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História Can you see inside?- 2 temporada - I love you


Escrita por: BoedoHood

Notas do Autor


Oiioioii
Sinto muito pelo capitulo e sem enrolação, vamos lá.

Capítulo 21 - I love you


POV Elizabeth


Nós estávamos rindo.

Afinal, o que mais nós iríamos fazer? Nada. Apenas rir, rir e nos divertir pra caralho.

Nós valorizamos a vida. aproveitamos cada momento porque, por mais que haja dor em admitir isso, temos a noção de que nós não sabemos quando nosso tempo vai acabar. E por mais que isso cause ainda mais dor, sabemos que nosso tempo não é muito longo.

Sou uma bêbada, o que mais posso dizer?

Meu rim já deve estar todo lascado, assim como eu. Ana já tem um rim emprestado, agradeço a Lia por nos dar mais esse tempo de vida. Se ela não tivesse feito isso, nós, provavelmente, estaríamos separadas. Eu na terra e ela onde quer que as pessoas vão quando...Morrem. Sim, devemos muito a ela. Basicamente, Ana deve a vida, e eu devo meu coração. Profundo? Sim.

Não consigo ao menos me imaginar longe de Mariana, ela estando a 3 casas de distância, imagine se...

Bom, Ana está com câncer. Um rim foi doado, mas o outro estava danificado, e ninguém doaria os dois rins. E ninguém sabe, mas esse câncer se espalhou, ou seja, ela possui um rim intacto, mas o resto do corpo está, praticamente, morto. 

Inclusive o pulmão, que já estava ruim porque ela fuma. E ela continua fumando, mas não sabe que eu sei disso. Vocês podem até me julgar e dizer que eu deveria obrigar ela a não fumar mais. Porém, eu não sou eu. Posso ser o amor da vida dela, mas não tenho o direito de olhar para ela e a obrigar a nao fumar mais. Ela ama isso, e eu amo ela.

Bem, só sei que a situação dela não está muito boa, não mesmo.

Eu não sei o que faria sem ela, juro. Eu penso que, talvez, se eu me for também, a dor que eu irei sentir iria acabar. Eu não vou sentir nada, não é mesmo? Eu vou estar morta.

É desagradável falar isso, eu tenho plena noção disso. Quem é que pensa que a melhor solução é se matar? Certo, muitas pessoas, já que existem suicídios.

Porém, não há vida para mim sem Mariana nesse mundo. E eu sei que isso pode não acontecer agora, mas ao mesmo tempo pode.

É uma incerteza, a vida é uma incerteza. E o que nós vamos fazer em relação a isso, é uma incerteza.

-No que você tanto pensa?- Ela me perguntou sorrindo.

Eu sorri para ela.

-Em nós. Hm, você sabe, essas paranóias loucas que eu tenho.

Ela gargalhou.

-Relaxa, ok? Eu vou ficar bem e... Bom, você vai ficar bem- corrigiu- Vamos viver, ok?

Assenti, mesmo que eu queria dizer para ela o quanto ela era importante para mim e que se algo acontecesse com ela, eu não ficaria nada bem. Mas nada que eu dissesse poderia demonstrar o quanto ela era maravilhosa e o quanto eu a amava. Não há palavras para descrever o que eu sinto por ela.

-Então, o que nós vamos fazer mesmo?- Perguntei enquanto me ajeitava no banco do motorista.

 E eu sou louca de deixar ela dirigir? Se algo acontecer, eu corro para o hospital.

-o que mais nós faríamos? Comprar bebida, claro.

Gargalhei.

-ta, onde nós vamos fazer isso?

-sinceramente? Eu não tenho ideia. Acho que vou pesquisar no Google, será que tem um mapa de Milão?

-geralmente tem.

Ela sorriu e foi pesquisar. Fiquei apenas andando em linha reta, até que as coordenadas vissem.

-Ok, vire a direita.

Assenti.

-você que manda- ela sorriu maliciosa para mim- Sua safada!

-você gosta.

-mas é claro- nós gargalhamos de novo.

Ela foi rir mais, porém ela se engasgou.

Comecei a rir do fato de ela ter se engasgado, mas algo me fez parar de rir. Ela estava quase roxa. Comecei a me desesperar mais ainda quando sangue começou a sair dá boca dela.

E então, foi aí que tudo aconteceu.

Como eu estava desesperada, não percebi que estava de frente a um poste. E então, apertei no freio com o máximo de intensidade que eu conseguia. O que resultou em um carro capotando.

Tudo parecia se passar em câmera lenta. Eu podia sentir um corpo ao meu lado se movendo e batendo no carro. Eu não conseguia entender ou raciocinar o que estava acontecendo. Até que o carro parou. E então, tudo pareceu ter acontecido tão rápido. Passar de câmera lenta para câmera rápida, seria possível explicar isso?

Senti minha cabeça bater e meu braço se prender a algo. Minha perna doía também, mas eu não ligava para nada disso. Olhei, desesperada para Mariana. Ela estava acordada e olhando para mim.

Em volta de sua boca, havia muito sangue. Ela ainda tossia, porém, havia diminuído.

Minha visão estava ficando turva, mas eu ainda estava consciente. Eu não sentia minhas pernas, só ficava meu olhar em Ana.

Ela estava com a cabeça sangrando sem parar, assim como a barriga. O cabelo preto estava molhado, deduzi ser sangue.

Olhei para minha perna e vi que havia um ferro enfiado nela, foi aí que o desespero aumentou. Tinha um ferro enfiado em minha coxa.

Ana estava com uma expressão assustada, e não havia nada que eu pudesse fazer.

Ela voltou a tossir sangue.

-é o câncer, não é sua culpa.

Eu olhei para baixo, mas logo voltei a olhar para ela. Não a deixaria sozinha.

-Como você sabe?

-eu simplesmente sei. Está em minhas... veias, em todo... O... meu corpo. Eu posso sentir... Eu sei que é ele, e eu, de alguma... forma desconhecida, sei que é a minha... hora.

Quando dei por visto, já estava chorando. Muito. Ela falava com dificuldade, assim como eu percebi que ela se esforçava para não fechar os olhos.

Não feche, eu queria dizer.

Minha perna começou a pesar e eu senti algo gelado escorrer. Eu estava sentindo o sangue. Puta merda, essa é a parte que dói.

Minha visão ficou mais turva, me perdi de onde eu estava.

-Ei, fique comigo- Mariana dizia.


POV Mariana.

-Fique comigo, por favor- eu implorei, me forçando a não dormir e me deixar levar pela morte.

Liza abriu os olhos devagar. Eu sorri para ela, ignorando o fato de não estar sentindo metade do meu corpo. Minha cabeça doía e minha mente girava. Sentia minha boca formigar e o gosto de ferro ficar permanente em mim.

-Eu te amo- falei olhando nos olhos dela. Ela conseguiu abrir um pequeno sorriso.

-Eu te amo mais do que tudo- Senti meus olhos se encharcarem. A emoção me invadia e eu sabia de alguma forma que esse seria meu último dia nessa terra.

-Diga para eles que eu os amo, ok? Não esqueça.

-Não me obrigue a fazer isso, Ana. Não me obrigue a viver em um mundo sem você.

-Não posso ser egoísta ao ponto de não te deixar viver. Você precisa viver, Liza. Você precisa ser feliz.

-Eu sou feliz com você.

Liza fechou os olhos, não como sinal de morte, e sim como sinal de que aquelas minhas palavras doíam nela. Eu sabia que doía, mas o que mais eu posso fazer? Fui uma inconsequente que bebeu e fumou demais, até que meu corpo não conseguiu aguentar. Fiz por onde, eu mereço isso.

Porém, Liza não merecia isso. Ela me ama, não há dúvidas. Nunca houve dúvidas quando se trata de nossos sentimentos. Liza me amava e agora estava me perdendo. Liza fez de tudo por mim, esteve ao meu lado e nunca desistiu de nós, e agora... Ela está me perdendo.

Lembrei de Dani, minha pequena. Eu não podia deixar ela e doía em mim saber que eu estava fazendo isso. Ela é e sempre foi a minha melhor amiga, a mais próxima, a irmã. Eu não podia acreditar que estava fazendo isso com ela, como eu sou egoísta.

Eu sabia que ela ficaria mal. Por Deus! Eu sairia dessa vida sem dizer adeus para ela. Como eu poderia fazer isso? Não é algo humano.

Lembrei dos meninos, que estiveram comigo e me divertiram para caralho. Todos eles, um mais especial do que o outro. Impossível dizer qual era o mais especial.

Na verdade, era possível sim. Pelo menos para mim, Ash era. Ele era meu melhor amigo, meu cunhado. Ele... Não acredito que eu teria que sair dessa vida sem dizer tchau para ele.

E havia Nath, a fofa e meiga que era grossa e estranha. Que menina estranha e amável. Sentiria fala dela, e como...

Havia Lola. Que era odiada por mim e agora se tornou tão querida. Aquela garota tem personalidade!

E tem liza.

Nossa história não foi tão complicada como a de Luke e Lia- que foderam com o coração um do outro, afetando todos que estão a sua volta- ou a de Ivy e Mike- Onde Ivy estava com Ash e Mike com Nath e depois Mike ficou sozinho e Ivy com Ash. E depois de uma enrolação dá porra, eles ficaram juntos.

Também não foi como a de cal e Nath, onde Nath ficava com Mike e Cal com Lia. Ou como a de Dani e Ash, que ela teve que esperar por Ash.

Nossa história foi simples. Havia outras pessoas? Sim, claro. Liza namorava Luke, teve a traição e tal, mas a gente sempre soube que nós estávamos destinadas a ficar juntas. Eu desisti de todos os meus pegas. Ninguém sabe, mas eu e Liza nos separamos faz 1 ano e meio. Peguei vários, não vou mentir. Não peguei meninas pois todas lembravam a ela. E eu só parei quando, em uma festa, eu a vi bêbada e chorando. Ora, eu poderia chorar todos os dias, mas eu nunca a deixaria chorar por minha causa. Ela é minha garota.

-Nós vamos ficar juntas sempre, gatinha. Fique calma- falei para ela.

-Não ouse me deixar sozinha!

Fechei meus olhos. Isso seria tão difícil.

-Eu tenho, você sabe. Eu...é minha hora. Não podemos mais nos enganar. É a verdade, temos que apenas aproveitar o resto de tempo que nós temos e...

Parei de falar quando voltei a tossir. Senti minha garganta fechar e meu corpo querer tirar aquilo de mim. Sentia aquele gosto de ferro sair pela minha boca e melar todo o meu corpo. Eu não conseguia respirar. Minha cabeça girava. Meu corpo doía. Eu estava nervosa e com medo, com muito medo.

Senti o calor de uma mão de encaixando na minha. Era Elizabeth.

-Eu estou com você.

Ela afirmou.

Eu não conseguia responder, mas, pelo meu olhar, eu sei que ela conseguiu ver minha gratidão. Deitei minha cabeça no meu banco e esperei. Eu estava esperando pela minha morte.

E eu te garanto, saber que ela estava ao meu lado... Foi o que me fez estar feliz. Eu estava feliz, e percebi isso quando percebi que estava sorrindo.

Senti meus olhos fecharem e meu corpo falhar, eu já não sentia dor. Não sentia nada. Apenas o frio que estava aquele local e o calor da mão de Liza. Ou do calor do sentimento dela.

Sentia, também, o olhar de Elizabeth em mim. Eu sabia que ela estava com medo, mas eu sabia que ela não sairia do meu lado.

Meus sentidos foram se perdendo aos poucos.

-Eu te amo.

Foi a última coisa que eu falei.

O rosto dela apavorado, foi a última coisa que eu vi.

A mão dela se apertando na minha, foi a última coisa que eu senti com meu tato.

-Eu te amo, gatinha.

Foi a última coisa que eu ouvi.

E para, literalmente, terminar, senti o amor dela em mim.




POV Elizabeth.

Eu chorava.

Deus! Como eu chorava.

Ela tinha ido, ela havia me deixado aqui.

Eu não queria respirar.

Eu não ligava para a dor física que eu sentia. Eu estava morta. Sem Mariana, eu estava morta.

Mas eu não podia sair sem me despedir dos meninos.

Então eu peguei o meu celular, que não sei como não estava quebrado, e coloquei nas notas, começando a escrever um pequeno texto de despedida. Torci para alguém ver esse texto.

Então, eu fechei meus olhos e arranquei o ferro da minha coxa, que começou a sangrar muito.

Com a respiração ofegante e a dor intensa, fechei meus olhos, juntei a minha mão à de Ana e esperei minha hora chegar.

Não demorou muito, mas não sei quanto tempo se passou.

Senti um frio e meu corpo ficar ainda mais fraco, até que já não senti nada. Apenas o som de uma ambulância e meus olhos se fecharem.

De longe, pude ver algo que me deixou feliz.

Uma garota revirando o olho. Senti a minha mão ser apertada e o amor de Ana.

E eu sorri, sabendo que passaríamos por tudo nessa vida, até mesmo a própria morte. Ela estava aqui comigo, eu podia sentir isso.


Notas Finais


Sabe desculpas? Então, desculpa.
Sim, eu sei que grande parte de vcs não acreditaram que Mariana realmente morreu, mas é verdade.
E eu sinto muito, porém já estava escrito e já fazia parte da história que está praticamente pronta.
Sinto muito pela tragédia, mas a vida é feita delas.

Obg por existirem❤


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