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História Canções Perdidas - Capítulo 4


Escrita por: GiuBlue

Notas do Autor


Oi gente. Foi mal a demora. Passei por semana de prova, e eu estava em um retiro de carnaval desde sexta feira, então eu não tive tempo nem pra ir ao banheiro kkkkk. Eu espero que vocês gostem, e que apreciem o primeiro contato da Lika com o Hazza :P Beijos.

Capítulo 5 - Capítulo 4


Fanfic / Fanfiction Canções Perdidas - Capítulo 4

- Harry? Esse é o seu nome? - Perguntei.

 - Acho que é. - Ele falou confuso. Assenti e enchi o copo com água. 

 - Bebe. - Falei entregando o copo e o comprimido. Ele olhou confuso pra o copo tentando adivinhar se havia algum calmante dentro. - Pra baixar a sua febre.   

 - Ah. Obrigado. - Ele falou e tomou. Observei seus movimentos de forma contempladora. Tudo nele parecia em conjunto e em harmonia. Ele era tão bonito. Ele parou, olhou para mim e sorriu. - O que? - Ele perguntou.  Sorri corada e desviei daquele olhar intenso.

 - Nada. - Como ele conseguiu fazer isso? Ninguém nunca me deixou corada, por motivo nenhum. Nem com essas ondas elétricas por meu corpo. O que é isso?

 - Se você não sabe nada sobre mim por que esta me ajudando?

 - Por que eu te ajudo?               

 - É.

 - Eu não sei. Você deixaria uma pessoa machucada no meio da estrada? - Perguntei.

 - Não.

 - Então... Isso responde a sua pergunta. 

 - Mas se fosse outra pessoa teria me deixado lá.

 - Bom... Não é o meu caso. - Falei pegando o termômetro. - Posso? - Perguntei mostrando o instrumento, ele apenas assentiu. Coloquei debaixo do braço dele e avisei. - Quando apitar me avise. 

 - Ok. - Ele olhou o instrumento e voltou a me fitar. Aquele mesmo olhar intenso. 

 - Então... Nós não temos nenhuma ideia quem possa ter feito isso com você, não é?

 - É.

 - A sua única lembrança é de uma mulher, que não te quer bem. Você lembra como era a lembrança?

 - Nem um pouco. Só me lembro de uma mulher. - Ele fixa o olhar em mim.

 - Como ela era?

 - Eu não sei.

 - Você não se lembra de nada? De como era sua fisionomia ou sua aparência? Nada?

 - Nada.

 - Putz! Tá feio o negócio. - Falei.

 - Só sei que ela não era tão bonita quanto você.

 Ele sorriu. DEUS que sorriso! Corei de novo. Nesse exato momento Nora e Adam chegam ao quarto no primeiro andar do celeiro. Eles olharam "Harry" e perceberam que ele estava acordado. Atenção deles voou pra ele, de modo que nem perceberam meu rosto corado.

 - Olha, ele acordou. - Falou Nora se sentando na cama ao seu lado. Normalmente todos os homens se atiravam sobre minha irmã. Nora tinha uma beleza límpida, pura parecia uma boneca de tão perfeita, e isso alertava o sexo masculino. Mas por algum motivo incomum e estranho, não foi o caso de Harry. Ele focou seus olhos intensos somente sobre mim. 

 - Como se sente? - Perguntou Adam.

 - Bem, eu acho. - Ele respondeu. - Com uma dor de cabeça infernal, mas bem. 

 - Quem é você? - Perguntou Nora.

 - Eu não sei. - Ele repetiu de novo.

 - Ele não sabe quem ele é, perdeu a memória. – Falei por ele. - Ele bateu a cabeça, lembra? A única coisa que ele sabe é que seu nome é Harry e de uma mulher, provavelmente a causadora de tudo isso. 

 - Você não se lembra de nada? - Perguntou Nora. - Tipo nada? - Ela perguntou com os olhos arregalados.

 - Nada. 

 - Ai meu Deus! E agora? - Perguntou Nora.

 - E eu sei lá. - Falei. - Dá a sopa pra ele Nora. - Nora pareceu se lembrar da bandeja em suas mãos e colocou sobre as pernas de Harry.

 - Você consegue tomar sozinho ou quer que eu te ajude? - Ela perguntou.

 - Eu prefiro a ajuda. - Ele falou. Nora começou a dar comida para Harry.

 - Precisamos conversar. - Adam puxou-me até o andar de baixo.

 - O que é Adam? - Perguntei confusa. As galinhas ao nosso redor dormiam ainda e não faziam nenhum barulho em seus ninhos. O galinheiro ainda não estava pronto, eu e Adam iríamos termina-lo agora nas férias. 

 - A gente tá muito encrencado.

 - Isso não é nenhuma novidade.

 - Lika! Ele não sabe quem ele é! É mil vezes pior do que ele saber quem ele é.

 - Ai meu Deus! Você está me deixando confusa.

 - Pensa sua broca! Se ele for um assassino ou um criminoso ele deve ter uma fama seja boa ou ruim, e caso isso aconteça virão atrás deles. Seja a polícia ou mais criminosos. Entendeu agora?

 - Adam estamos na base dos "e se's" não podemos fazer nada quanto a isso a não ser abriga-lo. Pelo menos até ele recuperar a memória dele.

 - E se ele não recuperar a memória?

 - Bom... Faremos de tudo pra que ele se lembre. E mesmo que não seja um criminoso, alguém deve vir atrás dele. Algum familiar, amigo... Alguém. 

 - E se não vier Lika?

 - Ai Adam! Para de ser negativo! Vamos sair dessa vai por mim. É o meu plano, lembra? Sempre dá certo.

 - Se acha nada, né? 

 - Eu sou eu, meu filho! - Falei e sorri, ele te acompanhou. - Ei conseguiu roubar alguma coisa da cozinha? Estou com fome.

 - Tá lá em cima na bandeja do esquecido.

 - Vamos logo! Você pegou o que pra gente comer?

 - Bolo de chocolate e café.

 - Ah isso serve. Vem vamos lá.

 

Às seis da manhã.

 

 - Mãe eu já te disse! Eu e o Adam havíamos combinado de cuidar dos cavalos essa noite, por que hoje não ia dar tempo, quando a gente deu uma volta com eles encontramos o rapaz machucado, tá entendendo? – Eu estava contando a mentira para minha mãe enquanto o Adam contava para tia Mae. Lucy estava quase acreditando.

 - De noite Veronika?

 - De noite. 

 - E como foi que eu não te ouvi? - Ô coitada ela não sabe que eu sou ninja.

 - Mãe a senhora toma calmantes pra dormir como é que a senhora vai me escutar? - Perguntei.

 - É, mas eu ouço tudo dormindo, tudo! - Ela falou. Ah sei.

 - Se a senhora ouvisse tudo eu não teria saído. - Enfatizei o tudo que nem ela. 

 - Engraçadinha. - Ela falou e ficou em silêncio me observando. Mantive-me normal, respirando levemente e mantendo a cara de pau. Sério eu era uma mentirosa daquelas, nunca uma pessoa na terra conseguiu mentir igual a mim. Os olhos quietos e mansos prontos para enganar. Até meus irmãos perdiam para mim e olha que eles tinham praticamente doutorado para isso. Ninguém, não acreditava em minhas palavras. – Está bem, mas ele não vai poder ficar aqui em casa, não temos mais quarto de hóspedes, ele vai ter que ficar no quarto do celeiro. Você e a Nora é que vão arrumar, vou ali pegar umas roupas do Luke que devem caber nele.

 - Ok.

 - E... Você vai ensinar pra ele as tarefas. Não tem como uma pessoa entrar aqui do nada e ficar sem fazer nenhuma atividade.

 - Eu?!

 - É filha você que achou ele. E quem mais seria? O Adam que não vai ser você é a melhor vaqueira daqui.

 - Mãe eu sou a única vaqueira daqui.

 - Eu disse no geral. Incluindo os homens. Você vai saber o que fazer, quando seu pai chegar à gente resolve o resto ok?

 - Ok. - Ela beijou minha bochecha. – A benção mãe.

 - Deus lhe abençoe querida. - Ela começou a caminhar em direção a sede no mesmo momento em que Adam terminou de conversar com a mãe dele.

 - E então? Conseguiu? - Ele perguntou.

 - Eu deveria ser atriz, sério. - Ele riu. - E você?

 - Dãh? Claro que sim, sou tão bom mentiroso quanto você.

 - Nada ver, sou melhor que você nesse quesito.

 - Não vou falar nada se não daqui a pouco a gente começa a brigar. 

 - Melhor mesmo, bobão!

 - Vai comigo cuidar dos cavalos?

 - Hoje não, minha mãe me mandou cuidar do cara. 

 - Pô! Hoje? 

 - Eu e a Nora vamos cuidar dele, vai ser por pouco tempo, depois quando ele tiver melhor vou ensinar a ele a fazer as tarefas. 

 - Tarefas?! Sua mãe está endoidando?

 - Pense pelo lado bom. Mais mão de obra.

 - É né? - Ele falou ainda um pouco emburrado. De repente um dos brutamontes do meu pai chegou perto de nós. Ele havia ficado para cuidar da fazenda, o que realmente me deixava com raiva. Ele conseguia ser mais irritante que meus sete irmãos e Adam, juntos.

 - E aí Lika?

 - Oi Noah! - Falei com a cara fechada. Por que ele era tão irritante? Por que ele vivia dando em cima de mim, assim como grande parte dos vaqueiros. Se bem que Noah era o que mais persistia, os outros eu já havia intimidado.  

 - Soube que temos visitantes por aqui.

 - Mais ou menos isso. - Falou Adam.

 - Ó eu vou ali cuidar do visitante, se vocês não se importam. - Fui em direção a minha casa atrás de Lucy e das roupas de Luke. Depois de pega-las, fui direto para o celeiro ajudar a Nora. Ela estava terminando de ver a temperatura dele mais uma vez.

 - Bom dia. – Falei alegre. Mais uma vez Harry manteve aquele olhar inigualável sobre mim.

 - Bom dia. - Harry e a Nora responderam. 

 - Eu trouxe umas roupas do meu irmão, talvez sirvam em você. - Mostrei a pilha de roupas para ele. O "esquecido" parecia bem melhor, seu rosto estava mais corado, os machucados estavam melhores assim como os ferimentos. 

 - Ah obrigada. - Ele falou sorrindo. 

 - Nora a mamãe falou que a gente tem que arrumar esse quarto, por que lá em casa não tem nem como ele ficar.

 - Bom. Você vai arrumar tudo, por que eu tenho que ir pra escola.

 - Nada a ver. Ó as ideia. Eu não vou conseguir limpar aquele banheiro não. Ele me assusta.

 - Consegue sim. Eu estou indo, a febre dele já abaixou. Você ajuda ele com o banho viu? Preciso me arrumar e de tarde vou descansar um pouco por que, certa garota me acordou de madrugada sabe? E eu preciso dormir por que eu passei a noite toda acordada. Licença.

 - Nora, você falou banho...?! - Perguntei já em desespero. Meu Deus! Eu vou ter que dar banho nesse filho de Afrodite?! E agora?! Virei meu rosto calmamente para o garoto. Ele mantinha o rosto sereno, os cachos bagunçados emolduravam seu rosto, seus olhos cor de esmeralda fixos em mim. – Olha, eu vou logo avisando que sou uma péssima enfermeira, eu não sei o que deu na minha irmã pra me deixar aqui sozinha.

 - Não esquenta, eu já consigo tomar banho sozinho vai por mim. - Ele riu. Percebi meu rosto esquentar.

 - Tipo... Eu vou limpar o banheiro logo pra você ficar mais confortável.

 - Ok. – Encaminhei-me para suíte e tentei abrir a porta de madeira pesada.

 - Faz tempo que ninguém usa esse quarto... Pensando bem acho que desde a época que meus pais se mudaram pra cá, ninguém usou ele. Então esse troço deve estar um lixo.

 - Eu imagino. - Empurrei a porta mais uma vez.

 - Porta idiota! - Reclamei.

 - Briga com a porta não, ela não é do mal.

 - É por que não é você que tem que abrir. – Joguei-me mais uma vez contra o pedaço de madeira.

 - Nossa a porta é maquiavélica. - Harry brincou.

 - Pois é, ela é malvada.

 - Acho que vai precisar de magia pra abrir. - Ele brincou de novo me fazendo rir.

 - Você quer tentar Harry Potter?

 - Uou, essa foi boa senhora das tranças. - Nós dois começamos a rir.

 - Você é cheio de humor, né? - Brinquei também.

 - Devo ser. - Ele respondeu. Enfim consegui abrir a bendita porta e o cheiro de sujeira inundou o quarto.

 - Argh! - Eu e Harry murmuramos ao mesmo tempo.

 - Perdi a vontade de tomar banho. - Ele murmurou fazendo-me rir.

 - E a idiota da minha irmã me deixou sozinha aqui pra limpar essa... Nojeira. - Falei desviando o rosto do banheiro.

 - É costume seu chamar todo mundo de idiota?

 - Mais ou menos, a maioria da minha família é.

 - Quando você diz a maioria...

 - Eu quero dizer todo mundo. - Falei pegando o balde com produtos de limpeza e entrando no banheiro. - Ai meu Deus! - Reclamei ligando a luz e observando a nojeira. - Isso é nojento! Sério. - Resmunguei tapando o nariz. Harry deu risada. 

 - Me conte algo sobre você. - Pediu ele.

 - Tipo o que? - Perguntei gritando do banheiro.

 - Tipo... Sua idade, o que você gosta sei lá. Me fala sobre você. Eu gostaria de saber como é a minha salvadora. – Corei, agradecendo por saber que eu estava longe do alcance de seus olhos.

 - Ok. Tenho dezessete anos, amo cavalgar, ler e às vezes cantar.

 - Cantar? Sério?

 - É eu gosto.

 - Continue.

 - Então. Minha família é enorme, tenho sete irmãos. Quatro deles muito ciumentos. 

 - Poxa eu não dou sorte. - Sorri.

 - Continuando, quero muito viajar por aí. Falta a oportunidade. Sou péssima cozinheira, dona de casa e enfermeira. Ou seja, não coloque nada sobre limpeza nas minhas mãos. Sempre dá merda.

 - Então por que você está lavando o banheiro?

 - Eu já te disse que minha irmã é idiota? - Harry começou a rir. 

 - Oportunidades... Pra onde você iria se pudesse viajar?        

 - Pra qualquer lugar longe daqui. 

 - Uê? 

 - Você entenderia se nunca tivesse saído dessa bendita fazenda. 

 - Espera, espera, espera. Você nunca saiu daqui? Nem pra nenhuma cidade perto, nada?

 - Nunca.

 - Caramba, eu já teria fugido há muito tempo.

 - Eu já tentei Harry. 

 - Oi?! 

 - É... Quando eu te encontrei eu estava tentando seguir meu pai pra cidade mais próxima daqui. Só que não deu certo como você bem sabe.

 - Você me encontrou na estrada de pedra... Só você e seu primo... Vocês estavam fugindo... Tipo... Juntos?

 - Ãh?

 - Juntos daquele jeito?

 - ECA! NÃO MESMO! Jamais, nunca! - Comecei a rir dentro do banheiro.

 - Ah bom, uma garota como você com um bobo como ele seria um desperdício. - Sai do banheiro e olhei brincando com uma sobrancelha arqueada para Harry.

 - Você esta me cantando? 

 - Depende... Tá dando certo? – Voltei a rir nervosamente, por que era a primeira vez que um garoto fazia isso e eu não tinha vontade de socá-lo.

 - Tá sim. - Ele parou de rir feito um idiota e fixou os olhos esmeraldas em mim mais uma vez. Era incrível o efeito que ele tinha sobre mim, sendo que o havia o conhecido em horas.

 - Hum... é... hum... Vou terminar de lavar o banheiro. - Murmurei só precisava secar o chão e pronto. - Foi rápido, não? - Perguntei secando a mão e mostrando o banheiro para ele.

 - É, quando temos companhia o tempo voa.

 - Verdade. Acho melhor você tomar banho. - Falei mostrando as roupas de Luke.

 - Me ajude aqui. - Ele pediu. Cheguei perto dele e o ajudei a se levantar. As roupas deles estavam em um estado crítico. A camiseta com o nome RAMONES chamava atenção, completamente suja de terra e sangue. Eu fiquei com o banheiro, mas a Nora vai ficar com as roupas dele! Não quero nem saber. Ajudei-o a chegar ao banheiro e o deixei por conta própria depois. Ele fechou a porta e eu comecei a arrumar o quarto minúsculo. Decidi trocar os lençóis antes que ele retornasse e voltasse a se deitar. Tirei a roupa de cama amarelada, agora ensanguentada, e coloquei edredons azuis.

 Bati em seus travesseiros tentando deixa-los mais fofos e os organizei de forma que ficaram apresentáveis. Voltei-me para o resto do aposento e comecei a varrê-lo tirando o pó de locais bastante desabitados que eu tenho certeza que nunca foram varridos. O barulho do chuveiro era a única coisa que ecoava pelo quarto e aquilo acalmava de certa forma.

 De repente o barulho do chuveiro parou e a porta do banheiro foi aberta. Eu estava com a vassoura na mão, quando a vista do paraíso foi de encontro aos meus olhos. Jesus, apaga a luz! Harry estava só com a calça jeans do meu irmão, os cabelos molhados formando os cachos castanhos perfeitos, o tanquinho mostrando... Uma tentação em pessoa. Ele balançou a cabeça fazendo o cabelo molhado jogar água em mim.

 Depois de alguns segundos de admiração, percebi as tatuagens dele e fiquei olhando fixamente para elas. Harry estranhou meu súbito ato.

 - O que houve? - Ele perguntou se olhando.

 - As tatuagens. - Falei aproximando-me. 

 - É eu vi no banheiro. Pelo visto eu gosto de desenhos. - Ri.

 - Eu nunca vi tatuagens assim de perto. Minha família é muito tradicional. 

 - Entendo.

 - Elas me fascinam. - Falei séria, depois sorri novamente. - Quando sua memória voltar vou querer saber qual o significado delas.

 - Pode deixar. - Ele sorriu pegando uma camiseta e terminando de se vestir. Ajudei-o a voltar para a cama, já que ainda mancava. – Obrigada. – Ele sussurrou quando se deitou.

 - Não há de que. – Entortei os lábios de lado em uma tentativa de sorriso e voltei a varrer o quarto.

 - Posso fazer outra pergunta?

 - Faça.

 - Por que seu apelido é Lika? – Eu gargalhei. – O que é tão engraçado?

 - Nada, é que ninguém nunca me fez essa pergunta. Ok ahm, quando minha irmã mais nova nasceu e começou a aprender a falar não sabia pronunciar meu nome direito. Então, ao invés de dizer Veronika, ela me chamava de algo que deveria se parecer com Nika, mas acabou virando Lika. No fim o apelido pegou.

  - Gostaria de conhecer sua irmã.

 - Ela deve estar no colégio, você vai gostar dela. – Terminei de varrer e comecei a passar pano pelo quarto.

 - E você não estuda?

 - Estou de férias. – Murmurei prestando atenção no chão de madeira. – Eu e o Adam estamos, na verdade.

 - Você costuma passar muito tempo com seu primo.

 - Sim, nós somos bem apegados. – Eu falei sem perceber a malícia que Harry escondia em sua pergunta. Levantei a cabeça a tempo de ver um olhar malicioso do garoto. – Não desse jeito, Harry. Eu já disse que não tenho nada com ele.

 - Mas eu não disse nada.

 - Um olhar fala mais alto que uma palavra.

 - Uh! Que garota poética. – Mostrei a língua a ele. Harry deu risada.

 - Você gosta de ler? – Perguntei.

 - Creio que sim.

 - Acho que se você vai passar alguns dias aqui... Eu poderia te arranjar algo pra ler enquanto eu estiver fora. – Falei acanhada. Harry não tirava os olhos de mim por nenhum segundo enquanto o chão começava a ser um alvo bastante interessante.

 - Eu adoraria, mas... Você vai sair?

 - Talvez mais tarde. Preciso cuidar da fazenda, antes que os loucos botem fogo no curral. Mas de noite irei voltar.

 - Vai passar a noite aqui?

 - Não posso deixá-lo sozinho, está machucado.

 - A única coisa que irei fazer é dormir, qual o problema de me deixar só?

 - Você pode aumentar a febre, pode sei lá atacar alguma coisa aí. Não sei. Não gosto da ideia de deixa-lo sem ninguém por perto.

  - Tudo bem, já entendi que sou extremamente atraente e não consegue se afastar. – Meu rosto esquentou novamente e eu fiquei sem saber como agir.

  - Tudo bem se quiser ficar sozinho, à vontade. – Direcionei-me para a saída.

  - Não, não! Eu falei brincando! – Ele gargalhou de novo. – Por favor, Lika eu não fiz por mal. – Virei-me lentamente e o fitei. – Não leve como um insulto, não foi minha intenção magoa-la.  – Revirei os olhos e assenti sentando-me na ponta da cama ao seu lado. – É tão fácil deixa-la envergonhada que o faço sem perceber. – Algo no fato de me aproximar dele estava me deixando com uma sensação estranha no estômago. Algo como... Eu não sei explicar. Era como sentir uma enrolação, como se de repente meu organismo sentisse necessidade de avisar “Ei! Você esta perto demais!”.

  - Não é verdade. – Murmurei resmungona.

  - Não? Seu rosto está mais vermelho do que uma lagosta. – Ele disse. Eu ri e levantei minha cabeça.

 - Você já viu alguma lagosta?

 - Não que eu me lembre. – Ele disse com um sorriso de lado sinceramente irresistível.

 - Lika! – A voz da minha mãe chamou-me da porta do celeiro atrapalhando o momento olho no olho.

 - Senhora? – Respondi.

 - Vá buscar uma encomenda pra mim!

 - Agora? – Gritei como resposta.

 - Sim, na fazenda Piaget!

 - Suba aqui! – Pedi. Não demorou a os sons de seus passos ecoarem pela escada de madeira.

 - Pode me dizer o que é? O almoço vai atrasar... - A primeira coisa a se ver eram os cabelos loiros presos em um coque. Ela parou de falar alguns segundos fitando o rosto do belo rapaz deitado sobre a cama.

 - Mãe, esse é o Harry. – Apresentei. – Harry essa é Lucy, minha mãe.

 - Ahh! – Minha mãe exclamou em um quase suspiro apoiando-se discretamente no batente da porta. Seus olhos intercalavam entre mim e ele.

 - Prazer sra. Lucy. - Harry disse em sua voz macia. Acho que era involuntário dele.

 - Ahm... Prazer... Harry. – Ela gaguejou. Depois de balançar a cabeça algumas vezes, minha mãe direcionou-se a mim. – Acho melhor eu mandar o Adam ir, você esta ocupada.

 - Não, não mamãe. Eu irei, só preciso que faça companhia a Harry por enquanto. – Eu disse levantando-me da cama.

 - Não será necessário, não quero incomodar ninguém, por favor. – Ele disse antes que eu fizesse algo mais.

 - Mas... – Tentei dizer.

 - Eu estou bem Lika. – Ele sorriu. – Só preciso tirar uma soneca agora. – Meneei a cabeça.

 - Ok. É melhor que descanse mesmo. – Disse fazendo menção de sair. Ele segurou minha mão e me puxou para perto de seu corpo beijando minha bochecha esquerda.

 - Volte logo. – Ele sussurrou. Olhei de esguelha seu rosto e voltei-me para mamãe.

 

 

 Antes de sair em busca do que quer que mamãe pedira para o rancho Piaget, ela segurou meu braço.

 - Querida... Não quero você se apegando demais a esse garoto.

 - Ann... Mas...?

 - Só não te quero perto dele demais. Ele é lindo, convidativo e com covinhas perfeitas... Mas não sabemos de onde ele veio. Você o encontrou na mata, machucado e sem memórias. Não sabemos que tipo de pessoa ele é Lika.

 - Mãe, o que a senhora quer dizer?

 - Quero que você tome cuidado querida. Só isso. – Ela segurou meu rosto e beijou o alto da minha testa. – Agora vá logo buscar minha encomenda.


Notas Finais


Enfim... Gostaram? Eu espero que sim. Desculpem-me pelo atraso e por qualquer erro. :D Aceito críticas numa boa, viu gente? Quiserem falar alguma coisa aceito kkkk. Beijos. Goodbye.
http://ask.fm/GiuBlue


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