História C.A.O.S.: Carnalmente Apaixonada, Operação Sonserina! - Desejos reprimidos, segredos e várias descobertas

"Heroes don't exist and even if they did, I wouldn't be one of them." 

Meu corpo quente apenas sentia e eu não fazia nem ideia da onde eu estava. Não sei dizer se estava com os olhos abertos ou fechados quando senti o toque quente e macio em minhas costas. Virei meu corpo, mesmo não vendo nada ao redor, eu apenas sentia.  

- Me toque mais, Pansy. - Aquela voz. Granger.  

Eu não via nada ao redor, não sabia se era realmente ela. Meu medo refreou meus movimentos mas senti um corpo contra o meu. Deitado, em pé, eu não sabia dizer, apenas senti as formas curvilíneas contra meu corpo, que aqueceu ao sentir duas mãos em minhas costas, puxando-me para mais perto daquele que exalava um cheiro maravilhoso de girassóis.  

- Hermione? - Ouvi uma gargalhada gostosa e rouca, bem longe, mesmo que seu corpo estivesse contra o meu agora. Senti beijos em meu pescoço e jurei ouvir um gemido baixo, que provavelmente saiu de minha própria boca. 

- Quem mais seria, Pansy?! - Tentei abrir os olhos e mesmo sentindo meus olhos piscarem, não via nada ao redor, apenas escuro. - Me diz quem anda em seus pensamentos mais profundos? Quem anda te enlouquecendo apenas de falar com você? 

Era Hermione porém, algo estava errado. Meu corpo quente contra o seu, sua voz distante...  

Não consegui pensar em mais nada quando, no segundo seguinte em que pisquei, consegui vê-la. Estava nua e, olhando ao redor, notei que estávamos num quarto dimensional. Não havia nada ao redor! Nem chão, mesmo eu sentindo que pisava em algo firme. Tudo estava branco, claro e iluminado, fazendo com que Hermione fosse o alvo de toda atenção.  

Seu corpo esculpido parecia quente. Ouvia sua leve risada, mesmo sua boca não movimentando-se. Sentia seu calor, mesmo vendo seu corpo longe, como uma espécie de fantasma.  

Olhei para baixo quando senti um toque em minhas pernas e vi que também estava nua. Senti um arrepio percorrer meu corpo porém, não tremi. Não conseguia me mexer, apenas sentir.  

- Me faça sua, Pansy. Seja minha. - Fechei os olhos, apenas sentindo seus beijos em meu pescoço. Não sabia distinguir se era o meu cabelo ou o cabelo dela, caindo em meus ombros, fazendo leves cócegas. Abracei seu corpo e apertei contra o meu, ouvindo sua voz distante, gemendo meu nome. - Mais Pansy, por favor...  

Senti seus dedos deslizarem por minha coxa, na parte interna. Logo, um gemido alto fez-se presente. Abri os olhos, olhando diretamente para baixo, vendo meus dedos entrando e saindo da entrada úmida e quente, livre de pelos. A morena estava marcada com mordidas e ela parecia estar deitada contra algo, mesmo não tendo nada abaixo de si. Continuei estocando meus dedos rápidos dentro nela e senti algumas pontadas no meu baixo ventre.  

- Me faça sua, Pansy. Eu quero ser sua. - Um gemido ao longe me instigou ainda mais, fazendo com que eu sentisse dedos em minha entrada, mexendo no meu clitóris. Joguei a cabeça para trás sentindo um prazer inenarrável e gemi alto o nome de Hermione, logo sentindo mais beijos em meu pescoço. - Me beija, Pansy. Me faça sua.  

Abrindo os olhos, encontrei um par de olhos castanhos encarando-me. Não os olhos castanhos amendoados de Hermione, não os olhos castanhos que arrepiavam meu corpo. Era apenas Mika.  

- Granger fodeu com sua cabeça de vez. - Eu suspirei, sentindo o toque do lençol frio em minha mão. Olhei ao redor, vendo o quarto pouco iluminado e percebendo estar na cama de Mikaela. - Tava sonhando com ela, né?! Tadinha de você.  

- Cala a boca, Mika. Merda. - Senti minha calcinha úmida e quente, percebendo que mesmo não sentindo mais os beijos em meu pescoço e os dedos ágeis entrando e saindo de minha entrada, ainda estava molhada e era recente.  

Foi apenas um sonho. Um sonho erótico com Hermione Granger. Apenas isso.  

Levantei calmamente da cama de minha amiga, que ainda encarava-me, deitada na cama e debaixo do cobertor. Andei até a cama de Amanda, que estava com a cortina fechada. Espiei pela pequena fresta por entre a cortina e a vi ressonando baixinho. O relógio na parede marcava apenas 5:28 da manhã, fazendo-me suspirar de desgosto por perder completamente o sono.  

O sono se foi. A luxúria? Continuava apertando minha mão, como a boa companheira que era.  

- Pansy, tá tudo bem? - Eu estava meio zonza e apoiei meu corpo na parede, próxima a minha própria cama. Sem esforço, a voz de Hermione veio a tona em minha mente, gemendo meu nome. Bufei, balancei a cabeça e peguei minha varinha, no bolso do casado que joguei em cima da minha cama, na noite anterior, fazendo algumas de minhas coisas pessoais levitarem para o banheiro. Segui as mesmas, murmurando para Mikaela, que jogou a própria cabeça contra o travesseiro e ajeitou-se na cama, provavelmente para dormir mais um pouco.  

Aquela situação deixava meu corpo arrepiado e não da maneira que eu realmente queria. Eu queria realmente sentir o corpo de Hermione contra o meu, gemer seu nome e sentir seu desejo por mim mas... Não era simples. Não era nem um pouco simples.  

Tomando meu banho, deixei minhas mãos percorrerem o caminho que, no sonho, Hermione fazia. Aquela quentura invadiu meu corpo e, mesmo tentando não fazer barulho, gemia baixinho enquanto sentia a água morna descendo pelo meu corpo. Algumas imagens de Hermione olhando atentamente para mim, surgiam em minha mente e meu corpo inteiro tremeu levemente. Fechei os olhos ouvindo o gemido distante dela e, enquanto sentia pontadas no baixo ventre, lembrei que minha primeira aula seria Poções, dupla com a sabe-tudo e, gemendo baixo o nome que não havia saído da minha cabeça desde que acordei, gozei, recostando meu corpo na parede gelada. 

- Você podia me foder de vez mas não... Apenas não sai da minha cabeça. Eu realmente te odeio. - Bufando, desliguei o chuveiro e, secando rapidamente meu corpo com minha toalha branca, lembrei dos feitiços que ela havia me ensinado. Uma jovem mulher muito inteligente e agora, parando para admitir para mim mesma, mais gostosa do que qualquer outra na própria casa.  

- Vamos, princesinhas! Tá na hora! - Sai do banheiro batendo palmas, já vestida com o uniforme e com o cabelo preso num coque frouxo. Mikaela apenas riu e se levantou da cama, quase nua enquanto Amanda, reclamava baixinho que precisava de mais tempo para dormir bem e ficar com a pele mais bonita, o que me fez rir alto, enquanto apenas calçava meu sapato. A pele de Amanda parecia porcelana de tão perfeita e ainda assim, ela reclamava... Fiquei imaginando se Hermione se preocupava com tudo isso, apesar de ser incrivelmente linda.  

- Que aulas hoje, hein?! - Enquanto Amanda levantava da cama, cambaleando, Mikaela já gritava do banheiro.   

- Você, comigo! Temos poções e voo juntas e depois do almoço tenho runas, você... - Pulei da minha cama, em direção a cama que havia dormido e sonhado. Revirando o caderno de capa preta, com algumas letras estranhas gravadas na capa, procurei por matérias. - Astronomia?! Desde quando começou com isso? 

- Você sabe que se não deixar meu pai orgulhoso, já era minhas viagens no final do ano! Acha que eu não quero conhecer outro Kostas? - Mikaela sempre viajava no final do ano e numa das viagens, teve um amor de algumas semanas com um tal de Kostas, quando visitou sua família na Grécia. Apaixonada, quando chegou novamente em Hogwarts, nos contou detalhe por detalhe. Sua primeira vez com um homem mais velho. Amanda quase enlouqueceu pois nós tínhamos apenas 14 anos e, apesar de Mika ser precoce, o rapaz tinha 19 anos. - Ou talvez uma Galena... - Piscando para mim, rimos baixinho, sabendo cada uma do segredo da outra.  

- Que tal calar a boca e tomar logo esse banho, ninfomaníaca! - Gargalhei da raiva de Amanda ao levantar, pisando duro pelo quarto, enquanto penteava o cabelo longo. Mikaela sabia que o humor de Amanda havia sido pouco alterado pelo sono e pelos acontecimentos anteriores com Blaise e fez a decisão certa, ficar calada e tomar um rápido banho.  

Assim que Mika saiu do banheiro, ainda enrolada na toalha, Amanda pegou sua varinha de madeira clara e levitou todas as coisas que precisava para o banho, entrando no banheiro e fechando a porta com um estrondo. Encarei Mikaela que sorriu, deixando a toalha vermelha cair como uma poça aos seus pés e, involuntariamente, percorri todo seu corpo com os olhos, enquanto meu corpo arrepiava-se. Prometi a mim mesma que não faria nada mais com nenhum amigo ou amiga, nem mesmo com Celina e Melinda mas, como que para me provocar, Mikaela vestia os trajes íntimos numa lerdeza bonita.  

- Você é louca, sabia?! - Precisava aprender a controlar minha voz! Apesar de saber que meus olhos também entregavam meu desejo, minha voz saiu como uma maníaca sexual e ela riu, sabendo que não faria nada.  

- Você que é frouxa. Toda apaixonada por Hermione Granger e vem dizer que eu sou a louca? Quero só ver quando ela descobrir. - Bufei, realmente imaginando a cena. Provavelmente riria de nervoso e tentaria dizer que estava lisonjeada porém, "não poderia"...  

- É? Você tá duvidando de mim?! - Levantei, indo de encontro ao corpo de Mika, agora seminu. Enquanto vestia a camiseta e abotoava lentamente os botões de ouro branco, sorria perversamente para mim, que aproximei ainda mais meu rosto do dela.  

- E se eu estiver? O que vai fazer? - Sorri, pegando seu braço, parando seus movimentos e fazendo aqueles olhos escuros me encararem com um brilho que eu sabia ser de atiçamento. - Sei que não vai deixar de desejá-la, Pansie... Até porquê, ela é gostosa.  

- Que tal uma aposta? - Antes de conseguir refrear as palavras, o arrependimento bateu forte em minha cabeça, fazendo-me fechar os olhos e suspirar. Havia confrontado a garota mais pirada da Sonserina e, mesmo sendo minha amiga, ela não perdoaria. Não deixaria uma aposta dessas passar... 

- Que tipo de aposta? Você fazer Granger "enamorar-te"? - Zombando, puxou o braço e vestiu a saia com um tecido leve e verde musgo, quase preto. Definitivamente, ela não perdia a chance. Nem Pansy Parkinson perderia.  

- E você, com Celina. Aceita?! - Vi seu corpo retrair-se e ela, depois de pigarrear, bateu em minha mão estendida. Bufando, puxou meu pescoço com uma das mãos, fazendo nossos rostos de aproximarem perigosamente enquanto a outra, que eu tentava pegar, ia para o meio de minhas pernas. - Mika! 

- É assim que faço para formar um pacto. Não me desafiou? - Bufei, soltando sua mão e dando um breve peteleco em sua orelha.  

- Celina não vai se apaixonar por você, Trasgo. Ela só vai te comer e isso é fácil de conseguir. - Deu de ombros enquanto sentava na própria cama em minha frente, e calçava os sapatos.  

- E você acha mesmo que Hermione Granger, a sabe-tudo mais insuportável de toda Hogwarts, vai cair de amores por você?!  

- Ai. Essa doeu, Mika. - Ela estava certa, apesar de ser uma brincadeira. Não tinha chances em ter Hermione e talvez, por esse motivo, eu a quisesse tanto. - Acha que consigo pelo menos a amizade dela?!  

Dando de ombros, foi até a penteadeira grande do quarto, que ficava em frente as três camas. Pegou a escova mais macia e trouxe até mim, que sentei na cama observando-a sentar-se à minha frente, de costas, para que eu pudesse pentear seus cabelos finos e loiros como fazia com Cissy.  

- Talvez. Sabe, a Pansy que conheço não tem limites. Por isso gosto tanto dela! - Rimos enquanto eu penteava levemente os fios, desembaraçando-os para começar uma trança solta e curta. Vimos Amanda sair do banheiro e sorrir para nós duas enquanto deixava suas coisas perfeitamente arrumadas na própria cama.  

- Qual o assunto da vez? - Sentando na cama e balançando os pés, cruzou os braços deixando seu olhar vagar entre mim e Mikaela. Pigarrei puxando levemente o cabelo de Mika.  

- Quero experimentar também. Ficar com garotas, no caso. - Segurei minha vontade de rir enquanto Amanda levantava da cama, deixando os braços do lado do quadril grande e abrindo e fechando a boca carnuda e vermelha. Seu olhar ia e vinha de mim para Mikaela e por fim, um pequeno gemido saiu de sua boca.  

- Vocês enlouqueceram? Viu o que você fez, Pansy?! - Começamos a rir da agonia de Amanda, que bufou e sentou-se na cama de Mikaela encarando nos duas. Tentamos parar de rir pois a expressão de Amanda não era nem um pouco brincalhona porém, escondi meu rosto nas costas magras de Mikaela, que contorceu o corpo e bateu na minha coxa.  

- Na real, Amandinha é que... Eu sempre tive curiosidade também e, bom, depois que Pansy trocou uma experiência e me disse detalhes dela, eu meio que me deixei levar pelo desejo. E esse desejo quer você. - Levantei o rosto apenas para ver a expressão no rosto de Amanda, que arregalou os olhos e levou uma mão ao peito. O som de nossas risadas preencheu o quarto e eu não consegui conter meu corpo, quase caindo da cama, vendo o olhar perdido de Amanda vagar por nós.  

- Isso... É piada, não é?! - Incerta, bateu na coxa de Mika, que abaixou o tronco, soltando uma gargalhada alta e gostosa de ouvir. Deitei na cama, deixando metade de minhas pernas pra fora da mesma, balançando os pés.  

- É claro que sim, Amanda. Por mais que você seja linda, eu quero mesmo é a gostosa da Celina. - Uma risada incerta escapou pelos lábios de Amanda, que retomou a cor, tendo as bochechas pouco rosadas. - O que acha? Devo falar com ela, com calma ou chego junto e foda-se?! - Ri ainda mais da conversa que elas tinham e, pegando minha varinha, terminei a trança de Mika, que ficou feliz por poder ir logo para o café da manhã.  

- E o que acha de Blaise? - Paramos no fim da escada, depois de Amanda dizer que o que nós queremos, nós conseguíamos. Com ajuda ou sem.  

- Acho que deve falar com ele. - Senti as unhas grandes de Mika me beliscarem e fiz careta, vendo Celina e Melinda descerem as escadas e parando atrás de Mikaela, que estava de frente para mim e do lado de Amanda. - O que? Ela deve mesmo! 

- Sim, deve. Pra dar um grande fora nele! Você sabe o quanto ele é galinha...  

- As pessoas mudam, Mika. - Não lembrava o quanto a voz de Celina era rouca, fazendo todos os pelos do meu corpo se arrepiarem de tesão, apenas de lembrar das palavras sujas que disse, na nossa noite. Mikaela arregalou os olhos e virou lentamente o corpo, fazendo Celina e Mel, nos cumprimentarem formalmente, sorrindo para todas e mesmo sendo discreta, eu percebi o olhar que Celina deixou em Mikaela, que estava sem graça demais para dizer até um simples bom dia.  

Caminhando lentamente por ainda ser relativamente cedo, percebi que Mikaela ficou extremamente desconfortável com a presença tão próxima de Celina, que fez questão de sentar do lado de Mika na mesa longa do café-da-manhã da Sonserina. Sorri para Mika, que deixou um olhar raivoso e mesmo assim, sorriu.  

- Sua amiga quer pegar a Celina, é?! - Mel, encostando a boca em minha orelha, disse suavemente e sussurrando, como um segredo deve ser. Balancei a cabeça, afirmativamente, ouvindo sua risada baixa e fina, sentindo sua mão quente tocar em minha coxa por debaixo da saia. - Isso é ótimo, não aguento mais Lina tagarelando do quanto a Morozov é perfeita.  

 Sorrimos, cúmplices e é claro, que apenas uma pessoa tinha o direito de colocar o ponto final no assunto. Cissy, que enlaçou meu pescoço por trás, quase desiquilibrando meu corpo, fazendo as risadas das meninas a minha frente, fundirem-se com a risada fina de Cissy.  

- Minha loirinha preferida! - Abracei seu corpo, deixando que ela sentasse do meu lado para tomar café-da-manhã comigo. Separando alguns bolinhos no prato, parecia ansiosa com algo.  

- Só deixo passar porque ela é sua irmã! - Ri do comentário de Mika enquanto Cissy mostrava a língua para a mesma. - E por que é muito apertável também.  

- Agora sim, melhorou. - Ri da postura séria de Cissy, que logo desatou a rir e pegou em minha mão. Apertei a pele gelada e percebi que ela não havia me encarado em nenhum momento desde que chegara.  

- Como vai as aulas? - Perguntando baixinho, vi as bochechas brancas tomarem um tom rosáceo. - Alguma novidade? 

- Eu sei sobre você e Hermione. - Aquele sussurro fez meu coração errar uma batida e meus pulmões esqueceram-se do próprio trabalho. Engasguei, sentindo as mãos finas de Melinda baterem levemente em minhas costas. Pigarrei e bebi o líquido que Amanda me ofereceu, com um olhar preocupado.  

- É o que, Cecília?! - Cissy, com um olhar travesso, indicou com o dedo para que eu chegasse mais perto, exatamente como um segredo. Puxou meu rosto para perto e sussurrou: "Armada de Dumbledore" e rindo, levantou-se do banco, pegando um bolinho com as pequenas mãos, apenas para correr para sua própria mesa. Segui seus passos e encontrei os olhos de Hermione, mirando-me suavemente.  

Escutava as vozes ao redor porém, não compreendia. Sabia as cores das outras casas e os objetos ao redor de mim entretanto, não os enxergava. Tudo era um borrão completo e feio que deixava Hermione ainda mais bela... Como se fosse possível.  

- Pansy! - Um tapa em minha coxa e um grito perto de minha orelha, fez com que eu me virasse para encarar Mel, que sorria. Olhei ao redor e todas estavam olhando com sorrisos para mim, sabendo que Cissy havia descoberto algum segredo sujo meu e o mais óbvio: Todas elas queriam saber.  

Ignorando todas completamente, fui para a primeira aula: poções. O professor Snape, bravo o bastante com a Grifinória por, provavelmente, existência de Potter, deixou Draco como minha dupla. Não sei se odeio mais Snape ou se odeio mais Draco, que sorriu abertamente como se houvesse algo interessante em nossa dupla.  

- Hey... - Bufei, sentindo seu braço definido rodear minha cintura. Peguei minha varinha no bolso interno da saia e apontei, discretamente para a barriga de Draco, que riu e puxou meu corpo contra o seu.  

- O caralho, Malfoy! Vê se me erra e só faz a porra da poção! - Com os olhos cinzas arregalados, balançou afirmativamente com a cabeça, bagunçando pouco os fios platinados. Bufei, voltando a mesa e começando a droga da poção do dia: Sono-sem-sonho.  

A aula toda passou dolorosamente lenta e Draco, provavelmente com medo de mim, evitava até olhar em meus olhos. Fazia o que eu mandava para a poção, sem nem contrariar, nenhum som saia de sua boca além de alguns murmúrios de concordância.  

- E quem diria, hein! Mandou e fez Draco ficar quietinho! - Assim que sai das masmorras, sala escura de poções, senti o braço definido de Blaise rodear minha cintura, fazendo com que eu apoiasse meu peso em seus braços enquanto ele me abraçava forte.  

- E Vin ainda disse que eu nunca diria não ao Draco, huh. - Ri, deixando que ele me abraçasse forte. Virei para analisar sua expressão e verificar se havia mesmo magoa em seu olhar e, ao contrário do que pensava, havia raiva.  

- Vincent Crabbe é um retardado. Você vai ver, eu ainda acabado com a cara redonda dele! - Surpresa com toda a atitude violenta apenas pela menção do nome de Vincent, segurei em sua mão, num canto afastado do corredor das masmorras. - Ele e o Goyle. Estragaram tudo.  

- Calma, Blay. Do que tá falando?! - Bufando, escorou seu corpo grande na parede amarelada. Pegou minhas mãos nas próprias, quentes como brasa. Arregalei os olhos em preocupação e, assim que encarou meus olhos, vi os sentimentos normais de um rapaz normal. Medo, frustração, raiva e o que eu mais temia: mágoa. - O que... O que eles fizeram, Blay? 

- Mandy. A razão pela qual ela se afastou de mim foi Vincent, aquele animal. No terceiro ano eles espalharam boatos sobre mim que, sinceramente, eu não fazia ideia. - Suspirei, entendendo completamente o que ele estava tentando dizer. Ainda quando Draco não era amigo de Blaise, Vincent e Gregory espalharam, aos poucos, por toda Hogwarts, que Blaise era um aborto e que só entrou em Hogwarts pois seus pais eram amigos de Dumbledore, o que era completamente mentira porém, o fato de Blay ser péssimo em duelos, naquela época, fez com que alguns alunos se afastassem por mero... preconceito. Provavelmente Amanda era uma das alunas que ficou assustada com a notícia.  

- E apenas por isso, deixaram de se comunicar?  

- Apenas por isso?! Minha irmãzinha tem 11 anos, Pansy. Você viu ela aqui, esse ano?! - Eu não fazia nem ideia de que Blaise tinha algum irmão e muito menos, que a única irmã que tinha, era realmente um aborto. Balancei a cabeça, percebendo que os olhos escuros e profundos de Blay, marejaram.  

- Você não precisa ter vergonha disso, Blay. Eles são uns idiotas, todos sabem disso... 

- O problema é que meus pais também são assim, Pansy. Você os conhece... Não deixam minha irmã viver direito. Ela poderia viver no mundo dos trouxas como uma normal mas carrega a merda do sobrenome Zabini. - Eu entendia completamente a fúria de Blaise. Minha irmã, por mais espetacular que seja, é uma Grifinória, uma vergonha para meu pai... Não quero nem imaginar o que ele faria se Cissy fosse um aborto.  

- Eu entendo, Blay. Por que... Nunca contou isso nem pra mim?! - Uma lágrima solitária correu por seus traços fortes e, com empatia, abracei o corpo forte de Blay, dando um pequeno beijo em seu pescoço. - Tudo bem, eu entendo. Mas, sabe, tenho certeza que se, por algum acaso do destino, você se abrir com a Amanda, ela... pode perceber que fez errado. Você sabe como as pessoas conseguem amadurecer se suscetíveis à mudança. Eu mudei, você mudou. Amanda mudou muito e pode mudar ainda mais... 

- Eu entendi, Pansy. Eu não mudei, na verdade mas, por ela... - Afirmando com um aceno de cabeça, entendi completamente o que ele quis dizer: Não são palavras que nos fazem mudar, são atitudes! Grandes atitudes de pessoas importantes para nossa vida e, com toda certeza, eu faria Hermione ser importante pra mim. Eu desejo muito mais do que seu corpo ou uma simples amizade colorida... Eu a desejo inteira. Além de despertar desejo, ela despertar meu melhor. Minhas notas esse ano aumentaram e, com toda certeza, estou mostrando o melhor que posso ser para Cissy que, querendo ou não, se espelha em mim.  

- Então pare de chorar como um Lufa-Lufa medroso e estufa esse peito. - Rindo e abraçando meu corpo, beijou minha testa, suspirando em concordância. - Faremos o seguinte: Você me ajuda com Granger. Eu realmente quero ela, Blay, você não tem noção...  

- E você me ajuda com Amanda?! Fechado. Você terá Granger na sua mão!  

- Sem poções do amor e sem feitiços! Modo limpo, ok?! - Bufando, concordou com a cabeça.  

- Você tá mesmo caidinha pela Grifinória, né?! - Seu sorriso sarcástica limpou todo o resquício de tristeza em seus olhos e, puxando meu corpo sem vontade, arrastou-me pelos corredor para as próximas aulas. 

- Já disse que você não tem nem noção.