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História Camouflage (EM PAUSA) - Chapter Fifteen


Escrita por: poetyeeun

Notas do Autor


Hallo!
Que saudades que eu estava de postar aqui! Sou imensamente grata pelos comentários e novos favoritos. Ver a estória crescendo dessa maneira me faz tão feliz que não sei nem por onde começar a agradecer cada um de vocês que sempre comentam e me incentivam a continuar, também aos que simplesmente leem e se manterão aqui até o final, e claro, aos novos leitores da Camouflage. Vocês são demais!
Peço desculpas pela imensa demora, mas, aqui está mais um capítulo. Espero que gostem. Boa leitura. MWAH!

➞ Capítulo sem revisão, perdoem-me se tiver erros.

Capítulo 16 - Chapter Fifteen


Fanfic / Fanfiction Camouflage (EM PAUSA) - Chapter Fifteen

Era como se tivesse passado longos anos desde a última vez que o beijei. 

Seus lábios macios e quentes pareciam ter o encaixe perfeito contra os meus. Suas mãos firmes me seguravam pelos braços, como se ele temesse que eu pudesse correr para longe. Justin não parecia se importar com mais nada, nem mesmo com o fato de estarmos sentados em cima de uma velha casa na árvore. Tão pouco se importava de sermos vistos por alguém que não aprovaria nada a nossa cena. 

Ele saboreava o beijo como se aquele fosse o último, mas ao mesmo tempo, dando-me a certeza que não acabaria ali. Eu não queria que acabasse, mas não poderia me permitir continuar seguindo por esse caminho. 

Tirando forças do meu mais profundo interior racional, levo minhas mãos até o seu peitoral e o empurro para trás, fazendo com que nossos lábios estalem ao se descolarem. E isso me causa um estranho vazio, fúria e frustração.

— Eu não posso. - digo baixo, quase que em um sussurro inaudível, sem forças para ir além disso. 

Justin, que ainda se mantivera próximo a mim, abre seus olhos e vejo as linhas grossas se agrupando em sua testa. A confusão era plena em seu rosto.

— O que? Mas por quê? Nós...

— Não existe um nós, Justin. - dou ênfase no ''nós''.

— Você sabe que isso não é verdade, Kelsey. Pare já com isso. - ele replica, claramente irritado. 

Maneio a minha cabeça e solto uma risada amarga.

— Não é verdade? Engraçado ouvi-lo dizer isso. - aponto para ele com o dedo indicador. — Sendo que você me mandou cuidar do seu filho e me fez encarar sua esposa. A mesma que usa uma grande aliança de ouro em seu dedo anelar esquerdo. A mesma que o acompanha para todos os lugares. A mesma que lhe deu um lindo e esperto herdeiro. A mesma que, com certeza, não se sentira feliz em ouvi-lo dizer isso para outra mulher que não fosse ela. 

Ele engole em seco e abaixa sua cabeça. 

Não há porque negar. Eu sou apenas ''a outra'' e nunca passarei disso. Antes de conhecer Justin, eu sempre odiei todo e qualquer tipo de traição. Por muitas vezes, eu ouvi dizer que era pecado trair e também sabia dos votos feitos quando um homem e uma mulher se unem em um elo, jurando amor eterno e fidelidade diante de um altar. 

Mas agora, eu sinto que destruí todos os princípios que acreditei durante anos, pois estou correndo o risco de estar me apaixonando pelo meu chefe casado. Eu jamais poderei dizer isso em voz alta. Na verdade, nada do que acontece entre eu e Justin poderá ser dito em voz alta. O que as pessoas iriam dizer? O que meus pais iriam pensar? Como eu conseguiria viver com a culpa de ter destruído um lar? Eu simplesmente não posso permitir que ele continue invadindo o meu sistema e fazendo a sua bagunça, pois no final das contas, sobrará apenas eu para limpar tudo e seguir em frente. E algo me diz que não será uma tarefa fácil. 

— Vá embora. - peço baixinho, sem olhá-lo. 

— Eu não posso. 

Ele se inclina para frente e ameaça tocar o meu rosto, mas eu recuo para trás e fecho os olhos, os apertando com força. 

— Por favor, Justin... Vá!

— Eu só sairei dessa casa quando você me afirmar que irá voltar a trabalhar na empresa. 

— Por quê? - abro meus olhos e arrisco olhá-lo, tentando encontrar o sentido em suas palavras. — Porque quer tanto que eu volte para lá? 

— Porque aquele cargo é seu. Você o conseguiu.  

— Eu não posso continuar fazendo parta disso, Justin. O melhor é você seguir o seu caminho e eu farei o mesmo. 

— O melhor é você parar de pensar tanto nas consequências das coisas, Kelsey. - ele diz sério. — Eu digo isso por experiência própria. Antes de te conhecer, eu vivia como as pessoas queriam que eu vivesse, mas depois daquela noite... Eu pequei e desejei continuar pecando. Os céus irá me condenar por isso, mas eu não posso evitar. - ele rosna. — Porra! Eu não posso evitar você. 

Suas palavras abalam todas as minhas estruturas. Um calor inconsequente se apossa do meu corpo e eu penso que irei cair, mas lembro-me que, para a minha sorte, estou sentada. Todo o meu sangue parece ter esquentado em minhas veias. Eu não devia sentir nada disso. 

— Você me acusou de ter ferido uma criança por ciúmes, Justin. Você me machucou e me ofendeu. Eu não posso me esquecer disso. 

Ele penteia seus cabelos com os dedos de sua mão esquerda e bagunça seus fios loiros e alinhados. 

— Eu me sinto um completo idiota por isso. 

— Você é um idiota. - digo sem querer, mas não é uma total mentira. 

— Eu nunca disse que não era. - ele toca o meu queixo com os dedos dobrados. — Eu não vou embora. Darei o seu tempo, mas esteja ciente que não saio desse lugar com você. 

— Não pode me obrigar a isso. 

— Eu sei. - ele sobe seus dedos e traça as linhas dos meus lábios. Em seguida, ele os deixa para trás e segue até tocar o meu rosto, o acariciando calmamente e me olhando de maneira curiosa. — Mas também não pode obrigar a desistir. Lembre-se que me tornei um empresário aos dezoito anos de idade. 

Não consigo lhe responder. Ele me olha por um longo instante, rompe a distância entre nós, mas não me beija como imaginei que faria nos poucos segundos que consigo respirar sem forçar-me a ficar estática. Um beijo terno é depositado em minha testa. Sem tirar os olhos de mim, ele se levanta e começa a descer as escadas. Vejo-o apenas pulando no chão quando chega nos últimos degraus. Ele anda pelo gramado com as mãos dentro dos bolsos de sua calça, sem olhar para trás. 

Eu ainda podia sentir sua presença ao meu lado e todos os efeitos causados por suas palavras e toques. 

(...)

Acordo bem cedo e pondero a possibilidade de não me levantar da cama, podendo usar alguma desculpa para os meus pais, assim evitando um novo momento constrangedor em família, mas mudo de ideia quando penso no meu irmão no cômodo próximo ao que eu estava. Nós precisávamos conversar a sós. 

Tomo um rápido banho e me troco depressa. Visto um short jeans de lavagem escura, uma camiseta de estampa qualquer e calço um par de sandálias de tiras finas. Desfaço o coque em meu cabelo e saio do meu quarto. 

Ando até a porta do quarto de Kyle, mas não tenho tempo de girar a maçaneta de sua porta, pois ouço uma voz familiar. 

O que Justin fazia ali? Eu sabia que a curiosidade era algo que me levaria a ruína, mas eu não poderia evitar, pois não se tratava apenas dele, nesse momento. 

— Você não me conhece para dizer algo sobre mim. - Kyle esbraveja. 

— Mas eu conheço a sua irmã e sei de todos os esforços que ela faz por você. - Justin lhe responde em tom calmo. 

— Eu nunca pedi para que ela fizesse algo por mim, cara. 

— Mas ela faz. E sabe por quê? Porque ela te ama. Porque ela se importa com você, mesmo você não se importando consigo mesmo. 

— Não fale como se conhecesse a minha família ou a minha vida. - Kyle se altera. 

Ouço um barulho de algo caindo no chão. Desespero-me e mexo na maçaneta, mas quando ouço o suspiro de Justin, cesso meus movimentos. Eu não sabia o que ele fazia no quarto do meu irmão e nem como ou porque essa conversa começou, mas eu queria saber até onde ela iria. 

— Eu não preciso estar aqui por muito tempo para afirmar o que estou dizendo. Será que não percebe o mal que causa a si mesmo e a sua própria família? Os seus pais querem vê-lo feliz, mas você não permite que eles se aproximem ou tentem lhe mostrar um pouco de luz. 

— Sério? Que merda acha que está falando? Você não sabe nada de mim. - Kyle grita. — Agora, saia do meu quarto. 

— É difícil ouvir a verdade? Então você sabe que não estou mentindo ou exagerando. 

— Saia! 

Por favor, Justin. Saia. Suplico em minha mente, temendo os acontecimentos seguintes.

 — Você acha que é só você que tem problemas? Acha que é algo exclusivo do poderoso Kyle Doyle sentir dor e medo? 

— Cala a boca!

— Todos enfrentam problemas. Sejam eles grandes ou mínimos e fáceis de se resolverem, mas ainda assim, são problemas. Se a vida fosse fácil, ninguém aprenderia a se levantar após a queda ou ficar mais forte após uma pancada. 

— O que sabe sobre a vida? Quais são seus problemas?- Kyle solta uma risada irônica. — Suas preocupações do dia são quais? Deixe-me ver, qual será o seu carro luxuoso da semana? Em qual restaurante caro irá almoçar? Ou em qual hotel cinco estrelas irá se hospedar quando viajar?

Ouço passos no quarto e um silêncio se estender, antes de Justin quebrá-lo. 

— Tudo o que eu consegui foi por esforço meu, Kyle. Não pense que tive tudo de mãos beijadas. - ele diz em tom sério. — Eu enfrentei pessoas cruéis, que tentaram me derrubar e me subestimar por ser jovem em um negócio onde se leva anos para conseguir expandir. Eu precisei me casar para herdar o que seria meu por direito, mas não quis decepcionar meus pais. Eu precisei aguentar toda a calmaria da minha vida acabar, e a minha paz nunca mais existiu, assim como o Justin que eu era até os dezessete anos, pois todos começaram a me conhecer apenas como o jovem bilionário. Até hoje, ás vezes, me pego pensando em como seria a minha vida se eu tivesse feito o que sempre desejei, que era viajar por todo o mundo. - ele limpa sua garganta. — Pode parecer algo idiota diante seus problemas e de tudo o que deve estar sentindo. Mas, a questão é, quando algo em nossa vida muda, principalmente quando é algo que não podemos fugir, não podemos nos acomodar a isso, só precisamos encontrar a fresta de luz na janela e se esforçar para abri-la completamente, até a luz necessária entrar. O que eu quero dizer é que você não pode permitir que o medo, insegurança, dor e todos os sentimentos que o atormentam o impeçam de viver. A sua vida está correndo e se você não correr também, ficará para trás. E eu te digo, não vale a pena. 

Solto soluços baixinhos. As palavras de Justin  podem não ter surtido nenhum efeito em meu irmão completamente amargurado, mas foram as palavras mais gentis que já ouvi serem direcionadas a ele. Nem mesmo seus psicólogos, médicos e amigos pareceram se importar ou entendê-lo. E aquele homem dentro de seu quarto, o mesmo que só o vira na noite passada, está lá, lhe falando sobre sua vida e o ajudando a se sentir melhor, sem desejar nada em troca. 

Ele disse que pensa em como seria sua via caso ele não fosse quem é, e eu penso o mesmo. Será que eu o conheceria em uma esquina qualquer? Será que ele se sentaria ao meu lado, no mesmo banco daquela festa e me ofereceria uma bebida? Será que eu teríamos ao menos nos conhecido? 

Droga! Tudo isso é tão confuso. 

Encosto a minha testa na porta e arfo, tentando manter meu choro baixo. 

— Eu sinto medo de sair lá fora e receber os olhares de pena voltados para mim. - Kyle começa a dizer. — É como se aqui dentro, eu pudesse me proteger do mundo, já que no último dia em que decidi sair, voltei apenas em cima dessa cadeira de rodas. 

— É normal sentir isso. Mas não é justo com você mesmo se privar de ser feliz por sentir medo. - Justin diz e eu sinto, no timbre de sua voz, que um pequeno sorriso brota nos cantos seus lábios. — Respire fundo. Erga sua cabeça. E saia desse quarto, dessa casa. Permita-se viver, seja como for. Você não é um invalido ou impotente. Suas limitações estão apenas em sua mente. 

— De onde diabos você surgiu, cara? 

Justin solta uma risada. 

— Mas não pense que isso me fará gostar de você. - imagino que Justin franziu o cenho. — Eu percebi os seus olhares para Kelsey. Não sou idiota. Não se aproveite da minha irmã.

— Eu jamais faria isso. 

— Eu acho bom não fazer mesmo. - ele diz em tom firme e imponente. — Se eu souber que a minha irmã está chorando por sua causa, eu matarei você. 

— Calma aí. - Justin diz e sua voz vacila. — Não estou falando com você por nada disso. Quero dizer, é por causa dela também, mas não é só por isso. 

— Sei. - Kyle diz em tom pouco convicto.  — Agora, se me dá licença, irei pedir ao meu pai para me levar ao mercado.

— Vai mesmo sair de casa? 

Meu queixo cai. Isso tinha que ser algum tipo de sonho. 

— Essa é a maneira mais fácil de continuar vivendo, certo? 

— Certo. - Justin diz. — Eles ficarão felizes em saber disso. 

— Irei tentar recuperar o tempo perdido. Só preciso, de alguma maneira, me redimir com eles. 

— Acho que viver será o suficiente. - Justin diz. — Irei descer. 

— Obrigado, Bieber. 

— Me chame de Justin. 

— Certo, Justin

Ouço passos no quarto e me afasto rapidamente da porta, me encostando na parede do outro lado. Quando a porta é aberta, vejo a figura loira de Justin passando por ela. Seus olhos logo alcançam os meus e ele sorri de canto, fechando a porta atrás de si. 

— Ei. - ele diz. 

— Oi. 

— Estava tendo uma palavra com o seu irmão. - ele leva uma de suas mãos até a parte de trás de sua cabeça e esfrega sua nuca. 

— Eu... - limpo minha garganta. — Obrigada, Justin. 

Ele me olha um pouco perdido. Abaixo o meu olhar e fito meus pés, sentindo-me envergonhada por ter que admiti que agi como uma garotinha fofoqueira. 

— Eu estava disposta a conversar com Kyle essa manhã, mas quando cheguei aqui, ouvi sua voz e não consegui controlar a minha curiosidade. Eu sinto muito por isso. 

— Não sinta. Você só estava preocupada. 

— Ainda assim, eu sinto. Mas, eu não sei como lhe agradecer por isso. - ergo a minha cabeça e permito-me sorrir. — Eu ainda não consigo acreditar que ele disse que sairia de casa. De verdade, Justin, você não sabe como isso é importante para mim. Ver o meu irmão saindo de casa e vivendo novamente, isso... Isso é algo único. Não sei como lhe agradecer. 

Solto uma risada nervosa e uma lágrima solitária molha meu rosto.

— Continue sorrindo dessa maneira e já será o suficiente - ele diz e se aproxima, não completamente, apenas o suficiente para secar a lágrima com o seu dedo indicador. 

— Isso me parece tão pouco. 

— Para mim, vale mais que todo o dinheiro do mundo. 

Meu sorriso se desfaz aos poucos. Meus olhos caem para seus lábios rosados e os flashs da noite passada me fazem ficar um pouco zonza. Seguro o pulso de Justin e afasto, vagarosamente, sua mão do meu rosto. Encontro seus olhos e ele entrelaça nossos dedos. Um gesto simples, e até mesmo bobo, mas fez o meu estômago inteiro revirar em um misto de emoções. 

— Mas, eu aceito um sim para o convite que irei lhe fazer. Isso também me fará muito feliz. 

— Que convite? 

— Janta comigo essa noite? - estreito os olhos. — Imagino que seus pais ficarão eufóricos com a notícia de Kyle, então talvez não notem a nossa ausência. E também, eu desejo conhecer um pouco mais do Texas. 

— Que eu saiba, você já esteve muitas vezes no Texas, Bieber. 

Ele sorri de canto e afirma com a cabeça. Ele apoia sua mão livre na parede, ficando ainda mais próximo de mim. 

Eu me sentia como uma adolescente. 

— Mas nunca ao lado de uma guia tão bonita como você. - ele mexe suas sobrancelhas e eu faço uma careta, me controlando para não sorrir. 

— Só se prometer melhorar suas investidas. Nenhuma texana aceitará sair com você dessa maneira. 

Empurro seu peito, mantendo uma distância aceitável entre nós. Meu corpo estava frágil e meus pensamentos uma zona, eu não consegui apensar com ele tão perto.

— Ainda bem. - ele diz e umedece os lábios, encarando os meus. — Pois a única que eu quero que saia comigo está bem em minha frente e ela ferrou com toda  a minha sanidade mental. 

Ele me deixa sem palavras. 

Ele me deixa sem ar. 

Ele me deixa sem forças. 

Só espero que ele não me deixe ainda mais confusa do que estou. Pois todas as incertezas que eu tinha de estar ou não apaixonada por ele, parecem terem se tornado uma afirmação quando fiz que sim com a minha cabeça e corri para o meu quarto, começando a contar os minutos para esse jantar. Mais uma vez indo contra o que era certo.  


Notas Finais




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