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História Capitães, Ataque ao Forte - Ataque ao Forte


Escrita por: silvestrearagon

Notas do Autor


Essa história é a mistura do meu livro favorito com o meu próprio universo. É tudo o que eu pensava antes de dormir por meses. Pedro Bala, Sem-Pernas, Gato, Pirulito, Dora e os outros foram levados ao universo do steampunk com muita emoção e brigas intensas.

Capítulo 1 - Ataque ao Forte


Fanfic / Fanfiction Capitães, Ataque ao Forte - Ataque ao Forte

PROJETO SUPERNOVA 

CAPITÃES 

ATAQUE AO FORTE 

Salvador, Bahia 

As silhuetas de alguns homens desapareciam entre as ruelas escuras da cidade. 

Aproveitando-se da véspera de carnaval, o grupo se dividiu em grupos de três, formados da seguinte maneira: 

GRUPO N – NAVIO DE GUERRA  

Ou grupo de apoio, como PROFESSOR costumava chamar, era composto por ele mesmo, que hoje era um homem inteligente e insano. Piorou após presenciar a queda de um meteorito no qual encontrou a criatura que carinhosamente apelidou de MILO. Esta curiosa e simpática criatura fez de Professor seu dono, e agia como um cachorrinho. Também possuía a incrível capacidade de poder modificar seu corpo, chegando ao ponto de se transformar em uma armadura para seu dono; DORA uma das poucas mulheres entre os Capitães e a primeira dama do bando, ela cresceu e desenvolveu estranhas habilidades capazes de manipular a realidade a sua maneira. Nunca usava mais que o necessário, pois sentia fortes dores de cabeça ao mínimo esforço. Seu nariz, ouvidos e dedos sangravam sinalizando um esforço a mais. 

“Tudo bem. Tudo bem! Então nós temos tudo sob controle nos três perímetros”, ele falava enquanto olhava nas telas do computador, as imagens eram do circuito de segurança do shopping o qual eles atacavam. MILO carregava uma micro câmera também para facilitar algumas coisas. “Boa vida, consegue me ouvir?” 

“Sim sinhô” ele respondeu em seu ritmo calmo. 

“Virem à direita, lá há uma porta para escada de incêndio, desçam um andar e ao saírem vocês vão dar de frente ao alvo”. 

“É para já” 

GRUPO 3 – INSETOS NOJENTOS 

Era assim que a equipe liderada por Boa-Vida. Ficou conhecida após um policial se referir a eles desta forma quando fugiram da cadeia. O cabeça desta equipe de “elite” como eram chamados entre os Capitães era BOA-VIDA, era o mais calmo de todos os nove membros mais antigos. Com seu temperamento calmo liderava um dos mais violentos homens do bando: PIRULITO, magro, alto e com olhos verdes fundos. Apesar dos ensinamentos religiosos do padre José Pedro, matar era algo comum para ele. Ao matar um homem fazia uma pequena reza para que sua alma fosse levada ao céu por anjos de luz e que o perdoassem; JOÃ GRANDE o negro mais respeitado do grupo por sua coragem, fechava está equilibrada equipe que viviam a praticar pequenos furtos para diversão e participar de grandes assaltos com os outros mais velhos. Ele ao contrario de seu parceiro, nunca havia matado, e não se importava com a opinião dos outros. Vivia a bater de frente para defender os novatos, chegando a encarar seu parceiro Pirulito em um mano a mano no qual o outro adquiriu respeito por ele. 

“Vai com calma Piru”, advertiu Boa-Vida parando-o com o braço. 

“Que foi?” o outro quis saber. 

“Shhh. Professor, o senhor tá na escuta ainda?” 

“Estou Boa-Vida, o que foi?” 

“Uma luz acessa numa sala a uns poucos metrôs de nós” 

Professor se mexeu na cadeira procurando a sala com a luz acessa. “MILO”, não foi preciso dizer o resto da frase: MILO voou até a porta da sala e viu que estava vazia. “Tudo limpo Boa-Vida, prossiga com o plano”.  

Boa-Vida estreitou os olhos e deu alguns passos. Olhou para os lados e começou a andar quase correndo como antes. 

“Volta Seca, Brandão vocês tem certeza de que renderam todos os guardas?” Boa-Vida perguntou apertando o microfone no ouvido. 

“Segundo o Professor são doze guardas e nós estamos com...” Brandão começou a contar, e só viu onze guardas desacordados no chão, mas logo Volta Seca entrou jogando outro homem desacordado no chão. “Tenho certeza, estou com doze aqui”. 

“Eu não posso ter errado na conta” Professor pensou algo, rodando na cadeira indo para outro computador.  

Dora dedilhava o volante, ansiosa. 

GRUPO 2 – VASSOURA 

O grupo Vassoura era composto pelos mais insensatos: VOLTA SECA, um exímio atirador, podia acertar a quilômetros uma mosca, e apesar do corpo ‘normal’ acreditava poder resolver tudo com uma boa surra. Constantemente se metia em confusão em bares e era ajudado pelos amigos; BRANDÃO, engenhoso e habilidoso, admirava Pedro Bala, e após entregar a liderança dos Capitães de volta a Bala ficou responsável por limpar a área e esquematizar os ataques junto do Professor. Também era um dos poucos ao qual Volta Seca obedecia.  

“Eu não errei na conta” Professor falou voltando ao seu posto. 

“Confiamos em você” Boa-Vida respondeu. 

“O Professor nunca nos fodeu, respeitem ele” disse Dora olhando para o céu pelo vidro do carro. 

“Tem uma primeira vez para tudo, Dora” Pirulito falou enquanto via João grande quebrar um cadeado com as mãos. 

“Mas não vai ser essa noite, não é mesmo Professor?” soou uma voz até então não ouvida durante a ação. 

“Sim senhor! Me diga como está aí Pedro?” 

“Tudo tranquilo” ele disse enquanto enfiava as joias em um saco preto. Os alarmes foram desligados por Professor o que facilitava e muito o trabalho do grupo RUA. 

GRUPO 1 – RUA 

Formado pelos mais experientes e habilidosos em sua “arte” era composto por: PEDRO BALA, hoje com seus vinte e tantos anos assumiu seu posto de líder assim que voltou de sua longa estadia em Aracaju. Suas estratégias, habilidades com armas brancas e de fogo e a luta corporal são incomparáveis; SEM-PERNAS que graças aos conhecimentos do Professor impulsionados pelas habilidades mágicas de Dora, agora usufrui de duas penas mecânicas e flexíveis, que lhe possibilitam pular a grandes distâncias e alturas. Ele também ganhou agilidade e seu treinamento com Querido-de-Deus o tornou em um dos melhores capoeiristas do bando, chegando quase a derrotar seu líder; GATO o mais galã e jeitoso dos Capitães. Mestre na trapaça levava a vida em seus golpes pela cidade e agora em conjunto de Dalva comandava um prostibulo com meia dúzia de putas, mas não largaria a emoção e a ventura de estar entre os Capitães. Aquela era a adrenalina e o motivo pelo qual ele vivia. 

“Sete minutos pessoal!” Professor falou se agitando. “Mais três para ação e quatro para vazarem daí”. 

“Tudo bem, GRUPO RUA saindo” Pedro respondeu correndo e sendo seguido por Gato e Sem Pernas. 

“Insetos atacando agora” Boa-Vida respondeu enquanto ele e os outros colocavam o máximo de jogos dentro de suas bolsas. João Grande e Pirulito, cada um havia pegou um console diferente no estoque e depois de dois minutos eles correram. “Insetos voltando ao ninho”. 

“Posso finalizar a limpeza?” perguntou Volta Seca. 

“Sem mortes!” Professor respondeu. 

Volta seca olhou para um dos homens que tremia de medo no chão e alisou sua arma. “Não foi dessa vez”. 

“Volta Seca!” Brandão o chamou da porta e eles correram. 

Quando os INSETOS passaram novamente pela sala com a luz acessa, João Grande percebeu que um homem estava ao telefone, agachado, seu porte era pequeno, por isso mal podia ser visto. 

“Boa -Vida” ele chamou pelo capitão que parou de correr. “Predadores!”  

“O que?” a pergunta foi em uníssono pelo canal de áudio compartilhado. 

Sem pensar duas vezes, Pirulito sacou sua arma laser e atirou várias vezes, no homem. 

“Filho da puta!” Boa-Vida praguejou puxando-o. “Eu disse!” 

“Isso é impossível!” Professor falou atônito. 

“Foda-se! Todos para o Navio de Guerra! A polícia deve estar chegando!” Pedro falou acelerando o passo. 

Então as silhuetas deles desapareciam entre as ruelas escuras da cidade em direção a van, seguidos por policiais em suas motos. Dora e Professor os esperavam prontos para partir. MILO chegou e com seus poderes blindou o carro. Dora ligou o motor enquanto Professor aguardava com a porta aberta. 

  Todos entraram, menos Gato, ele fechou a porta da van. 

“Onde você vai?” Bala quis saber. 

“Já passei tempo de mais com vocês” ele respondeu com sotaque carregado e mostrando que havia pegado um pouco de dinheiro o qual poderia gastar. “Vão logo, que os coxinhas são meus”. 

 Ele sacou seu chapéu panamá da cabeça, deu alguns passos o lançou para cortar os postes, criando a distração perfeita para que seus amigos pudessem fugir. Os postes caíram sobre alguns carros estacionados e causaram explosões. Como um bumerangue o chapéu voltou entre as chamas e ele o pegou com elegância o pondo novamente na cabeça. 

Horas se passaram e o céu estava azulado e sem estrelas, sem nuvens ou lua. Quase amanhecendo. Dois rapazes faziam a segurança do cemitério de trens, armados e atentos. Professor, em sua cabine reforçada e cheia de livros e aparelhos eletrônicos alternava entre as imagens das câmeras e um notebook onde editava alguns códigos para um novo programa de segurança batizado por ele mesmo de NOVA e por este motivo não percebeu a entrada de uma pessoa que o pegou pelos cabelos e bateu seu rosto várias vezes contra o computador. Livrando-se de seu atacante, Professor girou e o atingiu nas costelas com força o suficiente para afasta-lo, mas antes que pudesse soar o alarme foi nocauteado por um homem ruivo e esguio. 

Os outros dois homens também entraram em luta corporal com pessoas que surgiram das sombras, tão negras e claras quanto à noite, os atacaram. Um deles chegou a acionar o rádio para falar com o Professor, mas como este já estava desacordado não houve outra saída: ele atirou com sua arma laser e viu as pessoas se desfazerem em fumaça e renascerem da mesma. Rogou por Ogum antes de ter as tripas retiradas para fora do corpo. 

Gato vinha andando pela rua mal iluminada que precedia os portões do cemitério. Assobiava e andava com seu gingado único. O álcool o deixara ainda mais animado. Parou em frente aos portões e tocou o interfone. Sem resposta segurou o botão azulado até que ouviu um barulho. 

"Professô, meu rei! Abra aqui, abra. Que o gato precisa dormir". 

Os portões começaram a se mexer e ele entrou. Olhou para o alto e não viu nenhum vigia, correu os olhos mais um pouco até que achou a silhueta, do que ao longe parecia ser uma moça. Farejou o ar.  Coçou o queixo e sorriu. Talvez a noite ficasse melhor agora, não fosse pelo estranho objeto que ela parecia segurar em sua mão: algo brilhoso, longo e reluzente. Seria uma arma? 

"Opâ, posso te ajudar dona?" 

"Não se lembra de mim Gato?", ela respondeu com voz manhosa. 

"Talvez eu me alembre se você me agraciar com teu rosto". 

Instantaneamente ele tirou seu chapéu panamá, revelando cabelos grandes, mas raspados atrás e nas laterais. Os fios ondulados davam mais charme à pele morena do sol. 

"Você e eu somos iguais: roubamos e matamos por alguém e temos o nome semelhante". 

O corpo de Gato de pronto liberou uma alta dose de adrenalina o fazendo ficar arrepiado. Aquilo que ela segurava não era uma arma, mas sim suas unhas.  

"Gatuna, minha floor! Porque não disse que viria? Eu teria me ajeitado pra você". 

A silhueta agora tomou uma forma quase completa: rosto, mãos e o umbigo estavam expostos. O resto do corpo estava coberto. Eles se aproximaram e ela o beijou, suas unhas encolheram para um tamanho normal e suavemente ela as pressionou contra o corpo dele, rasgando sua roupa e ferindo suas costas. "Não achei que precisaria de um aviso breve para te encontrar", e o beijou ainda mais intensamente o jogando contra um dos vagões. 

Entre respirações já ofegantes e lábios que se violentavam ele recolocou seu chapéu e a apertou contra seu corpo. A girou fazendo com que ela ficasse de costas e lambeu seu rosto. "Aqui podemos ser vistos", mais um beijo, "Não tem vergonha de dar um show para o Professor?". 

Ela o empurrou duas vezes para que ele batesse de costas em outro vagão, pulou e cravou suas unhas e a sola dos pés na estrutura férrea, ficando com uma das mãos livres com a qual puxou o cabelo do Gato e o fez gemer. "Talvez eu me importe. Vamos para outro lugar". Ela se desprendeu do vagão e ele começou a guia-la para algum lugar.  

Chegaram a uma escada que dava acesso ao subterrâneo e com sua digital ele abriu as enormes portas de aço. Eles entraram e antes que a porta se fechasse ela tirou seu chicote da cintura e o envolveu no pescoço do rapaz. 

"Obrigado por pensar com a cabeça de baixo", ela grunhiu e quando Gato conseguiu olhar para trás percebeu que diversos Walquers apareceram atrás dela. 

 

MILO rolou até perto do Professor e se chocou contra seu rosto algumas vezes. Ele rolou mais e atingindo um ponto certeiro no centro das costas do rapaz o fez despertar. A esfera metálica começou a se fundir ao jovem, transformando-o em um ser prateado. 

Atordoado e com dor o rapaz se moveu calma e sorrateiramente para não ser visto pelo homem que observava tudo pelas câmeras. Agora aquela armadura o ajudara a ficar de pé, sair da sala e logo em seguida começar a correr. Enquanto corria deu um soco no alarme na parede. Um som estrondoso inundou todo o cemitério. Séria Just dance da Lady Gaga? 

Dormindo agarrado a sua parceira, Pedro saltou da cama quando ouviu o alarme ser disparado. Correu para uma sala ao lado de seu quarto e viu que as câmeras haviam sido desligadas. Chamou pelo Professor no rádio e não obteve resposta. 

"O que aconteceu?" sua parceira, perguntou sentada na cama.  

"Estamos sendo atacados!" ele respondeu se vestindo e pegando as armas na parede do quarto luxuoso. "Fique aqui e só saia se for preciso", ele a beijou e saiu correndo porta a fora. Ela apenas observou enquanto a pesada porta se trancava automaticamente. 

Sem-Pernas, Pirulito, João Grande e os outros jogavam vídeo game e um deles começou a dançar ao ouvir o alarme. 

“Deixa de frescagem e vamos!” Boa-Vida falou saindo da sala seguido pelos outros. 

Encontraram com Pedro no hall de entrada, a porta permanecia fechada. Logo em seguida outros homens do bando se juntaram a eles. Quando estavam prestes a se separar, Professor surgiu em sua armadura prateada. 

“Eu não tenho certeza, mas deve ser o Ícaro” ele falou ofegante. 

“Ícaro?” Pedro questionou, mas não houve tempo para resposta, chamas adentraram a sala e só não os queimaram graças a uma jovem membro do grupo que girava um cajado com uma pedra azulada na ponta. Eles aproveitaram e se colocaram em posição de ataque. 

A porta se abriu e Gato foi lançado aos pés dos amigos. Gatuna e seus homens começaram a invadir o hall. Sem pestanejar os outros partiram para o ataque, abandonando as armas e indo para o corpo a corpo. 

Pedro e Professor levaram Gato para um canto onde outros homens ficaram para os proteger e logo saiu correndo. Ele era tão ágil que os Walquers mal viam de onde vinham os ataques. Sem Pernas foi ajudar seu líder e logo eles estavam próximos ao ruivo esguio. 

“Pedro Bala, onde está a nossa amada Dora?” Ícaro falou irônico. 

“Nos meus punhos” 

O mano a mano começou e por saberem que Ícaro possuía qualidades de um deus, Bala e Sem Pernas atacavam juntos. Mas que agilidade e força! Com um golpe mandou Sem Pernas a nocaute. Estaria só brincando com eles? Quando finalmente Bala acertou um chute alto no pescoço do adversário, foi como se nada tivesse acontecido, Bala inspirou e Ícaro sorriu. 

No quarto, Dora estava ajoelhada em frente a uma imagem de Jesus crucificado rezando rápido, palavras que eram ditas na mente e que a boca só transmitia chiados. 

“... Ajude-nos Senhor” 

“Diga-me o que precisa” soou uma voz estranha atrás dela que a fez se lançar para frente. 

Inevitavelmente seus poderes entraram em ação e ela viu enquanto o corpo portador da voz quase teve seu espírito retirado de si. Estranhamente, a moça que segurava um cajado com uma pedra azulada, pareceu nem sentir os efeitos de seus dons. 

“Quem é você?” 

“Ouvi suas preces e vim ajuda-la”, Dora a olhou desconfiada enquanto se colocava de pé. “Não acredita em mim? Pois use seus dons, veja quem eu realmente sou”. Estreitando os olhos Dora analisava a mulher: não devia ter mais de 30 anos, pele morena, talvez ela fosse índia, cabelos negros e longos caídos ao lado do corpo, tatuagens estranhas nas mãos e uma cicatriz na testa que lembrava uma lua crescente. “Não tema seus poderes. Não lhe acontecerá nada”. 

Dora prendeu a respiração, fechou os olhos e quando abriu eles estavam em um tom de cinza. Seu olhar era destemido e ela apontou a mão para a mulher, quebrando o feitiço de camuflagem que havia nela. Seu nariz não sangrou, ela se sentiu em paz e sob controle pela primeira vez, mas não sabia como.  

A mulher deixou de ser aquela com um metro e meio e passou a ser uma com quase dois metros de altura. Ela sorriu olhando para cima. Seu rosto estava pintado com uma faixa azul na região dos olhos que chegava a invadir a testa. Ela emanou um estranho brilho azulado por um tempo, mas logo cessou. 

O corpo de Dora se arrepiou e ela agora sabia estar na presença de um ser superior. Na presença de quem podia ajuda-la. “Você é Deus?”. 

“Deusa, mas é preciso que você saiba que suas escolhas de hoje poderam decidir o destino de muitas pessoas”. 

“O que você quer dizer?” 

“Que o mundo da voltas e as consequências de hoje, amanhã caíram sobre nós. Entretanto, não deixe que isso atrapalhe a sua decisão”, a Deusa se aproximou e tocou o lado esquerdo do peito de Dora “Deixe que seu coração te guie para o seu caminho”. 

“Você sabe o que eu devo fazer?” Dora perguntou quase num choro. 

“Não” a Deusa respondeu doce e acariciou o rosto da jovem. “Mas sei que o que você decidir será o certo a se fazer hoje. O que você quer?” 

A Deusa se afastou dela, sentindo que o perigo se aproximava enquanto a jovem pensava na resposta. Seus olhos ficaram em um tom de azul e usando seus poderes ela paralisou o tempo para que eles demorassem a chegar. 

Como se estivesse em câmera lenta, Ícaro sentiu que magia estava sendo feita. Mas não era qualquer tipo de magia. Os poderes de um Deus estavam em ação. Talvez fosse seu irmão, o espírito da Lua. Seus olhos arderam em chamas e quebrando o feitiço ele correu. 

“Dora, você consegue...” foram às últimas palavras antes que a porta atrás de si explodisse fazendo com que um pedaço enorme de ferro quente atravessasse seu corpo, fazendo-a largar o cajado e cair para o lado. 

Dora gritou em desespero e quando olhou para a porta viu um Ícaro exalando chamas pelas narinas. Seus olhos estavam vermelhos como fogo vivo! Talvez estivessem realmente em chamas. 

“Vejam só se não é a cadelinha dos Capitães” ele falou voltando seu estado normal e entrando no quarto. “Eu pensei que talvez meu irmão estivesse aqui com você, mas pelo visto você está sozinha”. 

Ela olhou para o lugar onde a Deusa havia sido morta e não viu mais vestígios dela. “O que você quer?”. 

“Você! Você será a chave para que nós possamos trazer Walquirion de volta, caso um plano B seja necessário entrar em ação”. 

“E se não for preciso?” os olhos dela voltaram a ter um tom acinzentado.  

“Daí nós fodemos e seremos pais de uma aberração! Tão poderosa quanto eu ou você”. 

“Você me inoja” 

“E você me irrita! Agora facilite as coisas e se torne uma de nós”. 

“Ou o que?” ela falou desafiadora. 

“Porque você faz tantas perguntas?” ele gesticulou. “Hoje sua única opção é vir comigo. Nós dois sabemos o que eu posso fazer”. Os olhos dele reviraram e novamente ficaram vermelhos. Um calor absurdo surgiu. 

Dora estendeu a mão e foi como se segurasse o coração de Ícaro. “E se sua vida estivesse em minhas mãos?” 

“Eu as tiraria” ele riu e a mão dela começou a queimar. O nariz começou a sangrar. “Não seja burra, nós dois sabemos que você não consegue, mas eu posso lhe dar controle sobre si mesma, poder, liberdade. Você nunca mais será prisioneira de si mesma”.  Dora não respondeu apenas apertou mais a mão queimada contra a barriga enquanto ela se curava. Ícaro emitiu um gemido e andou de um lado para o outro. “Você me deixou sem escolhas”. 

Homens entraram carregando todos seus amigos, feridos e derrotados. Seus olhos encheram de lágrimas e ela tremeu.  

“Dora você não precisa...”, Pedro tentou falar, mas ele estava muito ferido, pelo que Dora viu até queimado.  

“Acho que o tão temido Pedro Bala, chefe dos antigos Capitães de Areia está cansadinho”, Ícaro falou irônico. “Então Dora? Que me diz?” ele então esfregou as mãos ansiosas.  

“Eu vou com você” ele disse de cabeça baixa. 

“Ótimo pessoal, encontro com vocês mais tarde. Dora e eu vamos fazer uma visita a Júnior” ele se colocou atrás dela e segurou seus ombros. Um outro homem se aproximou deles e os tocou. Dora deu uma última olhada para Pedro antes de desaparecer em uma fumaça escura. 

Pedro levantou a cabeça e ao ver que sua parceira havia sumido, se entregou ao cansaço, a dor. 



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