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História Camouflage (EM PAUSA) - Chapter Three


Escrita por: poetyeeun

Notas do Autor


Hallo!
Espero que gostem. Boa leitura. MWAH!

Capítulo 4 - Chapter Three


Fanfic / Fanfiction Camouflage (EM PAUSA) - Chapter Three

 Imagino que o universo esteja conspirando contra mim, essa é a mais plausível explicação. Havia sido contratada pelo homem que passei uma noite que não consigo me lembrar de como acordei em minha cama, completamente nua, com o seu cheiro impregnado em meus travesseiros e cobertores. Mesmo que tenha o meu currículo em mãos, ele não sabe nada sobre mim, como não sei sobre ele. Na verdade, eu sei. Ele é milionário, casado e tem um filho.

Termino de escovar os fios do meu cabelo e olho-me no espelho. Vesti-me em uma saia preta que ia até abaixo dos meus joelhos, e uma camisa branca de botões. Era a minha melhor opção para o meu primeiro dia de trabalho. Apanho minha bolsa, e olho no relógio em meu pulso. Ainda era cedo, estava adiantada em quase uma hora e meia, para caso houvesse algum imprevisto no caminho.

Abaixo a tela do meu notebook, e empurro-o na bagunça da minha cama. Durante o final de semana, fiquei encolhida em minha cama, bebericando canecas de chocolate quente, enquanto pesquisava sobre a família Bieber. Meu queixo caiu, diversas vezes. Assisti a vídeos, vistoriei grandes manchetes e bisbilhotei sites de fofoca, e o rosto daquele homem estava marcado em todos os tipos de notícias. As lágrimas queimaram meus olhos antes mesmo que pudesse impedi-las de cair, mas chorei depois de ver como a sua mulher e filho eram bonitos e o olhavam com admiração.

Eu podia ser o pivô da separação de uma família.

Balanço minha cabeça, e suspiro. Saio do meu quarto, e logo do meu apartamento. Caminho pelo corredor, e desço toda a escadaria, praguejando-me por ter calçado o par de saltos escolhidos por minha amiga maluca. Uma vez no ponto ônibus, saltando sobre alguns buracos e poças de água, seguro na lataria e coloco-me para dentro. Cumprimento Ruth com um sorriso breve, e acomodo-me em um dos bancos vazios.

Como de costume, observo a cidade enquanto o ônibus estava em movimento. Assim que o observo parar, salto para fora, precisando caminhar por dois quarteirões até avistar, do outro lado da rua, o edifício que ainda me roubava o fôlego. Subindo os degraus, cumprimento a mesma mulher que me recebeu com o sorriso que parecia nunca deixar seu rosto simpático. Aceno com a mão livre, e me encaminho para o elevador. Volto a olhar em meu relógio e sinto-me contente por estar meia hora adiantada.

Entro no elevador, e pressiono os botões que me levaria ao meu andar. Quando as portas se abrem, faço o mesmo caminho da última vez, e ao me conduzir, desvio-me de alguns corpos apressados pelo caminho, pedindo desculpas por minha distração. O andar não estava movimentado como naquela noite, mas o fluxo parecia começar logo pelo inicio da manhã.

— Olá. - saúdo a mulher que me levou até a sala de Justin Bieber.

— Oi, querida. - ela olha no relógio atrás de si. — Chegou cedo.

— Eu queria conhecer a empresa. Também, saber ao certo o que devo fazer e onde vou ficar. Será que pode me explicar? - pergunto-lhe. — Se não for incomodo, é claro. 

— Claro que não. - ela se levanta de sua cadeira, e dá a volta no balcão. — Venha comigo.

Olhando-a bem, e com os ânimos um pouco menos agitados, consigo notar a sua barriga avantajada em suas roupas um pouco mais folgadas.

Ela abre uma porta de uma sala, logo ao da sala do senhor Bieber. 

— Essa será a sua sala. - prendo minha respiração. 

— Eu pensei que iria trabalhar no seu lugar. Digo, enquanto estiver de licença. - digo e ela sorri de canto. 

— Você será assistente pessoal do senhor Bieber. - explica. — Em meu lugar ficará Clary, a mulher que fica na recepção lá de baixo. 

— E essa sala será minha? - minha voz talvez tenha saído alta e surpresa demais. Mas eu realmente não esperava por isso. 

— Sim. - sorri tranquila. — Instale-se como quiser. Sinta-se livre para decorá-la como desejar. O senhor Bieber sempre prioriza o conforto de seus funcionários no ambiente de trabalho. - gesticula com as mãos. — Ele está logo ao lado, então, sempre que houver compromissos, ligue. Se não atender, deixe os recados anotados em sua mesa, até o final do dia.

Olho ao redor, completamente deslumbrada com o ambiente limpo. A mesa era grande, próxima à janela que parecia dar uma bela vista para a cidade, devido ao andar que estávamos. Não tinha muito, apenas papéis, um aparelho telefônico, algumas canetas e um computador. Tinha apenas uma grande cadeira de couro. Do outro lado, ao lado de um vaso de plantas de folhas um pouco secas, tinha um sofá vermelho. De fato não era como a sala do dono da empresa, mas era o melhor lugar que poderia me imaginar trabalhando. Sentia-me dentro de um sonho.

— Está incrível assim. - sussurro, olhando até mesmo para o teto branco.

— Deixarei você ficar a vontade. O senhor Bieber chega mais tarde hoje, mas pode começar o seu trabalho quando quiser. - diz e eu balanço a cabeça assentindo.

— Obrigada. - ela acena e sai da sala, deixando-me sozinha. 

Ando por todo o lugar e vejo uma porta marrom em uma das paredes, o que deduzo ser um banheiro. Abro a porta e eu estava realmente certa, fecho-a novamente, e coloco minha bolsa em cima do sofá.

Em passos lentos, guio-me até a minha mesa, e solto meu corpo na cadeira, girando-a devagar, não podendo conter o largo sorriso que assume posse dos meus lábios.

(...)

As horas passam rapidamente e eu perco a noção do tempo. Recebi algumas ligações, mas como eu ainda não tinha visto o senhor Bieber pela empresa, eu não podia fazer nada além de anotar e ler alguns contratos que me entregaram para analisar antes de entregar a ele. 

Levanto-me da minha cadeira e vou até o enorme vidro que dava para a sacada, abro-o e me arrependo no instante em que um vento forte bate contra mim e de brinde leva algumas folhas que estavam em cima da minha mesa para o chão. Frustrada com o poder implacável da natureza, puxo o vidro para mim, e fecho-o depressa.

Olho para o desastre que causei em minha sala, e me abaixo para apanhar os papéis espalhados. Engatinho até estar debaixo da mesa, e puxo algumas folhas que escaparam dos cliques que usei para prendê-las. Antes de a minha mão direita alcançar a caneta que também foi ao chão, assusto-me com o som da porta sendo aberta.

— Senhorita Doyle... - era Justin. Com o susto por sua presença, bato minha cabeça no vidro pesado da mesa, e solto um gemido baixo de dor e constrangimento. — Você está bem?

Arrasto-me para longe do tampo de vidro, lutando para não repetir o mesmo ato estúpido de me machucar de maneira tão vergonhosa na frente do meu chefe, em meu primeiro dia de trabalho. Resmungando, coloco-me de pé, sustentando-me em meus saltos e suportando a dor aguda que se fazia no alto da minha cabeça. Jogo as folhas em cima da mesa, e respiro fundo. . 

— Estou bem. - consigo respondê-lo, mas não encará-lo. — Estava apenas pegando algumas folhas que caíram com o vento da janela que havia aberto.

Explico rápido demais. Com a mão esquerda, e de maneira discreta, massageio o local em que havia batido.

— Tudo bem. - ele parece querer controlar uma risada. Mas porque não riria? Sinto as pontas das minhas orelhas pegarem fogo. — Vim apenas saber se gostou de sua sala. 

Endireito meu corpo que estava rígido.

— Oh, sim. É bonita e confortável. - sou sincera.

— Fico satisfeito em saber disso. - diz de canto de olho consigo vê-lo ajeitando sua gravata. — Já está na hora do almoço. Temos um restaurante no primeiro andar, é apenas para funcionários. - diz gentilmente, e eu finalmente crio coragem para olhá-lo.

Havia sido um erro. Ele estava mais bonito do que na noite de sábado, e muito mais elegante e atraente que em todas as imagens que encontrei em buscas no Google. Seu terno nessa manhã era cinza, e sua gravata azul com alguns detalhes brancos. Meus olhos traidores percorrem o seu corpo, e focam em suas mãos. As veias volumosas eram tão instigantes, e os anéis que ele usava davam-lhe um charme unicamente seu.

Engulo em seco e forço-me a encarar meus pés.

— Tem algum recado para mim? - pergunta e o seu olhar pesado crava em mim, posso senti-lo.

— S-Sim. - digo com a voz trêmula e marcho até minha mesa. Pego os papéis que me deram para ler, uno-os, junto às anotações de seus compromissos e recados deixados por vários homens importantes. — Passaram-me esses contratos para ler antes de entregá-los ao senhor. Aqui estão os recados e pedidos de reuniões.  – Justin puxa para si os papéis estendidos, e o vislumbre de um sorriso tinge seus lábios.

— Você é a primeira a fazer tudo isso em poucas horas. Até mesmo Soraya levou algum tempo para conseguir fazer isso por conta própria. - murmura sério, e não posso assegurar que seu comentário é um elogio ou repreensão.

— Se eu tiver agido mal, peço desculpas. Apenas quis...

— De jeito nenhum, Kel... Senhorita Doyle. - limpa sua garganta. — Agiu muito bem em adiantar essas coisas. Posso ver que irá se sair bem nesse cargo.

— O-Obrigada... – queria sorrir, mas meus lábios se recusavam a se erguerem sem que transformassem minha expressão em uma careta. — Senhor.

— Sairei para resolver alguns assuntos essa tarde. Voltarei apenas para trazer os contratos assinados pela parte da noite. - informa. — Quando der o seu horário, pode ir para a universidade. - estreita os olhos castanhos. — Conseguiu mudar seu horário, certo?

— Sim. – lhe asseguro. — Tudo está certo.

— Bom, deixarei que tenha seu almoço e conheça um pouco mais da empresa. - diz educadamente e anda até a porta. 

Abaixo minha cabeça e meus ombros caem para baixo como se eu tivesse soltado um peso no chão. Meu corpo inteiro estava tenso e minhas mãos suavam frio.

— Senhorita... - meu coração acelera. Olho para o dono da voz e vejo o seu sorriso. Um sorriso maldoso. — Tome cuidado da próxima vez que se abaixar daquela forma. Existem pessoas com más intenções por todos os lugares. - ele abandona a minha sala. 

Engulo em seco.

Pisco algumas vezes.

Jesus!

A fim de espantar quaisquer pensamentos que alvorocem a minha mente, pego minha bolsa de cima do sofá e deixo minha sala, ainda conseguindo sentir o perfume que parecia serpentear em todos os lugares pelo qual ele passava. Entro em um dos elevadores, e desço junto a alguns homens, eles caminham em direção ao que se parecia com o lugar sugerido por Justin, então, sigo-os.

O ambiente era movimentado, e pessoas andavam de um lado para o outro, enquanto outras conversavam em suas mesas, com seus acompanhantes. Procuro por uma mesa vazia, e apertando as alças da minha bolsa suspensas em meu ombro direito, guio-me para a que encontro, do outro lado do saguão lotado por pessoas bem vestidas e agitadas. Arrasto uma das cadeiras, e sento-me, colocando minha bolsa na cadeira vaga ao lado.

Apanho o cardápio que estava caído na mesa, e percorro meus olhos pelas opções saborosas que fazem meu estômago roncar. Os pratos tinham valores variados, e apenas a primeira folha tinha os que eu poderia pagar sem que isso afetasse o pouco de dinheiro que tinha guardado para quitar minhas contas atrasadas.

— O que irá querer? - um homem pergunta de maneira educada, se aproximando da mesa.

— O número dois, por favor. - digo e ele anota em seu pequeno caderno. 

— E para beber? - pergunta. 

— Um suco de laranja. - ele assente, e se afasta.

Coloco o cardápio no lugar, e abro minha bolsa, procurando por um livro da universidade. Abro-o e começo a folheá-lo, lendo as páginas que marquei para estudar para a minha prova da próxima semana. Não teria muito tempo para me dedicar ao estudo sem que isso afetasse meu trabalho, todas as deixas que encontrassem, aproveitaria para me dedicar aos estudos.

— Posso sentar-me com você? – uma voz masculina chama minha atenção, por cima do livro, olho para o rapaz parado em frente à mesa. — Todas as mesas estão ocupadas. - ele gira o dedo, mostrando o lugar realmente cheio. — Se não for incomodo para você. Vejo que está ocupada, não quero lhe atrapalhar. 

— Não atrapalha. - digo e fecho meu livro. — Fique a vontade. 

Ele sorri e se senta de frente para mim.

— Me chamo Trenton. - estende sua mão direita por cima da mesa.  

— Kelsey. - aperto-a, selando o aperto de mãos. Ele sorri e eu retribuo da mesma forma, logo soltando minha mão da sua.

— Você é a nova secretária do senhor Bieber, certo?

— Sim. – franzo o cenho. — Como sabe?

— As notícias correm rápidas por aqui. - diz rindo fraco. — Você foi muito elogiada pelos corredores da empresa. 

— Eu? Elogaiada?- sentia-me corando.  

— Claro. - balança sua cabeça. — Os homens daqui não costumam ver uma garota tão jovem e bonita andando pelos corredores da Empire Bieber.

Meu rosto parecia prestes a explodir.

— Oh! Não sei nem o que dizer. 

— Apenas diga que não irá deixar de abrilhantar esse lugar. - corteja-me e eu mordisco meu lábio inferior.

Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, o garçom serve-me e anota o pedido de Trenton. O nosso almoço corre tranquilo, e me divirto com meu novo e mais rápido colega feito em um local de trabalho. Assim que terminamos, ele insistiu em me levar para conhecer alguns pontos até que o nosso horário tenha chegado ao fim. Sentia-me familiariza com as pessoas que me apresentou, todos sorriram para mim, e pareciam gentis e satisfeitos com seus afazeres.

Despedimo-nos na porta do elevador. Fui surpreendida ao sentir o toque de seus lábios em meu rosto, depositando um beijo seco, mas que me deixou constrangida ao vê-lo sorrir do outro lado, dentro do elevador que o levaria ao seu andar. Trenton era um cara legal, e poderia ser um bom amigo para mim.

As horas voaram em meu primeiro dia. Mal percebi quando o tempo mudou, e o céu nublou do lado de fora. Estava na minha hora de ir embora, então, desligo o computador e junto todos os papéis, empurrando-os para dentro de uma pasta escura. Guardo-a dentro da terceira gaveta da mesa, e ajeito minha bolsa em meu ombro esquerdo. Saio da minha sala, fechando a porta atrás de mim.

Soraya não estava mais atrás do balcão, parecia ter ido embora a algum tempo, assim como os outros funcionários do andar. Entro no elevador livre e aperto para o hall. Saio do prédio às pressas, e ao colocar meus pés para fora, sinto a forte rajada de vento chocar contra mim, molhando meu corpo e cabelo em milissegundos. Penso em recuar, e voltar para dentro do prédio, mas se o fizesse, me atrasaria até mesmo para o segundo horário.

Sabia que não conseguiria chegar até o ponto de ônibus. Abraço meu próprio corpo e ando até a beira da calçada, no intuito de que um táxi pudesse me salvar dessa chuva. Meu cabelo já estava encharcado, assim como a minha roupa. Já conseguia sentir meu corpo se queixando do frio, devido aos meus arrepios e meus lábios tremendo.

Jogo meu cabelo para trás enquanto tentava proteger a minha bolsa para que não molhasse minhas coisas. Nenhum sinal de táxi a caminho e nem mesmo de um ônibus. Com o meu estado eu não poderia ir para a faculdade, mas teria que ir para casa antes de pegar um resfriado que me deixasse de camas por dias.

Faço menção de voltar para a área coberta da empresa, mas um carro preto para na beira da calçada, e um vidro escuro abaixa.

—O que faz debaixo desse temporal, senhorita Doyle? 

Estou tentando pegar um resfriado, senhor. Penso, mas o respondo educadamente. 

— Estou esperando um táxi. - elevo minha voz para que me ouça sobre o barulho da chuva forte.

— Entre no carro. 

— O que?

— Entre no carro! - ele repete como se eu não tivesse escutado da primeira vez. Eu ouvi, mas realmente não havia entendido. 

— Não precisa. Logo deve estar passando algum... - sinto minhas pernas começarem a bambear pelo frio. — Táxi ou ônibus.

— Entre de uma vez no carro. - esbraveja e abre a porta para mim. 

Prefiro não contrariá-lo e entro no carro, fecho a porta ao meu lado. Ele me olha e liga o aquecedor. 

— Estou molhando todo o seu carro. - resmungo e ele apenas me olha, mas não era o meu rosto e nem mesmo para o meu estado. 

Ele encarava os meus seios, agora quase expostos pela blusa branca completamente molhada e transparente. Eu usava um sutiã vermelho, mas eu não contava com esse pequeno acidente. 

Disfarçadamente, cruzo os meus braços, e aperto minha bolsa contra meus seios. Finjo não ter visto a atitude descarada do meu chefe em fitá-los. Mas eu não o culpo, devia ter escolhido qualquer outra blusa do meu roupeiro. Peças claras nunca eram boas opções.

— Pegue. - olho para o homem de voz rouca, e vejo-o retirando o seu paletó.

— Não é necessário, senhor Bieber. 

— Vista antes que pegue um resfriado, senhorita Doyle. - diz e eu não retruco, apenas pego e visto, e meu corpo agradece por isso. 

Ele liga o carro e segue o seu caminho. Um silêncio constrangedor se instala entre nós. 

— Você irá para a sua casa, certo? - pergunta sem me olhar. 

— Sim. - digo e encolho-me ao ouvir uma forte trovoada. 

Nunca apreciei noites de tempestade. Não gostava dos estragos que causavam, ainda que amasse a chuva. Trovoadas e relâmpagos causavam-me medo, e sentia-me sempre acuada o bastante em ter que enfrentá-las, estando sozinha em casa, temendo que algum apagão aconteça. Era um medo bobo, mas não conseguia livrar-me dele.

— Está com medo? - Justin pergunta e faz uma curva tranquilamente. 

— N-Não. - digo e vejo que entramos no caminho exato para a minha casa. Penso em perguntar como ele sabia onde eu morava, mas a resposta já martelava em minha mente. 

Será que é porque você transou com ele em sua casa e não se lembra de nada? Maldita consciência. 

A chuva estava ainda mais intensa e não parecia que pararia por agora. O senhor Bieber estaciona o carro em frente à entrada do meu prédio, e eu olho para minhas mãos que estavam molhadas e trêmulas. 

— O senhor... Quer entrar? - ele me olha com os olhos escurecidos. — Quer dizer... Para esperar a chuva passar e... - fecho os olhos com força. Odiava me perder em minhas próprias palavras. 

— Tudo bem. - ele diz simplesmente e se eu não estivesse mordendo meu lábio inferior, possivelmente eu já estaria com a boca aberta. 

Ele era tão curto em suas respostas, mas com tão pouco eu ainda sentia-me estranha por estar com ele. 

— Vamos? - ele pergunta abrindo o seu lado da porta. Balanço a cabeça afirmando. 

Tento abrir a porta ao meu lado, mas minhas mãos pareciam não seguir os comandos do meu cérebro. Justin olha-me atento e se inclina para perto de mim. Minha respiração estava irregular, e torna-se ofegante, como se estivesse correndo em uma maratona, mas estava apenas a centímetros de distância desse homem que exalava tudo o que eu não podia cobiçar.

Em um movimento preciso, puxa o trinco da porta e empurra-a lentamente. Ainda estava parada, sem me mover, incerta até mesmo sobre a maneira que poderia liberar o ar de meus pulmões. Não queria tocá-lo, mas ao mesmo tempo meu corpo implorava para que ele me tocasse. Ele se vira para se afastar de mim, e seu rosto fica frente a frente com o meu. Nossas respirações se encontram de maneira perigosa.

Estávamos tão perto. Os olhares do senhor Bieber revezavam dos meus olhos para a minha boca em questão de milésimos de segundos. E eu não me encontrava diferente dele. Em minha cabeça martelava a voz da razão, gritando para que me afastasse depressa, mas o meu lado sem juízo o queria mais perto. Rente a mim.

Sua mão direita se estende e toca o meu rosto, acariciando-o de maneira terna e calma. Seu toque causa em mim uma sensação pavorosa. Meu coração se aperta contra  peito, e minha garganta seca, assim como meus lábios. 


Notas Finais




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