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História Caminhos do Amor (Romance Lésbico) - O plano: parte 2


Escrita por: bcosta03

Notas do Autor


Hey Amybetes,

Estão preparadas??

Boa leitura :)

Capítulo 59 - O plano: parte 2


Fanfic / Fanfiction Caminhos do Amor (Romance Lésbico) - O plano: parte 2

POV NARRADOR

            Em uma boate badalada da Lapa, Milena adentrou nervosa. A escuta minúscula e transparente em seu ouvido direito, a micro câmera colada em um dos botões brancos de sua camisa social. O ambiente barulhento tinha duas faces. Uma oculta aos charlatões do crime e outra comum aos usuários padrões. A divisão, pouco conhecida, era adentrada através de um corredor atrás do palco principal, onde um homem negro e robusto de quase dois metros de altura, vestido com um terno preto e uma arma na cintura vigiava a enorme porta de ferro maciço. As pernas de Milena tremiam mais do que ela gostaria. O pensamento de que ela estaria presa em uma fortaleza e provavelmente seria facilmente morta se algo desse errado a atormentava. Era um risco alto, mas o filho Miguel valia qualquer esforço.

            Seria mais fácil apenas aceitar o dinheiro de Sônia e do desconhecido chefe, mas sua consciência a impedia de pegar o caminho fácil. Ela tinha uma dívida impagável com Isabel e um sentimento de culpa que a corroía por anos. Ela precisava fazer as coisas certas dessa vez. Amenizar um pouco da dor que ela causou com seus atos impensados. Ela queria que no futuro o filho tivesse orgulho dela e suas atitudes do passado não eram motivo de orgulho nem para ela mesma.

            O rosto da criança ecoava em sua mente, conforme ela cortava as pessoas que dançavam loucamente na boate, bebendo e dançando música eletrônica como se não houvesse amanhã. O endereço do encontro só fora enviado ao seu celular pela manhã. A única regra era que ela estivesse sozinha. Ela esteve com a Agente Rodriguez, Amy e Isabel e todas as outras envolvidas para definir o que fariam. Havia o risco de que ela pudesse ser apagada esta noite. Sua existência valiosa apenas para o filho varrida do universo como poeira. Agente Rodriguez foi direta, dizendo que o histórico de Osmar Ramirez por assassinato e as falcatruas que Sônia estava envolvida eram motivos suficientes para que ela temesse esse encontro. No entanto, ela não recuou. Em um momento em particular com Amy e Isabel, fez Amy prometer que ela morresse seu acordo seria cumprido. Amy e Isabel estavam desconfortáveis. Milena sabia que elas estavam receosas e pensaram até em desistir de tudo. No entanto, com a polícia envolvida não era possível mais voltar atrás. Elas teriam que ir até o fim. Milena iria até o fim por seu filho.

 

            “Milena, a partir de agora é com você. Nós precisamos ser seus olhos e seus ouvidos. Estaremos por perto. Boa Sorte”

 

A mulher ouviu o som da agente em seu ouvido e suspirou quando parou a poucos passos do assustador segurança. O homem alto e negro a encarou com olhos cortantes, analisando sua figura desconhecida como quem analisa um inseto. Ela o encarou altiva, não transparecendo o temor dentro de si. Pensou em seu menino mais uma vez antes de começar o plano.

- Quero entrar!

- Qual a senha? A voz grossa e forte do homem sobressaiu-se a qualquer barulho ao redor.

- Black weapon!

Ele a revistou, encarou uma última vez e abriu a porta de ferro rangido atrás dele.

“Estamos dentro. Bom trabalho Milena”

 

*Flash back on

 

            “Esteja no Clube Six, as 23h. Procure uma porta de ferro atrás do palco. Vá sozinha e não tente gracinhas. Senha: Black Weapons”

 

O celular de Milena apitou e ela o apresentou imediatamente a Agente Rodriguez. Isabel e Amy estavam perto da policial e leram a mensagem em silêncio. As mulheres se encararam enquanto Rodriguez ordenou que a agente de operações Thainá vasculhasse tudo sobre o local. Elas descobriram que a boate servia de fachada para um mundo clandestino. Não se sabia ao certo o que haveria atrás da porta citada, mas elas sabiam que estariam na fortaleza do inimigo.

- O que vamos fazer agora? Amy perguntou aflita. Isabel estava abraçada a cintura da namorada. Os olhos verdes dela fitavam Milena de vez em quando tentando decifrar o que a mulher estaria pensando.

- Bem isso muda tudo. Não haverá apenas eles lá mais muitas pessoas que são provavelmente criminosas ou de grande poder aquisitivo. Nós teremos que nos infiltrar e fechar a saída principal para o caso de tentarem levar Milena para fora dali. Milena será mais arriscado do que prevíamos e bem, você corre sérios riscos estando vulnerável em um local assim.

Amy e Isabel fitaram a mulher por um instante antes de trocarem uma espécie de olhar cúmplice. Milena soube o que elas estavam pensando. Ela conhecia Isabel e os dias de convivência a fizeram perceber o quanto Amy era uma mulher de fibra moral e justa. Ela sabia que elas pediriam para ela desistir e dariam o dinheiro para o tratamento do filho. Viu isso nos olhos das mulheres. Apesar de tudo que ela tinha feito elas pensavam na sua segurança e na do seu filho. Mas o fato é que Milena não aceitou o acordo apenas pelo filho. Ela queria se redimir ao menos um pouco. Queria poder dizer a si mesma que fez algo certo. Queria amenizar o peso em sua consciência. Então, não. Ela não desistiria.

- Agente Rodriguez, posso falar com Amy e Isabel a sós por um instante? As mulheres a encaram e a agente se afastou logo em seguida. Ela aproximou-se do casal rapidamente.

- Eu vou fazer.

- Milena é muito perigoso. Isso não é nenhuma vingança para nós. Vamos deixar isso com a polícia e ficar de fora. Isabel ponderou.

- Eu vou fazer Isabel.

- Se for pelo Miguel minha palavra está de pé. Você cumpriu a sua já que está aqui. Viaje com ele e eu pago tudo, mas não quero ninguém machucado nisso. Nem mesmo você. Amy ponderou com a voz calma e Milena internamente sorriu. A consolava saber que Isabel estava com alguém como a morena. Alguém que seria para ela tudo que ela não foi. Alguém digno, honrado, capaz de pensar nos outros.

- Agradeço sua preocupação Amy, mas minha decisão está tomada. Eu preciso fazer isso e vai muito além da saúde física do meu filho.

- Tem certeza? Isabel ponderou.

- Absoluta.

- Se é assim que você quer, prosseguiremos.

- Só me prometa uma coisa Amy, se eu morrer meu filho vive. Você e Isabel vão manter a palavra de vocês.

Isabel tentou falar algo, mas Amy a interrompeu quando estendeu a mão para que Milena apertasse. Elas selaram um novo pacto de confiança, cada uma por suas razões.

- Não se preocupe. Minha palavra se mantém.

            Flash back off

            **

            Quando a porta de ferro se fechou, a micro câmera no botão fez o interior clandestino ser transmitido ao vivo no monitor escondido no fundo de um furgão preto, estacionado na saída de serviço da boate, numa rua quase deserta.

            Isabel, Amy, Dani e as agentes policiais estavam em seu interior. Enquanto Milena caminhava, uma espécie de cassino clandestino aparecia na tela. Homens fumando charuto para todos os lados, mulheres com vestidos curtos servindo drinks enquanto outras se exibiam em Poli Dances localizados nos cantos do ambiente, sem que ninguém realmente prestava atenção as exibições. A mulher perguntou por Oscar há uma das garçonetes seminuas e ela apontou para um ambiente escondido atrás de uma cortina vermelha. Milena sentindo o coração na garganta, andou até lá.

            “Atrás da cortina” Sussurrou um pouco mais alto para que o microfone no botão de sua blusa capitasse sua voz.

 

            “Ok. Você está indo bem Milena” A voz da Agente ecoou em seu ouvido enquanto ela puxava a cortina vermelha e finalmente avistava a mesa que deveria se dirigir.

 

            Oscar, Sônia e uma pessoa com um largo sobretudo negro, óculos escuros e chapéu a esperavam.

           

            POV AMY

            A mão de Isabel entrelaçada a minha apertou-me com força enquanto a Agente Rodriguez e Cacau davam as coordenadas de onde Milena estava. Eles haviam cercado a saída dos fundos para o caso de tentarem levar Milena. Graciela colocava uma peruca preta na cabeça e tentaria adentrar o local usando a palavra secreta que fora passada a Milena.

            - Cacau ficará com vocês meninas. Em nenhuma hipótese saiam do furgão. Se der algo errado ela levará vocês daqui em segurança.

            Isabel assentiu, o rosto angelical da minha namorada estava tenso. Os olhos verdes preocupados. Tentei convencê-la a não vir e deixar apenas eu e Dani na missão, mas nada no mundo a fez ficar em casa. Graciela despediu-se e saiu em direção a boate. Dei um beijo na testa de Isabel e a abracei, tentando manter o controle, enquanto por dentro também estava apreensiva. Uma sensação estranha corroendo meu estômago. O coração acelerado. Dani apertou meu ombro e segurou a outra mão de Isabel enquanto encarávamos uma das telas onde Milena chegava agora até a mesa.

            Meu sangue ferveu quando vi Sônia em suas vestes extravagantes e seu capataz bandido ao lado. As policiais descobriram que parte da fortuna da minha ex-sogra vinha da lavagem de dinheiro em locais públicos. E pasmem vocês, um destes locais era a boate onde Milena agora estava. O local servia de cassino clandestino e ao mesmo tempo funcionava aberto ao público onde o dinheiro era lavado. Ela tinha um sócio nesses serviços, que as policiais ainda estavam tentando descobrir a identidade. Tudo levava a crer que o tal chefe, que agora parecia estar à frente de Milena disfarçado. E Oscar era apenas o executor, quem fazia a trocas dos dinheiros eliminava ou torturava alguém para obter os resultados ordenados. Uma verdadeira gangue, que agora colocava em risco as pessoas que amo.

            - Estou com medo amor... Isabel sussurrou no meu ouvido, apertando-me ainda mais contra ela.

            - Calma amor, vai dar tudo certo. Estou aqui com você.

            Beijei seus lábios tentando passar o máximo de confiança a minha loira. Ela correspondeu e suspirou fundo antes de encarar a tela. Meus olhos acompanhando atentamente o diálogo de Milena e tentando identificar qualquer traço do chefe. As roupas largas, o chapéu e o óculos impediam de ver com precisão.

            “Cacau estou dentro. Vou ficar no bar de frente a cortina. Se for necessário que eu entre envie um sinal”

            “Ok Rodriguez. Os outros agentes estão a caminho”

 

            “Certo”

            “Milena, é com você. Estou perto caso precise” A Agente informou e vimos Milena sentar-se à frente da megera.

 

            - Boa noite, Milena. Sônia cumprimentou a mulher.

            - Boa noite.

            - Vejo que cumpriu sua parte no trato. Ao que tudo indica aquelas duas não estão mais juntas como o chefe ordenou. Sônia apontou para o indivíduo disfarçado confirmando que ele é o chefe.

 

            “Possível confirmação do chefe como sendo o indivíduo disfarçado à mesa, Agente Rodriguez” Cacau falou no microfone.

            “Certo. Milena tente fazer com ele fale algo para sabermos se é homem ou mulher. Precisamos ter algo concreto para prisão. Thainá eu quero saber quem ele é” Isabel suspirou nervosa e meu coração estava disparado. Minha mente se perguntando quem era essa pessoa misteriosa e porque me queria longe de Isabel. Ou Isabel longe de mim.

 

            - Não recebi ordens do chefe e sim suas. Mas fico feliz que tenha cumprido meu trato. Devo alertar, no entanto, que esta situação pode não ser definitiva. Elas parecem se amar muito e pode ser que voltem a ficar juntas no futuro.

            Dani deu um sorrisinho para mim e assenti. Milena estava cumprindo as ordens de Graciela. Afinal, se o chefe queria tanto nos separar a possibilidade de seus planos falharem poderia tirá-lo da zona de conforto.

            - Se isso acontecer você não recebe um centavo ouviu bem? Sônia deferiu para Milena raivosa.

            - Não tenho culpa se elas voltarem no futuro. O trato era separá-las e eu o fiz. Se eventualmente elas se perdoarem isso não me cabe mais.

 

            Thainá conseguiu invadir uma das câmeras do local depois de digitar inúmeros códigos verdes em uma tela negra do seu computador. Passamos a ter a visão da mesa e agora víamos o rosto de Milena encarando a bruxa com autoridade.

            - Está me desafiando sua puta insignificante? Sônia disso com ódio e cerrei meus punhos. Ela tratava as pessoas como lixo e eu a odiava por isso.

            - Estou apenas dizendo que cumpri minha parte. Portanto, quero meu dinheiro.

            - Sou eu quem digo quando acaba Milena.

            - Não vai me obrigar a fazer mais nada. Quero meu dinheiro! Milena elevou a voz, desafiando Sônia e Oscar fez menção de ir para cima da ex-mulher de Isabel, mas um braço tocou o abdômen do homem. Era o chefe.

            - Já chega! A voz ecoou no ambiente. Parecia feminina, mas o barulho ao redor deixava dúvidas. Era grave e forte e tive a sensação de conhece-la.

            Isabel me olhou assim como Dani. Meus olhos arregalados fixos na tela.

            - Identificaram a voz? Cacau perguntou de costas para nós olhando o monitor.

            - Não. Isabel e Dani disseram.

            - Não sei, acho que conheço, mas não lembro de quem seja. Respondi sincera.

 

            “Ok Milena tente fazer com que ele fale mais”

 

            - Ora que bom que quem realmente manda se pronunciou. Eu fiz minha parte chefe e quero meu dinheiro. Meu filho depende disso. Não tenho tempo para jogos. Elas estão separadas!

            - Sua... Sônia tentou xingar Milena, mas novamente o chefe levantou a mão fazendo-a se calar. Meu estômago torceu de novo. Essa pessoa dominava Sônia o que significava que a megera estava até o pescoço enrolada com seu chefe. Ele devia ter muitas coisas contra ela ou ser ainda mais perigoso que Oscar.

            - Eu disse chega! O som da voz novamente me causou um arrepio. Eu conhecia essa voz.

            - Mas chefe...

            - Vai discutir comigo Sônia?

 

“Estou rastreando o som da voz. Parece ser feminino - Thaina disse no furgão – Preciso de mais uns instantes”

 

            - Eu só quero o que é meu de direito. Vou sumir com meu filho e nunca mais vão me ver.

            - E quem me garante que não irá nos delatar? Te deixar viva é um risco minha cara. Sônia disse e minha namorada e Dani arregalaram os olhos, enquanto Cacau alertava Graciela.

            - Então é isso? Me trouxeram aqui para me matar? Eu devia saber que bandidos não tem honra.

            Engoli em seco com a coragem de Milena. A mulher tinha muitos pontos negativos, mas eu tinha que admitir que ela estava enfrentando aquelas pessoas com frieza e sei por experiência própria que controlar as emoções não é fácil. Pela primeira vez, me senti bem por ter dado a ela a oportunidade de se redimir. Tive a impressão que ela estava lá pelo filho, mas também por ela mesma. No fundo, se culpava pelo que fez com Isabel.

            - Você é mesmo corajosa - O chefe disse pela primeira vez – Veio até aqui sozinha e ainda nos enfrenta. Devo admitir que sempre soube que você tinha potencial Milena. Uma pena que o tenha desperdiçado.

 

            “A voz é de uma mulher. Repito de mulher!” Thaina gritou no furgão e Cacau transmitiu a Graciela.

 

            “Graciela, ordene que os agentes se posicionem. Acho que vão tentar levar Milena” Cacau disse fria e Isabel tremia da cabeça aos pés. Ela estava nervosa assim como Dani. Tentei me manter calma, mas por dentro estava com uma sensação horrível.

 

            “Eles ainda estão a caminho. Merda!” Graciela respondeu.

 

            - O que quer dizer? Milena disse alterada.

            - Que eu detesto desperdiçar um potencial quando vejo um, mas você não me dá outra opção. Tenha em mente que admiro você. Adentrou o covil do lobo com maestria. Meus capangas aqui – apontou para Sônia e Oscar – são burros para certas coisas sabe? Mas eu não. Porque você acha que estou disfarçada Milena?

            - Não sei. A voz de Milena pela primeira vez demonstrou medo.

            - Estou disfarçada porque sabia que você nunca esteve aqui sozinha. Então diga aos policiais que dizem te proteger que infelizmente não serão capazes de fazer isso. Pegue-a!

            Ordenou a Oscar e Milena tentou correr, mas o capataz a segurou firme levando para fora dali. Milena gritou e esperneou, mas ninguém ao redor dela se abalou. Devia ser algo comum para eles. Isabel começou a chorar e Dani levou as mãos à cabeça em desespero. Meu coração batia freneticamente. Meus olhos firmes no chefe que se distanciava.

 

            “Graciela estão levando ela!” Cacau gritou.

            “Eu vou entrar”

            “Não, você está sozinha! Eles são três”

            “Não me importa. Nenhum civil vai morrer hoje. Leve elas para longe daqui”

 

            Graciela ordenou e vimos quando uma das câmeras hackeadas por Thainá mostrou a agente entrando pela cortina vermelha e em seguida entrando no corredor onde os três adentraram com Milena. O rastreador na roupa de Milena foi acionado e o sensor de calor contido nele fez com que enxergássemos quatro pontos de calor se deslocando em um quase labirinto.

 

            “Vamos embora!” Cacau gritou para Thainá indo em direção a parte da frente para dirigir, mas a agente segurou o punho da detetive fazendo-a voltar.

 

            “Se formos a Graciela não vai conseguir. Vai acabar sendo capturada e morta. Veja! – Thainá apontou para a tela – É quase um labirinto. Vai dar em outra saída. Os agentes vão chegar, mas não vão achá-la. Preciso guiá-la para que ela tenha alguma chance de prendê-los e sair viva”

 

            Cacau parecia perdida e nos olhou antes de novamente encarar a agente de inteligência. Sua mente ponderando entre cumprir as ordens ou modifica-las.  

            - Faça o que tem que fazer detetive só não as deixe morrer! Disse imperativa para a mulher que assentiu.

            - Ok Comece agente!

 

            Nos instantes seguintes, enquanto Isabel me apertava e chorava baixinho e Dani roía as unhas, a agente de inteligência começou a guiar Graciela que inicialmente protestou contra o plano, mas aceitou. Ela estava se aproximando dos quatro pontos de calor que consistiam em Milena e os três bandidos.

            “ Certo Graciela, eles estão num campo aberto que vai dar há duas quadras daqui. Fique atrás do muro e tente atirar no Oscar” Cacau informou, preparando sua arma.

            Então, as câmeras na rua nos deram a imagem graças a Thaina. Eles andavam em direção a um carro preto estacionado e Milena se debatia nos braços de Oscar. Sônia e o chefe estavam do lado deles. Graciela se agachou atrás da mureta de concreto e preparou a arma. A agente levantou apontando a arma para os bandidos ainda de costas.

            - POLÍCIA, PARADOS! Ela gritou e no mesmo instante Oscar sacou uma arma e atirou na direção da mulher, que se escondeu no muro e em seguida revidou. Milena caiu no chão e engatinhou para longe. Os tiros sendo trocados entre a policial e o bandido.

            Cacau já havia saído do furgão e observamos a mulher se aproximar pelo outro lado, encurralando Sônia que agora atirava contra ela, enquanto sua parceira trocava tiros com o capataz. Um deles acertou a perna do capanga que caiu ao chão ferido, mas continuava atirando. Milena estava escondida atrás de uma placa acuada enquanto o chefe conseguia sair da confusão e virava em uma outra rua correndo. Eu sabia onde ela estava indo. Conhecia muito bem o centro da cidade, pois sempre andei muito por aqui com Dani.

 

            - Eu vou até lá! Essa mulher não me escapa!

            - NÃO!! Isabel gritou me segurando.

            - Amor eu preciso!

            - Não!! Você não sai daqui!! Isabel gritou chorando e olhei para Dani. Minha amiga entendeu e assentiu, seus olhos pedindo que eu não fosse, mas entendendo as minhas razões.

            - Me dê sua arma Agente Thainá. Eu sei atirar.

            - Negativo Amy. Não posso fazer isso.

            - Se você não me der eu vou sozinha e desarmada. Estamos perdendo ela!! É minha família que está em jogo!! Se ela escapar vai atrás e Ana ou de Isabel!!

            - Não amor, por favor não! Isabel gritava. Dani a segurando, as lágrimas também descendo pelo rosto de minha amiga.

            Thainá suspirou e me entregou a arma. Segurei a pistola e olhei para tela, vendo onde a mulher estava. Se eu corresse daria tempo. Meu pai me ensinou a lutar e atirar. Fazia parte do seu treinamento de frieza, mas nunca me interessei em praticar. Aprendi porque não tive escolha e agora mentalmente o agradeci por isso. Isabel se debatia nos braços de Dani, que só a segurou porque também era forte. Dani treinava até hoje jiu-jitsu nas suas horas vagas.

            Beijei os lábios de Isabel que chorava. Os olhos verdes com medo e tristes. Meu coração estava partido, mas se eu deixasse aquela mulher escapar ela iria atrás de Ana ou de Isabel. Eu sentia que o problema dela era comigo. Eu conhecia aquela voz. Eu sei que sim. Coloquei a escuta que Thainá me deu e fui ao encontro da minha namorada presa nos braços de Dani desesperada.

 

            - Eu te amo. Disse para Isabel e sai em seguida ouvindo minha namorada implorar que eu não fosse.

 

            Corri pela rua deserta, o tênis branco chocando-se contra o asfalto. O coração acelerado. Meu rabo de cavalo balançando enquanto eu chegava perto.

            “Amy vire a próxima rua e corra rápido. Você vai pegá-la” Thainá me orientou.

            Corri com todas as minhas forças. Meus pulmões agora expandindo com sutileza apesar do esforço, graças aos meus treinos de corrida com Ana. Depois que terminei com Thomaz, passei a correr com minha irmã pela manhã, exceto nos dias em que Isabel estava comigo. A loira odiava acordar cedo e era difícil sair da cama e deixa-la.

            “Estou vendo ela” Disparei vendo a mulher, agora sem chapéu correr. O sobretudo voando ao vento. Os cabelos cumpridos caindo pelos ombros e aquela maldita sensação no meu estômago.

            - PARA OU EU ATIRO! Gritei e a mulher parou ao ouvir o som do destravar da pistola ecoando no silêncio da rua deserta.

            - SE VIRA DEVAGAR COM A MÃO PRO ALTO OU JURO QUE TE MATO! Gritei a plenos pulmões e vi quando a mulher elevou as mãos, mas não se virou.

           

            - EU DISSE PRA VIRAR PORRA! VIRA OU EU ATIRO! Meu coração batia em meus ouvidos, os nervos à flor da pele.

 

            A mulher foi virando lentamente e meu corpo foi sucumbindo à medida em que sua silhueta foi se revelando na sombra da noite. A iluminação fraca da lua era quase insuficiente, mas permitiu que finalmente eu associasse a voz a pessoa. Eu realmente a conhecia.

            Quando finalmente a encarei, tudo fez sentido. Ou parcialmente fez.

            - Então é você.... Disse ainda apontando a arma para o agora reconhecido chefe.

                       - Olá Amy! Finalmente vamos acertar nossas contas...

     


Notas Finais


E agora como estamos?? QUEM É O CHEFE????

Façam suas apostas que no próximo capítulo esse mistério será desvendado hehehe
Prometo não demorar!

Beijos, Bru


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