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História Camren Na Turnê 7/27 - 2 - Chapter 38 - Climas pesados


Escrita por: Babyblue3

Notas do Autor


Demorei de escrever por falta de inspiração mesmo. Mas essa história ficou pesada. Então se tiver estômago fraco não leia. 😣😚

Capítulo 38 - Chapter 38 - Climas pesados


Fanfic / Fanfiction Camren Na Turnê 7/27 - 2 - Chapter 38 - Climas pesados

-Parabéns, amor, te amo... - disse Lauren ao celular.

Já era a quinta vez que Lauren ligava e Camila sorriu timidamente olhando para trás.

Naquele estúdio, onde gravava canções desde cedo, ninguém a observava, exceto por Rogerino, o seu novo manager, que a encarava sutilmente.

Camila percebeu e ele disfarçou.

-Também te amo, amor... - disse sussurrando ao cel. - Amo quando você me liga assim direto... Acho que quero fazer aniversário todo dia. - disse rindo.

Mas Lauren do outro lado da linha não sorria:

-É o mínimo que posso fazer, certo? Afinal, não vamos mais nos ver hoje. - disse rispidamente.

O sorriso de Camila se desmanchou.

Ambas ficaram mudas ao cel.

..

Mais cedo, Rogerino trouxera um bolo de chocolate para o estúdio.

-Pra mim esse bolo?- perguntou surpresa, após horas de ensaio com os produtores de som.

-Não é o seu aniversário? - ele piscou. - E precisamos comer algo pra enfrentar a noite toda aqui. - disse dando uma risadinha

-Espera. Eu vou passar a noite inteira gravando? Logo hoje no meu aniversário?

-Infelizmente vai, Camila... Ou felizmente! - disse empolgado. - O prazer que você vai ter com a nossa companhia vai te deixar feliz. E olha esse bolo! Todo mundo fez essa cobertura de chocolate pra você!

-Que mentira, Rogerino... Você comprou esse bolo na padaria 24h aqui do lado. - riu Camila.

-Bem. Que importa? - disse ele rindo também. - O que interessa é que vamos produzir. É por isso estamos aqui. E tudo isso é por você! Não é pessoal? - gritou ele para todos ali igualmente empolgados.

-Viva Camila! - gritaram batendo palmas.

......

Mas agora ao celular, o silêncio imperava.

Lauren suspirou sem disfarçar a decepção, enquanto Camila prendia o choro, até que por fim falou:

-Lauren... Amor... - disse pausadamente - Não fique chateada... Nós iremos comemorar o meu aniversário ainda essa semana, só nós duas... Eu prometo! Ninguém vai estragar nossos planos e vamos ficar num lugar confortável, longe de todos... Como sempre fizemos.

-Eu sei, eu sei... - interrompeu Lauren esfregando os olhos impaciente.

Sentia-se irritada, mas não queria prolongar o assunto numa nova discussão.

Não naquela noite.

Embora tudo parecesse muito injusto ao seu ver.

A ideia que tinha meses antes, ao assumir a sua bissexualidade, era bem diferente daquela situação presente.

E tudo aquilo de que adiantara? De que tinha servido se assumir se Camila nada dissera publicamente?

Inspirar um monte de gente não compensava se em sua vida íntima ela e Camila continuavam um romance escondidas.

E por que Camila não falava abertamente sobre as duas? O que faltava?

Talvez o problema fosse outro.

Camila estava refém da sua própria imagem, numa nova carreira que era solo.

Algo totalmente desconfortável, que Lauren custava aceitar.

Não admitia vê-la tornasse alvo de desejo de todos, preterindo a música que cantava.

Pois será que no século XXI ainda valia a pena vender uma sensualidade "hetero musical cubana"? Não bastava a música em si?

Camila precisava projetar uma carreira de "mulher hetero caliente" a la JLo? Seria ela a próxima latina sexy que cantava?

Ela precisava disso?

Na visão de Lauren, Camila perdia a sua real identidade.

-Mas a minha música não está ligada a minha sexualidade! São coisas diferentes! - dissera Camila dias antes numa discussão sem fim ao cel com Lauren que respondeu:

-Camila. Entenda uma coisa: você é a sua música! É simples! Você é sensual e vem naturalmente de dentro. Mas seja honesta consigo mesma e não se reduza a apenas isso. Seja você! Brincalhona, boba, inteligente... Porra! Seja livre! Pare de se esconder! Pare de NOS esconder!

Mas aquele assunto não era compreensível para Camila e por isso não seria abordado novamente.

A fragilidade dela estava cada vez mais aparente e a sua resposta num choro sentido, fez com que Lauren evitasse continuar aquele papo.

No fim das contas, Lauren sabia que tudo mudaria quando uma única pessoa saísse da vida de Camila:

Rogerino.

... ... ...

Ele que costumava fazer parte da equipe de Will, o manager delas que se suicidara no ano anterior e fizera da turnê 7/27 um quase desastre.

Mas enquanto Will não media esforços para ser insuportável, Rogerino era um lobo em pele de cordeiro.

Infinitamente pior.

Seu jeito extremamente doce e falsamente tímido despertava a princípio simpatia entre pessoas que não reconheciam as suas reais intenções.

E a sorte grande havia sido enganar a família Cabello, fingindo preocupação com todos e causando uma falsa impressão de honestidade.

Não demorou muito para que logo gerenciasse a carreira solo de Camila com todos os trabalhos paralelos anteriores arranjados por ele para afastá-la cada vez mais do grupo 5H.

E dessa forma ia emendando um trabalho ao outro sem deixá-la respirar.

"Tá aí o resultado. Camila gravando canções em pleno aniversário. Muito preocupado com ela ele é...". - murmurou Lauren, pensando alto.

-Quê? - perguntou Camila confusa ao cel.

-Nada, Camz. Nada. Acho que já te liguei muito hoje. Prometo não mais te perturbar.

-Você nunca me pertuba. - interrompeu Camila. - Por favor. Não faz assim comigo... Eu adorei as ligações... É o que me tira da tristeza... Queria que estivesse aqui comigo...

Os olhos de Lauren brilharam ao ouvir aquelas palavras e ela rapidamente perguntou:

-Quer que eu vá aí? Eu vou. Eu posso ir agora. Quer?

Camila olhou para Rogerino ao longe que ainda a observava e nada disse.

Lauren esperou por mais um tempo e ao não obter resposta, falou:

-Ok. Tenha uma boa noite então. Eu tenho de ir. - disse desligando.

...........

"Merda..." - pensou Camila colocando o cel no bolso.

-Algum problema princesa? - disse Rogerino se aproximando.

-Vou gravar de novo? - disse ela mudando de assunto, desconfortável.

-Vai. Vamos lá? - disse ele batendo palmas. - Vamos recomeçar, galera! Silêncio no estúdio!

Camila recolocou os headphones e entrou na saleta de gravação.

Queria socar todos ali, um por um, mas apenas deu um suspiro e fechou os olhos enquanto mais uma melodia começava. Por sorte uma batida agressiva.

........

Drunk all Summer

O som alto tocava dentro do quarto de Lauren.

dRunK de Zayn Malik estava no repeat e ela nem curtia a voz dele, mas deitou-se na cama no escuro admirando a letra a qual naquele momento se identificava.

[Bêbado]

Acordados até tarde da noite

Olhos vermelhos, amnésia e um drinque gelado

Tarde da noite, olhos vermelhos

Amnésia, eu preciso de você

Agora, não consigo ver direito

Embrigado, é verdade, quando estou com você

Estou tonto e me sinto flutuando

Venho de uma fase diferente quando estou com você

De outra forma agora, como devíamos fazer

Te levo lá para trás agora, tomaria uma dose por você

Fico chapado a noite toda, nem escuto todas as músicas

Lauren estava absorta na música até ouvir a zuada de um vidro se quebrando com força ao longe, dentro de casa.

CRASH!

"QUEM É ELA?!"

Uma voz feminina berrava abafado.

-Mãe? - perguntou Lauren assustada levantando-se da cama e desligando rapidamente o som.

Abriu a porta e no corredor pode ouvir mais e mais gritos.

Ao lado, no outro quarto, estava a sua irmã também parada na porta e ambas se olharam confusas aproximando-se do topo das escadas.

Embaixo, na sala, seus pais discutiam:

-E quem é essa pessoa que quer você? Quem é ela? - perguntou Clarinda gritando para Mike que a segurava pelos braços evitando de ser agredido.

-Não lhe interessa! - devolveu ele também gritando.

Chutou o caco de vidro no chão ao lado do jarro quebrado que quase o atingira e virou-se apontando o dedo para ela:

- Você não tem mais o direito de saber da minha vida, Clara. Você ama outra pessoa! E eu cansei! Eu cansei!

-Me interessa saber e eu tenho todo o direito! - gritou Clarinda totalmente fora de si. - Quem é essa pessoa que te quer? Quem é ela?!

-Pra quê você quer saber?! Eu já te disse que se você não me quer, me deixe livre! Há quem me queira! E eu estou indo para lá agora! - disse pegando as suas malas do chão.

Lauren podia ver seu pai vermelho como um pimentão e puxou Taylor pra perto de si com o coração disparado enquanto assistiam em silêncio os dois.

-Você agora está livre pra trazer aqui quem você quiser! - continuou Mike. - Vai poder sujar o chão de vinho com sua amante e rir disso! Não vai mais precisar mentir pra mim!  Fique feliz! Eu estou indo embora! - disse ele puxando as suas malas perto da porta e abrindo.

-Você não vai sair daqui! Não vai! - gritou Clarinda o agarrando pela camisa. - Diga! Quem é essa vagabunda?! Hein? Fala quem é!!

-Me deixa em paz Clara! - disse ele tentando abrir a porta.

-Não faça isso! Mike! Amor!

Clarinda se pendurava em seu pescoço até que começou a esbofeteá-lo nos ombros e costas.

Taylor e Lauren não sabiam o que fazer e se apertaram mais uma contra a outra abraçadas enquanto choravam baixo.

-Você quer que eu implore? Eu imploro!

Clarinda se jogou para frente dele e ficou de joelhos o agarrando pelas pernas para impedi-lo.

-Não vá! Fique! Não me abandone! Não nos deixe! Por favor! - implorou chorando.

Ver Clarinda daquele jeito, aos seus pés era inusitado para Mike.

Logo ela que era cheia de razão e durona na queda, ela que dificilmente chorava por alguma coisa agora estava ali, desesperada e se humilhando.

Mike deixou o tempo passar admirando a sua mulher chorar por ele.

Mas ao olhar para cima viu as meninas os olhando de volta assustadas.

-Lauren. Taylor. - disse ele ofegante para elas. - Eu falo com vocês depois. Cuidem da sua mãe. Eu preciso ir. - falou carregando suas malas e fechando a porta.

-Nãããoo. - gritou Clarinda chorando alto sentada no chão enquanto as meninas correram para abraçá-la.

... ...

Na casa da família Cabello, Alejandro assistia ao seu habitual jogo de futebol americano.

Olhou para o banheiro onde estava Sinu que ajeitava seus cabelos escovados num rabo de cavalo.

-Vai sair? - gritou ele da cama.

-Quê? - perguntou Sinu franzindo a testa e virando-se para olhá-lo. - Essa hora? Não. Por que?

Alejandro deu um sorriso forçado achando graça do susto que ela levara.

-Não sei... Vai visitar Camila no estúdio? Ela deu mais alguma notícia?

-Não... - disse Sinu voltando a se olhar no espelho, ajeitando umas mechas da franja.

-Então vamos deixar nossa filha passar mesmo o aniversário com o "Rogerino patolino" e seu bando de patetas? Quá quá quá! - disse ele imitando a voz de um pato fanho enquanto ria.

Um pouco do líquido da latinha de cerveja  derramava em sua barriga enquanto ele se balançava de rir, e ele se enxugou com a fronha.

Sinu não o olhou ou respondeu.

Alejandro então se levantou e foi em sua direção até parar na porta a observando.

-Vai sair? - perguntou.

-Já disse que não! - disse ela perdendo a paciência. - O que há com você?

-Nada... - disse tomando outro gole de cerva.

Sinu saiu dali e foi em direção ao armário para procurar sua camisola.

Abriu diversas gavetas sem saber ao certo que camisola vestir, até que Alejandrino disse:

-Está procurando isso aqui?

Sinu olhou para ele e o viu segurando uma cartela de soníferos.

-O que é isso? - perguntou surpresa.

-Seus soníferos. Ou meus soníferos. Depende... Por agora parece que são meus. Não é?

Sinu ficou muda e ele se aproximou dela.

-Vai me dar isso aqui pra sair hoje? Hum? Vai se encontrar com sua amante após me entupir de soníferos? - disse sacodindo a cartela perto do rosto dela.

-Eu não estou entendendo. - disse Sinu fechando o seu roupão ao apertar as abas no pescoço como se fosse se proteger.

-Ah está. - disse ele se aproximando mais e apertando com força a cartela até ferir a palma da mão.  -Isso aqui ó. Você vai me dar hoje pra que eu apague e você encontre a sua amiga Clarinda?

Sinu podia sentir a raiva nos olhos do marido e ficou paralisada.

"Ele vai me matar..." - pensou apavorada engolindo seco.

-Agora me diz. - ele disse se afastando dela e a olhando de cima abaixo. - É você ou Clarinda o macho da relação? É você que come ela? É você ou ela que gosta de chupar boceta? Quem mete em quem?

-Cale essa boca... - murmurou ela olhando para os lados e se tremendo de ódio.

O medo de que sua filha Sofia acordasse e ouvisse aquilo era maior do que qualquer coisa.

-Por que você não consegue superar esse namorinho de infância que tiveram? Hein? Eu não sou suficiente? O meu corpo não agrada você? - perguntou ele segurando com força suas partes íntimas.

Sinu olhou para onde ele segurava e o encarou:

-Ela é muito mais do que você imagina. - disse raivosa ao que ele avançou pra cima dela segurando o seu queixo com força.

Sinu o empurrou o afastando. Não sabia de onde estava vindo aquela coragem. Mas iria falar o que tinha em mente:

-Se você triscar um dedo em mim eu chamo a polícia. Quem você pensa que é pra me acusar de traição? Você me trai desde que eu te conheci! Suas idas no México, os seus flertes nas turnês das meninas! E agora com amantes até aqui do bairro! Você acha que eu não sei?

-Mas eu sou homem! Sou um homem mexicano! Viril! E me casei com você!

-Ah, seu machista de araque! - disse Sinu desdenhando. - Quantos riscos você já me fez passar ao transar por aí sabe-se lá se usando preservativo! Me expondo, a minha saúde com pessoas desconhecidas! Quem você pensa que é pra me dar lição de moral?

-Você me dopa! Me dopa com soníferos! - gritou ele.

-Você nem precisa disso! Você já bebe todas as noites e ronca feito um porco! Os soníferos até te ajudam a ter uma noite tranquila! Mas tudo bem. Aonde você quer chegar? Quer o divórcio?

Alejandro a olhava incrédulo. Piscou algumas vezes sem acreditar no que ouvira.

-Podemos nos divorciar. - disse Sinu tentando ser firme e saindo perto dele.

No fundo se tremia inteira por ele ter descoberto que ela o dopava, mas sabia que a única saída era o ataque.

-Divórcio? Você quer o divórcio? - perguntou Alejandrino sem acreditar.

Sinu abriu a última gaveta do armário e tirou seu maço de cigarros que ficava escondido.

Não tinha mais nada a perder e acendeu o cigarro lentamente cruzando os braços e o olhando tragou devagar:

-Se eu dou uma foda fora daqui fique tranquilo. É com mulher. Uma só. A mesma de 20 anos atrás. Mas você que me trai a torto e a direito poderia se perguntar o porquê deixou de ser atraente para mim... Seria pelas cervejas que te deixam com essa barriga e com pouca força no corpo pra manter um sexo de algumas horas? Seria o seu hálito de álcool diário? Seria o medo de pegar uma doença venérea sua? Seria por você só deitar nessa cama para ver futebol? Pense nisso. Hoje eu estou com uma mulher. Mas amanhã posso querer um homem de verdade. - falou apagando o cigarro na pia do banheiro e saindo.

-Aonde você vai? - perguntou Alejandrino pasmo.

-Dormir. No sofá. Longe de você. - disse batendo a porta.

Alejandrino caminhou até o espelho do banheiro ainda em choque.

Olhou para baixo e apertou a barriga. Olhou para seu rosto e colocou a mão na boca para sentir o hálito. Fez uma careta. Ajeitou os cabelos caídos levando-os para trás e escovou rapidamente os dentes.

"Preciso entrar numa dieta". - pensou, pegando o seu resto de cerveja e derramado na pia.

No sofá deitada, Sinu suspirava. Uma leve dor de cabeça centrava-se em sua testa e quase uma hora depois já estava adormecendo, até que viu Alejandrino parado ao lado.

Observou o seu marido agora de banho tomado, cabelos limpos e escovados. Usava o melhor pijama que tinha ganhado de aniversário e nunca abrira.

Com a voz suave ele disse:

-Eu sei que eu também errei... Com outras. Outra... Fui um mexicano meio safado... Mas você sempre foi a única aqui, no meu coração... - disse ele começando a chorar.

Sinu puxou-o para si e abraçado a ela ele disse entre soluços:

-Eu sou um cara turrão. Mas eu amo você! Eu amo minha família! Eu não quero o divórcio!

Sinu consolava o seu marido que chorava alto.

-Shhh... Calma. Assim Sofia vai acordar...

-Eu vou te tratar melhor! Mas não me dê mais soníferos! Eu não mereço... Eu não sou uma pessoa ruim... - disse chorando mais.

Sinu agora se sentia a pior pessoa do mundo. Amava o seu marido, mas amava também Clarinda e não sabia como seria viver sem um dos dois.

-Eu também não fui uma santa... Mas se antes eu me sentia culpada, você me fez parar de sentir... Porque você me traiu muito. Sem qualquer amor... - disse ela.

-Desculpe-me Sininho... Mas eu sou homem...

-Não justifica!

-Tá... Desculpe-me... - disse ele enterrando seu rosto no pescoço dela e a beijando.

Sinu já sabia o que ele queria e o que viria a seguir e apenas suspirou sendo deixada levar por aquele homem a quem um dia ela dera todo amor e que agora estava abalado.

-Deite comigo aqui. - disse ela o puxando pra cima de si.

...

.....

Na tarde do dia seguinte em Nova Orleans...

-Ainda tem pra mim? - perguntou a colega de quarto de Lucy: Emily, chegando perto dela.

-Tem. Senta aí. - disse Lucy sentada na grama da universidade de Nova Orleans.

Lucy tragou sua maconha olhando o céu e semi cerrou os olhos dando o resto de cigarro para a garota que tragou e tossiu fazendo Lucy sorrir.

-E aí? Topa mesmo cantar?

-Óbvio. - disse Lucy abraçando os joelhos dobrados. - Já fiz a seleção das músicas. Quer ver?

-Claro. - disse Emily vendo Lucy tirar um papel amassado do bolso e lendo a lista em voz alta:

"No woman no cry" do Bob Marley.

"Come together" dos Beatles.

"Like a Rolling Stone" do Bob Dylan

-Nossa. - disse Emily admirada. - Você escolheu bem esse setlist! Tem de ter voz pra cantar assim.

-Eu não tenho voz. - disse Lucy. - Como o meu pai Carlos Vives mesmo fala: Eu saí a cara dele, mas não o talento pra voz.

-Mas... Você vai cantar...

-Vou. E daí? - Lucy deu de ombros. - O evento que a nossa faculdade está fazendo é sobre feminismo. A universidade tá promovendo esses shows com gente da própria casa produzindo. Shows, curta documentários, palestras... A merda toda. Então se eu posso contribuir, por que não? Eu vou lá e canto. Eu sou mulher, feminista, acredito em mim e tô afim de cantar. E aí? Se quiserem depois podem me expulsar. Podem jogar tomates. Eu não ligo. Se eu quero cantar, eu posso. A voz existe. Não precisa ser bonita. A mensagem que quero passar é que importa. Sacou?

-Poxa, Lucy... Eu queria ter a segurança que você tem na vida... - disse Emily com os olhos apaixonados.

-É. Mas pra isso tem de levar umas porradas... Olha eu aqui. Levei fora da mãe drogada. Fora do pai artista egoísta, fora do irmão andarilho, fora da melhor amiga que virou cantora. Fora do próprio irmão dela que tá na Disney e não respondeu as minhas mensagens. A vida é isso aí. Porrada. Tem de se levantar.

-Fora do irmão da cantora? Mas você  não é lésbica? - perguntou Emily confusa.

-Essa é uma longa história... Só com calma pra contar e se eu te contar, logo depois eu vou ter que te matar. - disse ela fazendo Emily rir.

O palco na grama da universidade já estava armado. A bebida era free. A galera dos cursos, professores, alunos e gente de fora já surgia para assistir ao show.

-Tenho de ir. Vou subir no palco e cantar umas verdades agora. - disse Lucy para Emily.

-Eu vou assistir. - disse Emily empolgada ao que Lucy sorriu apontando pra ela e piscou.

Lucy caminhou por aquele gramado sentindo uma certa ansiedade. A maconha não surtira o efeito desejado, talvez porque estivesse com medo de ser reprovada pelo público ali.

Todo aquele discurso que dera para Emily ela acreditava, mas era difícil seguir a risca quando o corpo falava por si só e mente colocava em dúvida o seu pontencial.

-Vamos lá, Lucy. Vamos quebrar essa porra de palco... Você não precisa de ninguém. Só de si mesma. Confie. Confie. - disse baixinho até se ver já segurando o microfone.

Assim que aproximou o rosto saudando as pessoas ocorreu uma microfonia aguda fazendo todos taparem os ouvidos.

-Desculpe por isso. - disse Lucy olhando pra baixo. Mas ao olhar enfim para o público pôde ver ao longe Chris, o irmão de Lauren, andando com amigos para verem o show.

Lucy não acreditava que ele estava ali. Provavelmente influenciado pelo evento, não devia fazer ideia que ela iria se apresentar. Talvez nem soubesse que ela estudava ali.

-Que se foda! Vamos começar! - gritou balançando a cabeça ao som da bateria que iniciava a primeira canção.

... ...

No mesmo dia, numa reunião do grupo 5H

Ally, Dinah e Lauren já estavam reunidas com o papa Jerry, o manager delas, no estúdio de Miami.

-Cadê Normani? - perguntou Dinah

-Ela está atrasada. Disse que tinha uma novidade pra nos contar... - falou Lauren desanimada.

-Que cara é essa? - perguntou Ally pra ela.

-Problemas familiares... Nem me faça começar...

-Tadinha... - disse Ally afagando k seu joelho.

-Meninas! Cheguei! Tenho uma novidade maravilhosa! Huuuu! - disse Normani pulando.

-Que teve? - perguntou Dinah.

-Tá namorando? - brincou Ally piscando pra Dinah que pareceu não gostar.

-Não. Ela não está namorando... Mas algo aconteceu... - disse Lauren tentando advinhar.

-Eu não sei guardar segredo. - disse Normani pulando. - Fui chamada para participar do programa "Dança com as estrelas!" - gritou eufórica.

Todas se levantaram e a abraçaram pulando juntas.

-Você vai arrasar, Normani. A r r a s a r! - disse Lauren feliz.

-Vai deixar todos no chão! Sangue de Jesus tem poder! - disse Ally a "abençoando".

-Parabéns, Mani. Você vai brilhar! - disse Papa Jerry a abraçando.

-Melhor notícia de todas, Mani. Mas quem é o seu par na dança? Já sabe? - perguntou Dinah.

-Ah... O melhor bailarino de todos! Ops. Que Sean, nosso coreógrafo, não ouça isso... Valentin Chmer!

-Não sei quem é... - disse Dinah.

-Ah, você vai saber. - disse Normani. - Todas vocês. Ele é um sonho. Maravilhoso. Vamos nos encontrar semana que vem... Meu coração está pulando de felicidade.

Todas sorriram, exceto Dinah que agora tentava disfarçar o incômodo.

Ally e Lauren perceberam e mudaram de assunto.

.... ....

A música dRunK de Zayn tocava novamente, desta vez no carro de Lauren.

Aqueles dias pareciam um martírio com tudo dando errado e seus pais separados.

Não sabia se sentia raiva da sua mãe por ter um relacionamento extra conjugal com a mãe da sua namorada. Não sabia se sentia raiva do pai por ter uma amante da idade dela pelo que vira nos comentários de uma garota escrevendo no Facebook dele... Não sabia se brigava com Camila por ainda não acertar o dia de se verem. Enfim. Tudo estava um caos.

-Existe mais alguma coisa que possa ficar pior? Porra! - gritou ela sozinha em meio a canção, dando um soco no volante.

Parou num semáforo e abriu a notificação do seu celular. Era uma nova foto no instagram do seu irmão e Lauren sorriu por saber notícias dele.

Na foto ele agarrava uma morena que coloca a língua pra fora e fazia um sinal de rock and roll.

Olhou mais de perto e reconheceu a garota.

-Isso só pode ser um jogo comigo... - disse pasma.

Outra notificação veio. Agora do instagram de Camila. Ela e a guitarrista Ashley Juno sorriam no jardim perto do estúdio.

BEEEEEP

Um carro buzinou atrás dela pois o sinal verde abrira. Lauren recomeçou a dirigir, mas agora, perigosamente segurava o celular e ligava para Ashley juno.

-Alô? - atendeu Juno.

-Alô. É a Lauren, Juno. A Camila está aí do lado?

-Oi Lauren! Sim, ela está. Tudo bem com você?

-Tudo ótimo. Passe para ela por gentileza.





Notas Finais


https://youtu.be/eoajJ_JD1fA - Lauren em Drunk

https://www.instagram.com/p/BRetE9Mg2NM/ - Lucy no festival feminista da fac de Nova Orleans

https://www.instagram.com/p/BReVXCkFXIM/ - mais de Lucy


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