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História Caótica: A mente dos 34 - 33 vozes..


Escrita por: LexGuerra

Notas do Autor


Quando uma mente quebra.. nada pode ser feito. Ainda mais quando ela não é uma só.

Capítulo 4 - 33 vozes..


Fanfic / Fanfiction Caótica: A mente dos 34 - 33 vozes..

Cidade Mariana/ Dia 02/ Março/ 2008

Lorena - Ei vocês dois. Parem com essa besteira. É sério mesmo. Se algo acontecer com vocês o que vai ser de mim?? É sério.. Por favor. Não vão.

Lucas - Cala a boca Lorena!! A gente vai e ponto. Agora não tem mais volta. Não é, marcos?

Marcos - ...

Lucas - Marcos?

Marcos - ....

Lucas - Ei Marcos. Você tá legal?

Marcos - Hmmm...? Ham?? Ah.. vocês disseram alguma coisa?

Lorena - Marcos.. Você tá bem mesmo?

Lucas - É cara. Você parece perdido e distraído.

Marcos - Hm.. Eu.. só tive uma sensação estranha. Nada demais.

Lucas - Voltando ao assunto. Eu e você vamos lá acabar com aqueles desgraçados que mataram o Anderson.

Lorena - Mas não vão mesmo!! Eu não vou deixar vocês se matarem assim.!!

Marcos - Hm... Era sobre isso... Ah.. sei lá. Acho que sim.

Lorena - Marcos..? Como assim sei lá? Você ficou louco?

Marcos - Quem..? Eu..? ora quem mais.. Sim. Eu acho que sim. Não me chame de Marcos...

Lorena - Então do que quer ser chamado?

Marcos - ...

Lorena - Marcos? EI, Marcos!! MARCOS!!

Marcos - AH.. ..a.h... Saint... Devil...

Lucas - Ei! Já ouvi isso antes. Ela te chamav- 

Marcos - CALA A BOCA E NÃO FALE NELA!!!

Lucas - .......

Lorena - .....

Marcos - .... 

 

Todos ficaram em silêncio.. Tinha algo errado ali. Eu nunca fui de gritar nem mesmo por esses motivos sérios que me atormentavam toda vez que eu pensava em algo. Agora mais do que nunca eu precisa deles e os tava tratando-os assim desse jeito grosseiro e ameaçador. Tinha algo errado comigo eu não sabia o que era e nem o porque de eu estar daquele jeito totalmente descontrolado. Eu só conseguia ouvir alguma coisa estranha na minha cabeça, algo que me irritava e ficava ecoando bem alto que fazia minha cabeça latejar como se fosse estourar a qualquer momento daquele instante infernal naquela conversa sem sentido para vingar um amigo que já se foi.

Pra mim vingança não traria Anderson de volta, só me faria um idiota por tentar me satisfazer as custas de outras pessoas que já se foram. Aposto que Lucas só queria se sentir melhor consigo mesmo por não ter conseguido fazer nada para proteger dois amigos queridos e agora queria botar isso pra fora em forma de violência sobre quem merecia. Mas de uma coisa ele estava certo, eles eram culpados e mereciam pagar pelo o que fizeram ao meu querido amigo.

Marcos - ... Lucas.. me desculpe. Eu não to me sentindo bem. Posso falar com a Lorena um instante a sós?

Lucas - Ah... O-ok cara. Qualquer coisa, só me chamar. 

Em seguida ele se afasta dando espaço para mim e para Lorena. Eu tinha que convence-la de algum jeito que aquilo deveria ser feito.

Marcos - Lorena. 

Lorena - Olha Marcos-

Marcos - Cale a boca e me escute... Eu vou lá acabar com todos eles e volto logo. E se você pensar em fazer alguma coisa para me atrapalhar.. eu não ligo se você é minha amiga ou não.. vou detonar a sua cara...

Lorena - .................Ah....  Marcos.. Você mudou...

Marcos - Acontece. Vem Aqui, chega perto.

Lorena - Ah.. Ok. O que foi-- (HMMM**)

Eu não pretendia fazer isso mas tinha pegado pesado demais com ela. Ela ficou assustada demais então para acalma-la ou apenas descontrair o clima hostil que eu havia criado, eu simplesmente roubei um beijo seu. Durou nem 10 segundos, mas foi o suficiente pra retardar ela.

Lorena - PORRA MARCOS!! Que droga foi essa?!

Marcos - Foi um beijo. Nunca fez? Bom, eu tenho que ir. Não sei se isso te acalmou ou só vai querer que eu fique mais ainda.. Mas tanto faz. Eu vou de qualquer jeito.

Lorena - Eu.. Não vou impedir vocês.. mas apenas voltem vivos por favor. Vocês são minha única família.

Marcos - O que eu disse? Eu vou lá e volto.

Lorena - ... Ok..

Marcos - Lucas!!! Vem cá!! ( Lucas vem imediatamente correndo)

Lucas - Que foi cara? Alguma coisa? Não vamos ter que amarrar ela?

Marcos - Parece que não.

Lorena - EEEI!!

Marcos - Nós vamos indo. Não esquece o que te falei Lorena. 

Lorena ...

Lucas - Vamos!!

 

Então pegamos o primeiro carro que surgiu oportunidade. Dirigimos até onde eles estariam. Sabíamos quem eles eram e o que faziam. Eram maldito skin-head neon-nazistas. Sempre se enturmavam em um dos becos da cidade próximo ao metro. Por sorte Lucas era um punk muito respeitado nas bancadas por perto, eles reuniu uma galera para poder darmos uma surra naqueles caras. Eramos 17 agora, eles eram 9. No número tínhamos vantagem, mas em força física eramos fracos enquanto eles eram uns brutamontes cheios de esteroides e injeções pra cavalo.

Chegamos sorrateiramente pelos lados vazios da estação de metros antes que algum vagão passasse por lá. Era de dia, lá pelas 13:23 mas por ali era tudo escuro e sujo onde eles eram os reis do pedaço. Mas agora era a hora de acabar com cada um desses desgraçados. E foi então que caímos matando em cima deles sem avisar.

Eram dois pra cada um deles. Usamos todos os tipos de coisas que poderíamos encontrar no chão, desde tijolo até pedaços de madeira e pedras ou qualquer coisa assim. Tanto faz.

Eu sabia qual deles tinha passado com o carro em cima do Anderson, ele era o meu alvo. Em meio toda a pancadaria, aqueles carecas caindo no chão com suas cabeças rachadas por pedras, os punks sendo pisados e tendo seus finos braços quebrados, eu só conseguia focar naquele cara... Bill.

Marcos - EI BILL!! VEM PRA CIMA OTÁRIO!!

Bill - HAM?? QUER BRIGAR PIVETE? VEIO MORRER IGUAL SEU AMIGUINHO BIXA ?!?!

Marcos - HAAAAAAAAAA!!! (Eu gritei correndo em sua direção)

Me joguei em cima dele e mordi seu pescoço arrancando um pedaço da sua carne. Ele começou a sangrar e ao mesmo tempo socar a minha cara, então comecei a desviar de seus golpes com as esquivas de boxe que havia aprendido a muito tempo. Enquanto com uma mão ele tapava o sangramento, com a outra ele balançava pro lado e pro outro tentando me acertar uns socos falhos. 

Eu ficava dando voltas sobre ele usando minha visão periférica para  avistar o que acontecia ao redor para que ninguém atrapalhasse. Então eu fui de novo em cima dele, dessa vez lhe acertando vários socos em sua fuça fazendo ele se desnortear. Mas em reflexo ele move sua mão que tapava o sangramento e acerta em cheio meu rosto me lançando para trás quase que no meio da confusão de outros 5 caras. Eu estava desorientado para saber em quem bater, então me abaixei e resolvi deixar meus sentidos voltarem. Mas alguma coisa estava errada. Não em meio a briga, não em meio a toda aquela confusão, mas sim em minha cabeça.

Aquele som ecoando mais cedo tinha voltado. Mais alto, mais forte, mais alto e mais forte. Era insuportável. Eu comecei a me contorcer no chão enquanto os outros brigavam, eu gritava de dor e eles deveriam estar pensando que foi por causa do soco acidental de Bill, mas era por outra razão. EU estava em completo transe entre dor e loucura. Com o passar do tempo o som que era inaudível ficava mais e mais claro para que eu o pudesse ouvir. Era uma voz... não.. eram vozes.. muitas vozes. Elas ficavam mais altas e mais altas e eu não conseguia entender o que elas estavam dizendo, elas apenas murmuravam coisas com um som horrível que pareciam gritos estridentes. Agora eu não mais ligava para a briga e sim para a porra dessa dor que havia se tornado minha mente.

Elas ficavam mais altas e claras, o tom ficava mais claro, eu estava quase ouvindo quando  eu finalmente consegui ouvir.. e era.. "MATE". Não só mate mas todos os tipos de coisas ruins que poderia se imaginar... "MATE, DESTRUA, ESTUPRE, SE MATE, ABUSE, QUEIME, ESQUARTEJA ELES, DESTRUA TODOS, ESTUPRE UMAS VADIAS, QUEIME GAYS, MATE GAYS, COMA GAYS, COMA SUA MÃE, COMA SEU PAI E DEPOIS CORTE A CABEÇA DELE E FAÇA ELE TE CHUPAR."

Ficavam piores e piores. Cada vez mais bizarras e doentias, cada vez mais perturbadoras que me faziam ficar enjoado e com vontade de vomitar. Até que.. de dentro da minha cabeça veio uma dessas vozes e..

- Ei, levante-se.. Sim, Você mesmo Saint Devil. LEVANTE-SE!!! 

Marcos - AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!!! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!!!

 

Eu ouvi essa voz e comecei a gritar tão alto quanto havia gritado em toda a minha vida. Eu sentir uma dor tão forte quanto todas as que senti na vida. Senti até mesmo o desejo de morrer tanto quanto já havia sentido em toda minha vida mas não... A coisa era outra. Aquilo era doloroso mas tinha me dado muita força. Todos estavam me olhando se levantar após eu os ter assustados com o maior grito que eles já ouviram, todos ficaram paralisados enquanto me olhavam. Eu apenas olhei para Bill e fiz o sinal de cortar garganta enquanto sorria. Eu tinha mudado completamente naquela hora. Naquela hora não era mais o Marcos que estava ali.. era a nova pessoa que havia se formado em mim, SAINT DEVIL!

Eu corri para cima de Bill fazendo todos saírem da minha frente os lançando com uma força desumana para longe como se não fossem nada.

Eu cheguei até a frente de Bill que me olhava aterrorizado, logo peguei sua cabeça e a abaixei dando-lhe uma sequencia de joelhadas em sua cara com que fizeram seu nariz e seu rosto afundarem em seu crânio. Eu o joguei no chão e comecei a pisar em sua cara. Pisava e pisava, mais e mais, sem parar. Gritava e fazia grunhidos de raiva e rosnava como um cão louco sem sua coleira. Pisei tanto que perdi o controle até que Lucas veio e..

Lucas - MARCOS PARA!! (Ele me abraça com força tentando fazer com que eu me acalmasse)

Marcos - Ham..? Hammm...? O que... foi?  (Eu olhava para todos os lados e via que todos os skinheads estavam caídos ou ajoelhados em sinal de rendição.)

Eu olhei ao redor e todos me olhavam com pavor, com medo, com ódio. Eu não entendia muito bem até olhar para o que eu estava pisando em cima. Uma pilha de ossos, carne e partes de cérebro espalhados em volta de meu tênis. Eu podia ver os olhos azuis daquele desgraçados em cima do tênis. Eu mesmo fiquei em choque quando percebi o que tinha feito, agora eu havia me tornado um assassino.

Eu olhei para todos. Todos me olhavam igual. Os punks e os skin-heads. Todos não tinham nenhuma diferença naquele momento, estavam do mesmo lado vendo seu único inimigo bem a sua frente. Eu fiz naquele momento o que ninguém nunca fez, unifiquei aquelas duas tribos que tanto se odiavam mesmo que temporariamente naquele instante. Eles tinham medo de mim, nos seus olhos eu podia ver que para eles, o que eu era.. era apenas um monstro em forma de garoto. Nem mesmo Lucas poupou esse olhar mas ele não me soltava.

Então eu o empurrei para trás devagar para ele não pensar que eu estava sendo agressivo e fui andando calmamente entre os olhares de medo e inquietação com desconforto. Não olhei para nenhum deles, todos se afastaram abrindo caminho em silêncio enquanto eu passava por eles arrastando meu sobretudo negro e ensanguentado junto de meus All-stars cheios de partes de ossos. Agora eu só queria ir pra casa.

Eu apenas segui em frente sem olhar para atrás. As coisas saíram do meu controle.. era uma coisa que eu não entendia mais.. mas de uma coisa eu sabia.. eu contei trinta e três. Trinta e três vozes diferentes na minha cabeças... cada uma com um tom diferente. E a pior de todas era aquela.. aquela mesmo que me pediu para levantar.. aquela voz.. aquela voz era a voz dela. Ela estava lá... entre os 33.

 

Continua...


Notas Finais


As vezes é melhor esquecer e seguir em frente.


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