecemos de vez." Joseph ri.

"Se o objetivo dele era nos fazer perder a sanidade ele conseguiu. Ao menos depois de tudo teremos um pouco de paz. Mesmo que soframos algumas consequências pelo que vamos fazer, não haverá mais Nicholas Morgan."

"V-você pintou o cabelo…" Alex mexe nos fios novamente acinzentados do cabelo do homem ajoelhado na sua frente. Ele a encara receoso do que ela pode dizer.

"Sim eu pintei… está melhor assim?" Alex sente vontade de rir do desespero dele mas se controla.

"Bem… está… eu estava acostumada com você assim então acho que está bom. Você fica mais bonito assim… essa cor combina com seus olhos." Ela não sabe de onde tirou essas palavras.

"Jura?" Ele abaixa a cabeça e sorri. "Isso é aliviante. Obrigada Alex." Ele levanta e da um rápido beijo no rosto da mulher mesmo contra vontade não recua.

"De… nada?" Alex acabara de acordar. É tudo muito confuso. Seus olhos mal conseguem se manter abertos.

"Ah merda!" Nicholas se joga na cama, colocando as duas mãos sobre o rosto.

"Aconteceu algo?"

"Ainda não… mas vai acontecer. Aquela reunião é logo… esses eventos são um saco."

"Pensei que você era sociável."

"E sou. O problema não sou eu. São essas pessoas. Alguns são bárbaros repugnantes, porcos nojentos, não sabem se portar. Essa mansão vai ficar uma bagunça." Alex levanta uma sobrancelha.

"Você está preocupado com sujeira?"

"Estou… e também estou preocupado com você. Não quero ninguém te encostando. Não saia de perto da Greta." Toda vez que Nicholas diz isso ele diz sério, Alex percebe que não é brincadeira.

"Eu não pretendo me misturar aos ratos... Não precisa se preocupar com isso."

"Ótimo… agora se levante, quero te mostrar algo." Ele estende a mão a ela. "Essa é a roupa que você irá usar." Alex não se surpreende que seja um vestido. O que a faz ficar surpresa é o fato de que é um lindo azul turquesa. "Você é a viciada em azul não é? Considere um presente."

"É… lindo." Ela sorri e ao ver isso Nicholas sorri fracamente também.

"Vou te apresentar a algumas pessoas. Quero que além de estar bonita você esteja mais alegrinha."

"Por que?" No enorme espelho ela coloca o vestido na frente de seu corpo, imaginando como ficará nele.

"Não quero que vejam você como uma escrava, uma sequestrada, alguém que não queira estar aqui. Mesmo que você não queira de fato estar aqui." Pelo reflexo Alex vê o semblante sério de Nicholas. "Você vai ficar linda nisso." Rapidamente ele muda de assunto deixando Alex curiosa.

"Você acha?"

"Eu tenho certeza."