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História Camouflage (EM PAUSA) - Chapter Twenty


Escrita por: poetyeeun

Notas do Autor


Hallo!
Espero, de coração, que gostem. Boa leitura! MWAH!

➞ Capítulo sem revisão, perdoem-me se tiver erros.

Capítulo 21 - Chapter Twenty


Fanfic / Fanfiction Camouflage (EM PAUSA) - Chapter Twenty

Estar próxima a ele era como dar os primeiros passos para meu próprio suicídio.

Seu olhar ainda era o mesmo. Intenso e enigmático.

— Porque você está fazendo isso, Kelsey? – ele pergunta.

Porque eu não sou nada para você.

— Porque é o certo a se fazer. – pisco uma única vez, apenas para espantar as lágrimas que teimavam em picar meus olhos.

— Não... – meneia sua cabeça e suspira. Sua respiração quente bate contra o meu rosto. Estávamos perto demais. E isso não era seguro. — O certo a se fazer é você me ouvir. É você ficar comigo.

E então, me beija. Estou desarmada, sem forças e com saudades. Retribuo o beijo com a mesma intensidade e desejo. Seu corpo prende-se ao meu, e os movimentos de nossos lábios e línguas seguem quase que por conta própria. Minhas mãos estão imóveis ao lado do meu corpo, pois nada parecia funcionar enquanto eu o sentia, novamente.

Mas de repente, recobro a consciência como se um balde de água fria caísse sobre minha cabeça. Viro o meu rosto para o lado, e ele afasta-se o suficiente para me lançar um olhar confuso.

— Deixe-me ir, Justin. Volte para sua família, pois eu irei embora. – tento desvencilha-me de seu aperto em meu braço, mas é um esforço inútil.

Justin pressiona o seu corpo junto ao meu, deixando nossos quadris colados um no outro. E se antes eu conseguia apenas sentir a sua respiração entre cortada e pesada, agora podia ouvir as batidas de seu coração.

— Eu não quero que você vá. – sussurra.

Fecho meus olhos.

Eu também não quero ir.

Mas eu preciso.

— Irei pedir a minha demissão. – murmuro e ele não se surpreende. Embora seu cenho esteja franzido e seu maxilar tensionado, ele não parece surpreso ao me ouvir. — Desde o inicio foi um erro ter ficado na empresa.

— Você acha que poderíamos não nos encontrar em algum bar ou outra festa de fraternidade? – seu nariz roça o meu. E sinto meu coração dar uma cambalhota em meu peito. Isso não é bom. — Se tivesse que acontecer, Kelsey, aconteceria em qualquer lugar.

Droga! Ele tinha razão.

— Diga que você ainda me quer... – um seco beijo varre para longe uma traidora lágrima que molhou um lado do meu rosto, sem que eu pudesse segurá-la por mais tempo. — Por favor, não me deixe.

Eu ainda te quero, Justin.

Abro meus olhos, determinando-me a não ceder a ele.

Mais de um minuto se passou, e aquilo tinha que acabar.

Ergo meus braços e pressiono minhas mãos trêmulas contra o seu peitoral, empurrando-o para trás e para longe de mim. Ele não luta para me segura, novamente, e isso me quebra um pouco. Mas não tenho tempo para pensar, apenas desvio o meu olhar do seu olhar perdido e abro a porta do toalete, esgueirando-me como um animal indefeso, marchando em passos rápidos e ruidosos até retornar ao ambiente luxuoso. Inutilmente, afasto as lágrimas que percorriam a minha face.

Abaixo a minha cabeça e contorno algumas mesas, olho brevemente para Nathaniel que sorria para o pai de Justin, mas coloca-se de pé no instante em que me vê.

— Está tudo bem? – ele pergunta, ficando em minha frente.

— Pode me levar para casa? – pergunto baixo, odiando estar passando por isso.

— Claro que sim. – ele diz e vira-se para olhar para a mesa. — Irei pagar a conta e nós iremos, tudo bem?

Apenas assinto.

Dou alguns passos para longe da mesa, pois sentia os olhares curiosos em mim. Tudo parecia silencioso, eu mal podia ouvir a música de fundo tocar, mas conseguia ouvir bem as pessoas agitadas em suas conversas.

— Espero que agora tenha percebido qual é o seu lugar. – a voz grave de Abel me faz prender a respiração. — Foi bom vê-la, senhorita Doyle.

Ele estava ao meu lado, banhado em sua postura imponente.

Ele cravou um pouco mais fundo o punhal que fez o meu peito sangrar.

Eu sabia bem qual era o meu lugar, no entanto.

— Pronto. – Nathaniel retorna. — Foi um prazer ter jantado com vocês.

— O prazer foi todo nosso. – ouço a mãe de Justin dizer. — Cuide bem desta menina.

— Cuidarei. Tenham uma boa noite. – Nathaniel se despede e eu não consigo fazer muito além de acenar, brevemente, com uma de minhas mãos.

Quando coloco os pés do lado de fora do restaurante, não estremeço apenas pela brisa fria que bagunça os fios do meu cabelo e faz um calafrio alastrar-se por minha espinha, e sim porque sinto a estranha sensação de ter tido os toques de Justin em mim, a poucos minutos atrás. Os exatos pontos em que ele tocou, pareciam ter sido marcados por sua pele quente e seus dedos firmes. Meus lábios pareciam queimar, pois eu ainda podia sentir os seus pressionando-os em um beijo cheio de emoções.

— Obrigado. – Nathaniel agradece ao manobrista que entrega as chaves do seu carro. — Kelsey?

Ergo o meu rosto e encaro-o.

Ele abre a porta do carro para mim, entro e ouço-o fechá-la. Encolho-me no acento e sinto ainda mais vontade de chorar, até que perdesse as forças e adormecesse. Queria acreditar que na manhã seguinte as coisas seriam diferentes e eu poderia finalmente voltar a seguir com a minha vida, mas isso não aconteceria.

De soslaio, vejo Nathaniel se sentar do seu lado do carro e colocá-lo em movimento. Ele liga o aquecedor e olha-me por um segundo, mas não diz uma única palavra. Nada é dito até chegarmos em frente ao meu prédio, o que foi um alivio, mas também a chance de enlouquecer-me com a minha própria bagunça de sentimentos.

Ao estacionar o carro em frente ao hall do prédio, ele sai primeiro a abre a porta para mim, agradeço-o com um sorriso contido e subo os degraus, ele faz o mesmo. Eu não sabia se queria que ele subisse comigo, pois ele poderia fazer perguntas e não acho que esteja pronta para respondê-las. Na verdade, não sei se um dia estarei pronta para falar sobre isso, com qualquer pessoa.

Ao pararmos em frente a porta do meu apartamento, ele para do outro lado da porta, encostando-se ao lado do batente de madeira, cruzando seus braços abaixo de seu peito.

Eu não sabia o que dizer.

Mas descolo meus lábios para pronunciar algo em agradecimento pela noite. Ele apenas me interrompe.

— Você está apaixonada por ele? – minhas sobrancelhas unem-se em uma linha reta. — Não foi difícil perceber isso, Kelsey. Desde o dia em que os vi jantando em Dallas, sabia que não era um encontro formal entre um chefe e uma funcionária. Ele atravessou o país para estar com você, instalou-se em sua casa e só retornou quando você também voltou. E esta noite... – ele solta uma risada amarga. — Qualquer um que quisesse poderia sentir o clima pesado, e a história não resolvida entre vocês.

— Eu... – meneio a minha cabeça, em negativa. — Não há uma história.

Eu não conseguia e não podia olhar em seus olhos.

— Pode ter certeza de que há uma grande história, sim. – ele diz. — E ele está confuso, apaixonado e com raiva.

Apaixonado? Tenho certeza que não.

— É apenas complicado. – aperto a bolsa em minhas mãos. — Eu não queria nada disso.

— Nunca queremos, Kelsey. A questão é que quando acontece, sendo certo ou errado, alguém sempre sai machucado. – ele faz uma pausa. — E pelo que estou vendo, você é quem saiu ferida.

Ele tinha razão.

— Não sei o que fazer. Quanto mais o afasto, parece que mais perto ele está. – confesso de uma vez.

— Isso é porque ele não quer deixá-la ir, sendo completamente egoísta. Mas, ele também não pode deixar tudo e ficar com você. – a voz de Nathaniel estava firme e confiante. — Ele é casado, tem um filho e uma grande fortuna. Às vezes, mesmo amando, seguimos um caminho diferente para manter certos lados intactos e destruímos outro. Ele não pode ter tudo, para sempre. Uma escolha terá que ser feita, e você pode não estar dentro desta escolha.

Engulo em seco.

— O que devo fazer?

— Confronte-o. Exija algo que queira. – ele parece sorrir, mas eu não o olho. — Eu conheço você, Kelsey. Eu sei sobre o seu caráter e sobre sua bondade. Apenas não deixe que ele destrua isso, fazendo-a acreditar em falsas promessas.

— Eu não posso fazer isso. – as palavras saem em um sopro doloroso.

Nathaniel endireita sua postura, e contorna o meu corpo, ficando ao meu lado.

Eu sentia sua proximidade.

— Infelizmente, não podemos ir contra o coração. Amamos e nem sempre somos amados de volta. E se nos amam de volta, pode não ser completamente possível fazer isso dar certo, porque não temos um manual que nos instrua a seguir os passos certos ou amarmos a pessoa certa. – balbucia, confiante, mas parece titubear em suas últimas palavras. — A questão é que... Não faça o que eu fiz. Não abra mão deste sentimento, caso você se sinta capaz de lutar por ele.

Eu choro um pouco mais.

Soluços me escapam.

Porque simplesmente não pude amar Nathaniel incondicionalmente?

— Obrigada. – agradeço-o, baixinho. — Não me agradeça. Apenas seja feliz. – ele parece sorrir, desta vez, eu o olho. — Realmente pensei que pudéssemos tentar de novo. Porque eu nunca esqueci você. O fato é que assim como ele pode tê-la marcado, você também me marcou. Eu não lamento ter tido a chance de voltar a sair com você, mas lamento não ter sido o suficiente para fazê-la ficar e me amar.

Aquilo me destruiu mais que qualquer outra coisa que ele pudesse me dizer.

— Não diga isso... Por favor, Nathaniel. – minha visão torna-se turva.

Gentilmente, ele alcança o meu rosto e com os polegares afasta algumas lágrimas que não me permitiam vê-lo com clareza.

— Está tudo bem. Tudo. – ele afirma. — Se ele não amar você, acredite, ele é um grande idiota.

Aperto meus olhos ao sentir seus lábios pressionarem em um beijo em minha testa.

Ele se afasta e vai embora.

Ele me deixa sozinha.

Abro meus olhos e abro a porta do apartamento, empurrando-a. Ao passar por ela, encontro Vero, vestida em um pijama cor de rosa com desenhos de corações, enquanto segurava um pote de sorvete. Ela sorri ao me ver, mas seu sorriso se transforma em uma expressão confusa quando ela percebe as evidências de uma noite desastrosa.

— Meu amor... – ela balbucia, eu apenas apresso meus passos em sua direção e a abraço.

Exatamente como fiz com minha mãe quando tive o coração partido, pela primeira vez.

JUSTIN BIEBER

Eu não consegui prolongar o resto do jantar.

Deixei meus pais e Eleanor para trás e não me importei com as inúmeras perguntas que eles poderiam exigir que eu respondesse no dia seguinte, mas eu não podia vê-la partir e continuar aguentando tudo.

Suportei as ligações, mensagens e e-mails ignorados. Suportei as mentiras contadas por sua amiga para evitar que eu a encontrasse em sua casa. Suportei a ideia de que ela estivesse me odiando por ser fraco. Suportei a sua ausência. Suportei vê-la jantando ao lado de seu ex-namorado. Suportei o suficiente por dias. Suportei o suficiente por anos. Só não posso suportar a ideia de perdê-la sem lutar.

— Você está muito estranho. – Eleanor vocifera, quando entra no quarto e se desfaz de seus sapatos. — O que está acontecendo com você?

— Nada. – murmuro enquanto seco o meu cabelo com a toalha menor, deixando o banheiro e retornando ao quarto.

Eu olho para a morena que puxava o zíper de seu vestido elegante.

Ela não me amava.

Ela não se importava comigo.

Ela não se importava com o nosso filho.

Ela não se importava com o nosso casamento.

— Eu quero o divórcio. – deixo as palavras escaparem, enquanto entro no closet e arranco a toalha que envolvia o meu tronco.

Ouço a sua risada de desdém.

— Isso é algum tipo de piada? Pois veja bem, você precisa melhorar nisso.

— Isso não é uma piada. – replico e visto uma cueca e uma calça de moletom escuro.

Ouço algo ser lançado no chão.

Bom, pelo menos agora nós teríamos uma briga que envolvesse algo que beneficiará a nós dois.

— Qual é o seu maldito problema? – ela grita, parada apenas de lingerie na porta do closet.

Levanto o meu olhar para ela.

— O meu problema é este casamento sem futuro, Eleanor. – digo com amargura. — Você não quer estar comigo também.

— Nós estamos casados a quase seis anos! – ela torna a gritar, sua postura se torna ameaçadora, mas isso não me faz recuar ou voltar atrás em minhas palavras.

— E nestes seis anos, alguma vez, você chegou a pensar que me amava?

— É claro que sim, seu estúpido! – ela apoia suas mãos nos batentes da porta do closet.

— Eu falo de amor, Eleanor. Amor de verdade. Não amor pelos sapatos caros que preenchem essa prateleira ou pelo nome que você marcou no seu mundo. – digo sem emoção. — Amor pelo que eu sou, pelo que nós geramos, juntos.

Sua expressão não muda.

Ela permanece irada.

— Você está me traindo... – deduz por conta própria.

Eu não desminto, no entanto.

— Se acha que eu darei o divórcio para você trazer uma prostituta barata para baixo deste teto, está muito enganado, Bieber! – ela se descontrola e alcança um de seus sapatos do lado esquerdo do closet e o joga em minha direção, apenas desvio. — Eu parei toda a minha vida para dar um filho a você, perdi trabalhos, viagens e agora... – mais um sapato de salto pontiagudo. — Isso nunca vai acontecer!

Quando ela faz menção de apanhar outro sapato, eu me aproximo dela e o tiro de sua mão e seguro seus ombros. Descontrolada, ela começa a me acertar com tapas, ardem a minha pele, mas eu a deixo fazer isso por um tempo, porque ela estava com raiva.

Eu também estava, mas com raiva de mim mesmo.

— Vamos nos libertar disso. Chega de vivermos por aparência. – pontuo e recebo um tapa forte em meu rosto.

Contraio o maxilar, mas não me movo de lugar.

— Eu não irei lhe dar divórcio algum, seu cretino de merda! – grita e empurra quatros vezes o meu peito. Ela tinha força, mas apenas o suficiente para me irritar. — Seus pais sabem disso? Eles sabem que o filho perfeito está me colocando um belo par de chifres? Eles sabem que você está prestes a manchar o nome da família?

Respiro fundo e seguro seus pulsos, juntando-os em meu peito.

— Há muito tempo não me importo com o nome da família, Eleanor. Diferente de você, eu não quero a minha vida baseada ao que os tablóides dizem achar ou não sobre minhas atitudes.

Eu não minto.

Estava apenas farto de tantas mentiras e atitudes falsas.

Neste lar, não existiam verdades.

— É aquela secretária, não é? – ela se desfaz do meu aperto mínimo em seus pulsos e cambaleia para trás, deixando o closet e um homem realmente assustado, no momento.

Ela sabia sobre Kelsey.

Ouço sua risada quase diabólica.

— Eu venho percebendo sua mudança tem alguns meses. Mas, não imaginei que fosse ela até está noite. – ela aponta para mim, assim que me vê voltar ao quarto. — Mas apenas hoje consegui perceber do que se tratava tudo isso.

O olhar que ela dirige a mim não é dos mais amigáveis.

Não pensei que lidaríamos com este assunto. Ao menos não assim.

— Eleanor...

— Isso será ótimo para que seus pais vejam que você não é o bom garoto que sempre idealizaram ser. – suas risadas estavam me tirando do sério.

— Eles podem pensar o que quiser de mim, mas este casamento não irá continuar.

— Se ousar pedir os papéis, eu farei um escândalo! – as pupilas de seus olhos esverdeados dilatam e seu rosto ganha uma nova vermelhidão.

— Está mesmo querendo transformar isso em uma guerra? – pergunto, mantendo o tom de calmaria em minha voz.

Eu precisava de um cigarro.

Eu precisava quebrar algo.

— Sua vida será um inferno constante, Justin. Eu juro a você! – ela diz as últimas palavras entre dentes e entra no banheiro, batendo a porta, em seguida.

Fecho meus olhos e esfrego o meu rosto.

Eleanor era uma mulher esperta. Nos casamos com separação parcial de bens, por uma exigência dela. Ela podia prever que este dia chegaria, e não queria ficar sem nada. De qualquer modo, temos um filho e eu não a deixarei desamparada. Parte de tudo o que me pertence, será colocado no nome dele, e ele irá morar comigo. Tenho certeza que ela não irá sucumbir a isso.

Kelsey tem aversão ao interesse.

Eleanor vive pelo dinheiro.

Kelsey se importa com a família.

Eleanor se preocupa apenas com o seu trabalho.

Kelsey parece enxergar o que eu sou, além do que aparento ser.

Eleanor não se interessou por mim até sermos colocados frente a frente e nossos pais começaram a falar do dinheiro que herdaríamos. Tempo depois, estávamos casados.

Não é certo compará-las. Contudo, não posso negar a mim mesmo que Kelsey podia ter sido a garota escolhida para mim. Se, por algum acaso, tivéssemos nos esbarrado por algum corredor da universidade, em uma cafeteria ou até mesmo por algum acidente, como em filmes, poderíamos estar juntos agora. A vida não é um filme, eu sei disso. Também não posso me arrepender de tudo o que eu fiz para mostrar aos meus pais que eu era responsável e fazê-los feliz, pois eu tive Luke. O meu filho continua sendo o melhor que me aconteceu, em muito tempo.

Aquela garota acuada em uma festa de fraternidade, vem logo atrás dele na lista de coisas boas que existem em minha vida.

Depois de ter passado um tempo com ela em Dallas, descobri muito mais sobre mim do que podia imaginar. Aprendi a correr atrás de algo que não posso ter e exibir por ai, mantendo em segredo e em meus braços. Aprendi também que as vezes é necessário dar e ter um pouco de espaço. Aprendi que um casamento não pode ser mantido por escolhas dos outros. E, dentre tudo, aprendi que posso amar e ser amado, verdadeiramente.

E por isso, eu preciso dela.

Em passos rápidos, deixo o quarto e antes de descer as escadas, paro em frente ao quarto de Luke. Abro a porta e o vejo deitado em sua cama, a iluminação do quarto era apenas a de seu abajur. Em seus braços finos e pequenos estava esmagada a cabeça do seu dinossauro azul. Me curvo para frente e ajeito o seu cobertor. Ele não se mexe, e eu contemplo o meu pequeno anjo, em um sono tranquilo.

Beijo o topo de sua cabeça e acaricio o seu rosto. Não podia pensar que Eleanor já o machucou algum dia, mas eu jurei a ele que isso nunca mais aconteceria. Eu prometi a ele, e o meu filho sabe que nunca quebro uma promessa.

Deixo-o em seu quarto e faço o meu caminho até o meu escritório. Ao entrar, fecho a porta e paro atrás da minha mesa, sento-me e retiro o telefone do gancho, discando o número que anotei em um dos papéis, graças a Harry. E meu amigo ainda não sabia da minha decisão, mas depois que eu concertasse as coisas com Kelsey, ele saberia. Poderia não ter sua aprovação, mas sabia que teria o seu apoio.

O número chama três vezes antes de a pessoa atender.

— Alô? – uma voz feminina me faz engolir em seco.

Coragem homem!

— Verônica? Aqui quem fala é Justin... Bieber. – digo com insegurança, e ouço-a bufar, sem tentar disfarçar.

— Acredita que estava pensando em você, neste exato momento? – ela faz uma breve pausa, mas não esperava minha resposta. — Estava pensando se devo arrancar suas bolas e fazê-lo engoli-las ou pendurá-las no retrovisor do meu carro. Sabe, ambos servem como um lembrete.

Bem, ela é ácida.

— Eu preciso de um favor seu. – digo de uma vez. Ouço sua risada amarga, e um som estranho que deduzo ter sido feito por sua boca.

— Você é corajoso, Bieber. E tolo também, porque a algumas paredes de distância, eu tenho uma amiga muito destruída, chorando embaixo da água quente de um chuveiro que só tem água quente por vinte e cinco minutos. – eu me sinto mal. Não queria imaginar Kelsey chorando, por minha causa. — Eu quero fazer tantas coisas com você. E acredite, não são as mesmas coisas que pensei em fazer um dia. Agora, todas elas, envolvem torturas lentas e muito dolorosas.

— Eu sei que você me odeia...

— Ódio pode ser a palavra do momento.

— E que me acha um idiota...

— Oh, não. Eu não te acho um idiota. Eu sei que você é um idiota. Tipo, o maior de todos. – ela não perde a chance de me ofender. Eu mereço isso.

— E é por isso que preciso de sua ajuda. – ela fica em silêncio. Isso me parece uma deixa para continuar. — Se eu falar diretamente com Kelsey, ela não irá me ouvir e não funcionará. Eu só preciso que a leve para o endereço que mandarei a você, e eu cuido do resto.

— O que o faz pensar que eu jogarei a minha amiga em seus braços? Posso muito bem ir no lugar dela e jogar ácido em seu rosto bonito e cortar o seu corpo com uma folha de papel muito afiada, e depois colocar álcool e sal por cima de todos os cortes.

Seria cômico se eu não começasse a sentir medo, de verdade, dela.

— Eu apenas quero ajeitar a bagunça que causei na vida de Kelsey.– torno a umedecer os lábios. — Não irei mais feri-la, Verônica. Só preciso da sua ajuda para levá-la até mim.

Ela fica em silêncio por alguns segundos.

— Se eu a vir derramar mais uma lágrima por você, juro que serei presa e meu rosto ficará estampado em todos os jornais como uma mulher cruel e vingativa. – ela murmura. — Fale de uma vez o que posso fazer.

Abro um sorriso.

Eu não conquistei Eleanor pelo que eu era, e sim pelo que eu tinha.

Quero conquistar Kelsey pelo que eu sou, não pelo que eu tenho.

Não será fácil concertar o caos que causei, mas irei lutar por ela.


Notas Finais




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