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História Cão de Briga ( Imagine BTS ) - Da tempestade ao olho do furacão


Escrita por: SaintsRafaela

Notas do Autor


Olá meus amores! Eu juro que tentei postar ontem só que com a chuva a internet ficou ruim.
Esse capítulo está um tanto dramático então peguem seus lencinhos e ... Hapsida!

Capítulo 12 - Da tempestade ao olho do furacão


Fanfic / Fanfiction Cão de Briga ( Imagine BTS ) - Da tempestade ao olho do furacão

Dominic on

Estava voltando para casa depois da escola, chovia muito e entre aqueles relâmpagos e trovões eu me perguntava se o clima estaria refletindo o que eu estava sentindo. Não tinha amigos e a última coisa que queria era voltar para casa, mas eu não tinha para onde ir. Chegando na esquina de casa já era possível ouvir o som de coisas quebrando, gritos e palavrões, todos os vizinhos me encaravam uns com pena e outros com desdém. O que era tudo isso? Para qualquer um poderia ser um dia familiar ruim mas infelizmente já faz algum tempo que para mim se tornou uma triste rotina.

Corri o mais rápido que pude para chegar em casa. Uma lágrima caiu do meu olho quando avistei aquela cena, coisas quebradas para todos os lados, acabei perdendo a força em minhas pernas e cai ajoelhada em cima de alguma coisa que eu nem consigui identificar o que era, porém fez um pouco de barulho o que acabou chamando a atenção daquele monstro que um dia chamei de pai. Ele direcionou o seu olhar a mim e logo voltou a agredir a minha mãe.

- ESTÁ VENDO? OLHA O QUE VOCÊ ME FAZ FAZER NA FRENTE DA NOSSA FILHA. - ele berrava enquanto chutava as suas costelas. A cena era pertubadora demais, minha mãe estava encolhida enquanto recebia chutes, ela virou o seu rosto e pude ver o quão machucada estava. Com aquela visão finalmente consegui forçar as minhas pernas a me obedecerem, me levantei e corri em direção a minha mãe me debruçando sobre ela, fazendo ele parar momentâneamente a agressão.

- PARA PAI! PELO AMOR DE DEUS, PARA! - eu gritava não fazendo questão nenhuma de segurar as lágrimas que agora inundavam o meu rosto.

-DOMINIC, O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? - ele perguntou irritado - NÃO SEJA UMA VADIA COMO A SUA MÃE. - ele esbravejou se afastando e quebrou alguma coisa que ainda estivesse intacta, aproveitei para falar com a minha mãe.

- Mãe você está bem? Consegue se levantar? - sussurro para ela que balança minimamente a cabeça, mas antes que minha mãe consiga se levantar meu pai volta para continuar as suas agressões e a única coisa que me vi capaz de fazer foi deitar sobre ela novamente.

- LEVANTA! - ele ordenava e eu só negava com a cabeça - ENTÃO TERÁ O MESMO DESTINO QUE ELA. -foi a última coisa que ele disse antes de começar a me bater também, nunca tinha apanhado tanto na vida. Eram socos e chutes sendo destribuídos pelas minhas costas, minha mãe chorava embaixo de mim tentando me empurrar de cima dela e eu chorava mais, mesmo naquele estado ela queria me proteger.

- Sai daqui Dominic! - ela falou tão alto quanto conseguiu e eu negava com a cabeça, se estavámos fardadas a passar por isso que passassemos juntas. Meu pai começou a puxar meus cabelos e com isso eu acabava jogando meu rosto para trás, então ele aproveitava para dar tapas em meu rosto.

- TAL MÃE, TAL FILHA. - ele gritou e começou a rir descontroladamente. Eu não olhava para canto nenhum só encarava minha mãe e pedia a ela para tentar se manter acordada, mas em determinado momento ela arregalou os olhos assustada e a última coisa que eu ouvi foi ela gritando o meu nome.

Queria que tudo não passasse de um terrível pesadelo mas para a minha infelicidade não era. Acordei com uma terrível dor na cabeça e quando passei a mão pelo local senti uma ardência, o desgraçado me acertou em cheio. Andei cambaleando entre os destroços do que um dia foi a sala de estar, procurava pela minha mãe, estava com medo do pior ter acontecido.

- MÃE! - a chamava preocupada - ONDE VOCÊ ESTÁ?

- DOMINIC, AQUI! - sorri largamente ao ouvir a sua voz vindo do andar de cima e caminhei até lá, com dificuldade mas caminhei. A minha mãe estava viva eu ainda tinha motivo para sorrir. Cheguei em seu quarto e lá estava ela sentada secando seus longos cabelos ainda molhados, pude notar as marcas que foram deixadas em seu corpo branco. Me aproximei pegando a toalha de sua mão e comecei a secar seus cabelos com cuidado. Estavamos em silêncio, só o som da chuva lá fora ecoava agora pela casa semi-destruída, destribuí o creme pelo seu cabelo e comecei a penteá-lo devagar.

- Desculpe. - ela se manifestou quase em um sussurro me fazendo parar o pente no ar.

- Pelo que? - perguntei temendo a resposta. Ela não pode tomar para si uma culpa dessas.

- Por tudo o que aconteceu hoje, você não deveria passar por isso. - ela diz abaixando a sua cabeça.

- Nem a senhora. - digo pegando em seu rosto e o levantando, percebo suas lágrimas caindo - Por favor não se culpe. - digo secando as suas lágrimas e ela me abraça com força, sinto meu corpo todo dolorido mas nós precisamos desse abraço para ter certeza que tudo ficará bem, a força de uma vem da outra.

- Oh meu amor! - ela disse se distanciando de mim e me encarando, notando o estado deplorável que meu rosto devia estar as lágrimas voltam aos seus olhos - Fiquei com tanto medo. - ela confessa e eu aceno com a cabeça - Desculpa por não consegui te trazer para cama. - ela fala desviando seu olhar.

- Eu sei que eu não sou leve mãe. - digo recebendo um sorriso dela - Agora deixe eu terminar de pentear o seu cabelo. - digo me posicionando atrás dela e desembaraçando o seu cabelo.

Quando termino com o seu cabelo vou ao que sobrou da cozinha e faço um lanche para nós duas e volto ao quarto. Enquanto comemos puxo alguns assuntos aleatórios para destrair a mente dela conseguindo assim arrancar alguns sorrisos, quando terminamos levo os pratos de volta a cozinha e quando volto a ouço chorando baixinho.

- A senhora deve está cansada é melhor dormir, não acha? - falo enquanto entro no quarto fingindo não ter ouvido o seu choro, ela logo se recompõe.

- Acho que os papéis aqui estão trocados, não acha? - ela questiona mas mesmo assim se deita na cama deixando que eu a cubra, sorrio com isso. Sento ao seu lado na cabeceira da cama e faço carinho em seu cabelo e ela fecha seus olhos, começo a cantarolar uma melodia calma e ela sorri ao reconhecer a canção de sua terra natal.

- Obrigada! - ela exclama - Eu não sei o que faria se não fosse você. Acho que só estou viva ainda por sua causa. - ela sussurra ainda de olhos fechados.

- Si la vie vous jette par terre, levez les yeux.* - eu digo e vejo ela abrir seus olhos em surpresa.

- Não sabia que você ainda se lembrava do francês.- ela fala impressionada.

- Claro que eu me lembro mãe. - falo sem interromper o carinho que fazia em sua cabeça - Mas chega de conversa e durma, a senhora precisa descançar. - ela então fecha seus olhos novamente e eu continuo com a melodia até ter certeza que ela já está dormindo profundamente. Me levanto da cama com cuidado para não fazer barulho, vou em direção ao meu quarto, pego uma roupa e sigo para o banheiro. Ao me olhar no espelho levo um susto coma minha aparência e não consigo evitar que as lágrimas voltem, retiro a minha roupa e entro no box. Choro baixo aproveitando o barulho que a água fazia ao cair no chão, permaneço ali por um bom tempo até ter certeza que minhas lágrimas haviam acabado mas eu estava exausta e precisava descansar. Saio do banheiro e me dirijo ao quarto da minha mãe, deito ao lado dela e rezo, rezo muito para que isso nunca mais aconteça, nada diferente do que eu tenha feito das vezes anteriores afinal a esperança é a última que morre.

[...]

Acordo com a claridade da manhã um pouco chuvosa em meu rosto, ao olhar para o lado percebi que estava sozinha, andei devagar pelo corredor e quanto mais perto das escadas eu chegava mais forte o cheiro do café da manhã ficava, então apressei o meu passo para chegar a cozinha. Minha mãe estava lá sentada à mesa olhando um ponto fixo, mas dava para perceber que só seu corpo estava ali pois o seu pensamento estava longe.

- Bom dia mãe. - falei tirando ela de seu transe.

- Bom dia filha. - ela fala direcionando o seu olhar a mim com um sorriso doce em seu rosto - Sabe, eu estava pensando em juntar um dinheiro para voltarmos a França. O que acha? - ela pergunta empolgada.

- Acho ótimo! - falo igualmente empolgada, não existe nada que me prenda aqui - A senhora já sabe um data? - pergunto me sentando a mesa e começando a colocar o meu café da manhã.

- Não minha filha, isso é um plano a longo prazo. - ela fala antes de tomar mais um gole de seu café.

- Então qual seria seu plano a curto prazo? - pergunto pegando uma torrada e tomando um pouco do café, quando volto o meu olhar a ela seu semblante havia mudado, agora ela estava séria e seu olhar voltou a ficar vago.

- Nos mudarmos daqui, mas antes eu vou ter que falar com alguém. - ela fala e eu só concordo com a cabeça, não sei se o clima ficou pesado ou se ela só estava pensado mas dali em diante o café da manhã se tornou silencioso. Sabia que depois do ocorrido não tinha como continuarmos aqui, não que nunca tivesse acontecido antes mas dessa vez foi muito pior, o olhar dele era sombrio e aquela gargalhada que ele deu enquanto me batia foi só mais um índicio de que ele está fora de si. Minha mãe sempre teve medo dele, por mais que eu a incentivasse a procurar por ajuda ela sempre vinha com um argumento contraditório e sempre era acompanhado daquelas velhas e conhecidas frases de mulheres que sofrem por agressão como: "Ele só estava nervoso"; " Eu ainda o amo!" ou a que eu mais odeio "A culpa foi minha", mas isso finalmente iria mudar.

2 anos e meio depois...

Eu estava voltando para casa depois de mais um dia de treino intenso. Desde que saímos daquela casa resolvi que aprenderia a me defender e agora já faz dois anos que comecei a fazer krav maga e capoeira, não sentia mais vontade de sumir e me sentia bem em voltar para casa que apesar de ser pequena era aconchegante, até consegui fazer alguns amigos.

Apesar daquela tarde estar muito bonita algo em mim dizia que alguma coisa estava fora do comum, enquanto eu me aproximava de casa vi um carro preto que parecia ser de luxo parado em frente a nossa porta. Apressei o meu passo, meu coração começou a ficar acelerado só de pensar nas possibilidades. Chegando em frente de casa pude notar a porta aberta, respirei fundo antes de entrar lá e ver uma cena que eu nunca imaginei ver na minha vida, minha mãe ajoelhada enquanto um homem de óculos escuros apontava uma arma para a sua cabeça.

- Mãe! - falei quase em um sussurro mas mesmo assim atraio a sua atenção e as dos outros que estavam ali presente.

- Dominic. - ela fala ameaçando se levantar mas o homem a empurra de volta me fazendo cerrar os punhos de raiva.

- O que você quer? - pergunto tentando segurar o choro.

- Nós só viemos cobrar o nosso pagamento. - um asiático bem vestido aparece detrás da porta com um charuto em mãos, me assustando. Olho assustada para a minha mãe que abaixa a cabeça mas dava para ouvir o seu choro.

- Mãe! Pode me explicar o que está acontecendo? A senhora se enfiou em alguma dívida? - pergunto com medo - Olha moço, eu não sei do que se trata mas tenho certeza de que podemos sentar e conversar. - falo direcionando o meu olhar ao homem bem vestido, que sorri de lado com o que eu falei e por um momento achei que ele poderia considerar, mas as minhas expectativas foram destruídas ao ver ele tragar o o seu charuto e soltar toda aquela fumaça na minha cara.

- E você acha que teria dinheiro suficiente para me pagar? - ele me pergunta e apesar do seu sotaque dava para compreender o que ele falava.

- Não sei, nem sei do que se trata o serviço que foi feito. -falo irritada e estupidamente alto recebendo um olhar reprovador do homem a minha frente - Desculpa. - falo abaixando a cabeça.

- Essa eu vou deixar passar. - ouço ele falando e levanto a minha cabeça para encará-lo.

- Doce filha como eu senti sua falta. - ouço a voz carregada de sarcásmo da última pessoa que eu queria ver nessa vida.

- Pai! - falo em misto de emoções, todas negativas. Vejo aquela figura que não reconheço mais passar porta adentro com aquele sorriso macabro em seu rosto. Definitivamente ele não é mais o meu pai.

- Lis meu amor! - ele fala passando por mim e indo em direção a minha mãe que o encara com nojo - Não vai me dar nenhum beijinho? - ele pergunta e minha mãe vira o rosto, ele vira o rosto dela segurando pelas bochechas e a beija a força, eu tento ir para cima dele mas o homem ao meu lado me segura.

- JÁ CHEGA! - grito atraindo a atenção de todos e me soltando finalmente do aperto daquele homem - Se não tem mais nada a ser feito aqui peço que se retirem. - digo indo em direção a minha mãe a ajudando a levantar, vejo que o homem que estava com a arma apontada ia reagir mas é repreendido pelo homem com o charuto.

- Minwoo! - ele fala vindo em nossa direção e olho para minha mãe que não falava nada.

- Podem me explicar do que se trata? - pergunto desviando o meu olhar da minha mãe e olhando aquele senhor que eu nem sei o nome, ele sorri e acena com a cabeça se sentando no sofá.

- Há algum tempo sua mãe me procurou me pedindo dinheiro e eu concordei, emprestei o dinheiro e ela começou a me pagar da maneira que dava, mas depois de um tempo ela não conseguiu mais me pagar e então começou a trabalhar para mim. - ele fala e eu a olhei incrédula com o que eu acabei de ouvir.

- Tá vendo? Essa é a piranha que você chama de mãe. - meu "pai" fala e eu não consigo me segurar e lhe dou um soco no rosto.

- NUNCA MAIS OUSE FALAR ASSIM DELA! - grito e ele me olha surpreso como todos os outros, depois que sua ficha cai ele tenta me bater mas o asiático de óculos não deixa, o que o deixa muito frustrado.

- Eu não podia sair do país até pagar o empréstimo, por isso a nossa viagem foi adiada por tanto tempo. - minha mãe falava em meio ao choro.

- E qual não foi a minha surpresa quando o marido veio me procurar e pagar pelos meus serviços? - aquele homem estranho falava com um sorriso.

- E o que esse desperdício de espaço e oxigênio quer? - falo com nojo encarando meu "pai", ele tenta me dá um tapa mas eu consigo desviar.

- OLHA COMO VOCÊ FALA COMIGO SUA VADIAZINHA. - ele fala tentando me bater mas novamente o asiático o impede.

- CHEGA! - o homem grita mas logo se recompõe - Ele queria a sua mãe morta. - ao ouvir aquilo eu quase não consigo me manter de pé, abraço a minha mãe com força e deixo as lágrimas caírem, o homem se aproxima de mim e coloca a mão em meu ombro - Mas calma, ela trabalha para mim agora eu não faria isso.

- E o que ele quer? - pergunto relutante com a voz rouca pelo choro.

- Mas uma semana com a minha esposa. - aquele ser que aprendi a odiar com todas as minhas forças fala com um sorriso macabro em seu rosto.

- Você não pode deixar... - falo agarrada a minha mãe que chorava tanto quanto eu - Você sabe o que ele pode fazer com ela?

- Eu sou um homem religioso e eles ainda estão reunidos pelos laços do matrimônio. - ele diz dando os ombros e sorrindo de lado - A única coisa que eu quero eu já deixei bem claro para ele. - o asiático fala encarando meu "pai" que engole seco e acena positivamente - Eu quero ela viva, como ela vai voltar pouco me importa.

- ELA QUERIA O DIVÓRCIO, ESSE FILHO DA PUTA QUE NÃO DEU! - grito completamente descontrolada e o asiático me dá um tapa na cara, que me faz virar o rosto. Como pode a vida de uma pessoa mudar tanto em poucas horas? - Quanto ele vai te pagar? - pergunto com a cabeça ainda virada para o lado oposto a ele.

- O que? - ele pergunta virando o meu rosto, me fazendo olhar para o seu rosto desprezível.

- Quanto ele te pagou? - pergunto novamente - Quando eu pedi para que sentássemos e conversássemos, você me pergunto se eu achava que tinha dinheiro suficiente para te pagar. Mas uma coisa que eu tenho certeza é que esse desgraçado não tem nem onde cair morto. - afirmo e vejo ele sorri de lado.

- Ele me deu algo que dinheiro algum pode pagar. - ele diz e faz um movimento com a cabeça para o homem de óculos e antes que eu perceba já estou apoiada no ombro dele - Ele me deu você. - ele diz gargalhando enquanto eu me debato chorando tentando voltar a por os meus pés no chão. O homem começou a seguir em direção a saída e o meu desepero só aumentou, eu esticava meus braços tentando alcançar os da minha mãe que estava tão ou mais desesperada do que eu, mas aquele desgraçado a segurava. Comecei a me segurar inutilmente em tudo o que conseguia até que ele infelizmente saiu da casa.

- MÃÃÃÃÃÃEEEEEEE!!!! - foi a última coisa que eu gritei antes de ser jogada dentro daquele carro.

" Não sinto saudade do meu pai, sinto saudade de quem achei que ele fosse."

Autor desconhecido


Notas Finais


* Se a vida te jogar para baixo, olhe para cima. ( tradução )
Então foi isso meus amores, espero que tenham gostado. Foi triste mais necessário para entendermos um pouco da história da Dominic.
Kisses e até o próximo...


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