Elimy .
Tudo deu absurdamente errado, quando fui vencida pela curiosidade.
Queria poder dizer que cumpri meu papel com total êxito, que fiz tudo o que me foi determinado. Mas as coisas saíram do meu controle assim que cheguei na tumba... Aqueles olhos amarelos me olhavam com uma expressão misteriosa; que poderia ser de medo, surpresa ou pura indiferença.
Ele não deveria ter um corpo conservador, não deveria respirar, não deveria me olhar e definitivamente, não deveria levantar e falar.
- Quem é você?
Meu inimigo e eu nos olhamos sem sabe o que esperar um do outro. Agora ele estava de pé, eu o podia ver com mais detalhes, ele tinha uma altura mediana, um corpo magro porem rígido, ainda me olhava com uma sobrancelha levantada esperando minha resposta, pendeu a cabeça para o lado como se quisesse me ver de um ângulo melhor, e pude ver um reflexo de luz através das mechas de um cabelo muito rebelde.
Tomada pelo espanto não conseguia nem me lembrar de respirar quanto menos responder a pergunta feita por ele, minha surpresa não vinha só do fato de ter encontrado alguém deitado no lugar onde deveria estar a múmia com o arca de Pandora, vinha acima de tudo da voz que começava a escutar me dando ordens de matá-lo.
“mate-o, ele precisa morrer”
-Afinal o que você pensa que esta fazendo? Onde esta a arca? Quem é você? Onde estão suas roupas?- disparou ela intrigada.
-Naturalmente não é um dos meus hábitos deitar em um sarcófago pelado. Você poderia parar de me olhar?- retrucou irritado.
Forcei-me a desviar o olhar, um tanto constrangida, retirei e lancei meu sobretudo em sua direção- Desculpa- respondi com o rosto em brasa e tentei retomar o controle - Onde esta a arca?
- Pelo que você pode imaginar eu nem sei das minhas próprias roupas... Afinal de que arca você se refere?- perguntou ele vestindo-se.
Icaro.
Não estava em meus planos ser marcado como um gado.
Queria não ter ido naquela estúpida excursão ao museu, queria não ter me perdido e acima de tudo queria não ter entrado naquela maldita tumba.
Sonhei com uma mulher de vestes negras que me observada com uma expressão cheia de ódio e nojo, ela continuava a me observar quando eu era engolido por águas de tom vermelho, da água saiam garras que me arrastavam para o fundo.
Agora aquele mesmo rosto pálido me observava com os mesmos cabelos volumosos e vermelho vivo, porem com um olhar cheio de surpresa e preocupação.
Algo definitivamente estava errado e tive certeza disso quando percebi que estava deitado em um sarcófago, sem roupas e com o braço direito fumegando.
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