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História Caminhos Cruzados - Displicência à um Futuro Compartilhado


Escrita por: secretlove31

Capítulo 24 - Displicência à um Futuro Compartilhado


Fanfic / Fanfiction Caminhos Cruzados - Displicência à um Futuro Compartilhado

Lauren POV

Eu estava boquiaberta com a cena que meus olhos presenciaram minutos atrás. Camila, comumente, tem esse efeito sobre mim. Vim a sua procura no intuito de desvendar a verdade com base em meu encanto pessoal e, triste fim de Lauren Jauregui, ela havia virado o jogo. Camila me domava com um simples sorriso, e seu piscar de olhos era fatal. Eu estava perdida!

Permaneci encostada em seu armário, estava em fase de estabilização. Minha respiração tornava-se cada vez mais acelerada e meus músculos contraídos. Estava no auge da excitação e aparentava estar nervosa e suada. Por Deus! Eu estava mesmo.

Estava desconfortável, e mesmo assim desencostei-me do armário de Camila e comecei a caminhar em direção ao refeitório, encontrando algumas pessoas durante o percurso. Meu olhar era vago, e eu não conseguia tirar Camila da cabeça um segundo sequer.

- O que foi que você fez comigo, garota? – Perguntei a mim mesma.

Ao adentrar o refeitório, o mesmo estava repleto, até mesmo algumas poucas pessoas esperavam na fila, uma delas era Camila. Permaneceu alguns segundos distraída, olhando as unhas, as pessoas, a si mesma. Adorava vê-la, tão simples e tão cheia de significados para mim. Camila parece ler meus pensamentos, sabe o que estou sentindo, o que quero naquele momento.

Ela me olhou e manteve na face um sorriso, cheio de fases e, em todas elas eu me encaixava. Seu sorriso, o mais belo, mais perfeito, o mais lindo que vi. É como uma estrela brilhando bem forte em um céu chuvoso. Em dias tristes parece uma poção mágica de alegria. Eu a amava mais que o normal quando via seu sorriso.

- Pelo amor de Deus, dente de castor, já mandei disfarçar esse olhar. – Resmungou a voz de Vero, que carregava sua bandeja entre as mãos.

- Estou disfarçando!

- Imagina se não estivesse. – Debochou, fazendo-me revirar os olhos.

Em um rompante, começamos a nos direcionar até nossa mesa. Onde já se encontrava todo nosso grupo, menos minha irmã, que permanecia na fila, na companhia de Keana. Ela havia se afastado completamente do grupo, e eu não sabia a razão disso. Eu sentia sua falta, Keana era uma ótima amiga e me fazia sorrir. Mas algo em minha cabeça, semelhante a um flash, dava-me alguns detalhes sobre o que acontecera. Sentei-me na cadeira em frente a Normani, que estava abraçada a Dinah.

- Aconteceu alguma coisa, Lauren? – Perguntou Louis, que se sentava ao lado de Harry. Olhei-o confusa.

- Como?

- Está com uma expressão facial diferente.

- Ah... Não é nada. Apenas... Apenas não entendo porque Keana se afastou de nós.

- Para mim parece óbvio. – Iniciou Lucy.

- O que “parece óbvio”? – Perguntou Camila, que chegou e se sentou em uma das cadeiras vagas, bem ao meu lado.

- Lauren nos perguntou a razão de Keana não se sentar mais conosco. – Respondeu Normani.

- Se isso tivesse acontecido depois do murro que você deu, saberíamos a resposta. – Disse Ally. Olhei-a com os cenhos fresados, com espanto.

- Como é? Do que está falando?

- Camila deu um soco em Keana por sua causa. Não se lembra?

- Não. Mas o que tenho a ver com isso?

- Keana estava bêbada e tentou te agarrar, você estava pior ainda. A Camila viu o que estava acontecendo e tudo o que fez foi tirar a Issartel violentamente de cima de você e socou a cara dela... – Explicou Lucy sorrindo com cumplicidade. – Foi hilário, você deveria ter visto.

- Podemos mudar de assunto? – Perguntou Camila olhando fixamente para sua comida. Eu ainda não acreditava que uma moça tão delicada quanto ela, provaria que também sabia se defender quando preciso.

- Estou surpresa! Quais são seus outros atributos que ainda não sei, Camz?

- Camila, estamos comendo, então por favor, não responda essa pergunta. – Disparou Vero, fazendo todos acharem graça. Apenas revirei os olhos, respirando fundo.

- Vá para o inferno, Vero! – Camila rebateu.

- Que boquinha suja, Cabello.

Todos riram novamente. Não eram raros os momentos que passávamos assim, mas comumente se tornava indispensável temer que um dia nos afastássemos. Mas, se formos amigos de verdade, a amizade nos reaproximará em outros verões.

Avancei meus olhos pelo imenso salão do refeitório, e infelizmente a primeira pessoa que avistei foi Shawn, sentado com seus amigos, agora sem Troy e Louis. Algo em suas feições poderiam causar medo, e imediatamente converti os sentimentos em ódio. Me lembrei de quando Camila falou-me que ele a agarrara a força e a beijara. Eu queria internamente, avançar pelo salão e arrancar sua postura confiante.

Ele mantinha um sorriso cínico no rosto, como se de alguma maneira soubesse o que eu pensava e sentia e achasse hilário as condições em que me encontrava. Sendo clara, meu ciúmes Shawn parecia decifrar completamente. Nossa rivalidade era notória, e constantemente demonstrávamos ódio.

- Lolo? – Soou a voz doce e melodiosa de Camila ao meu ouvido.

Desviei minha atenção de Shawn para ela. Ela estava ainda mais linda que minutos atrás, quando me seduziu a contragosto. Encarei a vida no fundo dos olhos que eu quero amar... Havia mais perigo neles do que em vinte espadas. Minhas juras de eterno amor estavam nos olhos que faziam as estrelas parecerem não ter brilho.

- O que foi? – Perguntou confusa.

- Você é linda! – Respondi hipnotizada. E surpreendendo-me, observei sua pele enrubescer.

Nesse momento, nada mais existia para mim, nada além dela no mundo. Segurei seu rosto delicadamente entre as mãos, sentindo a maciez da pele morena. Sabia que meus amigos estavam ali, provavelmente algumas pessoas presentes no refeitório também prestavam atenção a nossa interação, mas pouco me importava. Eu almejava beija-la novamente.

Lentamente meu coração acelerou, predeterminando o que aconteceria a seguir. Aos poucos os olhos castanhos iam se fechando, em conjunto com o meu. Podia sentir seu hálito contra minha boca, que levemente encostava-se à minha. Até sentir Camila se afastar abruptamente, estranhei tamanha atitude e internamente lamentei.

Quando abri meus olhos, sua roupa de cheerleader estava completamente molhada e sua cara era de indignação e ira. Levei meu olhar na mesma direção do seu, e para minha completa surpresa, Keana estava parada bem ao lado, com um copo vazio na mão.

- Você enlouqueceu, garota? – Camila gritou, colocando-se em pé segundos depois.

- Perdão, foi sem querer.

- Está soltando as garras, Keana? Até que você demorou.

- Camz, calma. – Pedi pondo-me ao seu lado. – Vem, eu te ajudo a limpar a blusa.

Camila respirou fundo algumas vezes antes de aceitar minha mão estendida em sua direção. E antes de puxa-la na direção do toalete, lancei um olhar repulsor para Keana.

Camila andou apressada, passando por cima de todos que estivessem em seu caminho. Sua postura era uma da qual jamais vira, ela sentia ódio nesse momento. E quando vi, já estávamos em frente ao banheiro.

- Camz, eu não posso entrar aqui, é o banheiro feminino.

- Você é mulher! – Disse óbvia, revirando os olhos e abrindo as portas com força, não tive outra opção a não ser segui-la.

- Mas apesar disso, eu tenho um pênis.

- Isso não diminui quem você é.

Direcionou-se até a pia e retirou a pequena blusa azul turquesa, dando vista ao seu sutiã da mesma cor. Deus! Era a segunda vez que a via desse jeito, e confesso que foi ainda mais dilacerador que a anterior, as póstumas também seriam. Camila estava furiosa, e era necessário ressaltar que nesse estado ficava ainda mais fatal.

- Não está saindo. – Disse esfregando com cada vez mais força em baixo da água.

- Quer ajuda?

- Não. Não vai adiantar. Terei que ir pegar outra no meu dormitório. – Deixou a blusa na pia e se direcionou enfurecida até a porta, passando por mim.

- Você vai sair daqui assim? Camila, tem um refeitório cheio por trás dessa porta. Não pode aparecer assim.

- E qual o problema? – Olhei-a indignada.

- Os garotos vão ficar olhando para você.

- E daí? Eles já me olham naturalmente, não vai fazer diferença.

- Você não sai daqui desse jeito!

- Como é? Você não manda em mim! – Afirmou raivosa, andando até a saída a passos largos. Andei até porta, assim que ela ameaçou abrir, pondo-me a sua frente.

- Camila, você está de sutiã, pelo menos vista a roupa novamente.

- Lauren, uma garota de sutiã é o mesmo que uma mulher desfilando de biquíni na praia. Além do mais, a blusa está inteiramente molhada, se eu vestir colará ao meu corpo. De qualquer maneira todos irão saber a cor do meu sutiã, portanto, me deixe passar.

- Daqui você não sai!

- Lauren! – Reclama cruzando os braços.

- Camila!

- Lauren, a blusa não virá até aqui sozinha, alguém precisa ir buscar.

- Não vejo problema nisso, eu vou.

- Você não sabe onde está, além do mais, não pode entrar no dormitório das meninas.

- Então ficaremos aqui o dia todo, sou bem paciente. – Encostei-me na porta, ouvindo-a bufar impetuosamente.

- Qual o problema deles me verem assim? Por acaso está com ciúmes?

- Não. – Disse com dificuldade. Ela me olhava intensamente e isso me desconcentrava.

- Então me deixe sair.

- Certo. – Ela sorriu abertamente. – Mas... com uma condição.

- O que você quer, chantagista?

- Eu vou com você.

- Tudo bem, não vejo problema.

 

Camila POV

Após muito insistir, Lauren finalmente abriu a porta para mim. Suas feições claramente não eram das melhores, mas confesso que estava adorável. Andávamos as pressas de volta ao refeitório, forçando a andar mais do que o natural, conseguia sentir minhas panturrilhas doendo. Podia ver cada olhar direcionado a mim, inclusive de nossos amigos.

Em um instante quase imperceptível, Lauren abraçou minha cintura com sobre-força e olhava com ira a todos. Decerto que eu ansiava que tal sentimento fosse de despeito amoroso, ciúme significaria que nutria algo por mim. Ela me obrigada a vestir novamente a blusa, e apesar de meus protestos, não obtive sucesso.

Quando cruzados os corredores da ala feminina, ela finalmente me soltou, podia sentir minha cintura latejar de dor. Passou em minha frente, a brindo a porta do meu dormitório e jogando-se em minha aconchegante cama.

- Que liberdade é essa, Jauregui?

- Não seja chata, Camz.

Apenas revirei os olhos e me direcionei para frente ao espelho de bronze exclusivamente decorado com design moderno e inovador. Tinha estrutura em MDF (Médium Density Fiberboard). Largura de cento e trinta centímetros, com cento e noventa de altura e três centímetros de espessura. Retirei a blusa molhada, a jogando em qualquer lugar do quarto.

- Vai tirar a roupa na minha frente?

- Se não quiser ver, basta se virar. – Observei sua reação, ela demonstrou surpresa, mas manteve o olhar em meu corpo. Sua ação seguinte foi sentar-se recostada na cabeceira. Olhei-a incrédula. – Pode se virar, por favor?

- Mas você disse que eu podia olhar.

- Porque eu achei que você seria uma dama e iria me dar a privacidade que tanto necessito. Agora de vire e não olhe para trás.

A muito custo, ela bufou e deitou-se na cama novamente, de costas para mim. As vezes ela agia como uma criança. Possuía postura de mulher, mas comumente aparentava não ter a idade que tem. Desci a saia, ficando apenas de peças intimas. Andei até o armário no extremo direito do quarto, próximo a porta e retirei meu uniforme reserva. Olhei para a cama novamente, Lauren agora observava o chão, com seus lindos olhos verdes suplicantes, combinados com suas sobrancelhas fresadas e um pequeno resquício de riso nos lábios.

- No que tanto pensa? – Recostei-me no espelho, observando-a sorrir.

- Me veio uma coisa a mente... Lembra quando fui à sua casa para que fossemos ao shopping comprar nossa fantasia?

- Claro. Como poderia me esquecer? A garota da The House Of Costumes quase engoliu você com os olhos.

- Lembra que pedi permissão para sua mãe para que me permitisse sair com você, te levasse para assistir um filme e depois almoçaríamos?

- Onde está querendo chegar? – Perguntei confusa, cruzando os braços. Lauren suspirou e sentou-se novamente na cama, apoiando os pés no chão, com um sorriso de lado.

- A proposta era que fossemos nos divertir assistindo e depois comendo, mas ao invés disso, você me fez carregar todas as suas compras e depois ficamos presas no elevador.

- E...?

- “E...” que você ainda me deve um encontro, e eu vou cobrar.

- Este é o seu jeito de dizer que quer sair comigo? - Lauren me olhou tímida.

- Talvez.

- Eu iria adorar. - Eu sorri. - Olha, porque não vamos para a sala?  Daqui a pouco o sinal irá tocar. Depois falamos sobre isso.

 

Lauren POV

As aulas seguiram como o ordenado, começando pelas incríveis aulas de literatura da senhora Lovato até chegarmos no último período, comumente chamado de insuportável. As preleções da senhorita Gomez eram realmente intoleráveis. Hoje seu humor estava pior que ontem, que respectivamente estava pior que anteontem. Eu pretendia, ou pelo menos tentava compreender como e porque seu temperamento era tão genioso. Era praticamente impossível uma pessoa passar todos os dias com um melancolia tão intensa.

Era tão diferente das aulas de Demi, que sempre são dinâmicas e hilárias. Já havia ouvido por terceiros sobre o noivado rompido de Demi e Selena, e sinceramente, não conseguia entender como a senhora Lovato, com todo seu humor, a suportou a ponto de pedi-la em casamento.

A aula estava incompreensivelmente difícil, e Vero, que estava ao meu lado estava quase desmaiando de tanto sono, sua cabeça pendia sobre a mão esquerda, com os olhos ligeiramente fechados. Na realidade, apenas Ally e Dinah estavam entendendo e resolvendo os exercícios propostos.

- Usando a equação do efeito Doppler para a luz (Dedutível na Teoria da Relatividade Restrita), Hubble mediu os valores V das velocidades relativas de afastamento entre diversas galáxias e a Terra. Tomando como base o brilho dessas galáxias, estimou a distância D entre ela e nosso planeta. Analisando os resultados experimentais, verificou que V e D são proporcionais. Assim, quanto mais afastadas da Terra estão as galáxias, mais velozes elas são em relação a nós. A expressão V = Hd traduz a Lei de Hubble. Nessa expressão, H é uma constante que recebeu o nome de Constante de Hubble. O valor mais recente obtido para H é: H0 = 71 km/s/Mpc.

Quanto mais ela explicava, menos eu entendia. Sinceramente, não preciso saber a velocidade de afastamento de uma galáxia em relação à Via Láctea.

Enquanto a professora falava, mais constante se tornava o ressonar de Vero. Por um instante observei sua cabeça desprender-se da mão e ir de encontro a banca, causando um barulho ensurdecedor. Sendo esse o motivo da maior risada que dei em toda minha vida.

- Senhorita Jauregui, qual o motivo dessa algazarra? – Perguntou a professora Gomez, com ar sério. Aos poucos, quase instantaneamente, cessei o riso, olhando-a sem saber o que lhe responder. – Vou perguntar novamente: Qual o motivo da risada, Jauregui?

Rugiu. Eu podia sentir que nesse exato instante iria parar na diretoria e seria transferida para um colégio militar na Inglaterra assim que meu pai tomasse conhecimento de que, mais uma vez, fui chamada por indisciplina. Até que, por motivos de algum milagre divino, o sinal tocou tempos depois. Selena revirou os olhos, pegou seu material e saiu da sala sem olhar para trás. Eu havia escapado!

- Essa foi por pouco, Lauren. – Ouvi a voz de Dinah perto de mim. Suspirei aliviada, observando os alunos saírem da sala. Olhei para Vero, que massageava a testa com a mão.

- Que coisa feia rir da desgraça dos outros.

- Desculpa, Vero, mas foi hilário. – Ri, sendo acompanhada por Dinah e o resto dos meus amigos que se aproximaram da carteira. Sendo mais especifica: Lucy, Ally, Troy, Normani, Harry, Louis e Camila.

Arrumei meu material e levantei, saindo da sala. Andávamos todos lado a lado, no mesmo ritmo, pelos imensos corredores do internato. Algumas pessoas ainda estavam circulando ao redor. Eu ainda ria do incidente da sala, e era óbvio que Vero só faltava pular em cima de mim e me estrangular até eu atingir a morte por asfixia.

- Pare de rir, dente de castor, não teve graça.

- Foi engraçado, Vero.

- Há há há. Sabe o que seria mais engraçado? – Questionou-me após o riso forçado. Sua expressão era de cinismo. Permaneci em silêncio, a espera de sua própria resposta. – Se eu contasse para todo o internato sobre a sua dilacerante paixão por certa garota. O que acha dessa idéia?

- Seu blefe não funciona comigo, Vero. Você não faria isso com sua melhor amiga.

- Quer pôr a teoria em prática? – Permaneci calada, sua entonação era séria. Todos os nossos amigos estavam atentos. Camila olhava de mim para Vero, em confusão. – A Lauren é apaixonada pela C... – Pus minha mão contra sua boca, a fechando com fervor.

- Iglesias! – A repreendi com olhar flamejante. Nesse instante percebi que o grito de Vero foi suficiente para que todos estivessem nos olhando nesse momento.

 

Camila POV

Depois de Lauren capturar furiosamente Vero pelo braço e a arrancar corredor afora, possivelmente até seus concernentes dormitórios, Dinah despediu-se de Mani com um selinho e as acompanhou com pressa. Em instantes, o que era alegria, tornou-se silêncio. Minha cabeça estava a mil, e fiquei a um passo de descobrir por quem Lauren é apaixonada. De certo modo fiquei aliviada, sei que demonstraria uma infelicidade quase que palpável a partir do momento em que soubesse o nome da garota que tanto invejo.

- Isso foi... Estranho. – Disse Louis. Todos concordam. – Troy, você é amigo da Lauren. Não sabe a quem Vero se referia?

- Juro por Deus que não. Na verdade, somos amigos, mas nunca dividimos segredos. Talvez por minha amizade com Shawn, não sei.

- Você poderia tentar descobrir isso para a gente. – Sugeriu Ally, com um sorriso doce. Troy a olhou intensamente, correspondendo a altura.

- Prometo tentar, no entanto não vai ser tão fácil. Não sei se elas confiam plenamente em mim, mas verei o que consigo.

- Bom... Eu já vou indo. – Iniciou Louis com um sorriso. - Tchau pessoal. Tchau amor, nos vemos amanhã. – Tomlinson agarrou seu namorado pela nuca e o beijou intensamente. Era bastante visível o movimentar da língua deles bem a nossa frente.

- Ainda estamos aqui. – Protestei.

- Porque não vão para um quarto? Seria mais viável. – Completou Lucy. Louis encerrou o beijo com delicados selinhos e sorriu para Harry.

- Já estou indo. – Disse e foi embora.

- Eu também já vou. Adeus para vocês. Tchau... Ally.

- Tchau, Troy. – Disse colocando o cabelo para trás da orelha. Observei-o passar as mãos nervosamente pelo tecido da calca social do internato. Hesitante, ele beijou-lhe a bochecha e saiu correndo.

- Louis, espere, eu vou com você. – Ouvimos seu grito ao longe. Todas olhamos sugestivamente para Ally, que ainda mantinha seus olhos no Ogletree. Passou exatos um minuto, quando ela percebeu que todos nos a encarávamos.

- O que foi?

- Quer nos contar alguma coisa, Ally?

- Não. Porque a pergunta?

- Nada. Só achamos o Troy um pouco nervoso quando se despediram. Aconteceu alguma coisa entre vocês?

- Traduzindo de uma maneira mais direta: O que a bunduda quer perguntar é se vocês se beijaram. – Respondeu Lucy. Ally enrubesceu e abaixou a cabeça, brincando com as mãos.

- Desembucha, Hernandez. Agora não tem como esconder. – Disse Harry.

- Eu... Eu tenho que ir para o quarto, daqui a pouco o toque de recolher vai tocar e, vocês sabem como o inspetor é chato. Vou indo, depois nos falamos.

- Não vai a lugar nenhum até nos explicar com riqueza de detalhes o que foi que aconteceu.- Disse Mani, puxando-a pelo braço. – Vamos para meu dormitório, ainda temos duas horas antes do sinal tocar.

 

Normani POV

Andamos com pressa pelos imensos corredores do gigantesco internato, tendo o cuidado de olhar com atenção para caso algum professor ou, pior ainda, o diretor Cowell nos avistasse. O centro dos alunos estavam pelo pátio principal, mas ainda havia algumas poucas pessoas pelos corredores dos dormitórios, Alexa Ferrer e Kendall e Kyle Jenner eram exemplos disso. Elas frequentemente dialogavam sobre qualquer asunto considerado banal e ordinário.

Abri a porta e adentramos o dormitório. Convenceram Ally a sentar-se em uma das camas, a de Lucy foi a escolhida, e todos assentaram-se ao seu lado, olhando-a com expectativa.

- Fale de uma vez, Ally. – Disse Lucy destilando impaciência.

Camila, que era a única que, apesar de curiosa, subiu as escadas e desligou-se do assunto tratado. Era obvio que de tal ato surgiu uma indiscrição de saber no que tanto pensava. Levando isso em conta, saí sem movimentos bruscos e segui em sua direção.

Para minha surpresa e indisplicência, ela procurava algo sobre a mesa de forma desesperada. Até que suas mãos se encontraram com um velho caderno de anotações que recordo ser meu quando cursava meu primeiro ano nesta instituição. Com um sorriso no rosto, Camila pegou uma caneta e estava pronta para descer as escadas novamente, quando seus olhos voltaram-se para mim.

- O que está fazendo? – Pergunto.

- Me veio uma idéia maluca na cabeça, e de alguma maneira preciso coloca-la em pratica.

- Posso saber o que é?

- Quando Vero estava prestes a pronunciar o nome da pessoa por quem Lauren é apaixonada, a Jauregui a impediu.

- Sim, sei disso. – Respondi sem compreender o louvor do assunto.

- A Iglesias pronunciou algo com o som de “C” ou “K”, não sei direito.

- E...? Ainda não sei onde quer chegar.

- Com base nisso, vou anotar todos os nomes que se iniciem com “C” ou “K” desse internato.

- Mila, tem idéia de quantas pessoas começam com essa pronuncia? Centenas. Fora que ela pode ter se referido a um sobrenome, e não a um nome próprio. Pensou nisso?

- Tem razão. Anotarei os sobrenomes também. Brilhante idéia, Mani! – Sorriu para mim e passou direto, descendo as escadas novamente. A acompanhei até a porta.

- Aonde ela foi com tanta pressa? – Perguntou Harry, com olhar desconfiado.

- Disse ela que precisa resolver um assunto. Daqui a pouco voltará.

- Certo. Enfim... Ally, não nos esconda nada. O que realmente aconteceu?

- Nós nos beijamos. – Confessou. Abri a boca surpresa e sentei-me ao seu lado, desacreditada. – Na verdade, se enquadra mais em um selinho do que realmente um beijo.

- E como foi que aconteceu?

- Eu precisei ir para biblioteca e na volta, por acaso, nos encontramos na rua. Ele gentilmente me chamou para andar um pouco. Eu aceitei e começamos a conversar, e quando vi, já nos beijávamos.

- Mas você gostou? – Perguntei. Seu ato seguinte foi sorrir e assentir com a cabeça, onde começou a nos contar os detalhes do inicio ao fim, com riqueza de detalhes.

 

Lauren POV

Eu estava irada, e andava nervosamente pelo quarto. Dinah estava encostada no batente da porta, que permanecia fechada, de braços cruzados. Enquanto Vero, esparramou-se em sua aconchegante cama, fingindo que tudo estava em ordem.

- Dente de castor, por favor, não foi nada demais. – Disse com impaciência. Olhei-a com escárnio, parando de andar e me voltando em sua direção.

- “Não foi nada demais”? Irá agir como se fosse algo normal? E se Camila desconfiasse que falava dela?

- Jauregui, eu não disse nada...

- Porque eu a impedi. – Me defendi. – Vero, você não tinha o direito de contar algo tão pessoal só porque ri de você na sala.

- Pelo amor de Deus, Lauren... Porque não deixa de ser tão complicada e fala logo o que sente para Camila? Todos nós esperamos por isso há séculos. – Sentou-se na cama e recostou-se na cabeceira, olhando-me com esperança de abrir meus olhos para a realidade.

- Não posso... Não ainda. Tem muita coisa acontecendo e...

- Não invente desculpas. – Rugiu. – Pelo menos uma vez na sua vida pare de agir como uma covarde e enfrente todo mundo. – Levantou-se e parou em frente a mim. – Você a ama, e se não confessar o que sente vai acabar perdendo ela para si mesma, para seus medos.

- Acha que não é isso o que mais quero?  Enfrentar todos? – Pergunto retórica, bufando em seguida. – Você sabe que é, mas eu tenho medo. Medo dela não sentir o mesmo, medo de me machucar. Confessei meus sentimentos a meu irmão e você viu no que deu.

- Isso não tem a ver com Chris ou sua confissão a ele, tem a ver com Camila e você. E sei que já lhe disse isso, e vou repetir: Ela não vai lhe esperar a vida inteira, Lauren. Um dia ela vai cansar de nadar tanto e morrer na praia, e quando isso acontecer... Espero que se lembre das minhas palavras.

- O que quer que eu faça, Vero?

- Faça o que quiser, Jauregui. Mas tenha a cautela de não se arrepender depois. – Ficamos nos encarando, em ssilêncio processando tudo o que foi dito. Dinah se desencosta da porta e para no meio de nós.

- Tudo bem, vamos ser cautelosas... Lauren, você quer ter algo com a Camila, não é?

- Você sabe a resposta.

- Não foi isso que perguntei. Você quer algo? Algo sério?

- Lógico que sim.

- Ótimo. Mas está ciente que para isso terá que passar por cima do seu irmão, do Shawn e de qualquer pessoa que possa querer separa-las?

- Sim.

- E estaria disposta a enfrentar a todos por ela?

- Claro!

- Perfeito. Temos que ir com cautela. Primeiro de tudo, você tem que parar de ser ríspida com ela. Camila não merece indiferença e se você a tratar como a tratou semanas atrás, eu te mato. Segundo, vá com calma. Se jogar no colo dela a informação de que está apaixonada, ela vai surtar... Você tem duas opções, Lauren: Ou você luta por ela sem se importar com as consequências ou esquece ela de uma vez por todas. Qual das alternativas você escolhe?


Notas Finais


Eu sei que vocês, provavelmente, me odiaram pela demora, mas eu estava bastante ocupada. Então me perdoem!
Mas me digam o que estão achando.

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