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História Campo Minado - Sam e Zlatan - Isso tem que acabar.


Escrita por: CookieHanz

Notas do Autor


Só vim avisar que eu tô louca hoje e vai ter dois caps grandões! Então lê esse e segura essa marimba aí que já já eu volto.

Capítulo 35 - Sam e Zlatan - Isso tem que acabar.


SAM

 

Paolo estava impaciente. Dava pra ver no jeito que trocava de lugar a cada segundo. E como engatilhava e desengatilhava a arma o tempo todo. Apesar de achar que ele já vinha nos observando há um tempo, eu pude ver que ele não estava totalmente preparado. Paolo estava desequilibrado. Não era mais o poço de cinismo e certeza. Ele estava nervoso e parecia cansado. As olheiras enormes embaixo de seus olhos, a quantidade de álcool que ingeria e os maços de cigarro que fumava.

Olhando pra ele, percebi que ele devia estar nos procurando desde que fugimos dois anos atrás. Ele provavelmente não parou nem um segundo. Aquilo deve tê-lo consumido como o diabo, mas ainda assim a adrenalina o mantinha de pé.

Mas lá estávamos nós agora. Ele dependendo do amor que sabia que Mar e Zlatan sentiam por mim. Dependendo do desespero dos meus amigos pra por fim naquele joguinho.

Porque era um jogo. Ele nunca aceitaria que duas mulheres o tinham enganado e fugido por tanto tempo. Paolo era controlador, machista, possessivo. Ele gostava de ter o controle, de amedrontar. Ele gostava da sensação de ter gente com medo dele.

- Como nos encontrou? – minha voz soou muito rouca e Paolo virou o rosto pra me olhar. O cigarro pendendo na boca que se curvou em um sorriso cínico. Ele demorou a falar, mas quando o fez não estava mais sorrindo.

- Vocês foram boas. Preciso admitir. – ele moveu o pescoço pra estralar. – Identidades falsas, ziguezague por várias cidades, não usaram seus nomes... Mas eu sabia que uma hora vocês iam falhar.

- Como nos encontrou? – repeti a pergunta e ele se levantou pra vir pra perto de mim.

- Quando vocês fugiram eu precisei mentir que Mar tinha ido pra uma clínica de reabilitação. Mas o delegado descobriu que na verdade ela tinha fugido. Ainda assim, consegui dizer que era porque ela estava louca. – ele deu de ombros. – Acreditaram. E então eu usei o programa de reconhecimento facial da federal. Encontrei o rosto de Mar num shopping em Portugal. Mas descobriram que eu usei o programa, e me fizeram fazer um maldito teste psicológico. Me disseram que eu estava obsessivo. – ele riu com escárnio. – E me afastaram. Foi ótimo. Tive mais tempo livre pra encontrar minha esposa.

- Você é louco.

- Então fui até Portugal e procurei por vocês. – ele continuou falando. - Encontrei um restaurante onde trabalharam e fui seguindo, mas perdi o rastro antes da França. Eu estava quase perdendo as esperanças quando você me ajudou com essa história de se envolver com um famoso. – ele riu divertindo-se. – Não foi muito inteligente da sua parte, Sammy.

- Você é um louco, psicopata, nojento. Eu prefiro morrer a deixar minha irmã com você novamente.

- Cala essa boca! – Paolo acabou com o espaço entre a gente e segurou meu pescoço com uma mão. O aperto forte me fez ficar sem ar muito rápido.

- Paolo... – tentei falar, mas minha voz não saiu. – Me solta...

- Cala essa boca, sua vadia! – ele disse vagarosamente. O ódio em seus olhos injetados. – Cala a porcaria da boca, ou eu mato você.  

- Não... consigo... respirar... – e então ele me soltou.

O ar voltou com tudo e eu me senti tonta. Comecei a tossir com força. Vi ele sair de perto de mim e voltar pra suas armas. Senti a lágrima quente escorrer solitária em minha bochecha.

Aquele inferno precisava acabar. Zlatan tinha que ter entendido minha pista. A pista tinha que estar certa. Nós tínhamos que estar perto da lojinha. Zlatan tinha que me encontrar. Ele tinha que me encontrar.

Não percebi quando comecei a me sacudir pra frente e pra trás, as lágrimas escorrendo quentes por minhas bochechas, minha respiração ofegante como se eu estivesse correndo. Ouvi a risada alta de Paolo.

- Estava ansioso pelo momento em que você ficaria assim.– ele murmurou sorrindo. - Apavorada.

E eu estava. Pela primeira vez eu estava terrivelmente apavorada.

 

ZLATAN

- Tem certeza que nenhum homem espanhol deu entrada aí? Ele aparenta ter uns 35 anos e estava com uma mulher. Branca, pequena, cabelos escuros... Possivelmente dormindo. – Mar falava vagarosamente tentando não soar impaciente ou desesperada.

Sara riscava mais um hotel da lista que eu tinha feito, e isso estava me deixando impaciente. Fiquei impressionado com quantos hotéis, pensões e quartinhos existiam naquela região, mas agora vendo a lista chegar quase no final eu desejei que existissem mais.

- Por favor senhora, é importante que a senhora se lembre. – David, do outro lado do quarto em que estávamos, disse no telefone. Ele ficava andando enquanto tentava extrair alguma informação de outra atendente de algum hotel. Quando ele sacudiu a cabeça em negação eu sabia que era mais um riscado na lista.

- Tem certeza? – Rose levantou da cama que ficava do lado da que eu estava sentado. Virei o rosto pra olhá-la. Ela estendeu a mão pra mim gesticulando os lábios em um “a foto”. Virei a tela do notebook pra ela onde a foto de Paolo com Sam estava agora. Olhar pra Sam daquele jeito fazia meu estomago revirar, mas não consegui pensar muito porque Rose contornou a cama e ajoelhou na frente do notebook. – Homem branco, mais ou menos 40 anos, alto, parecia ter bebido... Sim!... Estava carregando uma mulher no colo?... Ai meu Deus! Encontrei! – Rose abriu um sorriso e esticou a mão pra apontar pro endereço da lista que ela tinha ligado.

Acho que meu coração estava batendo na garganta agora. Eu não conseguia nem acreditar. Todo mundo desligou suas chamadas e se concentrou em ouvir Rose que ainda falava com a pessoa. Ela colocou no viva-voz.

- Pode falar o que se lembra novamente?

- Isso vai me meter em encrenca, moça? – a voz parecia ser de uma senhora.

- Não. Muito pelo contrário, vai ajudar muito. Vou ficar imensamente grata. É muito importante. – se seguiu um breve silêncio antes da senhora voltar a falar.

- Esse homem com um sotaque estranho apareceu aqui ontem por volta das cinco da tarde. Fez uma reserva num dos quartos e depois saiu. Não era nem pra eu ter ficado no turno da noite, mas prometi cobrir minha colega Trude e fiquei. Então ele voltou mais ou menos às dez da noite, e carregava uma mulher no colo. Ela não parecia estar dormindo não. Parecia desacordada. Os olhos dele estavam tão vermelhos, menina. Como os do meu sobrinho-neto Louis ficavam antes da família descobrir que ele usava drogas. – A senhora não parava de falar e dar detalhes desnecessários, mas ninguém interrompia, porque finalmente tínhamos encontrado. – Aí eu não deixei ele subir não. Eu disse pra ele esperar um pouquinho e chamei o Colin que começou a fazer um monte de perguntas pra ele sobre a mocinha. Aí ele ficou bem bravo e saiu bufando daqui.

Eu murchei. Minha boca se abriu , mas não consegui dizer nada.

- E-Então... Então eles não estão aí? – a voz de Rose soou tão decepcionada quanto a minha soaria.

- Não, minha filha. A gente não gosta de se meter em encrenca e acredite que aquele homem era encrenca.

- Tudo bem... Obrigada pelas informações...

- Olhe, querida. Se quer uma ajudinha a mais, eu aposto que ele deve ter ido pra pensão do Finnick.

- Pensão do Finnick?

- É. Aquele traste não se importa com quem entra lá a menos que pague. É o único assim aqui na região, e a julgar pelo horário não acredito que aquele homem tenha procurado um lugar muito melhor pra ficar. Ainda mais com aquela moça desacordada nos braços.

Corri os olhos pela lista e vi o nome Finnick bem no final. Era o último.

- Muito obrigada mesmo...

- Não tem número. – Sara disse quando Rose desligou a ligação.

- Mas tem endereço. Vou lá agora. – eu tinha que acabar com aquilo.

- Espera, Zlatan.

- Precisamos de um plano.

- O plano é ligar pra polícia! Não podemos ir lá e entrar assim.

Todos começaram a falar ao mesmo tempo.

- EU VOU BUSCAR A SAM! – Berrei fazendo todos calarem a boca. – Não vou deixar ela com aquele maluco nem mais um segundo. Levantei da cama e peguei minha jaqueta pra sair, mas exatamente quando abri a porta meu celular tocou. Olhei o número desconhecido na tela e atendi logo.

- Ibrahimovic? – a voz meio adolescente me fez parar quase do lado de fora do quarto.

- Oi.

- É a Marie. Do La vie en Rose... – dei um passo pra dentro pra me voltar pros outros.

- Marie! Fala!

- Er... O cara está aqui.

- O quê?

- Bom... Não aqui, aqui. Eu estava varrendo a porta da loja, e ele passou pela frente. Ele está no restaurante da esquina.

- Marie, não desliga tá? Preciso que fique vigiando e me diga exatamente quando ele sair. Estou indo praí agora! – eu falei mais alto e saí do quarto. Atrás de mim podia ouvir Sara e Rose implorando pra David e Greg tomarem cuidado e eles dizendo pra elas esperarem lá. Só olhei pra eles quando já estava correndo pro estacionamento do hotel. Cavani, David, Greg e Mar entraram no meu carro comigo.

- Ele acabou de sair. - a voz de Marie ecoou no meu ouvido de novo.

- Segue ele.

- Seguir ele?

- Por favor! Te dou o que quiser!

- O que eu quiser? Que tal ingressos pro primeiro jogo da Champions? - ela perguntou animada e eu revirei os olhos.

- Fechado.

- Estou seguindo.

- Não fica muito perto. Não deixa ele perceber que você está seguindo ele.

- Discrição é meu nome do meio, relaxa.

Revirei os olhos de novo sentindo meu coração bater muito rápido em meu peito.

- Não envolve a garota nisso, Zlatan! – David disse, mas eu ignorei.

Eu podia estar sendo um puta egoísta agora, mas nada mais me importava além da Sam naquele momento.

- Onde você está? – perguntei.

- Quase dois quarteirões da loja. Perto da possilga do Finnick. – ela respondeu meio ofegante.

- Onde exatamente?

A garota disse o endereço e eu comecei a dirigir mais rápido. Cavani do meu lado puxou o telefone da minha mão e colocou no viva voz.

- Ele entrou no Finnick. – a voz de Marie ecoou no carro e eu assenti já sabendo. Quando entrei na rua de pedras, avistei a pensão na esquina da rua. Parei o carro antes do lugar e consegui ver Marie escondida atrás de um contêiner de lixo. Desliguei a ligação sem falar mais nada.

- Vou despachar ela. Fiquem aqui. – abri a porta pra sair sob protestos de Mar e David. – Cavani pega o volante. Não saiam do carro. Qualquer coisa, chamem a polícia e vão embora. – ignorem os chamados de Mar que de repente estava apavorada de novo e bati a porta, vendo Cavani tomar meu lugar. Andei rápido até a garota escondida.

- Marie. – ela deu um salto batendo o braço no contêiner quando a chamei.

- Ai caramba. Oi. MEU DEUS! Não consigo me acostumar a te ver tão de pertinho. ISSO TÁ VALENDO A PENA DE-MAIS! – ela berrou e eu revirei os olhos. Não estava com paciência pra tietagem agora.

- Ele entrou? – perguntei impaciente e ela assentiu me olhando com um sorrisinho.

- Ok. Obrigado por isso. Você tem que ir embora agora. – ela abriu um pouco a boca incrédula. – É pro seu próprio bem. Vou ligar pra te dar seus ingressos. – disse e ela assentiu meio boquiaberta, meio desconfiada e me deu um abraço rápido meio de lado antes de sair andando.

Olhei pra pensão e voltei correndo pro carro.

- Eu vou entrar. – eu disse quando Cavani abaixou o vidro.

- Cala essa boca e entra no carro. Não queremos que ele nos veja.

- Eu vou entrar, Cavani.

- Não.

- Não estou pedindo permissão. – disse entredentes e ele sacudiu a cabeça em negação.

- Você não pode entrar! – Foi a vez de Mar falar, colocando a cabeça pra frente pra me ver.

- Mas eu vou.   

- Não! Merda, Zlatan! Eu estou tão preocupado com a Sam quanto você, mas ainda estou lúcido o suficiente pra pensar na possibilidade dele estar armado. Você vai entrar como uma merda de um justiceiro de peito aberto? Tomar um tiro heroicamente não vai salvar a Sam. – Cavani disse alterado e eu bufei irritado olhando pros lados. Ele estava certo.

- Vamos esperar ele ligar ou sair de novo. – David disse e eu sacudi a cabeça, me sentindo inútil mais uma vez.


Notas Finais


Deixa aquele velho comentário aí galerê, é massa saber o que cês tão achando.
Ah e pra quem ainda não deu uma passada lá na minha fic nova vai lá gente. Cê vão gostar.
-> De Paris com amor: https://spiritfanfics.com/historia/de-paris-com-amor-6995132

Bêjo e xêro <3


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