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História Can't Remember To Forget You - Sizzy - Um aperto no coração.


Escrita por: Dessinha1206

Notas do Autor


Obrigada pelos 93 favoritos gente <3
Eu espero que vocês gostem do capitulo, boa leitura.

Capítulo 10 - Um aperto no coração.


Fanfic / Fanfiction Can't Remember To Forget You - Sizzy - Um aperto no coração.

“A preocupação deveria levar-nos à ação e não à depressão.”

- Karen Horney

 

Já acordou desesperado? Quando você não sabe onde tá ou qual a ultima coisa de que se lembra? Bom, foi mais ou menos assim que eu acordei; eu estava meio insana, queria saber o que tinha acontecido. Eu tremia, eram poucas as coisas que eu enxergava, e eu tenho certeza de que gritava, gritava por estar lembrando do acidente e de que um carro batera em mim e na minha melhor amiga. Eu estava preocupada e não conseguia demonstrar por que as enfermeiras ficavam tentando enfiar agulhas em mim e eu não compreendia o por quê disso. Era muita informação e eu não conseguia assimilar tudo, mas elas não entendiam, só queriam enfiar as agulhas em mim e doía, os braços fortes me segurando me machucavam. Eram três? Cinco enfermeiras, num aglomerado ao meu redor? Eu não sei! Mas quando as mesmas conseguiram me segurar eu só conseguia prestar atenção nos olhos castanhos apavorados me encarando no breu branco.

Eu não sei quanto tempo demorou, mas eu acordei de novo, dessa vez mais calma, apesar de ainda estar angustiada e querendo saber onde Clary estava. Haviam três homens no quarto; bom, a imagem ainda estava embaçada, mas eu os ouvia discutindo.

- Senhores, só pode um acompanhante no quarto. Escolham quem vai ficar aqui logo! – Eu nunca havia escutado essa voz, mas mesmo parecendo pelo tom de voz aflito, ele era clamo e parecia já ter visto situações iguais.

- Eu sou amigo dela – ah, essa eu conhecia, era Raphael; ele parecia argumentar ao seu favor.

- Eu também sou amigo dela! – Ahn... Simon? Acho que sim, mas não sei o que ele faria no hospital, sendo que nem nos conhecemos direito.

- Grande coisa, você só quer comer ela! – Estamos no hospital e Raphael está gritando só para ficar no meu quarto, fala sério... Tenho certeza que se conseguisse o fazer, meus olhos teriam revirado.

- Ei! – Minha voz saiu fraca, mas eu não deixaria que ele falasse assim de mim. Eu estava cansada? Sim, entretanto ainda posso defender minha reputação.

- Srta. Lightwood, demorou a acordar – falou o medico ignorando os dois.

- Onde está Clary? - Era o mais importante, não?

- Você em breve poderá vê-la – respondeu ele após dar uma singela risadinha – Só fique de repouso mais alguns minutos, a enfermeira vem ver se você não tem nada. Digamos que você nos assustou com o recente ataque de pânico.

- Ataque de pânico?! – Ah, não... Mais gritaria. Nem tivera tempo de abrir a boca para escutar até escutar invadirem o quarto. Era a autoridade na voz, ou a arrogância, não sei, mas era impossível não reconhece-la. Maryse Lightwood estava nos Estados Unidos.

Como sempre, ela fez com que o médico fosse falar em particular com ela. Desde pequenos ela nunca deixava nenhum de nós – seus filhos - saber o que tínhamos, era tudo escondido, nada revelado. Sempre tentando nos proteger, acho que ela não percebe que eu estou grandinha e, no momento, o que eu menos quero é ela aqui com seu cabelo perfeito, roupa perfeita e atitude perfeita.

Ela parecia arrastar o médico do quarto, fazendo, assim, que eu ficasse com os dois encrenqueiros. Tentei sentar direito na cama enquanto os dois vinham na minha direção, um de cada lado para aumentar minha impaciência.

- O Doutor Wayland disse que você teve apenas uma concussão – falou Raphael acariciando meu braço, ele parecia preocupado o que me surpreende já que é a segunda fez que ele fica assim por minha causa.

- E o outro carro? – Perguntei, afinal o acidente envolveu outras pessoas. Raphael e Simon trocaram olhares, o de óculos coçou a nuca parecendo sem coragem, eles não queriam me contar.

- Eu estava no telefone com Kyle, o baterista da banda e não percebi vocês, tentei frear, mas o impacto foi forte e vocês apagaram, eu apenas fiz um corte – Havia um curativo em sua testa que eu não tinha reparado antes por causa da visão turva.

Eu não estava com raiva, só achava coincidência para o caralho ser logo Simon a bater no nosso carro.

- O que aconteceu com Clary? – Perguntei e me aliviei ao saber que ela apenas desmaiou e continuou apagada até chegar ao hospital. Simon disse que ela fez uns exames e que a pressão dela só tinha abaixado causando o desmaio, mas que ela já tinha sido liberada ontem à noite, o que significava que eu havia ficado dois dias dormindo no hospital.

O pior foi quando Maryse voltou ao quarto, ela me entregou uma roupa que devia estar no nosso hotel – onde eles sempre ficavam quando vinha nos EUA –, mandou que eu me trocasse e convidou os meninos para um almoço domingo – o que só poderia dar em merda já que minha família não é lá muito “saudável” –, os expulsando logo em seguida do quarto. Ela disse que preferia que um medico da família me examinasse e que era para eu me apressar logo já que todos estavam preocupados comigo.

Era comum sempre que minha mãe mandava em mim eu lhe dar uma resposta afiada ou então bater de frente com ela e fazer o que eu queria, mas eu estava esgotada, física e mentalmente. Mesmo tendo tido noticias, eu ainda queria me certificar de que Clary estava bem, e depois disso eu não me importaria de levar outra daquela injeção que me deram e dormir por um bom tempo.

Na recepção eu fui abraçada pelo resto da tropa, por que todo mundo tinha que saber que eu bati um carro. Ótimo! Além disso, ter que ir ao Hotel Dumort – Sim, o mesmo hotel do processo de Lily com meu pai – não me agradava, já que eu não conseguia me sentir em casa lá. Mas é claro que Robert e Maryse me obrigariam aos 22 anos á passar o resto da semana com eles, pois descobri que os mesmos ligaram para Lilian cancelando meu trabalho o resto da semana por estar impossibilitada.

Sem forças para discutir aceitei ir ao hotel, o que foi bom por que pude perceber que fora reformado e estava muito mais bonito do que quando tinha 18 anos; haviam contratado uma decoradora pelo visto, que era muito boa por sinal, tornou o lugar menos sombrios, mesmo com o costumeiro tom vermelho por toda parte.

A suíte presidencial ainda era a mesma, entretanto Max me arrastou para a suíte compartilhada onde sempre dormíamos; tudo estava no mesmo lugar, a mesma cama de casal, o mesmo closet que eu dividia com meu irmão mais novo e as mesmas pilhas de jogos de tabuleiros que marcaram nossas viagens para os Estados Unidos quando crianças, já que Jace e Alec odiavam os passeios planejados pela mamãe, quer dizer, por Maryse. Sorri em meio a lembrança. Dumort não era tão ruim. Talvez enquanto eu vagava pelo quase apartamento pudesse ainda ver eu, Jace e Alec correndo pelo lugar enquanto Maryse tentava segurar Max para não nos seguir.

No sábado, Clary veio passar um tempo comigo já que eu passara a ser uma prisioneira da minha mãe e seus almoços com amigos chiques.

- Você parece meio tristinha, o que aconteceu? – Perguntou Clary detrás do quadro que pintava. A ideia era fazermos alguma coisa que as duas gostavam e bem, eu gostava de desenhar e Clary de pintar, então resolvemos juntar os dois. Tá que ela é muito melhor que eu, mas era divertido tentar desenhar Nova Iorque pelos meus olhos.

- Esse é o mais próximo de animada que ela chegou esses dias – respondeu Max pincelando a tela com o rosto neutro.

- Isso é verdade? – Confirmei com a cabeça enquanto pegava mais tinta cinza – Izzy, já faz dias que o carro bateu, eu já superei, Simon já superou, por que você ainda está assim?

- Você falou com Simon? – Perguntei olhando para a ruiva, ela me lançou um sorrisso completo de malicia.

- Então é isso? Tá chateada por causa de um cara? – Clary riu, a cabeça balançando em negação enquanto o coque no topo da cabeça desmanchava, deixando seus breves cachos alaranjados caírem por seus ombros.

- Não to chateada por causa dele, - respondi – é que além de Max não tem ninguém com quem conversar aqui. Maryse só fala com suas amigas esnobes que ela não via há anos e papai nunca fica aqui. Não nego que seria legal Simon ter me ligado para, sei lá, perguntar como eu estava. Ele parecia preocupado no hospital, mas não demonstrou isso depois, muito menos Raphael!

- Primeiro, aposto que Simon se sente culpado, afinal ele que bateu no nosso carro e por isso não te ligou; segundo, Raphael me ligou perguntando de você. Sem contar que os dois vão te ver amanhã no almoço que sua mãe planejou. – Por que ela sempre tinha que estar certa?!

- Tá, vou tentar melhorar meu humor – falei dando um suspiro em seguida.

- Otimo! Seu irmão vai adorar saber que você está mesmo toda apaixonadinha –Quando ela riu da própria espécie de piada impulsionei meu pincel e joguei pingos de tinta cinza na ruiva, que em seguida retrucou causando uma breve, porém cômica guerra de tinta.

***

- Se casar?! - Vi Robert engasgar, estive meio avoada até o momento em que Alec resolveu contar aos nossos pais sobre o seu noivado com Magnus; estávamos todos sentados a mesa, conversando levemente, nenhuma briga, nenhuma discussão, muito menos reprovação da parte de minha mãe, até Alec citar um casamento. Se papai era homofóbico? Não, mas ele também não era do tipo que apoiava a comunidade LGBT, e parecia que no fundo ainda tinha uma esperança de que seu primogênito se casasse com uma mulher e não um homem.

- Ainda estamos pensando na data – Disse Magnus dando um gole do vinho que havia em sua taça, um longo gole, ele estava tão tenso quanto Alec. – Pode demorar anos...

- Ou meses – interrompeu Alec rapidamente.

- Vocês tem certeza disso? – Perguntou Maryse após limpar a boca em seu guardanapo; Alec e Magnus confirmaram arrancando um pigarro da garganta dela. – Já que estamos falando em casamento, acho que se tornaria mais lucrativo já realizarmos duas cerimonias no mesmo evento. Isabelle, onde está Meliorn?

- O que? – Meu garfo caiu no prato – Ahn... Maryse... – Juro que procurei ajuda os olhos de todos os meus irmãos, até de Raphael que estava sentado a minha esquerda na mesa, mas ninguém falou nada, todos continuaram comendo enquanto eu tinha que arrumar uma desculpa rápida. – Nós terminamos. – Falei por fim. Eu sabia que viria um falatório agora e uma provável discussão passamos dias sem brigar e isso seria impossível para nós duas.

- Ufa, nunca gostei dele mesmo! – Soltou papai fazendo todos rirem.

- Só a Isabelle gostava dele, pai – disse Jace zombando de mim, como sempre.

- Isso não é verdade – Maryse voltou à conversa. – Eu gostava dele, por que terminaram?

- Ela conheceu outro cara – Jogou Alec fazendo A PIOR tosse falsa que já fizeram na vida.

- E quem é esse? – Ela estava controlada como sempre, mas por dentro estava quase me matando por trocar um cara que ela aprovasse por algum “vagabundo”. Depois que eu tive certeza de que todos estavam encarando Simon a minha direita, juro que corei até o dedão do pé.

- Simon Lewis – O mesmo levantou e lhe entendeu a mão já que ela não havia lhe dado atenção; a verdade era que ela só queria mais gente para presenciar sua volta para a família e por uma coincidência Simon estava no momento em que ela pensou no almoço.

- Vocês dois... – Era Robert quem perguntou e como da vez em que Lily fez essa pergunta lhe dei um grande não. Não por não querer ter nada com ele, mas por até meu pai estar percebendo a enrolada relação que existia entre mim e Simon. – Tudo bem, e então Simon com o que você trabalha? – Discreto não era uma qualidade de Robert Lightwood, ele era direto e lhe perguntava o que seria saber na cara dura.

- Hmm... Fiz faculdade de direito, mas eu ainda sonho em ser músico mesmo trabalhando na empresa do meu pai - respondeu ele. – Eu amo música e não existe outra coisa com que eu amaria tanto trabalhar, mas enquanto Rock Solid Banda não fica famosa, eu realizo o sonho do meu pai de me ver trabalhar com ele.

- Se precisar de um investidor, me ligue. Confio na Isabelle o suficiente para saber que deve ter um bom coração, ela sempre conhece as melhores pessoas... – Quando Imogen recolheu os pratos juro que Robert e Simon eram melhores amigos, fomos todos excluídos da conversa deles.

Mesmo depois enquanto todos conversavam sore alguma coisa eu permaneci quieta só observando, fazia tempo que eu não via meus pais e mais tempo ainda que não via meu pai tão empolgado conversando com alguém; Maryse e Magnus estavam como loucos falando de decoração enquanto Alec só confirmava com a cabeça; Jace e Clary haviam sumido há tempos, e Raphael mantinha uma conversa animada com Max. Bom, pelo menos Church respeitava meu silencio e estava quieto em meu colo, era a melhor coisa que meus pais puderam trazer de Idris.

- Podemos conversar? – Perguntou Simon ao se aproximar, dei de ombros, me levantei e mostrei-lhe onde era o quarto.

- Da ultima vez que você disse isso, se bem que me lembro, você fez um lindo discurso sobre destino e mudanças na sua e na minha vida, hoje vai ser sobre o que? – Pergutei ao fechar a porta atrás de mim e o encarei. Ele está bonito, com uma camisa xadrez vermelha com um roxo escuro, uma calça jeans preta justa, um All Star cano alto preto e uma gravata preta no pescoço.

- Eu só ia perguntar como você está. Eu estava com receio de você estar brava comigo depois de todo o ocorrido, Isabelle. Mas Clary mandou eu tomar vergonha na cara – ele riu.

- Vocês se falam agora? – Não era ciúme, não era ciúme, não era ciúme...

- Só pegou essa parte? – Dei de ombros – Eu estava preocupado, Izzy... – Izzy. – Ainda estou... – Eu tinha noção da proximidade e principalmente da sua mão em minha bochecha, talvez fosse carência ou até uma tentativa de arrumar sentido para tudo que estava acontecendo na minha vida.

Todos achavam que eu estava apaixonada, eu achava que estava apaixonada, mas podia ser só a minha mente carente, que recusava um relacionamento rotineiro que queria ação, que apenas o queria pela aventura. Entretanto existe aquela parte, a que me faz pensar em ser só sua amiga, a que me fazia perceber que eu queria a aventura que seria conhecer Simon, descobrir tudo sobre ele, por que junto a ele nada seria normal, sempre teriam coisas novas para viver.

Mas por que não entrava na minha cabeça que eu poderia querer os dois? Afinal, um relacionamento é composto por amizade também. Eu esqueceria isso por agora, é algo para se pensar depois. Porque agora eu tinha certeza de que não só o queria ali, mas precisava dele.

Enquanto seus dedos vagavam por meus cabelos, eu sabia que ele tentava saber o que eu pensava, estava aérea demais, mas quando consegui voltar meus olhos para os castanhos dos seus, não havia mais o que fazer, eu iria beija-lo.

- Um beijo não vai acabar com os seus problemas... Muito menos com o que está sentindo. – Disse Simon ao perceber meu olhar sobre sua boca.

- Mas vai me fazer esquecê-los por um momento.

Surpreendendo-o grudei minha boca a sua e me agarrei a ele, com uma mão em seu pescoço e outra puxando sua camisa, ele não estava perto o bastante. Mal deu tempo de que o mesmo retomasse fôlego, voltei a lhe beijar invadindo sua boca com minha língua. Da primeira vez que nos beijamos não pude perceber, Simon não tinha um gosto específico, é algo dele e único que conseguia me fazer delirar.

Precisava de mais, e tenho certeza que ele também; suas mãos na minha cintura me puxavam para perto dele tanto quanto meus braços o puxavam para mim, ele hesitou ao descer a mão para a curva da minha bunda, mal sabendo que ele podia fazer o que quiser comigo que eu não reclamaria.

Sem Simon perceber o empurrei até a borda a da cama onde o mesmo caiu sentado tomando um susto, foram segundos, mas já queria sua boca de volta à minha. Uma perna de cada lado e sentei em seu colo. Deus, eu estava faminta!

 A essa altura eu me arrependera de não colocar um vestido no lugar da calça jeans que usava. Ela só complicaria tudo. Seus lábios soltaram os meus e buscaram meu pescoço, fazendo um mistura de suspiro com gemido sair da minha boca. Se eu pelo menos conseguisse me lembrar que outras pessoas estavam no cômodo ao lado, mas tudo que vinha na minha mente era Simon e em como eu precisava dessa fuga que ele me proporcionava.

 Seu nome saiu por entre meus lábios quando o mesmo sugou a pele de meu pescoço enquanto suas mãos apertando minhas coxas com demasiada força, mas não doeu, foi “estimulante”.

Mal percebi quando fui jogada na cama e que as mãos de Simon subiram por dentro da minha blusa, eu estava tão concentrada em seus beijos em meu colo que nem percebi suas mãos travessas chegando ao meu ponto fraco.

 - Izzy, mamãe deixou você me lev... – Max apareceu na porta, ele saiu do quarto antes que Simon pudesse tentar sair de cima de mim.

 



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