1. Spirit Fanfics >
  2. Canções Perdidas >
  3. Capítulo 16

História Canções Perdidas - Capítulo 16


Escrita por: GiuBlue

Notas do Autor


Olá pessoal! Definitivamente esse foi o capítulo postado mais rápido em... Sei lá, muito tempo. De novo, eu iria escrever mais no capítulo, mas percebi que iria ficar grande demais e nós já teremos emoções suficientes para um capítulo. Só queria avisar a vocês que a gente vai ter muitas emoções daqui pra frente, então se preparem, certo? Não me peçam pra ter misericórdia, as coisas vão realmente pegar fogo kkkk. É isso, Kisses do Hazza.
Ps: Sou só eu que sou apaixonada pela marvel e pelos vingadores? Vocês viram o trailer novo? GENTE <3 o homem aranha divo e maravilho *o* ain gente, meu core não aguenta.
Ps2: Mudei a personagem que fazia a Nora, ela vai ser agora a Gabrielle Aplin. Na foto vocês podem ver os gêmeos - Brandon e Gray (Dylan e Cole Sprouse), Lucy (Kate Winslet), Cameron (Hugh Jackman) e Tom (Andrew Garfield). O último, vocês vão ter que imaginar ele fortinho gente kkkk. Me desculpem, não encontrei ninguém que se encaixasse melhor.

Capítulo 17 - Capítulo 16


Fanfic / Fanfiction Canções Perdidas - Capítulo 16

 Quando Harry relatou os planos do meu pai, corri para dizer ao casal o que estava acontecendo.

 - Eu vou lá. É comigo que ele quer conversar. – John disse.

 - Cara, ele tá com uma arma na mão. A única coisa que ele quer fazer é atirar no cara que engravidou a filha dele. Então, não é uma boa ideia você ir lá agora. – Harry aconselhou.

 - Sou eu quem tô grávida, gente. Uma hora eu vou ter que enfrentar o papai.

 - Nora, você não tá em condições de ficar nervosa. Não é só com você que tem que se preocupar agora. É com o que tá dentro da sua barriga. – Falei. – Olha só, meu pai quer matar você. – Apontei para John. – E provavelmente vai exigir que você... – Apontei para Nora. – Conte da pior forma com quem foi que você andou transando.

 - Lika... – Nora me repreendeu.

 - Me desculpe, mas foi o que você andou fazendo. Então... deixem que eu fale com ele antes. Sou o alvo menos perigoso agora. Talvez eu consiga acalmar as coisas.

 - Veronika não... – Nora começou.

- E o que nós fazemos enquanto isso? – John perguntou.

 - Esperam aqui enquanto ela conversa com Cameron. Quando as coisas ficarem mais calmas nós voltamos e contamos o que foi decidido. – Harry disse.

 - Não gosto da ideia de você enfrentando o papai sozinha, Lika. – Nora disse com um vinco de preocupação no rosto.

 - Nem eu. – John concordou.

 - Bom, vocês sabem que ele não vai escutar ninguém dessa cozinha além de mim.

 - Não é como das outras vezes que você o persuadiu depois de uma idiotice que você fez pela fazenda. – Nora disse. – Ele está louco de ódio. Sabe disso.

 - Pois é, é por isso que não vou deixar você ir no meu lugar. – Afirmei.

 - Eu vou com ela. – Harry prontificou-se.

 - Não vai não. – Recusei.

  Fitei-o de cara feia. Harry talvez não entendesse o fato que ele era um total desconhecido para Cameron, tudo o que meu pai provavelmente sabia sobre ele era o que os boatos lhe contaram e o que Lucy haviam lhe dito pelo telefone. Ele ainda não tinha tido nenhuma primeira impressão do garoto e aquilo envolvia com todo o relacionamento deles e a estadia de Harry na fazenda. 

 - Não adianta o que você vai me dizer, Lika. Não vou deixar você sozinha nessa. – Ele disse sem pestanejar. Grunhi e revirei os olhos contrariada.

 - Garoto teimoso. – Resmunguei.

 - Ótimo, é melhor vocês irem logo antes que anoiteça. O caminho é longo. – John disse. Suspirei e assenti. Aproximei-me da minha irmã e lhe abracei com força.

 - Vai dar tudo certo. – Sussurrei em seu ouvido.

 - Eu sei, confio em você. – Ela sussurrou de volta. Soltei-a e dei um beijo em sua testa.

 - Me deseje boa sorte. – Dei um sorriso de canto e puxei Harry para a porta.

 

 

  - Você não deveria ter vindo. – Falei enquanto voltávamos a cavalo pelo caminho de terra.

 - O que queria que eu fizesse? Ficasse lá andando de um lado ao outro preocupado com você? – Ele questionou.

 - Harry... – Parei a égua e esperei que ele parasse também. – Olha, você é meu namorado e meu pai nem se quer sabe quem é você direito. Eu nunca namorei antes e não sei o que ele vai pensar ao te ver do meu lado nessa situação. Já parou pra imaginar se ele discordar do nosso relacionamento?

 - E o que você propõe? Que eu não faça nada e volte como um peão com a cabeça baixa pra perto do seu pai? Pra começo de história, ele já deve ter tido uma primeira impressão minha no momento que percebeu que eu não estava mais na fazenda e quando percebeu que provavelmente eu tinha ido lhe avisar do que estava acontecendo. – Suspirei e fechei os olhos com força. – Escuta Rapunzel, entre estar ao seu lado agora e me preocupar com a impressão que posso dar ao seu pai, você sabe muito bem o que eu escolho. – Harry pronunciou. Ele era muito mais convincente e teimoso do que eu. Desviei os olhos e assenti.

 - Tudo bem, Harry. – Falei contra a minha vontade.

  Continuamos o resto do caminho em silêncio. Aquela pequena discussão que tivemos ficou matutando em minha cabeça o tempo todo. Era como se algo dentro de mim dissesse que algo não estava certo, que algo iria dar errado.

  A cada trote que os cavalos davam mais escura e fria se tornava a estrada e aquilo me preocupava. Quando tudo acabasse eu teria que buscar Nora naquela escuridão e não seria de todo bom cavalgar no escuro.

  Na metade do caminho eu comecei a rezar. Rezei para que Deus tomasse conta do coração do meu pai, para que ele conseguisse enxergar a razão e não causasse uma tragédia em minha família. Para que não causasse uma tragédia na vida da minha irmã.

  Quando chegamos nos portões da fazenda, apenas alguns raios alaranjados iluminavam o céu. Não havia ninguém lá e eu esperava que aquilo significasse que meu pai tinha desistido da loucura que ele havia planejado pela tarde.

  - Eles estavam aqui, certo? – Perguntei a Harry.

  - Sim. – Ele respondeu e desceu do cavalo abrindo a porteira. – Vamos, eles devem estar na sede.

  Assenti e continuei o caminho que eu já conhecia. Ele veio logo atrás. Demoramos alguns minutos antes de chegarmos nas duas grandes casas e eu me senti terrivelmente temorosa por Harry estar certo.

  Meus irmãos, Tom, Brandon, Gray, assim como alguns homens que o meu pai costumava dizer que eram de confiança, estavam na varanda de casa. Olhares hostis, alguns armados, outros com os braços cruzados. Noah também estava lá e aquilo não me pareceu nem um pouco bom. Cameron, meu pai, estava sentado na velha cadeira de balanço na varanda. Os olhos castanhos fixos no horizonte nem pareciam prestar atenção que eu havia chegado e suas mãos acariciavam a espingarda como se ele estivesse preparando ela para algum trabalho.

  As coisas no campo eram resolvidas de jeitos diferentes. A lei ali não costumava ter vez principalmente para uma família com influência como os Fox. Era como um faroeste. Entreguei Chica Rosa para Harry e deixei que ele cuidasse dos cavalos enquanto eu tentava resolver as coisas com meu pai. Adam estava afastado, sentado no antigo balanço bastante concentrado em fitar o chão. E ele foi o primeiro que se levantou e veio na minha direção.

 - Lika... – Ele começou.

 - Você é a última pessoa que eu quero ver hoje, então se quiser sair daqui sem um soco na cara é melhor se afastar. – Sibilei ríspida.

 - Como ela está? – O garoto me seguia enquanto eu dava passos largos e pesados.

 - Você tinha que ter aberto a boca, não era? Tem noção do que fez? – Respondi.

 - Pelo menos me responda! – Ele suplicou.

 - Ela está noiva. Satisfeito? E agora o meu pai quer matar o cara com quem ela vai se casar. – Falei parando e me virando de frente a ele. Adam empalideceu e engoliu em seco.

 - Droga Lika. – Ele conseguiu dizer. – Eu sei que fiz merda, mas...

  - Você fez mais que isso, por favor, fica quieto e deixe que eu tente acertar as coisas. – Disse a ele e voltei a me encaminhar ao meu pai. Tom foi quem percebeu minha presença e se aproximou de mim rápido.

 - Ei! É a Lika. – Ele exclamou fazendo com que os outros prestassem atenção a minha chegada. Já estava escuro e as luzes externas das casas estavam acesas.

 - Oi. – Soltei para Tom enquanto ele me abraçava.

 - Eu acho melhor você ter trazido uma boa explicação pra acalmar a fera. – Meu irmão sussurrou em meu ouvido.

 - Já tentou tirar essa ideia estúpida dele? – Perguntei me afastando.

 - Já. - Ele respondeu cruzando os braços fortes. – Sabemos de quem você puxou a cabeça dura. – Tom riu, mas não era um bom momento. Fitei os olhos e os cabelos castanhos iguais aos do meu pai e os de Nora. Os dois, eram os filhos que mais se pareciam com Cameron.

 - Lika! – Os gêmeos falaram em uníssono e alto. Ambos me abraçaram juntos e me apertaram com força. Eu odiava o fato deles serem mais altos que eu. Por alguns instantes eu fui espremida no peitoral dos meus irmãos e quase não consegui respirar. Soltei-me deles estapeando os dois.

 - Eu fiquei sem ar, seus idiotas! – Reclamei.

 - Tão bom estar em casa. – Gray cantarolou.

 - Realmente. – Brandon concordou. O par de irmãos foram os únicos que herdaram o tom loiro como trigo da minha mãe e os olhos azuis como água.

As pessoas costumavam dizer que gêmeos só costumam se parecer na aparência, mas aquilo não se encaixavam com eles. Eram parecidos em tudo. O jeito de andar, de laçar os cavalos, as comidas prediletas, o jeito de flertar com as garotas... enfim.

 Lucy, diversas vezes confundia quem era quem, mas eu nunca tive esse problema. Quando éramos mais novos enquanto aprontávamos uma artimanha para roubar a torta de maçã que minha mãe fez, nós três sofremos um pequeno acidente, de forma que cada um ganhou uma cicatriz única. Uma redonda na minha mão, um corte curto na orelha esquerda de Brandon e um corte do tamanho da de Brandon na orelha direita de Gray.

 - Sentiu falta de mim? – Perguntou Brandon.

 - E de mim? – Gray questionou.

- Por que sentiria? - Perguntei. Gray abaixou a cabeça e Brandon riu. - Isso serve pra você também. – Os dois riram.

 - Também amamos você, querida. – Brandon disse.

 - Estávamos te esperando pra sabermos quem é o pai do filho da Nora. – Gray disse.

 - Não vemos a hora de dar uns socos em alguém. – Brandon falou.

 - O que os faz pensar que eu vou dizer?

 - Bom queremos ver o circo pegar fogo. – Gray começou.

 - E sabemos que você também. – Brandon disse.

 - Não dessa vez, caras.

 - Não? – Eles questionaram em uníssono.

 - O que andou acontecendo com você nesse último mês?

 - Não parece a mesma de sempre. – Comentou Brandon.

 - Foi por que achou aquele carinha na estrada de pedra?

 - Não.

 - E foi por que então? – Gray quis saber.

 - Porque... – Suspirei. – Dessa vez, se eu deixar o circo pegar fogo, quem vai se queimar é a Nora, e eu não tô a fim de assistir isso.

 - Você sabe que pra o papai isso vai além disso, certo?

 - É questão de honra. – Completou Brandon.

 - Sim... eu sei. – Respondi e assenti.

 - Não se meta nisso Lika... – Consegui ouvir Gray me aconselhar em um tom preocupado.

 - Deixem que ela venha. – Todos se calaram quando Cameron falou. Percebi finalmente que ele não estava alheio a nossa conversa.

  Nossa atenção se voltou para ele. Meu pai se levantou da cadeira de balanço e trouxe consigo a arma. Eu nunca vi meu pai de uma forma tão ameaçadora quanto naquela noite. Era por volta das seis e quinze, acho. Eu já tinha visto aquilo acontecer antes, mas nunca com ninguém da minha família e muito menos comigo.

   Ele continuava o mesmo de um mês atrás. As sobrancelhas cheias, os olhos castanhos rodeados de marcas de expressão devido tanto sorrir, a barba rodeando todo o queixo, os lábios comprimidos em uma linha fina e um chapéu cobrindo os cabelos castanhos e espessos. Ele nunca deixava de usar os jeans gastos e as botas.

  Eu sentira falta dele, porém naquele instante eu só podia sentir medo. Se ele ainda não havia dispensado os homens era porque havia esperado por Nora. Não me deixei abater, mantive a expressão desafiadora de sempre.

 - A benção, pai. – Pedi. Ele nem piscou os olhos do alto da escada.

 - Onde ela está? – Cameron perguntou calmo, ignorando meu pedido. Nunca era um bom sinal quando ele falava calmo daquela forma.

 - Está em segurança.

 - Nos braços do homem que tirou a virgindade dela? Sim, muito segura ela está. – Eu não tinha certeza se John havia sido o primeiro de minha irmã, mas eu não iria dizer aquilo ao meu pai e piorar a situação para ela.

 - Pai, não faça isso...

 - Quem é o rapaz, Veronika? – Ele continuou.

 - Pai...

 - Quem é o desgraçado? – Cameron questionou mais firme.

 - Pra que eu devo dizer?

 - Pra que você acha?

 - Abaixe essa arma. Vai atirar em mim por acaso? – Perguntei e pelo silencio que se perpetuou eu entendi o recado. – Por favor, pai, está me deixando nervosa.

 - Você acha mesmo que vou deixar esse cara usar sua irmã, engravida-la e deixar ele impune? Isso é no mínimo pedofilia.

 - Não acho que seja pedofilia quando a garota retribui. Ele não fez esse bebê sozinho.

 - É isso que me dá mais desgosto. – Cameron respondeu.

 - Isso é ridículo. – Resmunguei. – Pode parar por um instante de pensar através da sua raiva e pensar no que é melhor pra Nora?

 - Ande, eu não tenho a noite inteira. Diga quem foi. – Meu pai estava começando a se tornar grosso e eu sabia que ele iria explodir a qualquer momento. Cameron começou a descer os degraus da escada passo a passo. – Você quer dizer por bem ou por mal?

 - Eu não vou falar nada enquanto estiver cego de ódio. – Eu nunca havia levado uma surra do meu pai, apesar de desobedecer às suas ordens aquilo nunca havia acontecido e eu tinha quase certeza de que iria acontecer naquela noite. Todos estavam em silêncio apenas observando a cena. – Sabe que se me bater vai estar apenas gastando suas forças, não vai valer de nada. Vou continuar a mesma. Eu não tenho medo de você

 - Não me desafie! – Ele se exaltou.

 - Desafio é meu nome do meio. Você sabe disso melhor do que eu. – Falei. – A Nora é minha irmã, eu a amo tanto quanto o senhor e ela quer essa criança mais do que eu gostaria de admitir.

 - Essa criança não vai crescer bem sabendo que nasceu em um lar desestruturado, de uma mãe adolescente e um canalha como pai!

 - Pior vai ser quando ela descobrir o quão ignorante é o avô dela! – Segurei minha respiração ao perceber o que eu tinha dito e ao ver as narinas do meu pai inflarem.

 - Repita. – Ele ordenou bufando de raiva.

 - Papai, - Suspirei. – Por favor, me ouça. Ela o ama e ele a ama também.

 - Amor não enche barriga de ninguém! – Ele se exaltou novamente.

 - E o que o senhor pretende? Simplesmente dar um tiro na cabeça dele e pronto? Que eu saiba isso não vai acabar com a gravidez da Nora. – Ele havia descido todos os degraus e estávamos frente a frente.

- Dar um tiro na cabeça de alguém resolve muita coisa. - Ele disse me olhando e de certo modo surpreso pelo fato da discussão não ter terminado. Quando Cameron abria a boca para discutir daquela forma ele não costumava demorar dois segundos, já que a outra pessoa sempre saia com alguma fratura. A questão era que na frente dele não era nenhum peão. Era sua filha.

 - Não vai resolver este problema.

 - Você quer apostar? - Ele levantou a espingarda em minha direção. Não duvidava que ele atirasse naquele momento. Não era ele, a raiva o tinha dominado. Já vira aquilo acontecer muitas vezes, mas ninguém nunca o deterá antes. Todos tinham medo dele... Até eu. Mas naquele instante, se ninguém o parasse teriam consequências drásticas. Eu puxei a respiração com força e fechei minha expressão em uma carranca olhando no fundo dos olhos do meu pai. Um teste de resistência. Meus olhos queimavam com determinação, coragem e desafio o encarando. Eu vi a mesma personalidade arredia queimando dentro dele.

 - Pai, o que senhor está fazendo? – Tom perguntou se aproximando de nós.

 - Não faça isso. – Os gêmeos disseram em uníssono também se aproximando enquanto um burburinho se alastrava entre os homens de Cameron.

 - Faça! – Falei mais alto que todos. – Você vai ter uma filha grávida e outra morta na mesma noite! Não disse que um tiro na cabeça resolve tudo?

  Lucy pareceu escutar toda cacofonia que se tinha instalado na frente da casa. Ela, Mae e Isabel apareceram na porta, todas com expressões preocupadas. Tio Chuck estava com elas também, eu acredito que tenham sido ordens do meu pai para que ele as mantivesse calmas.

 - Cameron! – Mamãe gritou histérica. – O que você está fazendo?! – Ela continuou gritando.

 - Fique fora disso, Lucy!

 - Papai! Você vai atirar na Lika?! – Isabel perguntou desesperada. Ver minha irmãzinha perplexa com aquilo me fez entrar em pânico.

 - Tirem Bel daqui. – Falei.

 - Entre Bel. – Tia Mae começou a tentar coloca-la para dentro da casa.

 - Não! O papai vai atirar na Lika...! – Pude ouvi-la gritar e começar a chorar.

 - Vamos, Isabel, deixe que sua mãe resolva isso!

 - Cam, afaste-se já dela! – Lucy dizia.

 - Deixe ele mamãe. – Disse calma. – Quero ver se ele vai ter coragem de fazer isso com a própria filha.

  Ele cerrou os olhos de forma que quase não vi sua íris. Em um movimento brusco ele abaixou a arma e um formigamento forte e estralado se deu em meu rosto. Meu corpo voou para o chão com a força do golpe. Toquei minhas faces devagar, provavelmente escarlate pelo tapa. Meu ego destroçado, não foi o suficiente para me fazer soltar as lágrimas que estavam presas em minha garganta. O cascalho machucou meus joelhos, mas a dor de ter sido estapeada por meu pai era muito maior, levantei o rosto lentamente observando a cara de susto dos garotos e da minha mãe. A expressão do meu pai era irreversível.

  De repente eu senti alguém segurando um dos meus braços, me ajudando a levantar de um jeito meio desajeitado e eficiente.

 - Lika... – Harry sussurrou. – Você está bem? – Assenti lentamente com a cabeça. Levantei meus olhos para ele a tempo de ver sua expressão raivosa e contida em direção ao meu pai. – Chega. – Ele falou em um tom intermediário entre raiva e preocupação. – Você não precisava ter batido nela pra descobrir quem era o pai do seu neto. – Falou se direcionando a Cameron.

 - Harry, não... – Falei.

 - Eu vou dizer. Não me impeça. – Harry sussurrou para mim. – O noivo da Nora é o John. – O silêncio pairou brevemente sobre todos.

 - Espera, você está falando do meu irmão? – Com toda a confusão eu havia até me esquecido que Noah estava lá.

 - E você disse noivo? – Brandon perguntou.

 - Sim, John disse que irá assumir o bebê e a pediu em casamento essa tarde. – Harry relatou. Levantei os olhos ao meu pai, cega de nojo por ele.

 - Como pode ver pai matar o noivo da sua filha também não é uma boa ideia. – Falei. Minha mãe arregalou os olhos de repente.

 - Lika, é bom que não tenha dedo seu nesse meio. – Meu pai disse.

 - Ah! Tem... admita que é uma solução melhor do que dar um tiro na cabeça dele. – Continuei.

 - Não! NÃO! Ela só tem dezesseis anos, não é a idade pra se casar! – Minha mãe começou

 - Você se casou com dezessete! - Disse ainda encarando meu pai enquanto ele segurava a arma com força.

 - Eu não estava grávida! - Ela disse.

 - Mas casou. – Respondi ácida.

 - NÃO VAI ACONTECER UM CASAMENTO! – Lucy gritou.

 - Se for para o bem maior, eu mesma organizo.

 - Você, - Cameron sibilou. – Deveria estar cuidando do nome da sua irmã, deveria estar protegendo a sua família, não esse canalha!

 - Acontece que de agora em diante somos todos de uma família só! – Me exaltei. – Pelo amor de Deus! Brigar com ela ou com o John, não vai dar em nada! Já está feito. Não tem como voltar atrás! – Falei enquanto eles me fitavam. Meu pai suspirou e eu soube que aquilo estava acabado por hora.

 - Escute, porque eu só vou dizer uma vez. Não vou me responsabilizar por esse casamento. Por mim ela tiraria esse bebê e pronto.

 - Cameron! – Lucy o repreendeu.

 - Ou o dava para adoção, que seja. – Ele revirou os olhos. – Ela era uma garota estudiosa, tinha uma vida pela frente.

 - Ela ainda tem, pai. – Falei.

 - Admita que será muito mais difícil daqui pra frente. – Cameron disse. Ele voltou a subir os degraus devagar enquanto toda a atenção estava voltada para sua decisão. - Adam, quero que vá com Noah para a fazenda com a caminhonete e traga Nora de volta pra casa. Amanhã pela manhã conversarei com John e a mãe dele.

 - Tio, por favor, mande qualquer um menos eu. Ela não vai querer me ver nem pintado de ouro. – Adam falou ressentido. Virei-me para ele e de repente entendi o motivo dele ter contado que minha irmã estava grávida.

 - Eu posso ir. – Tom se prontificou.

 - Ótimo. – Cam respondeu sem se virar e se direcionando a porta da frente.

 - Cameron. – Noah chamou. Era a primeira vez que ele falava algo desde quando havia descoberto que seu irmão seria pai. – Eu prefiro que eu venha amanhã no lugar de minha mãe, tem algum problema?

 - Não. É até preferível.

  Todos ficaram em silêncio por alguns segundos depois que Cameron passou pela porta. Acho que ninguém sabia direito como agir.

 - Bom, - Lucy disse. – O jantar sai em 10 minutos, mas vamos esperar a Nora chegar. Aproveitem e tomem um banho. 


Notas Finais


Ok, espero que tenham gostado. Me desculpem pelos erros, eu espero que eu tenha recompensado um pouquinho por ter escrito mais rápido. Não peguem ódio do pai da Lika, ele só é bastante protetor e leva isso a sério. Entre ele a Lucy, existem bastante segredos que vocês ainda vão descobrir. Tchantchantchantan!!! kkkkkk é isso. Por favor, me façam perguntas na Ask ou na TL se tiverem qualquer dúvida. Comentem a opinião de vocês. Kisses do Hazza :* Bye


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...