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História Canções Perdidas - Capítulo 5


Escrita por: GiuBlue

Notas do Autor


Oi gente, foi mal o pequeno atraso e pelo capítulo meio pequeno terminei de escrever ele agora então ele tá fresquinho. Apesar de estar repostando a fic, eu estou acrescentando algumas coisinhas. Enfim, espero que gostem beijos e boa leitura.

Capítulo 6 - Capítulo 5


Fanfic / Fanfiction Canções Perdidas - Capítulo 5

 Naquele dia eu só voltei a ver Harry pela noite, já que a encomenda que mamãe me mandou buscar custou o dia inteiro.  Eu rezei o caminho todo para que ela não tivesse se esquecido do almoço dele.  Mas ela não era disso, costumava ser tão perfeccionista quanto Nora.

   A questão foi que naquele dia, Lucy havia me mandando buscar um bendito mel. E digamos... Que o mel nem havia sido tirado das comeias. Levando em consideração que só para chegar à fazenda Piaget precisava-se de uma hora e meia a cavalo eu demorei séculos esperando as abelhas rainhas permitirem Sra. Piaget tirar o mel da colmeia.

   Ela praticamente me obrigou a ajuda-la o dia inteiro e eu não pude recusar. As Piaget tinham um típico poder de persuasão sobre as pessoas que fazia com que tudo que quisessem fosse realizado. Até hoje não consigo entender como fazem isso.

   Enfim, além de ter recebido uma picada de abelha passei o dia todo ajudando a mulher. Tempo perdido preciso admitir, pois eram tarefas simples, sem tirar o fato de que ela insistiu veementemente em cuidar do machucado que as suas abelhas haviam causado. Logo depois ela praticamente me obrigou a tomar chá com ela e com sua vizinha à mãe de Noah.

   Quando consegui me livrar delas já era em torno de cinco da tarde. Cheguei em casa lá para as seis e meia. Já era quase o horário da janta e eu sentia sono toda vez que olhava para o céu escurecido. Estava tão cansada que era como se estivesse anestesiada. O tempo passou rápido e na minha cabeça havia se passado apenas alguns minutos.

  A primeira coisa que fiz assim que avistei a cede foi acomodar Chica no estábulo. Alimentando-a e dando-a como sobremesa algumas maçãs.

 - Você merece garota. – Acariciei sua crina e fitei seus olhos rosados, os quais originaram no nome tão peculiar. 

  Lavei as mãos na torneira disponível e direcionei-me para o celeiro. Harry encontrava-se dormindo ainda. Eu não sabia se ele havia comido alguma coisa pela tarde. Fiquei a observa-lo enquanto cochilava. Ele parecia ter um sono profundo, nada leve. Eu queria ter facilidade para tanto. Nunca conseguia dormir rapidamente por isso acordava várias vezes a noite. Ainda mais quando os gêmeos estavam pela casa aprontando.

    Aproximei-me e toquei sua testa procurando vestígios da febre. Pelo rosto estar fresco imaginei que ela havia dado uma trégua para o rapaz. Sentei-me na beirada da cama ainda fitando seu rosto tão sereno. A pele clara reluzia sobre a única luz da janela. Harry estava roncando o que me fez segurar uma risada.

  Talvez ele tenha percebido ou tenha apenas acordado por acordar, mas quando ele fitou-me eu simplesmente corei pega no ato de observa-lo ao dormir. Ele coçou os olhos ajustando a visão e sentando-se corretamente sobre a cama de solteiro.

  - Oi. – Ele murmurou com a voz mais rouca do que o normal. – Esta aí há muito tempo, moça?

  - Muito pouco. Cheguei agora.

  - Você demorou. – Ele disse.

 - Desculpe-me. Mamãe me fez colher mel. – Ele franziu a testa.

 - Sério? Adoro mel. – Ele murmurou levemente.

 - Ela te deu o almoço né? – Perguntei.

 - Deu sim. – Ele disse.

 - Esta com fome agora? – Questionei.

 - Você só pensa em comida? – Ele indagou fazendo-me rir.

 - Desculpe-me.

 - E já é a segunda vez que pede desculpa. – Ele falou.

 - Des... Tudo bem. Parei.

 - Melhor assim. – Ele disse.

 - Mas falando sério... Tá na hora do jantar, você não quer comer nada? – Harry revirou os olhos.

 - Se você quer tanto que eu coma então eu como. - Eu ri.

 - Tá. Eu vou tomar um banho porque eu estou precisando, depois volto. Ok? – Ele assentiu e riu.

 - Não demore como na outra vez. – Disse levantando-se da cama.

 - Aonde vai? – Perguntei.

 - Eu também preciso de um banho, Lika. – Sorri novamente.

 - Lembre-me de bater na porta quando voltar.

 - Ok, lembre-me de lhe lembrar.

 - Potter e o bom humor. Parece até que quer que eu o veja nu.

 - Será? – Ele questionou.

 - Cala a boca, Harry. – Repreendi sem esconder um sorriso da brincadeira. Sai do quarto escutando a risada dele.

 

 

 Depois de um banho caprichado e depois de vestir-me com minhas roupas cotidianas, calça jeans, bota e camiseta, desci as escadas de casa com a intenção de encontrar o jantar pronto.

 - Cadê a comida?! – Gritei espalhafatosa na cozinha. Lucy, Nora e Mae levaram um susto e fitaram-me com se eu fosse um E.T. – O que foi? Estou com fome.

 - Parece até que nunca come. – Mamãe disse. Ela utilizava do mel para açucarar alguma torta.

 - Ah! É bom mesmo que esse negócio seja usado. – Mostrei meu cotovelo onde à abelha havia picado. – Doeu, viu? – Mae e Nora riram.

 - Ninguém mandou você deixar a Trish mandar em você. – Lucy falou.

 - A muito obrigada mamãe, pela consideração. Da próxima pode chamar o Adam eu não vou ligar nem um pouco. – Resmunguei sentando-me na mesa da cozinha.

 - Vai comer aqui hoje? – Nora perguntou.

 - Tenho que cuidar de Harry. – Respondi recebendo alguns olhares dela e de Lucy. Ambas se entreolharam e voltaram aos afazeres. Mae parecia por fora das notícias e manteve-se calada.

 - Hm rum. – Nora murmurou. Olhei para ela ao perceber a ironia em sua voz.

 - O que? – Questionei.

 - Nada... É só que, você não costuma dar tanta atenção aos hospedes. – Nora disse.

 - É, mas nenhum de nossos hospedes perdeu a memória. – Retruquei.

 - Lika, não fale assim com sua irmã. – Lucy repreendeu.

 - Mas eu não disse nada. – Resmunguei.

 - Tá pega essa bandeja e saia já daqui. Até eu já cansei desse lálálá. – Mae disse.

 - Nossa até a senhora, tia? – As três olharam-me com um olhar suplicante. – Ok! Já entendi! Partiu ser expulsa da cozinha. – Murmurei segurando a bandeja e saindo de lá. Verifiquei que tinha comida tanto para mim quanto para Harry. Talvez tia Mae não estivesse tão por fora assim das notícias.

 

  - Harry? – Chamei assim que entrei no quarto. O garoto estava apoiado sobre o batente da porta do banheiro com nada além de uma calça de moletom. O cheiro de sabonete e de shampoo se espalhava pelo quarto. Era um odor fresco se fosse levado em conta que a janela estava aberta e que o cheiro do campo se misturava com o dele. Além da sopa que eu trazia na bandeja.

 - Você não bateu. – Ele disse.

 - Você não me lembrou.

 - Nem você se lembrou de me lembrar. – Dei um sorriso de lado.

 - Pelo menos não esta nu.

 - Só em parte. – Ele disse fitando seu peito desnudo. Abri a boca o fitando e forcei-me a fecha-la. Será que ele não cansa de ficar sem camisa na minha frente? Poxa! Isso deveria ser proibido! – O que tem de bom aí? – Ele questionou vestindo uma camiseta de flanela marrom.

 - Sopa, café, fruta, suco, pães, torta e chá. – Falei observando a bandeja.

 - Vai me ajudar a comer tudo isso não é? – Ele disse com uma careta. Soltei uma leve gargalhada.

 - Não se preocupe eu não almocei. – Ele sentou-se sobre a cama. Encaminhei-me para a mesma e sentei-me ao seu lado.  

  O quarto ficou silencioso enquanto nós dois comíamos e nos observávamos.

 - Você não Janta com a sua família? – Ele perguntou. Torci o nariz com a pergunta e dei de ombros.

 - Eu não faço isso há muito tempo.

 - E por quê?

 - Bom... Digamos que a minha mãe é um pouco crítica. Como eu fico o dia todo sem vê-la o ápice dos julgamentos costuma ser o jantar. – Harry assentiu.

 - Isso não é nada bom.

 - Concordo. – Respondi. Voltamos a comer e ficamos nos observando. Harry com sua indescritível sensualidade e eu... Cada vez mais envergonhada.

 - Você esta calada. – Ele disse.

 - Meu padrinho costuma dizer que silêncio é sinal de comida. – Ele riu.

 - Seu padrinho entende das coisas.

 - Ele é meu professor, tem mesmo que entender. – Falei saboreando a sopa. – Esta boa não é? – Comentei.

 - Ainda não provei. – Ele disse comendo a torta.

 - Isso era pra ser a sobremesa.

 - Sério? – Pude perceber um fantasma de um sorriso no canto de seus lábios.

 - Se a sua mãe te visse agora iria lhe dar uma bronca. – Falei.

 - Mas é claro que iria. – Harry voltou a comer e ficou um pouco pensativo. – Minha mãe... Será que ela esta me procurando nesse exato momento? – Ele disse como se estivesse pensando alto.

 - Não sei. Deve estar. Acho que se fosse a minha, ela estaria louquinha.

 - É. – Ele respondeu simplesmente. – Talvez não. Se a mulher da minha lembrança fez mal a mim talvez eu não seja um cara legal. – Ele disse vago. Perdido em sua mente devastada. Levei a colher até meus lábios e os umedeci.

 - Eu acho você um cara muito legal, Harry. E se você é quem você esta sendo agora, sua mãe deve estar bem preocupada. – Falei espontaneamente. Harry parou de mastigar e fitou-me com gentileza quase como se estivesse agradecido.

 - Então, né? – Ele murmurou e nossas vozes se calaram em um silêncio de certo constrangedor.

 - Enfim... Como foi seu dia? Esta se sentindo melhor? – Puxei assunto.

 - Depois de meia hora ela vem me perguntar isso.

 - Desculpa.

 - E o nosso trato Lika? Nada de desculpas a cada dez frases.

 - Foi mal.

 - Ok, eu posso conviver com isso. – Harry admite fazendo-me rir. – Foi legal. Eu dormi a maior parte do tempo.

 - Que luxo! Eu queria poder dizer o mesmo.

 - E você? O que fez o dia todo? Seria mentira se me dissesse que foi buscar somente a encomenda da sua mãe.

 - Na verdade foi exatamente isso. Eu te contei da parte em que fui picada por abelhas?

 - Wow! – Harry gargalhou.

 - Não é motivo de risadas, doeu muito.

 - Você só fez isso o dia inteiro? Colheu mel e foi picada por abelhas?

 - Ei! Não fosse por mim não teríamos torta agora. – Falei com um bico. Harry continuou a gargalhar o que resultou com que eu o acompanhasse. – Chega de rir da minha cara. Ela já é cômica sem esse tipo de coisa. Por favor.

 - Ok. Parei.

 - E os machucados? Estão melhores?

 - Na medida do possível.

 - Deve estar doendo.

 - Eu vou sobreviver. – Ele disse tomando um pouco de chá. Observei o quarto ao meu redor e avistei sobre a cômoda ao lado da cama um caderno de desenhos.

 - Onde arranjou isso? – Perguntei esticando-me sobre ele e alcançando o caderno.

 - Ah! Sua irmã que trouxe. Ela disse que seria bom para mim. Tipo, escrever coisas nele. Desenhar, falar sobre o meu dia-a-dia ou caso eu relembre alguma memória escrever para não esquecer mais.

 - Tipo um diário?

 - É. Algo assim.

 - Bem a cara da Nora. Ela me deu um desse no meu último aniversário. – Comentei. Abri na primeira página e ele havia tentado desenhar o cômodo em que dormia. – Você não desenha muito bem.

 - Não é necessário enfatizar, obrigada. – Eu ri.

 - Ah! Mas a janela tá parecida.

 - Isso é a porta. – Ele falou.

 - Sério? – Perguntei com os olhos arregalados. – Desculpa. – E com a deixa nós começamos a gargalhar. Nós continuamos a conversar. Fiquei abismada com a facilidade com a qual nós dialogávamos.

 Conseguia ser mais espontâneo do que com Adam, era algo que simplesmente saia de nós dois. Eu gostava disso. Da forma como dizíamos as coisas sem precisar de duplos sentidos nem nada do tipo. Era como se... Entendêssemos-nos e nos conhecêssemos há muito tempo.

  Não sei quantas horas ficamos a conversar, mas houve um momento que ele perguntou-me.

 - Você não vai dormir?

 - Eu tenho que cuidar de você, esqueceu?

 - O que? Estou ótimo! Você também precisa descansar Lika.

 - Já discutimos isso.

 - Mas não estou conformado. Iremos nos ver de novo, e as galinhas fazem barulho, você não vai conseguir dormir aqui.

 - Poupe-me Harry. – Eu ri.

 - É sério. Esta tarde. Você precisa dormir.

 - Ah já entendi! Esta me expulsando do seu quarto.

 - Não! Nada disso. Adoro sua companhia. Mas acho que já fez demais por mim. Deveria  descansar um pouco e se livrar da minha voz enjoada.

 - Gosto da sua voz. – Resmunguei com a voz um pouco rouca do sono.

 - Então você gosta de enjoos. – Eu ri. Acho que ambos estávamos suficientemente bêbados de sono para falarmos besteira.

 - Eu desisto. Estou mesmo cansada. Se quiser falar comigo a janela do meu quarto fica bem ao lado da sua, então é só dar alguns gritos.

 - Vai dormir moça. – Sorri novamente e levantei-me da cama de solteiro. Quando estava próxima a porta ele reclamou.

 - Cadê meu beijo de boa noite?

 - Quem sabe amanhã, Potter. – Pisquei um dos olhos e sai do quarto.

 

 

 Depois de vestir meu pijama e de procurar pelo meu livro avistei Harry fitando-me pela sua janela. Acenei para ele que acenou de volta. Ele sumiu do meu campo de visão e retornou com o caderno de Nora. Ele escrevera algo e mostrara-me.

 

O meu beijo de boa noite? Cadê?

 

  Dei um sorriso de leve novamente e procurei pelo meu caderno. Facilmente peguei um dos lápis da minha escrivaninha e escrevi para ele.

 

*Beijo*

 

  Soprei sobre a janela de vidro do meu quarto e pressionei os lábios sobre o embasamento. Harry gargalhou do outro lado.

 

Agora dormirei em paz.

 

  Arqueei as sobrancelhas.

 

Sonhe com as galinhas, Potter.

 

 Acenei novamente e direcionei-me para a minha cama. 


Notas Finais


Então gente, espero que tenham gostado. Bjs e até mais :D
'Xoxo Giu Blue


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