1. Spirit Fanfics >
  2. Camouflage (EM PAUSA) >
  3. Chapter One

História Camouflage (EM PAUSA) - Chapter One


Escrita por: poetyeeun

Notas do Autor


Hallo!
Espero que gostem. Boa leitura. MWAH!

Capítulo 2 - Chapter One


Fanfic / Fanfiction Camouflage (EM PAUSA) - Chapter One

 KELSEY DOYLE

Sabia que meu despertador estava tocando sob o criado mudo. Sabia também que não cessaria o ruído estrondoso até que batesse meus dedos contra o pequeno botão de desligar. Então, encorajo-me a abrir os olhos, ao mesmo tempo em que tateio a madeira oca e encontro o aparelho vibrante. Desligo-o e um resmungo baixo escapa de meus lábios.

Eu queria ter ao menos mais alguns minutos para um cochilo, no entanto, perderia meu ônibus e não conseguiria chegar nem no segundo tempo da minha aula se tivesse que esperar pelo próximo. Envolvida por meu péssimo humor matinal, sento-me na cama e estico meus braços e pernas. Afasto o cobertor com meus pés, e salto para fora da cama, calçando meus chinelos.

Caminho até o banheiro e paro em frente à pequena pia. Fecho a porta do armário e olho para o espelho quadrado. Havia leves manchas escurecidas, formando bolsas abaixo dos meus olhos cansados. Não podia culpar a natureza humana, pois não consegui dormir cedo. Tinha alguns relatórios para terminar e minha mente parecia prestes a explodir. Um pouco de maquiagem devia servir para me dar um ar de saudável, afinal, pessoas não costumam contratar funcionários doentes.

Deixo meu reflexo para trás e paro em frente ao box. Puxo as cortinas e giro o registro, dando alguns instantes para que a água fria dê lugar à água morna. Dispo-me rapidamente e deixo as peças de minhas roupas ao lado do vaso sanitário. Coloco meus pés para dentro do box, e permito-me sentir a água molhar meu corpo, relaxando meus músculos tensos e espantando quaisquer sensações ruins que tive durante minha noite de apenas cinco horas de sono.

Levo apenas alguns minutos, desligo o registro e apanho a toalha de seu suporte, secando meus braços, pernas e costas, em seguida, enrolo-me no tecido felpudo e saio do box. Mais uma vez, paro em frente a pia, e faço minha higiene diária. Desfaço o coque amontoado que empurrei meus fios desde que cheguei em casa na noite passada e escovo meu cabelo em uma tentativa de domar toda a rebeldia para suportar mais um dia. Assim que termino, prendo-o em um rabo no alto da minha cabeça, e me afasto do espelho, espalhando um pouco do corretivo sob minhas olheiras.

Ao me colocar de volta no quarto, espio as horas em meu celular e arregalo os olhos quando percebo que estava excedendo meu tempo para me arrumar. Avanço em meu roupeiro e puxo a primeira peça de roupa. Um jeans escuro, uma camisa de botões e mangas curtas. Procuro por um conjunto de lingerie também. Me visto e calço um par de sapatilhas. Estava pronta, apanho minha mochila em cima da minha cadeira e saio apressada do quarto.

Não tinha tempo para tomar café da manhã, precisava deixar o apartamento o mais depressa possível. Passo na cozinha apenas para pegar uma maça na fruteira ao lado da geladeira. E não posso deixar de olhar para o balcão ainda cheio de papéis e envelopes rasgados. Eram dívidas que eu tinha para quitar, e todos com extensos juros pelo atraso.

Sentia-me cada mais apreensiva por não estar com um emprego a vista. Estava virando noites conferindo classificados, ofereci-me até para ser babá, mas nada estava batendo em minha porta. Embora eu ainda tivesse esperanças de que alguém me avistaria e cederia uma chance para tentar, o desespero estava me consumindo. Meus pais não faziam ideia do que estava acontecendo comigo, e jamais saberiam.

Sempre gostei de ser independente. Minha mãe costuma dizer que desde que eu era apenas uma garotinha de três anos, queria fazer tudo sozinha, como adultos. Com o passar do tempo, isso se tornou mais frequente. Amadureci cedo demais para a minha própria idade, não apenas por gostar de agir sozinha, mas por não ter outra escolha. Precisava crescer para dar aos meus pais motivos para sorrir, e para se orgulhar de mim. Queria ser meu próprio orgulho também, por isso mudei-me sozinha, deixando minha cidade, meus parentes e toda e qualquer estabilidade que possuía enquanto vivia no sul. Era mais seguro não ter passado pela porta da frente com toda a minha bagagem, mas ainda acreditava que tudo entraria nos eixos e eu assumiria as rédeas da minha vida.

Meus pais mereciam um pouco de paz. Meu irmão mais velho sofreu um acidente com quatorze anos de idade, e depois daquela noite, seu corpo ficou a mercê de sequelas sérias para a medicina fazer mais alguma coisa. Era triste não vê-lo mais caminhar, correr ou saltar a janela de casa. Era triste não ouvir mais suas risadas ou planos que adorava fazer para seu futuro. Era triste ele estar triste, como se não tivesse mais vontade de viver. Isso consumiu meus pais, e me consumiu do mesmo modo. Não foi fácil deixá-los em um momento delicado, mas era a única maneira de fazer as coisas darem certo, de conseguir um pouco de dinheiro para mantê-los bem sem que precisassem encontrar o estopim de suas vidas. Eu faria qualquer coisa para salvá-los.

Tranco a porta do meu apartamento e me apresso pelo corredor, ajeitando as alças da minha mochila em minhas costas. Desço toda a escadaria e encontro Dean, porteiro do prédio, em seu lugar habitual, ouvindo os resultados dos jogos em seu pequeno e antigo rádio. Aceno para ele e saio do prédio às pressas.

Corro para o ponto de ônibus e me praguejo mentalmente por não ter sido mais rápida, já que o mesmo já estava quase saindo.

. — Dá próxima vez eu a deixo para trás, Kels. - Ruth brinca e eu entrego a ela o meu passe. 

— Eu sei que você nunca irá me decepcionar. - digo e ela ri fraco, assentindo. 

Apanho meu passe de volta e sento-me no banco atrás da motorista. Deixo meu olhar vagar pelas ruas durante todo o percurso. Pessoas entram e saem em algumas paradas. Eu sou uma das últimas a descer, agradeço minha amiga Ruth pela viagem tranquila e ando por duas quadras até encontrar o chamativo edifício da universidade. Eu não estava atrasada, realmente, mas gostava sempre de me certificar que não perderia nenhuma aula ou conteúdo importante. Era bolsista, não podia correr riscos de fracassar em alguma matéria.

— Ei. – saúdo ao ver os fios vermelhos do cabelo de Vero, minha melhor e única amiga que fiz desde que deixei o Texas. 

— Oi, amiga. - ela sorri, mas logo faz uma breve careta. —Você está péssima.

Rolo os olhos, mas sem ter argumentos para discordar.

— Passei toda a noite fazendo cálculos das despesas desse mês. - digo frustrada. — Eu preciso mesmo de um emprego.

— Porque não aceitou a proposta de Nathaniel? Você sabe que...

— Não. – nego com a cabeça. — Eu não vou aceitar a oferta de trabalhar na empresa do meu ex-namorado. Isso seria tortura, além de muito constrangedor.

— Onde pretende trabalhar, então? - ela suspira, e começamos a caminhar pelo campus.

— Não sei, talvez em alguma empresa? Isso pode ser bom para eu me adaptar ao meu curso e não será tão corrido para mim. 

Ficamos em silêncio por algum tempo e Vero parece ter uma brilhante ideia. 

— Eu já sei onde você irá trabalhar. - olho-a curiosa. — Meu pai é amigo do Bieber, o atual dono das empresas Empire Bieber. Talvez, ele consiga lhe dar um estágio como secretária ou algo assim. - diz e meu coração salta.

— Na empresa da família Bieber? Apenas a maior e mais prestigiada de Los Angeles? - ela assente como se fosse óbvio. — Não quero me iludir com isso, Vero. Isso seria apenas a melhor maneira para começar minha carreira.

— Você irá conseguir. - garante, completamente confiante. — O senhor Bieber inclusive não tem nada de senhor, ele é uma delicia. Vou adorar ir te visitar e poder ver aquele homem, aquele corpo... - geme baixo e eu não consigo conter uma sonora risada. 

— Você nem o conhece, louca. - repreendo-a.

— Não me julgue. Você transou com um desconhecido, em seu apartamento. - ela me relembra.

Minhas lembranças ainda estavam quentes, mesmo que já tenha se passado vários dias. Eu estava bêbada e ele também não estava em seu estado sóbrio, e em um momento de loucura, acabamos transando. Nunca fiz algo assim em minha vida, nunca bebi e muito menos fui para a cama com um desconhecido, mas ele era tão... Tão diferente, e acabou me chamando atenção de alguma forma. Despertou em mim um desejo lascivo e quase letal.

Eu não costumava me deitar com desconhecidos. Nathaniel foi meu primeiro namorado, e primeiro homem a me tornar mulher. Não tive vergonha de dar a ele algo que mantive blindado apenas por não ter tido tempo para usufruir da minha adolescência devidamente. Ele cuidou de mim, tomou-me e não foi embora no dia seguinte. Ficamos juntos por longos meses, aprendemos sobre o outro e nos divertíamos nos lembrando como tínhamos nos conhecido, logo na minha primeira semana em Los Angeles. No entanto, chegou um momento em que precisei deixar um grande homem para trás. Minha vida estava uma bagunça, Kyle estava cada vez mais agressivo e eu não suportava mais ouvir as ligações deprimidas da minha mãe. Suas lágrimas causavam as minhas. Ele tentou me acompanhar, lutou para me fazer mudar de ideia, mas eu não poderia colocá-lo em uma batalha em que eu era a minha própria inimiga. Não me arrependo de tê-lo deixado, pois he dei uma chance de procurar por um amor correspondido e tranquilo, como merecia viver.

Desde então, nem um outro homem se aproximou do meu coração. Estava vivendo bem por me dedicar apenas em meu curso e em minha vida. Um namorado poderia me deixar ainda mais confusa, e não estava disposta a tentar ajeitar mais que a minha bagunça pessoal. Não ainda.

Aquele homem que se deitou em minha cama, nunca mais voltaria a se deitar comigo. Não sabíamos nada sobre o outro, e nem mesmo me lembro de como foi nossa noite. Talvez tenha sido uma decepção para nós dois e o álcool se encarregou de não nos deixar lembrar. Ele nem sempre é traiçoeiro.

— Foi algo momentâneo. - explico. — Não me lembre mais disso.

— Tenho certeza que se você tivesse a chance, repetiria com ele. - diz e sorri maliciosa. 

— Se você não tivesse me abandonado, nunca teria acontecido. - estreito os olhos.

— Você ainda vai me agradecer por ter tido a chance de viver, transar e...

— Cale a boca, Vero. - resmungo entre dentes e ela gargalha, abraçando meus ombros. 

O sinal da faculdade soa e nós seguimos nosso caminho, subindo as escadas que nos levava para o prédio.

— Irei falar com o meu pai essa noite, e te ligo para lhe dizer se conseguiu a sua entrevista. 

— Obrigada. - balbucio. — Você irá salvar a minha vida.

— Eu sei. – sorri convencida.

Despedimos-nos com um rápido abraço. Ela vai para a sua sala, e eu vou para a minha.

(...)

Termino de escrever as ultimas linhas do meu trabalho e fecho meus livros e meu notebook. Já estava escurecendo e eu precisava esquentar algumas sobras do dia anterior, pois meu estômago estava prestes a gritar comigo.

Ouço meu celular tocar, nem mesmo olho par a tela, apenas deslizo meu polegar e levo-o ao meu ouvido direito.

— Alô?

— Onde você estava Kelsey Doyle Parker? – um voz incomparável ralha do outro lado da linha.

— Estava terminando um trabalho. 

— O trabalho para entregar apenas no final do mês que vem? – tendo discordar, mas eu sabia da verdade.Você precisa parar de se antecipar tanto com as coisas. 

 Gosto de fazer tudo antes, você sabe disso. - digo e imagino-a revirando os olhos nesse momento. — Para que me ligou?

— Para informar à gatinha que amanhã terá que estar no prédio da Empire Bieber, sete da noite.

— O que? - minha voz sai alta. 

 Meu pai falou com o senhor gostoso Bieber e ele disse que está mesmo precisando de uma nova secretária, já que a sua irá sair de licença. 

— Meu Deus! Eu não estou acreditando nisso. – murmuro ainda incrédula com a informação. — Você é a melhor amiga do mundo! 

 E você acha que eu não sei? Eu sou incrível, meu amor - eu não podia dizer o contrário. 

— Obrigada, mesmo. – meu coração estava acelerado e meu sorriso mal cabia no rosto. — Irei tomar um banho, e comer algo para descansar. Quero estar bem preparada para amanhã.

— Esse emprego será seu, K. Não se preocupe. – diz, me apoiando. 

— Obrigada, Vero. 

— Não agradeça. Mas, amanhã é sábado e nós iremos sair para comemorar.

— Não, por favor. - choramingo. 

— Eu não mereço isso? - e lá estava ela com sua chantagem convincente. 

— Tudo bem. - dou-me por vencida. Seria uma luta que eu não ganharia mesmo. 

— Ótimo. - soa empolgada. 

— Agora eu vou descansar. Obrigada, mais uma vez. 

— Sem problemas. Irei te enviar o endereço por mensagem. 

— Tudo bem. Eu te amo. 

— Amo você. Cuida-se.

Encerro a ligação, ainda extasiada por saber que tinha conseguido uma entrevista de emprego depois de dar com o rosto na porta, tantas vezes. Eu não sabia quem era o senhor Bieber, mas seu nome era comentando em noticiários de todo o mundo, todos os dias. Ele era como uma celebridade da arquitetura. Tudo o que eu sabia sobre ele – devido a paixão platônica de Vero – era que tinha um filho, era casado e que tinha um conta bancaria com números inimagináveis.

Meu pai o conhecia, e o admirava. Quando me mudei, ele foi o primeiro a me falar sobre a empresa como seria bom eu lutar por um lugar em uma equipe tão poderosa. Não me sentia pronta ainda. Era nova, inexperiente e estava apenas começando como universitária. Mas, me sinto pronta agora. Desejo passar pelas portas da Empire Bieber como uma funcionaria, sendo capaz de assumir uma postura profissional e confiante, ao mesmo tempo em que irei aprender com todas as pessoas que trabalham na empresa. Eu quero crescer e ser moldada pelos melhores.

Algo me diz que muitas coisas irão acontecer a partir do momento que eu colocar meus pés naquele lugar. 


Notas Finais




Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...