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História Caminhos que nos aproximam... - Capítulo 2-As cartas


Escrita por: PriscilaOliver

Notas do Autor


Aqui conheceremos o que de tão interessante há nessas cartas para que Camila ficasse nervosa como ficou...qual o conteúdo dessas cartas?O que elas revelam sobre Camila?

Capítulo 2 - Capítulo 2-As cartas


Eu sempre fui muito carismática, tenho 1,50cm de altura, peso 50kg, cabelos castanhos claros e meus olhos tem cor de mel, alguns até dizem que: ”sou um tipo de garota que chama a atenção”, mas eu sempre fui insegura quanto a isso, acho que isso deve acontecer com todo mundo, sempre tem algo em nós que queríamos que fosse diferente, a cor do cabelo ou dos olhos ou queria ser mais alto ou mais baixo, mais magro ou mais gordo...

No meu caso eu queria ser um pouco mais alta. Embora muitas pessoas dissessem que eu era bonita, eu sempre tive minhas dúvidas, nunca me achei feia mas também nunca me achei bonita lá essas coisas mas o fato é que, por ser esse tipo de garota, eu sempre recebi muitas cartas apaixonadas de diferentes garotos, meninos da minha escola, do meu bairro e até mesmo da cidade da minha avó, mais necessariamente falando, de garotos que moravam na rua dela, na cidade de Luzitana, eu lia e sempre guardava todas elas, não por vaidade mas porque sempre me emocionei com as palavras que eles colocavam e com o amor, pois sempre sonhei com esse sentimento.

Gostava de saber que alguém sentia algo por mim, que nutria sentimentos que eu considero especiais, pela minha pessoa, de alguma forma me sentia especial e o fato de que as pessoas ao escreverem coisas tão lindas era por mim e eram em mim que pensavam enquanto escreviam, isso me fascinava.Eu tenho uma idéia muito romântica do que eu considero ser o amor, não sei se isso é bom ou ruim, sempre fui muito intensa em gostar ou não de uma pessoa e não acho que isso seja um fator positivo por que isso muitas vezes gera frustração em colocarmos nossas emoções em alguém que não nos corresponde da mesma forma, sinceramente eu não acho que isso seja bom...Espero está errada sobre isso.

Recebi muitas cartinhas e as escondi bem guardadas porquê meu pai era muito protetor, até demais, do tipo de pai que não deixava ninguém se aproximar de mim ao ponto de vir questionar o rapaz perguntando quem sabe até o CPF dele de tão sufocante que era.Meus amigos não andavam na minha casa por que eu já os alertava do que meu pai faria com eles, aos olhos do meu pai eu ainda era uma bebê e ele não via que eu já havia crescido.

Eu, agora com 14 anos, nunca tive um namorado sério porque meu pai não permitia nenhuma aproximação e não me deixava sair, mas tive alguns paqueras e ficantes na escola e em Luzitana também e eles me escreviam cartinhas super fofas, mas nessa última viagem, enquanto estava lá, meu pai invadiu meu quarto, revirou minhas coisas e as encontrou, dentro de um envelope qualquer.

E isso gerou uma polêmica muito grande, eram de diversos meninos, não tinha nada de extraordinário escrito nelas não, eles apenas diziam que gostavam de mim, que me achavam bonita, pediam para namorar comigo e que me amavam, mas o que revoltou meu pai foi porque eu as escondi dele. E aquela imagem de menininha pura, inocente que não escondia nada dele que nunca apronta nada que ele tinha a meu respeito deve ter se desfeito ao ler aquelas poucas linhas.

Meu pai sempre se gabou da filha que tinha, do quando eu era bonita e que eu era caseira que não gostava de sair como a maioria das meninas da minha idade que eu era a menina do papai, ele sempre dizia isso para todos nas raras vezes que a familia saia junta para alguns lugares, já que ele dificilmente saia conosco, isso não justifica nada mas as vezes eu aprontava esse tipo de coisa pelo fato dele me prender tanto, hoje sei que uma coisa não tem nada a ver com a outra mas mesmo assim fiz... Mas isso não importa mais...

Na sexta-feira minha mãe ligou para falar com ele que mandou me chamar, pois queria falar comigo, pude ouvir de longe o quanto ele falava alto e o quanto estava irritado. Não, irritado não, ele estava furioso, ao dizer alô no telefone ele já foi logo despejando: -Camila, quando você chegar aqui a gente vai ter uma conversa bem séria, tá me ouvindo?-ao ouvir o tom da voz dele, minhas pernas já tremeram, pois meu pai era um pouco violento nos castigos que dava a mim e a meu irmão, ele era do tipo de pai que me batia sem nem ao menos dar motivo e era de corda, de cinto, nada suave, agora imagina eu dando um motivo a ele...

Engoli em seco, enquanto pensava como iria responder, pois não conseguia pensar em mais nada, a não ser a surra que ele iria me dar.

-Mas o que foi que eu fiz?- foi somente o que consegui falar, já com voz de choro.

-É que eu encontrei umas cartas de uns meninos aqui que você recebeu e teve até uma que você disse que amava ele também, ao chegar aqui a gente vai conversar bem direitinho...- Pronto, morri, porque com certeza ele vai me matar de uma surra.-E agora passa o telefone pra sua mãe que eu quero falar com ela...- passei o telefone pra minha mãe enquanto digeria cada palavra, me arrastei lentamente até a casa da minha avó, me sentei na cadeira na sala de estar com um pensamento de que ia morrer.

Minha mãe entrou pouco minutos depois muito desapontada comigo, no seu olhar, dava pra ver que ela estava decepcionada pois ao me olhar mais parecia que havia descoberto que a filha era uma assassina, ddo que o que realmente aconteceu, me senti a pior pessoa do mundo, fiquei envergonhada enquanto ela contava pra todos da casa o que meu pai falou, logo, todos também me olharam com olhares de condenação.

Gente, é normal uma adolescente receber cartinhas! Mas da forma como me olharam estavam a ponto de me jogarem pedras me condenando a um crime horrendo, todos ficaram muito surpresos com isso, não entendo o porque, mas no meu pensamento só vinha isso:Ele vai me matar, ele vai me bater tanto que eu vou morrer, e agora? Eu não quero ir pra casa...O que eu vou fazer?

Passei o resto da tarde sem fazer nada, só pensando nisso,enquanto minha família pegava no meu pé jogando na minha cara o que me esperava,riam do meu sofrimento por que não conhecem o meu pai, ao passarem por mim sempre tinha uma piadinha ou uma brincadeirinha pelo fato de eu estar séria.”Eita, veja como ela está preocupada, ah de ser por causa dos namoradinhos que o pai dela descobriu!”. Sempre uma mais sem graça do que a outra. Passei o sábado da mesma forma, até o momento que soubemos do acidente, não ouvi ele brigar, não apanhei, foi um alívio, mas a que preço? Porquê meu pai agora estava morto...Me senti tão culpada de por me sentir aliviada, esses sentimentos no meu coração me deixaram bem inquieta enquanto minha mãe estava trancada naquele banheiro lendo carta por carta.

Minha mãe sempre foi mais branda, me ouvia, me compreendia, papai era não explosivo, com ele não tinha conversa, apenas apanhava logo e pronto, mas, naquele momento, estava muito nervosa porque não sabia como minha mãe iria reagir, meu coração estava disparado.Quando ela finalmente saiu, olhou bem nos meus olhos, seu semblante de dor, abatida, exausta pela noite em claro velando o corpo de um homem que amou muito, eu entenderia se ela fosse brigar, me bater, confesso que já estava preparada para isso mas o que aconteceu foi que, só me disse: -Tem razão sem ter ficado tão bravo.- e foi para seu quarto tentar descansar e eu fiquei ali, parada, sem ação, sem saber o que dizer e nem o que fazer.

                Peguei as cartas e as guardei novamente, independente do que aconteceu, elas eram minhas e eu as queria comigo, guardadas, aonde somente meus olhos as pudessem ver, elas não tinham culpa do que aconteceu e nem as pessoas que me deram, eu queria guardar aqueles sentimentos pra mim, porquê sempre quis saber o que é amar, ser amada por alguém, eu quero isso...


Notas Finais


Ainda há muito para ser revelado...


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