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História Call Me - Between live and exist


Escrita por: SnowPink

Notas do Autor


Achei ser necessário fazer algo mais formal aqui sobre isso, pois acho que certas coisas devem ser explicadas. Primeiramente eu gostaria de esclarecer algumas coisas sobre minha nova fanfic, ela é inteiramente inspirada em Sabita Yuro Demo Koi Wa Sasayaku. Não sei se isso soa como os devidos créditos que a obra merece, mas achei ser importante mencionar.
Este manga é um dos meus favoritos, simplesmente porque não romantiza o relacionamento abusivo. Na fanfic há vários trechos em que é exposto como o relacionamento do Luhan e do Minseok não é saudável e é desgastante tanto emocionalmente quanto fisicamente para ambos. Luhan tem problemas “mentais” e eu tentarei abordar isso mais tarde. Para escrevê-la também usei alguns depoimentos de mulheres que sofreram em relacionamentos abusivos, também achei ser importante mencionar isto.
Meu principal objetivo nela é não fazer parecer que o Luhan é a escolha certa, mas também não usar o Suho como um “príncipe encantado” que ira livrar o Minseok de seus problemas. Minha real intensão é mostrar como alguém em uma situação assim se sente e como esta pessoa tem de amadurecer para poder escolher o que é melhor para esta e deixar de depender do outro, ir em busca daquilo que a fará feliz e que será saudável para ela.
Então já aviso de antemão Xiuho é End Game!

Capítulo 1 - Between live and exist


 

“Conhecemo-nos no ensino fundamental, pouco depois da formatura passamos a morar juntos, após alguns meses pude perceber a mudança em Luhan, o brilho em seus olhos havia se apagado, era mais frio e passou a me bater, mas desde que seja ele para mim não é doloroso. afinal eu o amo”.

 

❆✆❆

Sentia suas lagrimas escorrerem e molharem suas bochechas fartas, o pequeno rapaz de madeixas rubras tentava inutilmente estancar seu sangramento nasal.  Luhan havia o quebrado novamente. Embora já estivesse acostumado com as mudanças repentinas de humor de seu namorado, Minseok não deixava de assustar-se com estas.

Talvez devesse acostumar-se que Luhan já não era mais o mesmo, porque nem ele próprio era. Mas com os anos passou a sentir-se vazio, aquilo que tinham não o preenchia mais apenas o fazia sentir-se desgastado. Perguntava-se se ainda havia conserto para o que tinham, achava ter, pois por mais egoísta que soasse Minseok tinha medo de ficar só. Não havia escolhido depender tanto de Luhan e o que mais o machucava era saber que este se sentia do mesmo jeito. Não sabia se poderia curar aquilo que já havia morrido, mas iria tentar em seu máximo, pois tinha fé em si e em seu amor pelo outro. Então talvez isto que chamavam de relacionamento funcionasse até o final. Porque Minseok não se importava de fingir um pouco que tudo estava bem para poder ficar ao lado daquele que ama, mesmo que isso possa o matar aos poucos por dentro.

Você me machucou Lu... –Diz o pobre rapaz mantendo um sorriso acolhedor em seus tão delicados lábios. Não conseguia achar motivos para tais ações, mas sabia que havia feito algo de errado para provocá-las.

E você acha que não merece? Estou me matando de tanto trabalhar e você esta sempre tão despreocupado, não sabe o quanto isto me deixa puto... –Este lançava lhe seu típico olhar de desgosto massageando suas têmporas na tentativa de evitar que batesse no menor novamente, sentia-se esgotado, não sabia ao certo o porquê de estar tão irritado apenas sabia que se continuasse ali o machucaria novamente, e para a felicidade de Minseok em Luhan ainda restavam pingos de sanidade.

O jovem Kim acomodou-se então em seu sofá velho de couro, para enfim o olhar melhor, enquanto limpava o rastro de sangue de seu nariz de modo desajeitado.

Penso que deveria largar seu emprego, se não esta contente trabalhando neste deveria larga-lo então... –Um breve riso ecoa pela humilde sala, o mais velho encontrava-se encolhido em seu sofá, como se estivesse se esconde deste. Estava esperando por mais hematomas, chutes ou qualquer coisa que este pudesse fazer para feri-lo, mas nada veio, o homem apenas lhe sorriu debochado enquanto acendia o seu decimo cigarro do dia. 

Você é burro Minseok? Se eu largasse meu emprego morreríamos de fome. Antes de falar qualquer besteira pense bem e então cale sua boca. –Tudo que o menor fez fora murmurar um “desculpe” quase inaudível enquanto encolhia-se mais em seu sofá podendo ver o maior ir em direção ao quarto do qual os dois compartilhavam. 

Não o culpava por lhe tratar de tal maneira, pois simplesmente não se importava com o que este fazia com seu corpo, já estava tão fundo naquilo que achava ser amar que pouco se importava com o que lhe aconteceria. Estava satisfeito apenas em saber que este o amava.

Logo que começaram a namorar, Luhan havia se mostrado alguém possessivo e com o passar do tempo este fato apenas aumentou, mas aquilo não incomodava Minseok em nada, pois este via em seus atos conturbados uma forma de demostrar carinho e afeto. Sentia-se especial ao receber toda aquela atenção do mais novo, ninguém fora seus pais importavam-se tanto com ele quanto Luhan fazia. Ninguém...

Lu-ge chamaram-me para cobrir o turno de um dos garçons que acabou por ficar doente, tentarei voltar o mais cedo possível para casa, eu prometo. –Estava próximo a ele, podia sentir sua respiração um tanto falha e descompassada, esta que batia contra sua face o causando arrepios. Luhan o olhava com uma expressão ilegível. O mais novo havia ficado bravo consigo?  Não conseguia o compreender, não conseguia compreender o porquê de suas palavras o deixarem daquele modo, via o quanto este se esforçava em seu trabalho para pagar suas contas, sabia o quanto o homem cansava-se e Minseok sentia que o mínimo que poderia fazer seria o ajudar trabalhando em dobro assim como este fazia.

O chinês estava parado em sua frente o observando quieto, sentia os dígitos de seu namorado afagarem suas madeixas para então as puxar com força deixando o pequeno homem a sua frente desnorteado. Em poucos segundos já esta o prensado contra a parede fria do cômodo. Gemeu de dor ao ter suas costas pressionadas ao cimento gélido.

O mais novo ignorava seus inúmeros protestos, suas mãos percorriam de forma intima o abdômen deste que tentava de maneira quase inútil o dizer que se fizessem aquilo acabaria atrasando-se para o trabalho. Luhan pouco se importava com aquilo, já havia muitos problemas em sua cabeça e, irritava-se com o fato de que Minseok sempre pronto para lhe causar mais. Não entendia o porquê do outro sempre o negar as coisas, eram um “casal” no final das contas, enquanto o menor simplesmente não entendia o porquê d’seu namorado ser tão agressivo consigo, mas sabia que havia motivo, afinal a seu ver Luhan nunca o faria mal sem ter ao menos um motivo.

Os leves toques sobre a tez pálida o faziam suspirar, os lábios que agora a manchavam em tons escuros sussurravam palavras quentes e pecaminosas. As mãos que seguravam a cintura delgada do jovem coreano expressavam possessividade em seus toques, que usavam de certa força e, que provavelmente deixariam marcas para ver-se no dia seguinte. Gemidos baixos e sussurros teimavam em sair de sua boca que até então tentava manter-se fechada em protesto, mesmo sabendo ser inútil. Porque em poucos minutos já estaria rendendo-se a gemer o nome de seu amado.

Já esta tarde, irei te lavar de carro...

 

❆✆❆

 

O pequeno restaurante onde Minseok trabalhava encontrava-se em uma das ruas movimentas da grande Seul, este que pretencia a Kim Jaehwa, uma jovem senhora que junto de seu marido dirigia o pequeno comercio. Jaehwa e seu marido comportavam-se como se fossem os pais de Minseok, tratavam de apoiar o jovem Kim em tudo, principalmente quando o assunto era o jovem chinês, Luhan.

Seus turnos normalmente eram calmos, Minseok apenas tinha de servir as mesas e as limpar, algo que não demorava mais do que alguns minutos.

Ainda estão abertos? –Minseok observava a jovem moça entrar, seus cabelos eram curtos, na altura do ombro. Madeixas tingidas em um loiro claro. A garota entrou assim que a senhora Kim a confirmou que o estabelecimento estava de fato aberto. Ela estava acompanhada de mais dois garotos e um deste era estranhamente familiar para o garoto de fios acobreados.

Minseok – Uma voz baixa ecoa pelo pequeno restaurante, os olhos do ruivo procuram por aquele que estava o chamando, um sorriso largo estampou-se no rosto deste ao ver de quem se tratava. Kim Junmyeon. Logo percebeu ser o mesmo Junmyeon que sentava nas primeiras fileiras de sua classe, aquele que possuía o sorriso mais belo que Minseok já havia visto e quem Minseok considerava ser seu primeiro amor. Mas aquilo já fazia anos...

 Ambos passaram alguns minutos esclarecendo a todos como já se conheciam. De certa forma agora o Kim mais velho sentia-se confuso, enquanto andava em direção a mesa em que este se sentava junto de seus amigos, pensava nas milhares de perguntas que gostaria de fazer ao mais novo, embora soubesse que para muitas destas não havia resposta.

Tinha o intuito de servi-los, mas pegava-se observando Junmyeon, a maneira como os lábios deste moviam-se a cada vez que este pronuncia algo, pode concluir que de fato o jovem ex-presidente do grêmio não havia mudado em nada.

Seu copo esta vazio quer algo Junmyeon? – Minseok perguntou contendo-se para não rir da jovem loira que agora se encontrava bêbada, mesmo tendo bebido apenas dois copos de cerveja.

Junmyeon apenas o olhou e de maneira educada pediu que este o trouxesse um pouco de água, o ruivo apenas riu enquanto balançava a cabeça de forma negativa.

Você sabe nos disponibilizamos o refil de suco, então não precisa conter-se. –O ombro do mais novo fora acertado por um soco fraco, um riso baixo escapava dos lábios finos e rosados de Minseok, este mal sabia o quanto suas simples ações afetavam ao mais novo.

Já faz tanto tempo... –Junmyeon parecia um tanto melancólico ao pronunciar suas palavras que saiam com certo receio. – Depois que nós formamos eu não recebi nenhuma mensagem sua então... Bom...  Eu...

Eu sinto muito, acabei por perder meu celular, junto com todos os números, eu sinto muito, mas ninguém tinha seu contato por isso não deu para avisa. – Sentia-se um tanto culpado, porque por mais que não admitisse era sua culpa, sua falta de interesse neste causou o afastamento deles. E agora se sentia mal por não ter mantido contato com o mais jovem.

Fora uma surpresa para ambos encontrarem-se após tantos anos, Minseok sabia o quanto havia machucado Junmyeon e isto nunca foi sua intenção, não queria que este se se machuca, mas naquela época era tão egoísta, tinha medo de ficar sozinho e por este medo bobo acabou por deixa-lo sem dar ao menos noticias, inventando mentiras tolas para encobrir seu caráter falho.

Tudo que achou precisar era de um pouco de tempo, mas acabou por levar anos, e mesmo assim pareceu não ser o suficiente...

 

❆✆❆

 

Fitava suas coisas sem muito interesse, porque por algum motivo não tinha mais tanta vontade de voltar para casa, sentia-se tão cansado, apenas queria aproveitar da leve brisa que entrava pela pequena janela dos fundos e não pensar em nada, pois Minseok tinha medo de pensar e tomar decisões erradas.  Saiu um tanto distraído do restaurante, não sabia ao certo que horas eram, mas implorava a todos os deuses existentes que ainda fosse cedo, pois tudo que menos queria agora era aborrecer Luhan.

A leve brisa o acompanhava o deixando ainda mais avulso a tudo a sua volto, só foi desperto de seus devaneios pela cena a sua frente.

Kim Junmyeon tragando um de seus cigarros enquanto parecia estar esperando alguém, pois não parava de olhar para seu relógio. Perguntava-se quando este havia começado a fumar.

Acho que está um pouco atrasado, seus amigos já foram porque ainda está aqui? –Não queria ter soado tão rude quanto foi, perceberá as bochechas deste corarem, como este fazia quando ainda estudavam juntos e, então uma sensação gostosa de nostalgia o preencheu e por alguns segundo sentiu-se aquecido.

Já faz tanto tempo que não nos vemos que eu pensei que... Minseok eu... – Junmyeon continuava a tentar pronunciar as palavras enquanto de maneira falha escondia seu nervosismo, repreendendo-se mentalmente pelo modo como ficava na presença do mais velho.

Se não estiver muito tarde o que acha de dar uma volta comigo?

 

Haviam andado por cerca de vinte minutos até chegarem a uma pracinha, esta que se encontrava mal iluminada e decerta. Minseok encostou-se a um dos balanços enquanto conversavam sobre coisas fúteis e irrelevantes, mas que faziam ambos sentirem-se bem.  A conversa toda penas levou o mais velho a crer aquilo que ele mesmo já sabia que Kim Junmyeon continuava o mesmo e que seu gosto musical continuava péssimo.

E que fizeram Junmyeon acreditar que ainda sentia, mesmo que fossem apenas uma simples faísca, os mesmos sentimentos que sentiu quando ainda estava na escola. Ainda queria mantê-lo em seus braços para protegê-lo e mantê-lo seguro. Conseguia perceber as leves marcas que este carregava consigo em seu corpo e isto o entristecia, queria mantê-lo por perto até que este pudesse enfim respirar por conta própria, mas acima de tudo gostaria de tê-lo para si novamente.

Então... Vemo-nos por ai Suho...  – Minseok sentia-se incerto se deveria ou não dizer aquilo, mas ao ver o sorriso que se estampou nos lábios finos do mais jovem pode ter a certeza de que havia dito o certo. E então antes que pudesse sair dali sentiu seu pulso ser agarrado, encarava o moreno procurando por uma resposta para sua atitude, suas bochechas estavam tingidas em um tom de rubro enquanto este fitava os olhos de Minseok tentando achar neste a coragem que precisava para então pergunta-lo.

Minseok, você poderia me dar seu numero?


Notas Finais


Ficou um pouco pequeno e eu vou tentar arrumar isto nos próximos capítulos. Espero que tenham gostado ;3


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