- Pelo que sabemos a família de Andrei está disposta a comprar essa briga para que a criança seja criada como filho desta moça, independente de qual estado mental será atestado para Andrei.
- Sabe que conversei com Andrei antes de ele surtar de vez?
- Sobre o que?
- Ele me contou sobre o assassinato e não pude deixar de pensar se na cabeça da minha mãe passavam os mesmos tipos de pensamentos, que não existia salvação para absolutamente nada em sua vida.
- Não pense nisso querida, hoje sua mãe está tão bem, apesar de não poder ficar longe de entidades especializadas, sabe bem que ela está lúcida a mais de um ano sem recaída alguma.
- Eu sei... Tem outra coisa.
- O que?
- Teve uma única coisa que senti hoje por Tom que não senti no dia da morte do meu pai.
- E o que foi isso?
- Refúgio. O que você fez por nós me passou a sensação que ainda posso estar segura apesar disso, que se eu estiver com você tudo vai ficar bem. – Grissom a abraçou forte.
- O que eu puder fazer por você eu sempre farei, acredite nisso amor!
- Eu acredito!
...
Sara acordou e estava sozinha na cama, Grissom estava aparentemente cozinhando alguma coisa já que ela sentia cheiro de algo sendo cozido. Levantou e o encontrou mexendo em uma panela.
- Huuum
- Com fome? – Diz ele se virando para ela.
- Um pouco, vou tomar um banho enquanto você termina ai.
- Vá!
Grissom estava preocupado com o que vira mais cedo, o medo que ela mostrava nos olhos não era expressão que ele via costumeiramente e isso o estava tirando o juízo, porém resolveu não passar essa impressão a ela, dessa forma talvez ela encontrasse nele alguma segurança.
Pouco depois estavam ambos com uma sopa de legumes a sua frente já arrumados para em seguida seguirem para a delegacia, Sara teria de prestar depoimento sobre o ocorrido e Grissom também, estava agora em investigação interna para ser absorvido devido à facada que desferiu contra Andrei. Chegaram à delegacia e para surpresa de ambos estavam à porta varias viaturas, e seus colegas peritos também, Grissom desceu do carro seguido por Sara e foi falar com Brás para entender o que estava acontecendo.
- Brás? O que aconteceu?
- Andrei... – Ele então percebe Sara ali e resolve não mais falar nada.
- O que tem ele Brás? – Pergunta Sara.
- Ele fugiu!
- Como isso é possível? – Pergunta Grissom pegando a mão de Sara e a puxando para mais próximo de si.
- Ele sofreu um novo lapso e começou a cortar o pulso com uma colher de plástico quebrada que ele escondeu da refeição anterior, quando um grupo de policiais entrou para socorrê-lo ele tomou a arma de um dos pamonhas... – Disse passando a mão na cabeça e bufando. – Rendeu os dois inúteis que tinham entrado na sela e atirou do seguinte que vinha chegando ao corredor, depois disso rendeu uma policial que estava na porta da ala e a usou como escudo humano até conseguir entrar em uma viatura que estava do lado de fora.
- Bem, se ele roubou uma viatura não deve ser tão difícil assim de encontrá-lo.
- E não foi...
- Já o encontraram?
- Sim, ele conseguiu ir até desert palm a procura do filho, ao chegar lá fomos acionados devido a distúrbios que ele causou, estou indo agora lá.
- E Tom?
- Ainda não sabemos.
- Precisamos fazer alguma coisa Brás!
- É verdade e eu e aqueles quatro iremos fazer agora, você está sob investigação administrativa e Sara acabou de passar por maus bocados, então vão pra casa!
- Eu não posso Brás! Sou o supervisor desta equipe!
- Grissom, não vamos criar caso, por favor? Eu gostaria muito que todos vocês pudessem se dedicar a este caso, acredite, assim como vocês tudo o que quero é ver esse garotinho bem e a salvo de um pai perturbado!
Grissom resolve não mais contrariá-lo, mas vai até onde sua equipe esta praticamente arrastando Sara pela mão que até o momento em que ouviu o relato do capitão se manteve calada e sem esboçar reação qualquer. Grissom percebeu seu estado, mas não quis alarmar a ninguém, ele mesmo iria cuidar dela.
- Cat?
- Gris por favor? Nós damos conta! Vá para casa e leve Sara por favor?
- Farei isso, mas a cada hora um de vocês terá de me ligar ou dar um jeito de se comunicar comigo e assim me manter atualizado ok?
- Gris...
- Isso é uma ordem Catherine! Ainda sou seu supervisor e quero estar bem informado a respeito de tudo isso.
- Ok! Só que Brás não vai gostar disso.
- Ele não precisa saber!
Disse e foi mais uma vez arrastando Sara para o carro. Dessa vez foi para o seu apartamento ao invés de para o dela, quando parou com o carro resolve então olhar para ela.
- Fala comigo Sara por favor? Deixa eu te ajudar amor? Eu não aguento te ver assim!
- Eu só estou cansada Griss! Só isso. – Diz e sai do carro, Grissom a acompanha e para ela a alguns passos do carro.
- Não! Não é só isso! Você está com medo, com medo de ele voltar e te procurar ou com medo pelo garotinho.
- Sim! É verdade, eu estou com medo, mas estou cansada de sentir medo, medo do meu passado, medo pelo ocorrido, medo do meu futuro.
– Como assim Sara? Medo do seu futuro? Amor eu espero daqui a um ano no máximo estar com você a meu lado como minha esposa e pretendo te fazer feliz! Não tema nosso futuro!
– Tenho medo de me autodestruir relembrando os fantasmas do meu passado e o pior é você estar lá para assistir.
– Eu não vou deixar que você se autodestrua, seja na minha frente ou não! Se hoje você não tem forças, eu tenho para nós dois e talvez mais na frente quando eu não tiver forças você fará o mesmo por mim. Eu não pretendo desistir de você, da gente, então por favor não o faça!
Sara olha nos olhos de Grissom e vê uma suplica guardada ali, ele também tinha medo, medo de perdê-la. Ela se aproxima dele e o enlaça pelo pescoço com seus braços longos o puxando para si enquanto ele sente o coração dela acelerado contra seu peito dele.
– Sempre que seu coração estiver assim, o meu estará calmo por nós dois, mas preciso que você queira isso também, preciso que você lute por nós também. O seu passado assim como o de Tom é apenas passado, eu e você somos nosso presente e futuro e é isso que importa.
Ele sente o ombro molhar com as lagrimas silenciosas de sua namorada.
– Obrigada Gris! E sim!
– O que?
– Eu aceito casar com você!
– Mas eu nem pedi! – Viu que com isso arrancou uma pequena risada dela. – Sério?
– Sim, vamos lá! – Diz se separando dele para lhe encarar
– Ok! Tinha planejado um jantar para o pedido, mas já que é assim, vamos planejar uma pequena comemoração com nossos amigos, eles precisam de uma explicação não acha?
– É verdade! Vamos, sei que vai trabalhar no caso de Tom e quero te ajudar, preciso me ocupar.
– Tem certeza de que essa é a melhor ocupação?
– Absoluta, acredito que trazer paz a esse garotinho pode também me trazer paz.
– Ok!
...
Os quatro peritos chegam ao desert palms e encontram a ala pediátrica completamente virada de cabeça para baixo, obra de Andrei.
– Muito bem garotos, eu vou falar com o medico plantonista que estava com Tom, Nick vá ver nosso amigo Andrei, Greg e Warick a cena do crime é de vocês, assim que eu e Nick acabarmos voltamos para ajudá-los.
– Ok Chefe! – Diz Nick e vão todos a serviço.
– Hei! Você é o plantonista? – Diz Cat se aproximando de um socorro improvisado na recepção, ninguém tinha sido liberado ainda então alguns machucados estavam sendo tratados ali mesmo. O homem com quem Catherine se dirigiu era negro e bem alto e aparentemente jovem, possuía um lábio ferido e estava com uma bolsa de gelo sobre o machucado quando ouviu sua pergunta.
– Sou eu sim!
– Pode me contar rapidamente o que aconteceu?
– Seu criminoso chegou aqui com um pulso ensanguentado pedindo por ajuda e pedi aos seguranças que o mostrassem o atendimento adulto.
– Por que o segurança?
– Moça, ele tinha sinais claros de ter levado uma surra e aparentava estar drogado e não sei se percebeu, mas aqui é uma ala pediátrica, as mães começaram a demonstrar sinais de pânico quando aquele lunático chegou.
– Entendo. E esse lábio?
– Presente dele, quando percebeu que chamei os seguranças ele me socou e tentou passar para a UTI infantil, por sorte sou maior que ele e o estado dele o deixa mais vulnerável.
– E qual é o estado dele?
– Ele é esquizofrênico, bem na verdade não posso afirmar sem exames, mas ele apresenta claramente todos os sinais.
– É possível que ele tenha passado uma vida inteira sem saber da doença?
– Não! É possível que ele não tenha se medicado ultimamente e tenha entrado em crise.
– Isso é estranho! Obrigada! – Diz e sai em direção a Nick.
– Cat? - Diz Nick assim que a vê.
– Nick você não sabe o que o plantonista me disse...
– Primeiro ouça esses dois.
– Olá! – Diz Cat se voltando para o casal a sua frente.
– Olá, Somos Isadora e Thiago Frisgo, somos os pais de Thiago Jr.
– Oi? – Diz sem entender.
– Cat, esse bebê não é Tom Croner, esse é Thiago Frisgo Junior, eles até trouxeram a certidão de nascimento do garoto e estão dispostos a um teste de DNA para comprovar a paternidade.
– Como isso é possível? Os pais de Andrei foram chamados até aqui para buscar o garoto! – Então Catherine avista o casal de idosos conversando com Brás e nota a senhora chorando. – Nick o que está acontecendo?
– Obrigado Senhor e Senhora Frisgo, por questão de segurança esse policial irá acompanhar vocês juntamente com essa agente do serviço social até a delegacia para coletar seu depoimento, mas prometo que assim que possível o pequeno Thiago estará logo logo com vocês.
O homem faz um aceno positivo com a cabeça e abraça a mulher que se joga em seus braços depois de ouvir as palavras de Nick.
– Aquele casal de idosos são os pais de Andrei que vieram ao hospital acreditando que Tom estaria aqui, porém para nossa surpresa alegaram que aquele não poderia ser seu neto.
– Mas vimos à foto da família e o garoto era idêntico a ele.
– Realmente muito parecido, só que Tom está sumido há três anos! Ele foi dado por perdido depois de em uma das crises de esquizofrenia de Andrei, ele levou o garoto para o parque e voltou sem ele, quando se perdeu tinha aproximadamente a idade de Thiago.
– Então ele é mesmo esquizofrênico?
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