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História Canção Vintage (Crânio Magrí - Os Karas) - Melhores Amigos, Mozart à Parte


Escrita por: Lieh29

Notas do Autor


Já faz tantos anos que eu não escrevo nada sobre os Karas, em especial Crânio e Magrí que eu preciso matar a saudade. Os dois foram o meu primeiro ship e foi através deles que eu comecei a escrever fanfics.

Os contos serão a maior parte do tempo romance puro, bem água com açúcar, ok? Não recomendo se você não curte o gênero ou não gosta do ship. Estejam avisados.

Porém, também tenho a intenção de escrever contos que exploram mais a amizade dos Karas no dia-a-dia de adolescentes normais - ainda com enfoque maior no casal - mas com teor mais divertido, aventureiro e até assustador! Vamos ver no que vai dar.

Isso tudo é produto de nostalgia e saudades desses personagens queridos e também pela frustração do final de A Droga da Amizade que eu creio que não fui a única. Sem mencionar a seca de fanfics de Crânio e Magrí para o meu desespero. Então resolvi sentar e escrever eu mesma.

Sempre fui apaixonada pelo Crânio, e isso é desde da época que eu escrevia na comunidade dos Karas no Orkut lá em 2008/2009 rs, então esperem muitas homenagens minhas ao personagem.

Ainda não sei quantas one-shots serão publicadas, vai depender das minhas idéias e do meu tempo para escrevê-las, até porque tenho um original para editar rs. Por ser uma songfic, cada conto tem uma música de referência que muito provavelmente me inspirou a escrever.

Dedico a todos os fãs de Crânio e Magrí e os Karas no geral. Ponham um sorriso, pois graças a Deus existe fanfics para nos tirar as angústias haha.

Ps: O título da fanfic é uma referência a música Love da Lana Del Rey.

Ps²: Neste conto, Magrí descobre um pouco mais da paixão de Crânio pela música antes de "A Droga da Obediência".

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Capítulo 1 - Melhores Amigos, Mozart à Parte


Fanfic / Fanfiction Canção Vintage (Crânio Magrí - Os Karas) - Melhores Amigos, Mozart à Parte

Magrí espreguiçou-se com prazer naquela manhã fria e cinzenta de domingo. O mostrador do despertador indicava que já passava das dez, mas a jovem mulher continuou deitada observando o teto às escuras. Suspirou. 

A cama de casal estava fria e grande demais para somente ela ocupar. Sentiu o corpo tremer de frio e puxou as cobertas para mais perto de si, o coração apertado de solidão e tristeza. Não poderia, no entanto, ficar deitada por mais tempo, pois precisava limpar o apartamento ainda bagunçado pela mudança dos últimos dias, onde havia diversas caixas em todos os cômodos. 

Suspirou novamente, olhando de relance para o lugar vazio ao seu lado na cama. A saudade apertava o peito da moça a ponto de doer e derramar lágrimas sem nem ao menos ela querer.  

Por fim levantou-se, tomou banho, preparou o café e em menos de uma hora, já estava com a cabeça focada na organização da bagunça do apartamento. 

Magrí abriu uma pesada caixa de uma das pilhas perto da cozinha para verificar o que faria com ela. Se a intenção era esquecer a saudade que sentia, o conteúdo da caixa não ajudou em nada. Dentro dela, havia diversas fotos antigas dos seus queridos amigos, os Karas. Quanta saudade!  

Mas não somente isso, haviam muitas fotos soltas dela com o seu Kara especial, a maioria dos tempos do Colégio Elite. 

Ela sorriu, mesmo em meio a dor, ao pegar uma das fotografias. Foi como se um filme tivesse se passado na cabeça dela de todos aqueles momentos felizes que os dois viveram juntos.  

Que menino incrível e que homem maravilhoso ele se tornou! Ela tinha tanto orgulho do seu Crânio desde aquela época, que só aumentou com o passar dos anos. Poucas pessoas, porém, realmente o conheceram de forma profunda como ela.  

Havia um lado dele que somente Magrí apreciou desde o início da amizade dos Karas. Ela se recordava da sua curiosidade feminina de ver com frequência aquele garoto, na maioria das vezes sozinho, no intervalo tocando uma gaita com um olhar distante. A música era um componente importante na vida de Crânio, como ela descobriu alguns meses depois de se familiarizar com ele... 

*** 

O silêncio do forro do vestiário do Colégio Elite foi quebrado pelo som de uma melodiosa gaita que soava de forma suave quando Magrí chegou. A menina sorriu, já sabendo quem estava ali antes dela para mais uma reunião dos Karas. Não queria interromper o garoto que a tocava, por isso se manteve em silêncio por longos minutos, sentada de frente para ele até a música terminar numa suave nota. 

- Você toca muito bem, Crânio. Você faz aulas de música? 

Pela meia luz, Magrí viu que o garoto sorriu um pouco sem jeito pelo elogio. 

- Não, eu aprendi a tocar sozinho. Ganhei a gaita do meu avô como “remédio” para o problema que eu tinha quando era criança de falta de concentração. 

A menina franziu a testa. 

- Verdade? Puxa eu não sabia disso... 

- É, eu fui uma criança muito agitada, queria fazer mil coisas ao mesmo tempo e nunca terminava nada do que começava. – Crânio riu guardando a gaita no bolso da calça – Meus pais não sabiam o que fazer comigo, até o meu avô me presentear com a gaita como um desafio para eu aprender a tocar.  

- Daí você conseguiu tocar a gaita sozinho e gostou tanto que continua até hoje? – Magrí sorriu com carinho. 

- Sim e resolvi o meu problema de falta de concentração – o menino sorriu mais ainda - Além disso, peguei gosto pela música, tanto que quero me arriscar no piano... 

Magrí não conseguiu esconder seu assombro. 

- Dizem que piano é muito difícil de aprender, ainda mais sozinho! Não passei da leitura de partitura quando tentei aprender e vi que a coisa não era para mim... 

Crânio aproximou-se mais da luz que saía das telhas do forro do vestiário, com brilho nos olhos e uma grande sorriso. 

- Ora, mas qual é a graça se todas as coisas fossem fáceis, Magrí? Este é meu o próximo de desafio de vida. 

A menina riu concordando com o novo amigo. Já faziam alguns meses que se aproximaram por conta dos Karas e Magrí descobriu que gostava muito de conversar com ele nessas raras ocasiões que ficavam sozinhos.  

De fato, ele era um rapaz especial à sua própria maneira e peculiaridades. Os outros “nerds” da escola, por mais que eram inteligentes, não tinham o bom humor e a sensibilidade de Crânio.  

*** 

Alguns meses depois, numa tarde enquanto andava pelos corredores desertos do Colégio Elite, Magrí ouviu uma música lenta ao piano que se misturava aos ecos da escola. O som vinha da sala de música que deveria estar deserta naquele horário. Curiosa, a menina adentrou a ampla sala na ponta dos pés. 

Haviam diversos instrumentos que ocupava cada canto da sala. A canção vinha do fundo do aposento, onde Crânio de costas para a porta, treinava com paciência ao piano. Sempre que ele errava uma nota, voltava para o começo da música, sem tirar os olhos da partitura à sua frente. 

Magrí não soube por quanto tempo ficou ali vendo o amigo se esforçar no instrumento sem ele dar conta da presença dela. Era assombroso que Crânio havia evoluído tão bem em poucos meses que começara a estudar, desde a conversa que tiveram sobre música no forro do vestiário.  

Durante uma pausa, enquanto ele fazia anotações na partitura, Magrí aproximou-se e sentou-se ao lado dele, jogando a mochila no chão aos pés da banqueta.  

- Acho que alguém está precisando de ajuda. 

O garoto virou-se surpreso ao ver a amiga sentada ali, pois estava tão concentrado que não percebeu a presença dela. Logo se recompôs do pequeno susto com um leve sorriso, que Magrí estava aprendendo amar de ver.  

Então ele recomeçou a tocar a peça que se intitulava A Little Night Music de Mozart. A música soou quase perfeita por Crânio, enquanto Magrí o ajudava a não se perder nas pautas da partitura, usando do básico conhecimento que adquiriu. Ficaram ali por horas sem perceberem o tempo passar, comemorando as pequenas vitórias do garoto cada vez que acertava uma nota no tempo certo.  

- Para quem escolheu logo Mozart para iniciar no piano, você não está nada mal, Crânio. 

Ele corou levemente e virou-se para ela. 

- Você sabe porquê eu escolhi ele?  

Magrí levantou as sobrancelhas. Havia um brilho maroto nos olhos do rapazinho que ela achou muito fofo. 

- Imagino que seja seu compositor favorito. 

Crânio deu aquele característico sorriso entre o cinismo e o divertimento. 

- Também por esse motivo... Mas existe uma pesquisa sendo feita a respeito do efeito de Mozart no cérebro e se as composições dele afetam de forma positiva o Q. I de uma pessoa. 

Crânio piscou e a menina riu da sagacidade do amigo.  

-Mozart foi um gênio desde a infância – continuou o garoto – Ele sempre se destacou dentre outros compositores e acho muito difícil surgir um talento como o dele de novo.  

Magrí entendeu muito bem os motivos da admiração do amigo pelo compositor, mesmo sem ele dizer que via a si mesmo na biografia de Mozart. Ela percebeu que Crânio se mostrava muito mais à vontade perto dela do que início. A menina, por sua vez, perdeu o sentimento de intimidação que tinha em relação à ele.  

Não que ela tivesse medo dele, porém era notável que Crânio tinha mais maturidade do que muitos garotos de sua idade por ser muito culto. Porém não era uma inteligência puramente acadêmica, como bem notou, pois ela sabia que poderia discutir qualquer assunto com o rapaz que ele teria algo a dizer.  

Os dois, dali em diante sempre que podiam e sem ninguém saber, nem mesmo os Karas, frequentavam a sala de música juntos depois do horário em alguns dias da semana que não coincidiam com os treinos de Magrí. Nem ela e nem Crânio percebiam o quanto ficaram próximos, com um carinho e respeito mútuo um pelo outro que só cresceu com o passar do tempo. 

Anos se passaram e sempre que ela ouvia qualquer peça de Mozart, Magrí sempre se lembrava de Crânio ao piano naqueles fins de tarde. 

*** 

Magrí acariciou com carinho as fotos da velha Polaroid que havia tirado de Crânio estudando piano sem ele perceber na hora. Riu de algumas que ele estava ultrajado por ter fotos tiradas sem autorização.  

Ele aprendeu a tocar piano tão bem que se ele quisesse, teria conseguido uma vaga nos conservatórios de música mais importantes do país. Ele era de fato um gênio em qualquer coisa que se dispusesse a fazer. O geninho dela... O seu Mozart que amava demais.  


Notas Finais


No próximo conto: Crânio acaba por socorrer Magrí após um pequeno acidente envolvendo um gatinho de rua.


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