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História Caminho para casa - Único


Escrita por: beeyorklund

Notas do Autor


a capa é fanart q achei no tãmbler

boa leitura meuzamigo

Capítulo 1 - Único


Todo dia depois do trabalho, Mob ia para casa acompanhado de Teruki. No início ele ficava desconfortável com isso — por que Hanazawa o esperava todo dia quando ele provavelmente tinha algo melhor para fazer? Ainda mais depois de ter sua escola destruída e sua cabeça raspada por Mob —, mas com o tempo o conforto que a presença dele trazia era maior do que qualquer insegurança. Teru rodeava um braço em torno do ombro de Shigeo e seguiam para casa. Às vezes conversavam, outras o caminho era preenchido pelo barulho dos carros e da vida em volta, o que também era estranhamente confortante.

  Aquela caminhada havia se tornado uma parte do dia que Shigeo esperava ansiosamente. Estar voltando de algum serviço ou saindo da Exorcismo e Afins e ver Teruki era sempre como se ele estivesse ali pela primeira vez. Por mais egoísta que pudesse parecer, ele passou a gostar tanto daquilo. Era tão legal que alguém estivesse esperando-o. Era o momento que ele mais gostava do dia. Porque mesmo que estivesse se sentindo vazio como uma casca seca, Teru o recebia com um sorriso caloroso, capaz de derreter até as emoções mais angustiantes trazidas pelo mais maldito dia. E então ele se sentia novo e não havia sensação melhor no mundo.

  E quando ele se percebeu contando as horas para aquele momento, pensando em como Teru expulsava o céu nublado de seu âmago, substituindo-o por um arco-íris repleto de possibilidades, quando ele sentiu arrepios com o braço de Teru ao redor de seu ombro, quando ele amava mais do que poderia dizer conversar sobre aquelas banalidades ou apreciar plenamente aquele silêncio confortante, sentiu medo e não conseguiu pensar em outra coisa. Sua mente agora era uma bagunça, porque era uma mente cheia de Teruki.

  Já em casa, após mais uma caminhada dos dois, hábito que acontecia há algum tempo, se deitou e ficou pesando na conversa que teve com Teruki mais cedo. Ele perguntou o porquê de Mob continuar treinando todo dia apesar de claramente não ter aptidão na área, nem parecer ser muito a cara dele.  "Ah, eu preciso ser popular para ser notado pela Tsubomi, e... Eu não vou conseguir ser popular do jeito que eu sou, sabe? Eu sou invisível e isso é um modo de mudar isso", respondeu com seu tom calmo. Ele se lembrava com exatidão do olhar doce de Teru e de seus lábios se movendo quando disse "você nunca será invisível para mim, Shigeo. O jeito que você é fez com que eu me tornasse uma pessoa melhor... e me faz uma pessoa feliz", finalizando sua frase com um sorriso tímido e sincero.

E em meio àquele fluxo interminável de pensamentos confusos, em meio a toda aquela bagunça, em meio àquele suor que estava encharcando suas roupas e seu travesseiro, fechou os olhos e se forçou a parar de pensar. Se continuasse, acabaria enlouquecendo. Estava quase desmaiando de sono, então simplesmente decidiu se concentrar em Tsubomi, se agarrar ao sentimento que ela lhe causava; entretanto, diferente do usual, seu coração foi preenchido por ternura, em vez de frustração. Respirou aliviado, em vez de encolher seus ombros e encarar o teto. No fundo, ele sabia que na verdade havia se concentrado em Teru e no arco-íris que o garoto o fazia sentir; Mob não estava tentando alcançar o Sol — o tinha ao seu lado agora.

      Era realmente irônico: no final de todos os dias Shigeo jurava que estava voltando para casa, quando, na verdade, sua casa já estava ali, com o braço rodeado em seu ombro.

 


Notas Finais




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