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História Call it Fate, Call it Karma - College (and the world is a fucking egg)


Escrita por: nnigma

Notas do Autor


Quero só dizer obrigado às pessoas lindissimas que estão comentando nessa fic. ♥
Quando comecei ela achei que ninguém ia ler por ser sem graça, mas que bom que estão gostando!

Nick.

Capítulo 5 - College (and the world is a fucking egg)


 

Yoongi ajeitava as partituras dentro de sua pasta.

A aula que estava para começar era de Fonética Aplicada ao Canto II, o professor estava atrasado então aproveitava para colocar as partituras em ordem, tinha mania de tirá-las da pasta quando ia tocar e depois apenas as colocava de qualquer jeito de volta.

Escutou a porta se abrindo ao fundo, provavelmente o professor chegara.

“Bom dia, alunos! Peço desculpas pelo professor Juhee, ele não vai poder comparecer hoje por um imprevisto então eu vou dar a aula em seu lugar, meu nome é Kim Jungkook.”

 

Assim que escutou aquele nome, Yoongi elevou a cabeça, encarando o homem de meia idade parado na frente da sala.

“Ótimo...”

Não que ele se parecesse com Jungkook, seu amigo, nem nada, mas para quem não estava falando com ele há quatro dias, seria bem incômodo ouvir seu nome o tempo inteiro.

 

Terminou de ajeitar suas coisas e simplesmente prestava atenção naquele homem.  

Não podia negar que sua cabeça acabava indo longe às vezes, em devaneios longos de momentos que passara com Jungkook na última semana, recorte de suas infâncias ou até coisas que sempre quiseram fazer, como a viagem para a Argentina que tanto planejavam.

 

“Olá? Tem alguém aí?” O professor deu duas batidas na mesa do rapaz, como se tivesse batendo em uma porta.

Yoongi logo “acordou” de seus pensamentos, arrumando sua postura e encarando aquele homem.

“Você não vai arrumar uma dupla?”

O de fios verdes franziu o cenho, sem entender muito o que acontecia, então o professor substituto apenas riu, cruzando os braços.

“A aula de hoje é sobre composição de letras com rimas fonéticas terminadas em vogal média-baixa central... Mas acho que você estava muito longe enquanto eu explicava e... Pelo jeito seus colegas já fizeram suas duplas, eu te ajudo então.”

 

Yoongi ainda estava confuso, o homem apareceu do nada, já disse o que tinha que fazer, já decidiu que iriam fazer juntos. Pelo jeito era meio fora da casinha também, igual o rapaz com quem dividia o nome.

O jovem pegou de dentro da mochila seu caderno de composições líricas e então ficou esperando o professor retornar e sentar-se ao seu lado, puxando uma cadeira.

“O que aconteceu com o professor Juhee?” Imaginou que não seria incômodo perguntar.

“Pelo jeito a mulher dele está grávida e teve algo, então foram para o hospital, espero que esteja tudo bem... Mas vamos lá! Já tem ideia de algo que queira escrever?”

 

Dando de ombros, Yoongi maneou a cabeça em negação. Não conseguia compor assim do nada, tinha que estar inspirado, em seu quarto, com algum instrumento por perto para conseguir dedilhar alguma melodia que acompanhasse.

 

“Que tal sobre um amor não correspondido? Ou... Uma amizade que evolui para um amor?”

 

O estudante quis simplesmente sair andando dali e deixar aquele homem falando sozinho.

Talvez, apenas talvez, hipoteticamente, o cosmos estivesse, quem sabe, querendo dizer alguma coisa, mas Yoongi negava-se a escutar.

 

“Eu não escrevo sobre amor, desculpa.” Já que era seu professor ali e lhe devia o mínimo de respeito, sua resposta foi o mais simplista possível.

“Por que não? Um sentimento tão bonito!”

“Deve ser... Para alguém. Existem coisas mais importantes para se escrever do que sobre amor.” Acabou dando de ombros, começando a girar seu lápis entre seus dedos, uma mania sua.

“Menino, quando você se abre para o amor, ele vira a coisa mais importante do mundo para você.” O professor falava com um sorriso aberto nos lábios e cara de bobo, típica expressão de quem estava apaixonado e Yoongi queria vomitar.

 

“Amor é uma doença oportunista, ataca quando você está vulnerável e aos poucos vai te estragando por dentro.”

 

Aquilo saiu mais como um pensamento interno do estudante, não esperava dizer em voz alta mas pelo visto o havia feito, seu professor o encarava diferente agora, mas ainda com um certo sorriso nos lábios.

“Então escreva sobre isso! O amor ser uma doença oportunista! Nem sempre escrever sobre amor é uma coisa bonita, na verdade, na maioria das vezes não é... Você não parece precisar de ajuda, então vou ir ver se alguém mais precisa, boa escrita!”

 

Quando ficou sozinho novamente, Yoongi até tentou se concentrar em escrever algo, mas simplesmente não conseguia. Batucava o lápis na mesa, fazia alguns desenhos idiotas na folha, olhava em volta, mas nada saia. Parecia perturbado com alguma coisa e nem mesmo a concentração lhe era amiga agora.

 

Assim que as aulas acabaram, guardou todas as suas coisas e saiu da universidade, seguindo o caminho do centro. Ia a pé, pretendia comer em algum lugar, até o momento que passou pelo parque de diversões que visitou há algumas semanas.

Estava a mesma coisa, perguntava-se quando ele iria embora da cidade de novo. Enquanto passava pelo lado de fora, olhava algumas pessoas andando por ali, em filas de brinquedos e então aquela pequena tenda colorida.

A mulher estava parada na frente, penteando seus longos cabelos.

Yoongi apenas continuou andando, mas antes que pudesse se dar conta, já estava dentro do parque, indo em direção àquela tenda.

 

A cigana levantou o rosto assim que viu se alguém se aproximar e um sorriso divertido e canteiro tomou seus lábios com a figura que via.

“Ora ora... Que surpresa!”

O rapaz rolou os olhos. “Preciso falar com você.”

Com um riso, a mulher adentrou sua tenda, fazendo sinal para que o jovem a acompanhasse.

Ela acendia os incensos, passava a mão por algumas das esculturas ali dentro, até finalmente sentar-se em sua cadeira, na parte de trás da pequena mesa. Yoongi ocupou a cadeira da frene. Parecia visivelmente incomodado em estar ali, nem mesmo sabia o motivo de estar ali.

 

“O que aconteceu, Yoongi?” A mulher perguntou, passando a mexer em um baralho de cartas esquisitas sobre a mesa.

“Você não é vidente? Deve saber o que aconteceu.” Apesar de tudo, o deboche nunca abandonava aquele rapaz.

“O cosmos já falou que você vai ganhar na loteria?” E pelo jeito, não abandonava a mulher também.

 

“Eu não quero mais isso... Depois que a gente veio aqui, coisas estranhas começaram a acontecer, pessoas que não deveriam aparecer apareceram e a gente brigou. Faz parar!”

 

Ela riu de forma um tanto exagerada até, dispondo algumas cartas sobre a mesa.

“Isso não é algo que dá para parar... Coisas estranhas, como você diz, sempre aconteceram, mas só agora você começou a prestar atenção e reparar nelas.”

“Não faz sentido aquilo que você disse.”

“Será mesmo?” O olhar da mulher focou os orbes escuros de Yoongi, tão intensamente que o jovem sentia como se ela estivesse ao pouco entrando em sua alma e desvendando todos seus pensamentos.

 

“Aquele menino reapareceu, não?” Ela continuou. “Talvez isso seja uma dica de que você deva se abrir mais com seu amigo... Você não devia ter escondido isso, na verdade, vocês juraram um para o outro quando eram crianças que nunca mentiriam ou esconderiam nada um para o outro, não?”

Realmente aquela mulher tinha entrado em sua cabeça.

“A gente era criança, aquilo não foi de verdade.” Ele deu de ombros.

“Para Jungkook foi.”

 

Yoongi lembrava-se bem da cena. Fazia um ou dois anos que se conheciam, eram dois pirralhos brincando no parque enquanto seus pais conversavam sentados no banco da praça. Faziam de conta que eram piratas e Jungkook era um prisioneiro do grande e destemido Yoongi, o maior dos piratas dos sete mares.

Jungkook teria que andar na prancha e ser comido pelos tubarões que o esperavam  no mar, mas pedia por sua vida, implorando que não fosse obrigado a pular. “Eu não quero morrer!”

“A-há-há, quem mandou invadir o meu barco?” O menino mais baixo e magrelo andava de um lado para o outro, com um falso ar de imponência que não combinava nem um pouco com sua pequena figura.

“Por favor eu faço o que você quiser!” Jungkook continuava pedindo, mais penetrado na brincadeira do que deveria, talvez.

“Eu quero bolo!” Yoongi pediu, perdendo totalmente o foco da brincadeira.

“Eu não posso fazer bolo ainda, hyung!” O moreno mais novo, porém alguns centímetros mais alto exibiu um gigantesco bico nos lábios.

“Então... Eu acho que você vai ter que morrer!” Enquanto dizia isso, Yoongi mesmo correu na direção do amigo, empurrando-o no escorregador para simplesmente descer logo atrás dele, ambos rindo de forma exagerada e alta quando chegaram amontoados no final do brinquedo, caindo na areia.

 

Durante os risos, levemente ofegantes, ficaram deitados na areia, um ao lado do outro.

“Um dia eu faço bolo para você!” Jungkook brincava com uma folha que achou.

“Jura?” Yoongi elevou seu dedo mindinho na direção do amigo, encarando-o de forma séria.

Jungkook logo enganchou seu dedo semelhante ao dele.

“Aham! A gente tem que jurar também que nunca vai mentir um pro outro e nem esconder nada também, você jura?”

“Hm... Juro!”

 

 

“Bom...” Yoongi elevou seu olhar novamente para a cigana. “Eu não sei pedir desculpas.”

A mulher riu, embaralhando novamente suas cartas.

“Eu sei disso, não estou falando para você pedir desculpas ou fazer alguma coisa... A vida é sua, você faz o que dizer dela, mas cuidado... O destino tenta dizer algumas coisas, mostrar outras, mas ele não vai ficar tentando te ajudar para sempre.”

 

O jovem puxou o dinheiro de sua carteira, era tudo o que tinha e ofereceu à mulher, mas ela apenas maneou a cabeça em negação, cruzando os braços. “Você vai precisar desse dinheiro, pode ficar com ele.”

 

Yoongi não entendeu direito aquilo, mas deu de ombros, guardando a quantia no bolso da calça. “Valeu!”

“Tenha um bom dia, Yoongi! Ah, e pode falar para ele entrar!”

 

Dando as costas para a cigana, o jovem saiu enfim daquela tenda. Entretanto, quase teve um ataque quando viu que ninguém mais ninguém menos que Jungkook estava parado logo em sua frente, esperando para também falar com a mulher.

“Droga.” Murmurou baixo, encontrando o olhar de seu amigo sobre si.

 

“Que infernos você está fazendo aqui?!” 

 


Notas Finais


Talvez eu lance mais um cap ainda hoje. ♥
Obrigado por lerem!

See ya.
Nick.


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