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História Cake - Destino? -


Escrita por: hyein

Notas do Autor


Por favor não me matem por criar estes shipps randoms. Mas eu juro que eles ficam fofos lado a lado okay? D8

Espero que gostem destas histórias fofinhas e queridas todas muito fluffy da vida.

Agradecimentos especiais à Lullaby <3

Capítulo 1 - Destino? -


Para alguém que passava mais tempo a falar que ouvir, Jimin era uma pessoa bastante observadora. Não é então de se esperar que, quando a luz ainda batia fortemente nas árvores despidas do Inverno, ele tivesse reparado com perfeição a cor dos cabelos da jovem mais bonita que ele alguma vez conseguira colocar os olhos em cima. A luz batia-lhe de forma tão angelical que a tez pálida parecia brilhar. Ela estava sentada sozinha, com um bloco de folhas numa mão e na outra uma caneta, ou lápis. Daquela distância não tinha tanta certeza. Observou-a intensamente quando ela prendia uma madeixa rebelde para trás da orelha, ou quando ela mexia os lábios, parecendo murmurar alguma palavra - que ele não conseguia decifrar. Era bom a fala-las, mas nunca a ouvi-las. 
 

A vontade de se aproximar dela e corteja-la começava a ganhar terreno na sua mente divida por um grande "NÃO" e um grande "SIM". Como que para baralhar os seus pensamentos, virou a cabeça para a esquerda e direita, de olhos fechados. Quando os abriu ela já não estava lá mais. Como pudera ela desvanecer-se assim tão depressa? E foi então que o despertador tocou. 

Reprimiu a sua vontade de gritar e apenas bateu no botão para fazer calar o maldito aparelho. Saiu das cobertas quentes para ser cumprimentado por uma brisa fria de inverno. Mesmo com todo o dinheiro que gastara para arranjar o aquecedor de quarto, ele teimava em não funcionar. Quando tivesse mais dinheiro, iria reclamar com o senhorio sobre isso. 

Arrastou-se até a casa-de-banho, que partilhava com o seu colega de casa, e olhou-se ao espelho ainda húmido depois de Jin ter tomado banho. Limpou-o com a mão e sacudiu os cabelos negros para fora da sua cara. Suspirou fundo e ligou o chuveiro com a água quente no máximo - Que não era assim tão quente. Mas era melhor que ter apenas água fria. Pegou na sua escova de dentes e na pasta dentífrica e entrou nu, na banheira, com elas 

A água morna batia-lhe nos músculos doridos das costas, só um pouco mais de pressão e poderia ser uma massagem. Pegou num champô qualquer e atirou um pouco para o topo da sua cabeça, esfregando o cabelo com a água ainda a correr. Uma gota suja caiu-lhe no olho fazendo o praguejar. Fechou a torneira e foi em busca de uma toalha para limpar o olho agora vermelho da irritação. Voltou para o duche e terminou o banho saindo a tremer para o frio da divisão. Precisava urgentemente de verão, ou de um aquecedor, talvez até de ser rico para poder comprar todos os aquecedores que conseguisse. Mas, até lá, tinha que se vestir o mais rápido possível para voltar a trabalhar. 

—  Bom dia. —  Cumprimentou Jin com uma taça de cereais na mão e a boca ainda cheia. —  Hoje acordaste cedo. —  Disse sentando-se na sua cama. Pegou em alguns papeis que colocou numa pasta castanha. Abriu uma gaveta da sua mesinha de cabeceira em busca de qualquer coisa, pelos vistos um relógio. —  Ainda não são seis da manhã. —  Comentou categoricamente. 

—  Mudaram-me de turno. —  Respondeu secamente com a toalha pendurada no ombro direito. —  E tu já vais embora, não é? 

—  Sim, hoje quiseram-me cedo no hospital. —  Jin era um estudante de medicina do último ano. Estava noivo de uma moça um pouco louca, mas simpática. E vinha ocasionalmente para o apartamento em busca de coisas que ainda não tinha tirado dali. Jimin nunca se sentiu no direito de perguntar se o noivado do colega de casa era mesmo real, talvez se perguntasse ele se chateasse e fosse embora de vez e assim não teria mais ninguém com quem partilhar a renda absurda desta cidade. 

—  Bem, vemo-nos logo à noite. Os rapazes querem sair e dar uma volta pela cidade. Como ficarei o fim-de-semana de folga, acabei por aceitar e dizer que vinhas também. —  Jimin encolheu os ombros, iria sair de qualquer forma, saia sempre aos fins-de-semana, trabalhasse ou não, afinal só se era jovem uma vez. —  Bom, até. —  Pegou nas chaves de casa e saiu fechando a porta. 
 


*** 



Como qualquer manhã na pequena cafetaria ao pé da universidade. O balcão encontrava-se completamente cheio de estudantes famintos em busca de um pequeno almoço pouco tradicional, mais francês, mais espanhol ou até um pequeno-almoço estilo inglês/americano. As possibilidades eram inúmeras, mas o trabalho conseguia bater as opções. Jimin servia às mesas alguns estudantes sortudos, que tinham chegado a tempo de roubar a ultima mesa disponível. Serviu os três capuccinos sem dizer uma única palavra. E, ainda com o tabuleiro na mão, ia pegar na única cadeira vaga daquela mesa, talvez colocá-la noutro lado, para que não estorvasse ninguém. 

—  Não! - Gritou uma jovem feminina. —  Desculpe, esta cadeira é minha. Bem, quero dizer, estava guardada para quando eu chegasse. —  Se acreditasse em fantasmas, era agora que Jimin começaria a correr ou até cair no chão de susto. Os cabelos lisos e claros dela, o sorriso pequeno e gentil e os olhos pequenos, que quase não existiam. Aquela mesma delicadeza e forma que tinha atravessado o seu sonho desta noite. - Acho que agora pode largá-la. —  Insistiu mais uma vez. —  Por favor? —  Jimin largou a cadeira, desequilibrando a jovem. Só não caiu ao chão com a ajuda dos seus colegas. 

—  Peço desculpa. - Apressou-se a dizer, saindo dos seus pensamentos. 

— Sem problema. —  Ela sorriu. —  Já deve estar cansado com tanta gente para servir. —  Ele apenas acenou em resposta e depois voltou ao trabalho. 

Não conseguia parar de olhar para a mesa de estudantes femininas, onde a jovem dos seus sonhos estava. A luz do inverno que vinha da vitrine despida batia-lhe de forma tão delicada e majestosa, fazia a sua pele brilhar, literalmente, se é que isso era possível na vida real. 

Os cabelos claros dela brincavam com tonalidades, e era uma caneta que ela tinha na mão. Sorriu satisfeito por finalmente descobrir. Até que ela lhe sorriu de volta. Idiota. Pensou, baixou a cabeça num cumprimento estranho e depois deslizou por entre as pessoas até à mesa onde ela estava. 

—  Existe algo de que precise? —  Perguntou num tom profissional, apesar de que tudo o que queria era perguntar-lhe como é que ela era real, e como é que ela tinha entrado nos seus sonhos. 

—  Queria uma café latte, por favor. E o que me sugere para comer? - Inquiriu num tom cordial, mas alegre. 

— Talvez algum tipo de bolo? Gosta de chocolate? 

—  Adoro. 

Jimin despediu-se com uma vénia em busca do pedido, uma fatia de bolo de chocolate e um café latte. Perguntou-se se deveria ter natas no topo ou se o deveria servir simples. Era melhor deixar estar como ela tinha pedido e não inventar mais nada. Naquele momento, desejou estar novamente na faculdade e não ter desistido do curso de fotografia. Não existiam crenças que anjos e fantasmas não eram capturados em imagem? Talvez assim, se a fotografasse, poderia colocar um ponto final nas suas dúvidas loucas. 

Recebeu o bolo e o café. Foi de encontro à mesa e pousou as coisas lá. Jimin sabia que provavelmente seria a última vez que a veria. Ou talvez a primeira, quem não lhe dizia que ela não era uma cliente frequente e só agora lhe começara a dar atenção? 

Quando voltou a olhar ela já não estava lá. Como assim? Ainda agora lhe tinha dado uma fatia de bolo e um café. Um copo caiu, acordando-o novamente. Já não era mais de manhã, era quase hora de fechar. Sentiu-se extremamente cansado, tinha feito muito, ou feito nada, não tinha a certeza, além de ter viajado a maior parte do dia para o mundo da fantasia. 
 


*** 

 

Terminou de limpar a entrada do estabelecimento. Os colegas já se tinham ido embora e a chave estava em cima do balcão, junto da caixa registadora. Levou a vassoura e o balde de água para dentro. Deixou-os na dispensa, e voltou para a sala, para confirmar se não faltava nada. Colocou algumas cadeiras em cima das mesas, aquelas que os seus colegas se tinham esquecido. O sino da porta tocou. 

—  Estamos fechados. —  Reclamou sem olhar. Virou uma cadeira ao contrário, antes de a colocar sobre a mesa. —  Volte amanhã. —  Voltou-se e ficou ali parado a olhar perplexo. 

—  Hum, err, eu acho que deixei um caderno meu por aqui, hoje de manhã. —  A jovem loira e bonita estava de volta. Sorria timidamente e mexia os pés envergonhada. —  Peço desculpa por vir tão tarde, mas fiquei presa durante as actividades do clube. Não o viram por acaso? 

—  Como era ele? —  Jimin arregaçou as mangas, pegou no pano branco e enquanto caminhava até à porta da dispensa limpou o balcão mais uma vez. 

—  Era violeta, com argolas e tinha o meu nome escrito no topo esquerdo... 

—  O seu nome é? —  Porque é que fazer esta pergunta parecia algo tão importante? O coração batia apressadamente e descompassado quase que a rebentar-lhe do peito. 

—  Kang Seulgi... 

—  Hum irei procurar. —  Fechou a porta atrás de si e foi procurar numa das caixas de cartão onde se guardavam itens perdidos, depois de algumas chaves e um laptop (como é que alguém se pode esquecer de um laptop?) lá estava o caderno, um pouco amachucado, esperava que ele já estivesse assim. Voltou para a sala principal. 

Seulgi estava fascinada a olhar para uma escultura ao pé da porta. Ela queria mexer-lhe, mas apenas aproximava o dedo indicador o suficiente, sem nunca lhe tocar. Os olhos fascinados e a boca entreaberta enquanto as suas mãos desenhavam formas a acompanhar a estátua. 

—  Err... —  Ela assustou-se corando. —  Aqui está o caderno. —  Jimin aproximou-se e entregou-lho. 

—  Obrigada. —  Levou uma madeixa do cabelo para trás da orelha e depois fez uma vénia para se despedir. 

Abriu a porta e o sino voltou a tocar alegremente. Era noite cerrada e quase meia noite. Olhou lá para fora e depois para ela. Não iria sozinha para casa agora certo? 

—  Hum, espere! Como é que vai para casa? 
—  A pé? - Ficou confusa com a pergunta. 
—  Espere mais uns minutos que já a levo a casa. —  Ele correu até ao balcão e tirou de um dos armários uma garrafa de chá gelado. Entregou-lha. —  Beba isto que já volto. 

Seulgi acenou e sentou-se no banco da entrada do café. Colocou o caderno contra o peito e abriu a garrafa sem grande esforço bebendo um pouco e depois sorriu. Como no seu sonho. 
 


*** 

 

—  Park Ji Min — Disse pela quarta vez. Sempre que tentava dizer o seu nome o som de uma buzina parecia impedi-lo. 

—  Park Ji Min! —  Levantou o polegar. —  Agora sim. —  Sorriu. 

A rua estava completamente deserta e escura, apenas se ouvia o som das folhas a balançar antes de caírem das árvores e algum outro bicho nocturno, que era tão descoordenado como um ser humano normal. Caminhavam lado a lado pela estrada de pavimento cinzento escuro. Ela normalmente de olhos no chão e ele com a cabeça bem voltada para o céu escuro. Queria poder ver as estrelas, mas toda a luz da cidade tinha-as ofuscado. Enquanto caminhava sacudia os ombros ao som de alguma musica que lhe ia na cabeça e nem reparou que Seulgi agora o observava interessada. 

Ela mantinha os seus olhos pequenos voltados para ele, compreendo cada emoção que o seu corpo exprimia. Até a andar ele era diferente de qualquer outra pessoa que ela tinha alguma vez conhecido. Sem se aperceber estava a sorrir. 

—  O que é? —  Perguntou-lhe Jimin parando perto de um caixote do lixo. —  Algo de engraçado? 

—  Nada, acho apenas engraçado como danças com os ombros enquanto andas. —  Encolheu os ombros. 

—  Ah, é um habito. Normalmente quando penso numa música ou uma batida começo a dançar com os ombros. 

—  Assim? —  Ela abanou os delas de forma desajeitada. —  Sou péssima. —  Mostrou a ponta da língua. 

—  Quase isso. - Riu baixo para não fazer muito barulho. Pegou-lhe na mão disponível e fê-la balançar ao mesmo ritmo que a sua. —  Pat, pat, pitu pat - Criou um ritmo e esperou que ela o acompanhasse. Primeiro com o braço e depois com os ombros. —  Exacto, isso mesmo. 

—  Pat, pat, pitu, pat. —  Cantarolou enquanto se mexia mais livremente. —  Okay acho que já percebi! 

Voltaram a andar, agora mais próximos um do outro e sem fixar o chão ou o céu. Olhavam um para o outro e depois em volta, para se manterem no caminho. Foram conversando sobre coisas banais, comidas, cores, viagens, música e nada de muito complicado. Jimin explicou que tinha desistido da faculdade e que agora estava em busca de uma motivação maior. Seulgi perguntou se dançar não seria isso. Ele sorriu e disse que fazia parte dos planos dele, mas que não tinha a certeza se era realmente assim tão bom. 

—  Só saberás se tentares! —  Reclamou dando-lhe um abanão com o cotovelo. —  Não desistas antes de começar! 

Seulgi explicou-lhe que fazia curso de jornalismo, mas que gostava imenso de desenhar e que queria muito fazer algo que misturasse os dois, talvez criar algo para um jornal? Trabalhar com caricaturas? Não tinha certezas ainda, mas faltava-lhe ainda mais um ano para terminar o curso. 

—  Ah então sou sunbae! 

— Wae? Serias se não tivesse desistido. —  Mostrou a ponta da língua. 

—  Verdade e mentira. Não quero saber, agora tens que me tratar por sunbaenim. 

—  Oppa? 

Jimin parou novamente e ficou muito sério. Que influencia bizarra tinha ela com ele? Porque é que sempre que ela dizia aquelas coisas fofas o seu coração tremia loucamente e ele só se queria agachar algures até passar. 

—  Yah. - Afagou-lhe os cabelos, desalinhando-os. —  Para de tentar aegyo comigo! —  Resmungou. —  Não vai resultar. 

—  Eu acho que está a resultar. —  Piscou o olho. 
 

O caminho até aos dormitórios estava a chegar ao fim e com isso o ambiente mudava. O silêncio era aconchegante e ao mesmo tempo incómodo. Como se eles não se quisessem separar sem dizer mais alguma coisa, mas sem ter bem a certeza do que realmente dizer. 

—  Tenho uma confissão a fazer! —  Atirou Seulgi para o ar. 

—  O que é? É agora que me vais matar? 

—  Não. —  Riu. —  É algo que espero que não leves a mal. —  Inspirou profundamente duas vezes e depois encarou-o. Não sabia bem se devia parar ou não, então decidiu continuar a andar. Caso ficasse muito envergonhada poderia apenas correr. —  Bem, a verdade é que hoje de manhã quando entrei no café ia morrendo com o maior susto da minha vida quando te vi. 

—  Sou assim tão feio? 

—  Nada disso. —  Abanou a cabeça. —  É só que, ahum como é que digo isto? Eu sonhei contigo, Park Ji Min. —  Encolheu os ombros. —  Sonhei realmente contigo do outro lado de uma estrada a andar com amigos. Eu estava a desenhar algo enquanto esperava por uns amigos quando te vi. - Levou os cabelos à cara, sabendo que estava a ficar vermelha. —  E depois vi-te hoje de manhã e parecias tão real e tão igual ao meu sonho que eu achei que tinha morrido ou assim. 

—  Ainda bem que sou tão bonito ao ponto de só poder pertencer ao paraíso. 

—  Para! - Reclamou. —  O que eu quero dizer é que talvez tenha sido o destino não? A apresentar-nos de uma forma tão única... 

 

Se lhe tivessem perguntando ontem, Jimin teria dito que era o tipo de homem de acreditar na palavra de um criminoso. Mas acreditar no destino soava tão ridículo que até era capaz de apostar o seu sorriso para desmenti-lo. 

—  É. —  Sorriu. —  Talvez seja coisa do destino.


Notas Finais


Obrigada por lerem!

Comentários, criticas e sugestões são sempre bem-vindas!


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