Jin P.O.V
Depois de ficarmos conversando por mais um tempo, decidimos voltar pra casa.
____ foi tomar banho e Hoseok foi dormir, já eu me joguei na cama e fiquei encarando o teto por alguns minutos.
Mandei algumas mensagens pro Yoongi mas ele não respondeu, deve ter saído com os meninos ou o que na minha opinião é mais provável, deve estar dormindo.
Mandei mensagem pro Tae, pro Namjoon e pro Jimin, mas pelo jeito todo mundo decidiu me ignorar.
Encarava a parede, o celular e até a janela, não estava com sono e o maldito não vinha de jeito nenhum.
Foi quando ouvi a ____ saindo do banheiro e indo até o quarto do Hoseok.
-Te amo -ela disse e logo ouvi a voz dele respondendo com um tom dócil.
-Também te amo.
Então a porta dele foi fechada e ouvi os passos leves dela indo até o quarto, logo fechando sua porta.
Ela era tão doce quando queria.
O jeito que ela falava com o Hoseok mostrava toda a meiguice que ela insistia em esconder. O amor que eles sentiam um pelo outro fazia o lado amoroso dela acabar sendo exposto.
Lembro dela tão amável, tão frágil e pura, sempre sorridente, abraçada com o irmão e mascando os tão adorados chicletes.
Poucos anos depois ela já não era assim, o mundo já não era mais tão doce, ela era fria, sem coração, evitava sorrir pois sorriso era uma demonstração de fraqueza no ponto de vista dela. Mal sabe ela que o sorriso dela é o motivo da minha fraqueza.
Doeu tanto ver que o brilho dela se perdeu entre a dor e a escuridão que ela deixava tomar conta de seu coração.
Se eles tivessem conhecido ela como eu conheci, eles a amariam de todas as formas possíveis.
Se eles tivesse visto aquele sorriso, aquele olhar brilhante e o amor enorme que ela tinha pela vida, nunca achariam que ela é fria.
Como as pessoas tiveram coragem de machucar alguém tão puro? Como fizeram coisas tão grosseiras com alguém que só sabia ser meiga com todo mundo? Como destruiram o amor que tinha no coração dela?
O que mais doía, era saber que talvez ela nunca volte a ser aquela garotinha de antigamente, já que a pureza não faz mais parte da vida dela, assim como a fofura, a delicadeza e o sorriso sincero que só ela sabia dar.
Era ruim saber que tiraram a alma dela e a deixaram vazia, triste e fria. Ela entrou em seu mais profundo modo de defesa, ninguém se aproxima dela, nem ela mesma. É como se quisesse se esconder da própria verdade, da verdadeira personalidade incrível que tinha a alguns anos atrás.
Levantei e então fui até a cozinha, peguei um copo de água e me sentei no sofá.
Senti meu celular vibrar e o peguei no mesmo instante.
''Ei Jin'' -____?
''Oi''
''Pode me trazer um copo d'água?'' -ok, tenho que confessar que isso era de se esperar.
''Tudo bem''
''Obrigada, você é um anjo''
''Também não precisa ser falsa'' -sorri e então peguei um copo d'água, logo levando até o quarto dela.
Bati na porta algumas vezes e pude ouvir seu sussurro me mandando abrir, e foi o que fiz.
Ela sorriu e então entreguei o copo, logo indo em direção à porta novamente.
-Fica aqui -ela disse assim que virei as costas e então a encarei confuso- Não faz essa cara, Seokjin.
Sorri sem graça e me sentei ao seu lado.
-Não tô conseguindo dormir -ela disse apertando dezenas de vezes o controle da televisão, mas nenhum canal chamava a sua atenção.
-Então somos dois.
-Não tem nada passando na TV, terminei de assistir as minhas séries e eu não tenho nada pra fazer.
-Tive uma ideia -sorri e ela me encarou animada.
-O que?
-Vem -a puxei pela mão, fazendo ela se erguer rapidamente da cama.
-Eu tô de pijama.
-Ninguém liga -saímos correndo e então entramos no carro.
-Você sabe dirigir? -perguntou colocando o cinto.
-Não -arregalou os olhos, me encarando assustada.
-Kim Seokjin, por tudo que é mais sagrado, diz que é brincadeira.
-É brincadeira -sorri e então pisei no acelerador, e logo o portão abriu por causa do sensor.
-Você realmente não sabe dirigir né? -perguntou assustada ao ver que quase bati em uma árvore.
-É, na verdade, não.
-Puta que pariu Jin, você quer me matar? -acho que é inútil pedir pra ela não se desesperar.
-Relaxa.
-Relaxa? VOCÊ VAI MATAR A GENTE E QUER QUE EU TENHA CALMA?
-Tipo isso. Fica calma, a gente já chegou -falei estacionando na frente da loja de doces.
-Você me trouxe pro seu trabalho? Sério Jin, o que a gente tá fazendo aqui?
-Tirando o tédio -disse descendo do carro e então peguei o chaveiro no meu bolso, abrindo a porta do lugar rapidamente.
-O que a gente vai fazer aqui? -assim que ela falou, coloquei alguns marshmallows em sua boca.
-Comer -sorri.
-JIN -disse tentando mastigar os doces que insistiam em grudar em seus dentes, me fazendo rir.
-Que foi?
-Idiota -disse pegando um pacote de balas de goma, jogando várias em minha direção.
-Quer guerra? VAI TER -peguei alguns pacotinhos com mel e estourei os mesmos, deixando o mel escorrer pelo cabelo dela.
-Você pediu pra morrer -pegou um sachê de chocolate derretido, abriu e passou o dedo no mesmo, logo passando em minhas bochechas.
Então peguei uma lata de chantilly e apertei fazendo com que a espuma doce ficasse sobre seu rosto agora vermelho.
Ela sorriu enquanto tirava o doce da ponta de seu nariz e então passei um paninho limpo sobre seu rosto, vendo sua expressão alegre.
-Você é um idiota mesmo -falou rindo baixinho.
-Eu sei -abaixei a cabeça, colocando o pano sobre o balcão.
-Ei, obrigada -sorriu colocando o dedo em meu queixo, fazendo com que eu a encarasse.
-Por que tá agradecendo?
-Faziam anos que não me divertia tanto com alguém.
-Se dependesse de mim você sempre sorriria assim -abaixou a cabeça envergonhada.
Foi quando fui surpreso por seus braços ao redor da minha nuca e um beijo calmo com o mais delicioso sabor de chantilly. Coloquei a mão em suas cinturas e a apertei levemente, aprofundando o beijo que esperei por tantos anos.
Por alguns segundos não existia a rivalidade, a arrogância e a mania boba dela de tentar ser superior. Por alguns segundos ela era a minha garota, a menina fofa pela qual tinha me apaixonado à alguns anos atrás.
Era melhor do que esperava, era tão fofo, tão especial. Queria tanto que o mundo parasse só pra que esse momento não acabasse nunca, mas infelizmente, tudo tem um fim.
-Me perdoa Jin, foi o reflexo -ela disse se afastando envergonhada.
-Se isso foi apenas o reflexo, então quero ser seu espelho.
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